O deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) postou, nesta quinta-feira (14/11) um vídeo no qual faz cânticos evangélicos e orações pedindo a Deus que proteja os Três Poderes da República.
Na filmagem, de pé e segurando uma Bíblia ele faz um cântico no qual diz “Deus anti-bomba”. Na sequência, em oração ele clama que Deus repreenda o mal.
“Todo espírito da violência, todo espírito de terrorismo nesta nação, nesta Praça dos Três Poderes, neste momento em que o povo está em polvorosa, eu te peço a tua paz, a tua graça, a tua tranquilidade sobre tudo, a sua segurança”, diz o pastor.
Na oração, ele cita nominalmente os Três Poderes da República. “Guarda a Presidência da República, guarda o STF (Supremo Tribunal Federal), guarda o parlamento, independente de esquerda, de esquerda.”
O comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, apresentou ao governo o valor do novo avião presidencial: US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão na conversão). Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha pedido urgência na compra de uma nova aeronave, a discussão sobre o corte de gastos no governo pode deixar a aquisição para um 2º momento.
Há duas opções na mesa, todas da Airbus (empresa formada com um consórcio de vários países europeus) e com o mesmo preço:
-um avião já em uso, fabricado em 2016 e que tem configurações semelhantes às que desejam Lula e a primeira-dama Janja Lula da Silva. Demoraria menos de 1 ano para ser totalmente adaptado e entregue ao governo brasileiro;
-um avião novo, produzido sob encomenda. Neste caso, o tempo de entrega seria de cerca de 1 ano e meio.
A exigência do Palácio do Planalto é que o avião tenha mais autonomia do que a do atual, que precisa fazer escalas técnicas em viagens para a Europa ou EUA, por exemplo. Também é preciso ter sala de reuniões ampla, internet de alta velocidade, possibilidade de ser reabastecido em voo, quarto de casal e banheiro com chuveiro.
A determinação do presidente para a compra se deu depois de o atual avião presidencial apresentar problemas na volta de uma viagem ao México no início de outubro.
Em 29 de outubro, o Ministério da Defesa conversou com representantes da Airbus em Brasília para avaliar as possibilidades. Inicialmente, a empresa havia informado que a entrega de um novo avião levaria cerca de 2 anos, mas as propostas avaliadas agora podem acelerar a aquisição. Caso contrário, Lula usaria os novos equipamentos apenas se fosse reeleito, a partir de 2027.
O petista já queria trocar de avião no início do seu governo, em 2023. Quando havia feito 10 viagens internacionais, em maio do ano passado, Lula pediu à Defesa que viabilizasse uma nova opção. Algumas das viagens duraram mais de 25 horas por causa de paradas necessárias durante o trajeto, quando foi, por exemplo, à China e ao Japão.
Inicialmente, cogitou-se adaptar um dos Airbus A330-200 comprados em 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) por US$ 80 milhões (cerca de R$ 400 milhões pela taxa de câmbio atual), da Azul. A ideia foi deixada de lado por causa do alto custo para instalar o sistema de internet a bordo. O Planalto chegou à conclusão na época de que o timing era ruim, no momento em que a equipe econômica também falava em controle de gastos.
Em entrevista à emissora de televisão CNN Brasil, Janja disse ser uma irresponsabilidade colocar o presidente da República em um avião com “tantos problemas”.
“A gente acaba sendo irresponsável com a vida do presidente da República –não estou falando do presidente Lula, mas do presidente do Brasil. Então a gente acaba sendo irresponsável com isso, de colocar ele dentro de uma aeronave com tantos problemas. Precisamos ter mais responsabilidade com o cargo”, afirmou.
AEROLULA
O Airbus A319CJ, identificado pela FAB (Força Aérea Brasileira) como VC-1A, foi comprado em 2005 por US$ 56,7 milhões (US$ 91,7 milhões, em valores atualizados, o equivalente a R$ 500 milhões). Tem autonomia de voo de 8.500 km. Em entrevista à rádio O Povo/CBN em 11 de outubro de 2024, Lula disse ter superado o apelido que foi dado à aeronave de forma pejorativa: Aerolula.
“Quando comprei esse avião, era o mais pequeno (sic) da Airbus, comprei o mais barato e o menor. Mesmo assim o [Leonel] Brizola [ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul] cunhou como o Aerolula. Como se o avião fosse um privilégio do presidente. Eu superei isso. Um presidente tem que se respeitar, uma instituição tem que se respeitar. Não precisa um presidente correr riscos”, disse.
Atualmente, o Aerolula conta com uma cabine presidencial equipada com cama e um banheiro privativo para o presidente e a primeira-dama. Há também uma área reservada com duas mesas e 8 lugares. Ali, o chefe do Executivo pode ter conversas privadas durante o voo. Há ainda 16 poltronas para levar as principais autoridades que acompanham a comitiva.
Lula quer aumentar o número de convidados em viagens, especialmente deputados e senadores. O objetivo é se aproximar do Congresso e prestigiar aliados. Um avião maior seria útil para essa estratégia.
Há também reclamações sobre o desconforto da atual aeronave, que é considerada pequena por Janja. A primeira-dama também já demonstrou irritação com o número de escalas técnicas necessárias em longas viagens. O futuro avião já ganhou um apelido em Brasília. É tratado por políticos como “Aerojanja”.
Desde o início de seu 3º mandato, o presidente já fez 23 viagens internacionais. Para o governo, um avião com maior autonomia economizaria o tempo de deslocamento, já que precisaria fazer menos escalas. As paradas costumam ser mais demoradas do que em voos comerciais, em razão do abastecimento de combustível e da checagem de segurança.
Pane no Aerolula
O avião de Lula teve que dar voltas acima da Cidade do México por causa de um problema técnico logo depois da decolagem em 1º de outubro.
A FAB informou que o problema técnico no avião VC-1, um Airbus 319 CJ, foi resolvido “com sucesso”. Declarou também que os pilotos gastaram o combustível antes de retornar ao Aeroporto Internacional General Felipe Ángeles, na capital mexicana –onde trocaram de avião e voltaram a Brasília.
A manobra de queimar combustível antes de um pouso não previsto é comum. Normalmente, o peso do avião no momento da decolagem é superior ao máximo permitido no pouso –pousar com a aeronave pesada aumenta o risco de uma colisão com o chão.
O piloto do avião presidencial na visita ao México identificou um problema na aeronave assim que decolou. Em mensagem à torre de controle, o comandante usou o código “pan-pan, pan-pan, pan-pan” ao controlador, que significa um problema que necessita de ajuda em solo, mas que não representa risco de vida aos passageiros a bordo.
Segundo o Grupo Brasileiro de Segurança Operacional de Infraestrutura Aeroportuária, a expressão é usada em situações de urgência, sem perigo iminente. A partir dessa comunicação, o avião tem prioridade da torre, exceto se outro avião reportar o código “mayday, mayday, mayday”, que caracteriza situação de emergência, com perigo iminente.
O código “pan” vem da palavra pane –falha no funcionamento de algum equipamento elétrico ou hidráulico. Já o mayday vem do francês “m’aidez”, que significa “me ajude”.
“O pan-pan-pan é um aviso sonoro que o piloto emite falando que ele está com problema, o pan vem da palavra pane mesmo, mas não tem um perigo iminente às vidas que estão a bordo. Já o ‘mayday’ é uma declaração de emergência que todo mundo para e vai ajudar porque vai ter vítima”, declarou ao Poder360o presidente da Rima Aviação, comandante Gilberto Scheffer.
No áudio, o piloto diz “pan-pan, pan-pan, pan-pan” e comunica a necessidade de fazer uma curva à direita. O funcionário da torre pede para o piloto confirmar o código, o que o comandante do Aerolula faz em seguida.
Nas últimas 24 horas, desde o atentado desta quarta-feira (14/11), no qual um homem se explodiu em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Corte recebeu e-mails anônimos enaltecendo o ataque de Francisco Wanderley Luiz, 59 anos. O homem era dono de um carro que explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, mantinha bombas em uma casa alugada em Ceilândia (DF) e se matou vestindo uma roupa com naipes de baralho em suposta alusão ao Coringa.
Os e-mails são, em sua maioria, da plataforma Proton Mail, que tem como promessa o anonimato do usuário. Em um dos 8 e-mails recebidos, o homem-bomba é colocado como mártir.
“Esclarecemos que Francisco Luiz, agora no céu junto com o pai, foi apenas um dos inúmeros mártires de nossa luta contra vós, a escória satânica do STF”, diz um dos e-mails mandados para o Supremo.
Desde o dia 8 de janeiro de 2023, até o atentado à bomba que levou um homem-bomba a se explodir em frente à estátua da Justiça, na quarta-feira (14/11), o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu 1 mil ameaças por diversos meios, um total de três intimidações por dia. As ameaças contra ministros e atentando contra a integridade da Corte chegaram via e-mail, carta ou telefone.
Para receber cartas ou malotes, o STF já tem um protocolo severo de aceitação, com uso de raio-x e triagem dos profissionais. As ameaças levam a segurança do Supremo a manter em um banco de dados pessoas que possam ser potenciais autores de ataques.
O monitoramento dessas pessoas leva em conta premissas como: ter arma de fogo; ser ativa nas redes sociais com discurso antidemocrático ou explicitamente contra o STF; ter muitos seguidores; poder aquisitivo para viajar e orquestrar atos, entre outros.
Nas últimas 24 horas, desde o atentado de quarta, no qual um homem se explodiu em frente ao STF, a Corte recebeu número atípico de mensagens para um curto espaço de tempo. Foram oito e-mails anônimos enaltecendo o ataque de Francisco Wanderley Luiz, 59 anos.
O homem era dono de um carro que explodiu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, mantinha bombas em uma casa alugada em Ceilândia (DF) e se matou vestindo uma roupa com naipes de baralho em suposta alusão ao personagem Coringa.
Quase 24 horas depois das explosões promovidas por Francisco Wanderley Luiz, na Praça dos Três Poderes, o presidente Lula (PT), ainda não se manifestou sobre o caso.
Em conversa com jornalistas, nesta quinta-feira (14), o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, afirmou que o petista só vai se posicionar sobre o assunto caso seja “perguntado publicamente”.
Como noticiou o Diário do Poder, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou sobre o caso e repudiou a ação.
“Lamento e repudio todo e qualquer ato de violência, a exemplo do triste episódio de ontem na Praça dos Três Poderes. Apesar de configurar um fato isolado, e ao que tudo indica causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo, é um acontecimento que nos deve levar à reflexão. Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força. A defesa da democracia e da liberdade não será consequente enquanto não se restaurar no nosso país a possibilidade de diálogo entre todas as forças da nação”, declarou o político.
A explosão
Poucos instantes após o ato Instituto Médico Legal (IML), da Polícia Civil do Distrito Federal, realizou a remoção do corpo de Francisco Wanderley Luiz, que se explodiu nas proximidades da entrada da sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
O autor do atentado foi o ex-candidato pelo PL ao cargo de vereador do município de Rio do Sul (SC) Francisco Wanderley Luiz (Tiu França).
O Partido Liberal se manifestou sobre o caso e repudiou o ataque. A manifestação veio tanto do diretório nacional do PL como da regional de Santa Catarina.
“Reiteramos que o PL repudia veementemente qualquer tipo de violência e reafirma seu compromisso com os valores democráticos. Reforçamos ainda que ataques a instituições públicas vão contra os princípios defendidos pelo partido”, disse o PL nacional ao reafirmar confiança nas investigações judiciais.
O diretório regional do partido em Santa Catarina reafirmou sua posição contrária a “qualquer ato de violência que fira pessoas ou ameace as instituições democráticas. Defendemos firmemente o equilíbrio entre os poderes da República. Nossas bandeiras sempre serão pautadas na defesa da democracia”.
Nesta quinta-feira (14), a primeira-dama Janja Lula da Silva participou de um debate, no G20 Talks, no Rio de Janeiro. O evento precede o G20.
Ela defendeu a taxação de bilionários e citou Elon Musk, dono do X.
5 STF recebe ameaça por email após explosão que deixou um morto
– A gente não pode mais deixar ninguém para trás, e já deixamos muita gente, os países desenvolvidos, ricos, os super-ricos, e a gente não está falando só de país aqui. A trilha de finanças do G2O teve um consenso geral que os super-ricos, e a gente está falando de pessoas físicas… o Elon Musk, a gente tem que taxar os super-ricos, eles têm que contribuir para o desenvolvimento do mundo. Não adianta mais, cinco, dez pessoas no mundo deterem o PIB de países. Não existe. Eles não têm onde gastar esse dinheiro – falou.
Janja comentou ainda sobre influenciadores digitais. As informações são da veja.
– Não tenho mais usado o termo “influencers”, considero “comunicadores digitais”. Talvez para virar um pouco essa chave do que é influência. Aqui no G20 falei: ‘vamos chamar comunicadores digitais quem realmente esteja com a gente’. Façam a sua publi, ok, isso é importante, mas que também levem uma mensagem. Vocês têm um papel fundamental. Existem os chatos que ficam falando, mas deixa eles, estou aqui fazendo o meu trabalho.
A ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, o homem que morreu após detonar explosivos em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (13), teria dito informalmente a agentes da Polícia Federal (PF) que ele “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”. Ela e outros parentes de Francisco foram localizados pela PF.
Identificada como Daiane, a ex-companheira do autor das explosões foi conduzida à delegacia para formalizar a versão dada aos agentes da corporação em Santa Catarina. No relato feito aos policiais, ela disse que Francisco chegou a fazer e compartilhar pesquisas no Google com o planejamento do ato que executou nesta quarta.
Além disso, a ex-mulher de Francisco disse ainda que, assim que recebeu os registros das pesquisas feitas por ele, perguntou: “Você vai mesmo fazer essa loucura?”.
SOBRE O OCORRIDO
A sequência de explosões aconteceu no início da noite desta quarta (13), na Praça dos Três Poderes. O corpo, que foi identificado como sendo de Francisco Wanderley Luiz, foi encontrado no local após os estrondos. A Polícia Federal foi acionada e enviou agentes para a praça.
Um carro com artefatos explosivos foi encontrado no local. O veículo explodiu e ficou parcialmente destruído. Ele pertencia a Francisco. Uma hora antes da explosão, ele fez uma publicação nas redes sociais com críticas ao Supremo, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos presidentes das duas Casas do Congresso Nacional.
O barulho das explosões pôde ser ouvido tanto do prédio do STF como do Palácio do Planalto. Na sede do Supremo, os servidores foram levados por seguranças para uma sala segura. Nas redes sociais circularam imagens de um carro explodindo no estacionamento da Câmara dos Deputados. Essa segunda explosão ocorreu em região que também fica próxima à Praça dos Três Poderes.
Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que agentes da 5ª Delegacia de Polícia (PC-DF) foram até o local e confirmou pelo menos uma das explosões em frente ao Supremo.
A Câmara dos Deputados decidiu interromper a sessão após o incidente na Praça dos Três Poderes. Os parlamentares discutiam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária para igrejas. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que presidia a sessão, pediu aos colegas que ficassem no Plenário até terem a informação de que era seguro sair.
Chamava-se Francisco Wanderley Luiz e tinha 59 anos de idade o catarinense do município de Rio do Sul que morreu esta noite, pelas 19h40, após serem ouvidas ao menos duas explosões de bomba nas proximidades da estátua da Justiça, em plena Praça dos Três Poderes e a poucos metros do Supremo Tribunal Federal.
A identificação foi confirmada por fonte da Secretaria de Segurança Pública, que, por enquanto trabalha com a hipótese de caso de “lobo solitário”. Mas o secretário, delegado federal Sandro Avelar, alerta que as investigações estão apenas no começo. “É tudo muito incipiente”, disse ele ao Diário do Poder.
Circulam foto do morto posando sorridente para um cartaz de campanha eleitoral municipal de 2020, no qual é identificado como “Tiü França” e pelo número 22.222, revelando sua filiação ao PL de Jair Bolsonaro. Ele teve apenas 98 votos, correspondentes a 0,29% do total, e não foi eleito.
Ainda são desencontradas as informações sobre o caso que ganha contornos de atentado, mas policiais suspeitam que Francisco Wanderley aparentemente pretendia explodir a própria estátua, mas algo deu errado e acabou se explodindo.
Ministros e funcionários que ainda se encontravam no STF foram retirados do local logo após as explosões.
A governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), deslocou-se para a Praça dos Três Poderes para acompanhar o caso pessoalmente. Ela assumiu em razão de viagem do governador Ibaneis Rocha (MDB) ao exterior.
O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal confirmou a ocorrência, incluindo a morte do homem, e a Polícia Civil divulgou nota informando que policiais da 5ª Delegacia de Polícia estão no local onde ocorreu a explosão, já deu início às primeiras providências investigativas e acionou a perícia.
Toda a área foi isolada pela Polícia Militar do Distrito Federal.
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