Na Venezuela, a ditadura Nicolás Maduro anunciou na tarde desta segunda-feira (29) o rompimento das relações diplomáticas com oito países da América Latina. Segundo comunicado oficial, o regime Nicolás Maduro rejeita “ações e declarações” de um grupo de governos “de direita, subordinados a Washington” e “sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional”.
A nota oficial do governo venezuelano diz que Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai pretendem ignorar os resultados da “eleição” presidencial, da qual Maduro saiu vitorioso com 51,2% para um novo mandato que vai até 2031. O governo brasileiro, chefiado pelo presidente Lula (PT), amigo de Maduro, mantém silêncio sobre as fraudes denunciadas.
Veja a íntegra da nota traduzida abaixo:
A República Bolivariana da Venezuela expressa a sua mais firme rejeição às ações e declarações interferentes de um grupo de governos de direita, subordinados a Washington e abertamente comprometidos com os mais sórdidos postulados ideológicos do fascismo internacional, tentando reanimar o fracassado e derrotado Grupo de Lima. que pretendem ignorar os resultados eleitorais das Eleições Presidenciais realizadas neste domingo, 28 de julho de 2024, que deram a vitória como Presidente da República Bolivariana da Venezuela a Nicolás Maduro Moros, para um novo Período Constitucional 2025-2031.
O Governo da República Bolivariana da Venezuela, diante deste precedente desastroso que ameaça a nossa soberania nacional, decide retirar todo o pessoal diplomático das missões na Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai, ao mesmo tempo, exigem que estes governos retirem imediatamente os seus representantes do território venezuelano.
Da mesma forma, o Governo da República Bolivariana da Venezuela reserva-se todas as ações legais e políticas para respeitar, preservar e defender o nosso direito inalienável à autodeterminação.
O Governo Bolivariano enfrentará todas as ações que ameaçam o clima de paz e convivência que tanto tem exigido do povo venezuelano, razão pela qual nos opomos a todos os pronunciamentos intervencionistas e de cerco com os quais, repetidamente, se tentam ignorar a vontade do povo venezuelano.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse na segunda-feira (29) que seu governo sabe como lidar com protestos antigovernamentais e que sabe como “derrotar os violentos”.
Nas suas declarações durante uma transmissão ao vivo a partir do palácio governamental de Miraflores, ele também disse que os protestos que ocorrem no país foram incitados pelo que chamou de “extrema direita”.
Os protestos eclodiram em todo o país na segunda-feira, depois que a autoridade eleitoral declarou Maduro como o vencedor das eleições presidenciais com 51% dos votos.
Diversos países lançaram dúvidas sobre os resultados e apelaram a um apuramento completo dos votos.
Pesquisas de saída independentes apontaram 65% de apoio ao candidato da oposição, Edmundo González, e entre 14% e 31% de apoio a Maduro.
O bispo americano Andrew Cozzens, presidente do Comitê Episcopal dos Estados Unidos para Evangelização e Catequese, manifestou uma forte condenação à paródia da Última Ceia feita durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024. Cozzens descreveu o ato como uma difamação pública da Última Ceia e pediu aos católicos que respondam com oração e jejum.
Segundo Cozzens, “Jesus viveu sua Paixão novamente na sexta-feira à noite em Paris, quando sua Última Ceia foi publicamente difamada”. Ele exortou os católicos a responderem ao ocorrido com orações intensificadas e jejum, reafirmando a importância de manter a sacralidade dos ritos da Igreja Católica.
Performance Durante Abertura das Olimpíadas Causa Polêmica
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que incluiu uma encenação da Última Ceia com drag queens representando os apóstolos, foi amplamente criticada. A Conferência dos Bispos da Igreja Católica Francesa e líderes religiosos globais também condenaram a performance, considerando-a um “escárnio” e uma “zombaria com o Cristianismo”.
A Última Ceia é um evento central na fé católica, simbolizando a instituição da Eucaristia por Jesus Cristo. Durante esta refeição, Jesus partilhou o pão e o vinho com seus apóstolos, dando um novo significado a esses elementos como seu corpo e sangue. Este rito é repetido em todas as missas católicas, sendo um momento de profunda reverência e significado espiritual.
A Reação dos Líderes Religiosos
Em comunicado divulgado no sábado, Cozzens, que também preside o Conselho do Congresso Eucarístico Nacional dos EUA, destacou que a encenação foi um ataque público ao significado sagrado da Última Ceia. Ele fez um apelo para que os católicos respondam com “oração e jejum” em reparação ao incidente.
Como os Católicos Devem Responder?
Cozzens destacou que durante o Congresso Eucarístico Nacional, ocorrido no início do mês, os fiéis se reuniram para “reparar nossos pecados” e orar por “cura e perdão”. Ele incentivou os católicos a:
Participar da missa com “novo zelo” nesta semana.
Considerar realizar uma Hora Santa adicional.
Falar sobre o incidente “com amor e caridade, mas também com firmeza”.
A performance, parte de um espetáculo de 1,5 bilhão de euros para inaugurar os Jogos Olímpicos, foi vista por quase um bilhão de espectadores, causando uma mistura de choque, tristeza e raiva entre os cristãos. Cozzens pediu que o Espírito Santo fortaleça os fiéis com a virtude da fortaleza.
Manual de Resposta dos Católicos
Os fiéis foram aconselhados a:
Participar da missa mais de uma vez na próxima semana.
Dedicar um tempo extra à adoração eucarística.
Manter uma postura firme, mas amorosa, ao discutir o incidente.
Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia, negou qualquer intenção de zombar do cristianismo. No entanto, a reação global mostra que muitos cristãos se sentiram profundamente ofendidos pela paródia. A discussão continua, e a comunidade católica permanece em oração e reflexão diante do ocorrido.
Após a vitória de Nicolás Maduro na reeleição da Venezuela, ocorrida no domingo (28/7), diversas autoridades internacionais criticaram o resultado e se recusaram a reconhecer Maduro como presidente. No entanto, líderes de países como Rússia, Honduras, Bolívia e Cuba parabenizaram o presidente.
Maduro venceu a disputa contra a oposição, com 51,2% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano (CNE), durante a madrugada. No entando, a oposição questiona os resultados.
A presidente de Honduras parabenizou a vitória de Maduro e o “valente povo da Venezuela”.
“Nossa especial felicitação e saudação Democrática, Socialista e Revolucionária ao Presidente Maduro e ao valente povo da Venezuela pelo seu triunfo incontestável, que reafirma sua soberania e o legado histórico do Comandante Hugo Chávez”, publicou Xiomara Castro, presidente de Honduras, na rede X.
Segundo o presidente da Bolívia, Luis Arce, a vitória de Maduro seria uma forma de lembrar o comandante Hugo Chávez.
“Felicitamos o povo venezuelano e o presidente Maduro pela vitória eleitoral deste histórico 28 de julho. Grande maneira de lembrar o Comandante Hugo Chávez. Acompanhamos de perto esta festa democrática e saudamos o respeito à vontade do povo venezuelano nas urnas. Queremos ratificar nossa vontade de continuar fortalecendo nossos laços de amizade, cooperação e solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela, no âmbito da integração soberana de nossos povos e com o objetivo compartilhado de avançar em direção a um mundo multipolar”, parabenizou Luis Arce, presidente da Bolívia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou Maduro pela vitória, conforme informado pelo Kremlin. Já na rede X, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, se referiu a Maduro como “irmão” e enviou felicitações.
“Hoje triunfaram a dignidade e o valor do povo venezuelano sobre pressões e manipulações. Transmito ao irmão presidente Maduro nossas afetuosas felicitações por esta vitória histórica e o compromisso de Cuba de estar junto à Revolução Bolivariana e Chavista”, publicou Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente de Cuba.
Oposição questiona resultado
O grupo de oposição da Venezuela questionou o resultado oficial da eleição presidencial anunciado na madrugada de segunda-feira (29/7) de que Nicolás Maduro foi reeleito.
A líder da oposição María Corina anunciou que uma apuração paralela indica a vitória de Edmundo Gonzáles, candidato da coalizão Plataforma Unitária Democrática (PUD), então líder nas pesquisas.
A líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, disse nesta 2ª feira (29.jul.2024) que o candidato Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita) venceu o pleito contra Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) com 70% dos votos. No domingo (28.jul), a oposição havia alegado irregularidades durante o processo.
“Ganhamos e todo o mundo sabe. Todo mundo sabe. Quero que saibam que foi algo tão pesado, tão grande que ganhamos em todos os setores do país, em todos os estratos do país, em todos os Estados do país, em todos. Ganhamos”, disse a jornalistas.
Pediu que as testemunhas continuem nos centros e que apoiadores, em família, acompanhem o processo.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) anunciou que, com 80% das urnas apuradas, Maduro venceu com 51,2% dos votos (5.150.092), contra 44% (4.445.978) de González. Segundo Corina Machado, entretanto, seria “impossível” chegar ao resultado com as informações disponíveis.
“Temos 40% das atas. Isso é impossível”, disse. Também citou pesquisas de boca de urna que indicavam a vitória da oposição.
“Temos mais de 40% das atas. 100% das atas enviadas pelo CNE estão conosco. Todas as que foram enviadas estão conosco. Todas essas informações coincidem que Edmundo González obteve 70% dos votos nessas eleições. Nicolás Maduro, 30% dos votos. Essa é a verdade. É a eleição presidencial com maior margem da história. Parabéns [González].”
González, escolhido com substituto de Corina (impedida pela Justiça), afirmou que as normas eleitorais foram “violadas” de tal ponto que ainda não foram entregues todas as atas. “Os venezuelanos e o mundo inteiro sabem o que aconteceu no processo eleitoral na Venezuela”, afirmou.
O diplomata aposentado manteve o tom conciliador ao comentar o resultado eleitoral e afirmou que a mensagem “pela paz continua de pé”: “Estamos convencidos que a maioria dos venezuelanos espera isso”.
“Nossa luta continua, e não descasaremos até fazer a vontade do povo da Venezuela.”
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, afirmou nesse domingo (28.jul.2024) que a vontade do povo venezuelano para a disputa presidencial no país latino “deve ser respeitada”. Kamala classificou as eleições deste domingo como “históricas”.
“Os Estados Unidos apoiam o povo da Venezuela que expressou a sua voz nas históricas eleições presidenciais de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, afirmou a vice-presidente norte-americana em seu perfil no X.
Kamala também afirmou que trabalhará por “um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”.
A declaração ganha mais força uma vez que Kamala é a provável candidata democrata nas eleições dos Estados Unidos, depois da desistência de Joe Biden. Caso eleita, caberá a ela lidar com o tema.
Reconduzido para um novo mandato de 6 anos, o presidente venezuelano Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) defendeu o sistema eleitoral do país em meio à desconfiança sobre a lisura do processo e acusações de ataques cibernéticos na apuração dos votos. No 1º discurso depois do anúncio do resultado, o líder chavista mencionou a paz em diversos momentos, mas chamou seus opositores de “demônios” e o presidente da Argentina, Javier Milei, de “nazifascista” e “traidor da pátria”.
“Sistema eleitoral de altíssimo nível de confiança, segurança e transparência. Foram feitas 16 auditorias feitas. Me diga em que país é feita uma auditoria sequer. Não quero citar países hoje. Deixo para reflexão de vocês: em que país é feita uma revisão do sistema eleitoral“, declarou Maduro. Completou, dizendo:
“Nós não nos metemos nos assuntos internos de nenhum país. Quem organiza as eleições nos EUA? Os governos não têm instituto eleitoral e quando houve a denúncia de Trump, nós não nos envolvemos, não falamos ‘façam isso, façam aquilo’“.
Maduro pediu que a comunidade internacional respeite o resultado eleitoral e disse que os venezuelanos não se metem nos assuntos internos de nenhum país.
“Quem organiza as eleições nos Estados Unidos? Quando houve a denúncia de Trump [Donald Trump, ex-presidente norte-americano], nós não nos envolvemos não falamos ‘façam isso, façam aquilo’. Era um assunto interno dos Estados Unidos e deve ser resolvido por eles. De forma que peço, como presidente da República Bolivariana da Venezuela, respeito à Constituição, aos poderes públicos e a vida soberana na Venezuela e respeito pela vontade popular”, disse.
O principal adversário de Maduro na disputa, Edmundo González, e a líder da oposição María Corina Machado alegaram falta de acesso de testemunhas às seções eleitorais e rejeição na entrega das atas de votação. Declaram que a participação foi “jamais vista nos últimos anos”.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Maduro obteve 51,2% dos votos — foram 5.150.092 votos –, segundo o órgão eleitoral. Edmundo González conquistou 44,2% — 4.445.978 votos.
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