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Categoria: Brasil

Eduardo Bolsonaro se torna réu no STF por articulação de sanções contra o Brasil

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria, nesta sexta-feira (14), para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e tornar réu o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele é acusado de articular, nos Estados Unidos, sanções contra o Brasil e autoridades brasileiras com o objetivo de interferir no julgamento do pai, Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe de Estado.

O ministro relator, Alexandre de Moraes, afirmou em voto que a PGR apresentou descrição detalhada das condutas atribuídas ao deputado e destacou que há indícios suficientes de que Eduardo Bolsonaro tentou “provocar caos social” ao buscar apoio político e institucional no exterior.

Entre as ações apontadas pela PGR estão:

  • pressão para suspensão de vistos de ministros do Supremo e seus familiares;
  • articulação para sanções econômicas contra o Brasil;
  • tentativa de aplicar a Lei Magnitsky, legislação americana usada para punir envolvidos em violações de direitos humanos.

Moraes foi acompanhado pelos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin, formando maioria na Primeira Turma. O voto da ministra Cármen Lúcia ainda está pendente, mas o julgamento segue oficialmente até 25 de novembro.

SBT News

Ministro determina nova ordem de prisão preventiva do “Careca do INSS”

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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça determinou uma nova ordem de prisão preventiva contra o empresário Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”.

Ele já está preso no Complexo da Papuda, em Brasília.

No documento divulgado nesta quinta-feira (13), Mendonça aponta que Antônio mantinha vínculos societários e contratuais com empresas ligadas ao ex-procurador do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e à esposa dele, Thaísa Hoffmann Jonasson, ambos presos hoje na Operação Sem Desconto, da PF (Polícia Federal).

Antônio havia sido detido em setembro, acusado de chefiar um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas do INSS.

Atuação conjunta

Segundo o despacho, o “Careca do INSS” operava por meio das empresas Prospect Consultoria Empresarial Ltda. e Plural Intermediações de Negócios S.A., nas quais atuava como dirigente ou representante de fato.

A nova ordem de prisão também se baseia na “proximidade e interlocução contínua” de Antônio com Thaísa, mesmo após a deflagração da operação.

Conversas recentes indicam que os dois seguiram ajustando contratos e alinhando repasses, inclusive depois de 23 de abril deste ano, quando a Operação Sem Desconto já estava em andamento.

A PF aponta que Antônio funcionava como gestor de múltiplas pessoas jurídicas usadas para transferir valores do casal, sem lastro em operações reais. Ele também teria emitido notas fiscais retroativas e reprocessado lançamentos contábeis para “compatibilizar” períodos sob investigação.

“Esses elementos configuram, por evidente, persistência delitiva e risco de reiteração criminosa, a justificar o decreto prisional”, afirma Mendonça.

Estrutura criminosa

O ministro destacou ainda que Antônio, Virgílio e Thaísa montaram uma estrutura complexa voltada à prática sistemática de crimes, com “profunda repercussão negativa na sociedade”.

“Apropriaram-se indevidamente de valores de beneficiários do INSS, causando prejuízo estimado em bilhões de reais. Ademais, a rede de empresas de fachada permite a continuidade dos ilícitos e torna necessário impedir que os investigados inviabilizem o acesso a provas adicionais”, escreveu.

CNN Brasil

Correios entram em alerta máximo: estatal busca R$ 10 bilhões em 15 dias e prepara PDV para cortar 10 mil funcionários

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A crise nos Correios atingiu um novo patamar. A empresa estatal precisa levantar, em apenas 15 dias, ao menos R$ 10 bilhões para evitar um colapso operacional e conseguir manter suas atividades mínimas. A direção tenta viabilizar o recurso via empréstimo com garantia da União, depois de reduzir pela metade o plano inicial de captar R$ 20 bilhões — valor que se mostrou inviável diante das altas taxas cobradas pelos bancos na primeira rodada de negociações.

O dinheiro é considerado vital para colocar em prática o plano de reestruturação, com foco principal na redução de custos com pessoal. A estatal prepara um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) para atingir 10 mil desligamentos, número muito acima das adesões registradas na última tentativa. A expectativa é de que, com incentivos mais atrativos, seja possível reduzir a folha salarial em cerca de R$ 2 bilhões por ano.

As negociações seguem com um grupo ampliado de instituições financeiras, após bancos como BTG, Citibank, ABC Brasil e Banco do Brasil apresentarem propostas com custo acima do limite considerado razoável para operações com aval da União — chegando a 136% do CDI. A meta atual é fechar contratos com taxa de até 120% do CDI e garantir pelo menos metade do valor solicitado até o fim do mês. A operação pode envolver um sindicato de bancos, modelo já utilizado pela estatal no passado.

A corrida por recursos também tenta impedir que o prejuízo crescente destrua de vez a capacidade dos Correios de competir no mercado. A empresa acumula perdas de R$ 4,3 bilhões em 2025 e enfrenta atrasos em pagamentos a fornecedores, o que tem impacto direto nas entregas. Hoje, 92% das encomendas chegam no prazo — índice abaixo dos 95% considerados essenciais para manter grandes contratos, especialmente com plataformas de e-commerce. Sem estabilizar o caixa, o risco é de uma nova piora no serviço e de mais fuga de clientes.

Com informações do O Globo

Golpista se passa por Juliana Paes e convence homem a transferir R$ 32 mil

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A Polícia Civil de Minas Gerais divulgou nesta quarta-feira 12 um alerta sobre um golpe amoroso que deixou um homem com prejuízo de R$ 32 mil. A vítima transferiu o valor via Pix para um estelionatário que se passava pela atriz Juliana Paes. A transação ocorreu em 23 de outubro e o caso foi registrado pela família no Vale do Rio Doce.

De acordo com o relato dos familiares, o homem vinha se comunicando com o perfil falso havia cerca de três meses. Depois de conquistar a confiança da vítima, a golpista passou a alegar dificuldades financeiras e pessoais, pedindo ajuda em dinheiro. Ela prometia que, assim que os supostos problemas fossem resolvidos, os dois se encontrariam pessoalmente.

A Polícia Civil informou que está concentrando esforços para identificar os responsáveis e responsabilizá-los pelo crime, que explorou a vulnerabilidade emocional da vítima.

Segundo a corporação, esses criminosos costumam utilizar vídeos manipulados e conversas cuidadosamente elaboradas para tornar a fraude mais convincente. A instituição reforçou o alerta à população: “Famosos não solicitam dinheiro pelas redes sociais. Qualquer pedido desse tipo deve ser considerado suspeito e denunciado imediatamente às autoridades.”

Agora RN

Prefeito de Londres prova refrigerante de guaraná na COP30: “Horrível”

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No Brasil para participar da Cúpula Mundial de Prefeitos da C40, no Fórum de Líderes Locais da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), o prefeito de Londres, Sadiq Khan, aproveitou a visita na última semana para experimentar alguns doces, lanches e produtos típicos do país, inclusive paixões nacionais, como o refrigerante de guaraná.

Nas redes sociais oficias da prefeitura, Khan compartilhou, nesta quinta-feira (13/11), um vídeo experimentando pão de queijo, brigadeiro, biscoito de polvilho e paçoca no Rio de Janeiro. Bem-humorado, o prefeito britânico aprovou a maioria das iguarias, mas não escondeu sua rejeição ao refrigerante de guaraná.

“É horrível. Desculpe, cara, eu não consigo nem fingir”, comentou Khan. Curiosamente, ele aprovou uma versão adoçada e sem gás da bebida, que chegou a comparar a um chá.

Ao provar o pão de queijo, o prefeito comparou o quitute ao scone, tradicional bolinho inglês, e sugeriu que seria ainda melhor acompanhado de chá. A paçoca também ganhou seu destaque, novamente com o pedido de chá como acompanhamento.

A Cúpula Mundial de Prefeitos da C40 é uma rede global de cidades comprometidas com ações climáticas, que reúne prefeitos de grandes metrópoles para compartilhar estratégias de redução de emissões de gases de efeito estufa, adaptação urbana e políticas sustentáveis.

Metrópoles

Tarcísio quer montar ‘time apaixonado pelo Brasil’ para 2026

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou na quarta-feira (12) que seu objetivo é apresentar um “projeto para o Brasil” no cenário eleitoral de 2026. O político, que se absteve de confirmar ou negar uma possível candidatura à Presidência da República, afirmou que a iniciativa visa capacitar o país a “dar o salto que tanto espera”.

“Quando a gente pensa na eleição de 2026, a gente tem que mobilizar um time que pense e seja apaixonado pelo Brasil. (…) Independente de quem seja o condutor –e isso deixa de ser o mais importante–, nós vamos ter sucesso. Nós temos o melhor povo, nós temos a melhor gente, nós sabemos o caminho. O que está fazendo para a gente acertar? O que está faltando para a gente dar o salto que a gente tanto espera?”, questionou o governador durante sua participação no Fórum de Investimentos do Bradesco Asset.

Ele demonstrou convicção sobre o futuro, acrescentando:

“Eu tenho certeza que nós vamos organizar este grupo e nós vamos apresentar este projeto para o Brasil e esse projeto vai ser vitorioso no ano que vem, que é o que o Brasil merece. E aí, nós vamos dar o salto que a gente tanto espera, porque eu não me conformo em ser eternamente um país do futuro”.

Ao elencar as prioridades nacionais, Tarcísio mencionou a urgência de solucionar as questões fiscais e de promover reformas estruturais. “Vamos resolver o problema fiscal”, declarou.

A ausência de uma confirmação clara sobre sua candidatura presidencial manteve a expectativa entre os participantes. Hartung comentou a situação com humor:

“Sei que a ansiedade no auditório é grande. Eu sou casado com uma psicanalista, então ansiedade é um bom mercado para minha família”.

O ex-governador complementou sua análise do cenário:

“Na política não tem o antes e o depois, tem a hora de fazer as coisas, tem o ‘time’. Se fizer antes, vai dar errado, se fizer depois, vai perder a oportunidade. Tem que achar o tempo certo. E para quem está ansioso [em saber se Tarcísio será candidato a presidente], antes de abril não acontece muita coisa não”, afirmou.

Diário do Poder

STF começa a analisar hoje denúncia contra Eduardo Bolsonaro por coação

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A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começa nesta sexta-feira (14) a analisar a denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acusado de coação.

O julgamento sobre a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República), que ocorre em plenário virtual a partir das 11h, pode tornar réu o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A análise segue até 25 de novembro.

A PGR acusa o parlamentar pelo crime de coação, devido à sua atuação nos Estados Unidos por medidas contra o país.

Além de Eduardo, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também acusa o blogueiro Paulo Figueiredo pelo mesmo crime de coação, que consiste em usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio.

Os dois teriam atuado para constranger o Poder Judiciário brasileiro e colocar obstáculos ao avanço das investigações sobre a trama golpista, que condenou Bolsonaro a 27 anos de prisão.

Atualmente, a Primeira Turma do STF é composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator do caso), Flávio Dino (presidente), Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Moraes será o primeiro a se manifestar no julgamento. Como é o relator, ele apresentará o relatório e o voto, que diz se aceita a denúncia ou nega. Em seguida, os demais ministros podem apresentar seus votos, sem uma ordem determinada.

Nas turmas, bastam apenas três votos para formar maioria para acolher ou rejeitar a denúncia. Se aceita, será aberta na Corte uma ação penal contra o parlamentar.

No processo, a defesa de Eduardo foi feita pela DPU (Defensoria Pública da União), já que a Justiça não conseguiu fazer sua notificação. Ele foi avisado por edital, mesmo assim não apresentou defesa própria.

Na defesa prévia, a DPU diz que também não conseguiu contato com o parlamentar. Mesmo sem a “versão dos fatos” pelo deputado, o órgão pede a rejeição da denúncia.

O defensor público diz que o tipo penal denunciado não se enquadra com o emprego de violência e grave ameaça e o que foi narrado pelo procurador-geral da República foram apenas “articulações políticas” do parlamentar.

De acordo com o Art. 344 do Código Penal, o crime de coação no curso do processo penal tem pena prevista de reclusão de 1 a 4 anos e multa, além da pena correspondente à violência praticada.

CNN Brasil

Mulher que recebeu coração de Eloá Pimentel morreu de Covid-19

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O caso do sequestro e assassinato da jovem Eloá Pimentel, em 2008, voltou a comover o público esta semana em razão do lançamento do documentário Caso Eloá: Refém ao Vivo, na Netflix. A vítima morreu aos 15 anos, baleada na virilha e na cabeça pelo ex-namorado Lindemberg Alves.

Após o óbito, a família decidiu doar o coração, pulmão, córneas, fígado, rins e pâncreas de Eloá. Uma das receptoras foi a vendedora Maria Augusta da Silva dos Anjos, que recebeu o coração da jovem no dia de seu aniversário, em 20 de outubro de 2008.

Entretanto, 13 anos depois, Maria Augusta acabou se tornando uma das vítimas da Covid-19, morrendo em um hospital particular de Paraupebas, no Pará, em decorrência da doença.

À época, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, lamentou a notícia e disse que considerava Maria como uma filha.

– Eu não esperava essa notícia. Eu estava torcendo para a Augusta se recuperar. Para mim, foi muito triste. Minha família, meus filhos estão tristes. Até porque amanhã [5 de maio] minha filha Eloá faria 28 anos se estivesse viva. Augusta era como uma filha para mim também, pois ela carregava o coração de Eloá. Augusta ficou maravilhosa depois que recebeu o coração de Eloá, mas essa doença [Covid] a pegou e a matou – lamentou Ana Cristina.

Em 2018, quando havia completado dez anos do transplante, Maria Augusta relatou como havia recebido a notícia de que ganharia um coração.

– Recebi a notícia por telefone. Meu médico ligou: “Vem para o hospital que eu acho que você vai ganhar o coração daquela moça, a Eloá”. Eu soube do caso pela TV. Fiquei internada do dia 8 de outubro até dia 18 de outubro. Por isso agradeço à mãe de Eloá por ter permitido a doação dos órgãos da garota (…) Fui para o hospital e meu médico Antonio Alceu me cumprimentou. Ele perguntou se eu acreditava em milagres. “E falei sim. Minha vida inteira é um milagre” – expressou ela à época.

Relembre o depoimento completo de Maria Augusta a seguir:

Estava em São Paulo. Fiquei dois anos e uns meses na fila de espera por um transplante de coração, morando em São Paulo. Eu só tinha o ventrículo direito do coração funcionando. Tinha também o ventrículo esquerdo, mas ele era pequeno e não tinha função. Não funcionava direito.

Eu tinha problemas cansaço, falta de ar, insuficiência respiratória. Unhas eram todas roxinhas, os lábios roxos, a pele parecia azulada por causa do sangue que não circulava direito. Descobri essa doença com 6 anos. Na época, médicos falavam que não tinha solução. Ainda deram dois diagnósticos. Um falava que era coração grande. Depois o outro falou que era sopro.

Fiquei dois meses internada em Belém quando tinha 6 anos. Fiz muitos exames. Os médicos falavam para minha mãe, para os meus pais, que eu ia viver no máximo até os 7 anos de idade.

Meus pais foram pessoas que me ensinaram a ter muita fé. E eles falaram assim: “tudo bem, os médicos estudaram, mas que Deus dê mais vida a minha filha”. E eu voltei a voltar na Ilha de Marajó e não fiquei mais na capital. Voltei ao Marajó porque não parecia ter mais solução para o meu caso.

Ainda fiquei até meus 20 anos indo para o interior e a capital, tendo acompanhamento médico. Eu tentava fazer as coisas que eu não podia, como nadar, andar de bicicleta, mas eu desmaiava.

Mas falo sempre que a minha vida é um milagre. Aí fui levando a vida assim: estudei o ensino fundamental, terminei o ensino médio. Tudo muito devagar… atrasou muito os meus estudos. E quando estava com 19 anos, comecei a piorar muito, comecei a piorar muito, muito mesmo. Comecei a ficar mais roxa. Não conseguia sair de casa. Fiquei muito, muito mal mesmo.

Foi então que conheci um médico em Belém. Ele tinha feito residência em São Paulo. E falou: “a única solução por enquanto é a cirurgia de Fontan [procedimento paliativo usado em crianças com corações univentriculares], que é nova aqui no Brasil. É a única solução para você. Colocarem uma válvula para substituir o ventrículo esquerdo e fazê-la funcionar no lugar”.

Essa cirurgia foi feita no Hospital Beneficência Portuguesa em São Paulo pelo SUS [Sistema Único de Saúde]. Minha família me apoiou muito. Fiquei com essa válvula no coração por 13 anos. Tive melhora bem significativa com essa válvula.

Aí em 2005 eu comecei a sentir um leve cansaço quando eu andava, na hora do banho, até para tomar banho. Aí foi aumentando. Fui em São Paulo novamente em 2006 e aí eles diagnosticaram que válvula não estava mais funcionando direito, só que não poderia substituir essa válvula. Teria que ser um transplante.

Fiz exames para entrar na fila dos transplantes no final de 2006 em São Paulo. Já estava na fila, já fiz exames para transplante e tudo. Aí fiquei morando na capital paulista por dois anos e três meses aguardando o órgão.

Surgiram dois corações nesse período. Só que às vezes a pessoa sofre acidente e fica na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), usa muita droga pesada para ver se cura a pessoa. Não deu. E o segundo órgão não foi compatível.

Eu era a sexta da fila de espera por um transplante de coração no Hospital Beneficência Portuguesa. Todo mês eu tinha que ir ao hospital e, às vezes, ficava internada dez dias, um dia, para ver como é que estava a evolução.

No dia 19 de outubro às 22h eu soube que poderia receber um novo coração. Estava em casa. Não saía de casa. Não dava conta mais de andar. Fiquei praticamente quase dois anos e meio dentro de um apartamento em São Paulo. Não conseguia trabalhar.

Recebi a notícia por telefone. Meu médico ligou: “Vem para o hospital que eu acho que você vai ganhar o coração daquela moça, a Eloá”. Eu soube do caso pela TV. Fiquei internada do dia 8 de outubro até dia 18 de outubro.

Quando cheguei ao hospital, meu médico perguntou se eu queria o coração. Disse que sim. Ele falou que o fato de o caso ter saído na mídia seria complicado para mim por causa do assédio.

Fui para o hospital e meu médico Antonio Alceu me cumprimentou. Ele perguntou se eu acreditava em milagres. “E falei sim. Minha vida inteira é um milagre porque todos diagnósticos de pessoas que nascem como meu problema, se não fizerem cirurgia até os 8 meses de vida não sobrevivem”, e eu fui fazer a cirurgia de Fontan aos 21 anos.

Ele disse: “Estou falando isso porque tinham cinco pessoas na sua frente na UTI e nenhuma delas foi compatível e você ganhou o coração”. E eu sempre pedi a Deus para me dar o coração no dia do meu aniversário.

Entrei no centro cirúrgico às 23h30 do dia 19 de outubro de 2008 e saí, após o transplante, às 8h do dia 20 de outubro, data do meu aniversário… amanheci com o presente novo, com o coração novo.

Todo transplantado toma remédios contra rejeição. Tem de tomar a vida toda. Comigo não é diferente. Quis saber mais sobre a doadora [Eloá], até visitei a mãe dela [Ana Cristina Pimentel da Silva]. Quando eu morava em São Paulo, ela foi visitar meus pais.

A gente está meio distante, mas tem contato até hoje no WhatsApp. É pouco, mas mantém. Eu acredito que ela ficou muito feliz quando se encontrou comigo e de ver o coração da filha dela batendo no meu peito. Ela estava muito alegre de ver que um pedaço da filha dela está aqui em mim.

Muita coisa mudou na minha vida. Primeiro: eu sempre que eu posso eu falo para alguém, até falo para meu esposo, ele não gostava dessa ideia de falar de ser doador.

Eu falo sempre para ele assim: “Você vê o quanto eu sofri. E hoje estou com um órgão de outra pessoa e que me fez voltar a viver. Então para mim essa foi a maior mudança de ver a importância da doação”.

Por isso agradeço a mãe de Eloá por ter permitido a doação dos órgãos da garota. Eu gosto de falar para as pessoas. Sempre gosto de dar força para as pessoas, falar que a gente tem que ter fé de que tudo vai dar certo e a importância da doação de órgãos.

Atualmente sou feliz. Casada com meu marido, Carlos Silva, de 31 anos. Ele é montador de andaimes. Não posso ter filhos, mas tenho uma enteada linda.

Pleno News