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EDITORIAL: Para que tá feio, Fátima!

FÁTIMA BEZERRA AO LADO DE WALTER ALVES E CARLOS EDUARDO. FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER

Não foram apenas as máscaras faciais que caíram com o fim da pandemia. O abrandamento dos casos coincidiu com a chegada do período eleitoral e a preocupação sanitária deu lugar às tratativas nos bastidores políticos, revelando certas condutas que surpreendem.

No palco das interlocuções (e dessas práticas) está a governadora Fátima Bezerra. Com a desculpa de facilitar a sua reeleição, a chefe do executivo estadual tem descartado aliados e acarinhado antigos rivais, como os primos Walter e Carlos Eduardo, os Alves. Uma conduta que traz à tona um lado egoísta e pouco fraterno da governadora.

Apesar de a oposição não dispor de um nome forte para enfrentá-la, Fátima entendeu que precisava “mexer” na chapa, escanteando o vice-governador Antenor Roberto e o senador Jean Paul Prates, seus fieis escudeiros. Antenor, diga-se, protagonizou com Fátima uma saudável relação de governador e vice, como há muito não se via no RN.

Jean e Antenor foram descartados, como peças cujo aproveitamento não se faz mais necessário. E o pior: sem qualquer diálogo, como manifestado pelos dois na imprensa. Dormiram senador e vice, respectivamente, e acordaram na sala de espera, sozinhos, enquanto seus lugares eram ocupados, lá dentro, por quem até ontem lhes apontava o dedo na cara.

A balança desequilibrada de Fátima fez outra vítima: Rafael Motta. De olho na vaga do Senado há meses – pelas matérias publicadas a respeito, antes mesmo de se falar no nome de Carlos Eduardo –, o deputado se viu sufocado pela própria governadora. Fátima decidiu trocar a fidelidade de Rafael pela variação constante de posicionamentos de Carlos, com quem ela rivalizou, inclusive com episódios de agressão verbal, em 2018.

Fátima tenta explicar aos mais próximos que tudo foi questão de precisão, porque o seu projeto de reeleição estava ameaçado. Mas para uma pergunta, permanece o silêncio: por quem? Que ameaça não aparente estaria sofrendo então a governadora, já que o seu nome segue na liderança sem grandes adversários?

Enquanto não se responde, tem-se uma certeza: o projeto de reeleição de Fátima pode até ter sido facilitado, mas como não há razão aparente para a desfeita com os seus aliados, a mácula na sua imagem pública vai ficar para além de 2022.

Qual Fátima?

Aquela que solta quem segura a sua mão. Ah, sim… Lembrei! Fátima.

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