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Categoria: Brasil

Quem é Juju do Pix, influenciadora que passou por cirurgia após complicações de procedimento estético clandestino

FOTO: REPRODUÇÃO

A influenciadora Juliana Oliveira, conhecida como Juju do Pix, deu início a uma etapa decisiva de sua reconstrução facial. Ela passou por uma cirurgia reparadora em São Paulo para remover óleo mineral aplicado no rosto durante um procedimento estético clandestino realizado em 2017. A intervenção aconteceu na quinta-feira (20) no Hospital Indianópolis, conduzida pelo cirurgião Thiago Marra.

Juju, que é natural de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, acumula mais de 46 mil seguidores no Instagram e compartilha há anos sua trajetória marcada por desafios desde que buscou feminilização facial em uma clínica sem autorização sanitária. À época, acreditava ter recebido silicone industrial, mas descobriu posteriormente que a substância injetada era óleo mineral, material que se espalhou pelos tecidos e provocou deformações.

Segundo o médico responsável, a cirurgia recente representa apenas o começo de um tratamento longo, que deve incluir outras etapas de correção. O objetivo é recuperar não apenas a estrutura facial, mas devolver autonomia e autoestima à influenciadora, que enfrentou dificuldades emocionais e profissionais desde o episódio.

Em publicação nas redes sociais, Marra destacou que o procedimento possui um significado maior. Ele definiu a operação como uma forma de reconstrução de dignidade, reforçando que a influenciadora não conseguiu retomar a vida profissional desde que enfrentou as sequelas do procedimento clandestino.

A história de Juju reacende o alerta sobre clínicas irregulares e substâncias proibidas ainda utilizadas em tratamentos estéticos clandestinos, além de evidenciar a importância do acesso seguro à saúde, especialmente para mulheres trans que enfrentam barreiras adicionais nos cuidados médicos.

Correio 24h

Blindado pelo STF pagou R$3 milhões a ex-assessor de Alcolumbre

FOTO: ROQUESÁ

O empresário Rodrigo Moraes, um dos fundadores da empresa Arpar Participação, recebeu um Habeas Corpus do STF permitindo que ele não comparecesse a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que investiga as fraudes no esquema envolvendo o INSS.

A oitiva estava prevista para esta segunda-feira, 24 de novembro. Contudo, o empresário foi mais um blindado pelo STF envolvido no golpe milionário aos aposentados.

Rodrigo é sócio da ARPAR Administração, Participação e Empreendimento S.A., empresa apontada pela PF como uma das envolvidas no esquema de desvios de benefícios de pensionistas.

Os parlamentares buscam esclarecer a razão de um pagamento de R$ 3 milhões efetuado pela Arpar a Paulo Boudens, ex-assessor e ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Além disso, a empresa teria recebido pelo menos R$ 49 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, um dos cabeças do esquema das fraudes.

A comissão de inquérito deve ter nova reunião na próxima quinta-feira (27).

Fraudes e envolvimento de Boudens

A Arpar Participação está sob investigação da Polícia Federal (PF) pela suspeita de ter sido utilizada para lavagem de dinheiro e o pagamento de propinas dentro do grande esquema de fraudes nas aposentadorias, estimado em R$ 4 bilhões.

Paulo Boudens, o beneficiário do repasse de R$ 3 milhões, era, na época do recebimento, assessor parlamentar no gabinete de Davi Alcolumbre. Desde outubro de 2024, Boudens está no Conselho Político do Senado.

Boudens também já foi apontado como o operador de um esquema de ‘rachadinha’ milionário no gabinete de Alcolumbre (União-AP), em 2021. Seis mulheres da periferia de Brasília foram contratadas como assessoras no gabinete do parlamentar, mas nunca trabalharam e devolviam a maior parte dos salários.

Histórico suspeito

Rodrigo Moraes e Anderson Orlandini, fundadores da Arpar, também são sócios da Arm Capital do Brasil, que é alvo de um inquérito por suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

Fundada em 2019 e sediada em São Paulo, a Arm Capital passou a ser investigada após um alerta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), que foi acionado por uma instituição financeira. O banco manifestou suspeita sobre remessas ao exterior realizadas pela empresa sem justificativa de origem do capital e sem que a Arm Capital apresentasse capacidade financeira compatível.

Entre maio e novembro de 2022, a Arm Capital realizou 862 operações bancárias, totalizando R$ 276 milhões. Além disso, os investigadores constataram que a empresa não funcionava no endereço declarado, aumentando as suspeitas.

Diário do Poder

Físicos defendem que Pedro Álvares Cabral aportou no Rio Grande do Norte, não na Bahia

FOTO: DIVULGAÇÃO

Uma nova pesquisa contesta a versão de que a chegada ao Brasil descrita por Pero Vaz de Caminha, em 1500, aconteceu na região onde hoje fica Porto Seguro, na Bahia. Segundo os autores, os portugueses teriam desembarcado primeiro na costa do Rio Grande do Norte. O artigo saiu em setembro no periódico Journal of Navigation, da Universidade de Cambridge. E a matéria foi publicada na Folha de São Paulo Ciência nesta semana.

Feita por dois físicos, os docentes Carlos Chesman, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Carlos Furtado, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a pesquisa fez a análise dos dados contidos na carta de Caminha e os comparou com os de correntes marítimas e ventos no período em que a viagem foi feita.

“Consideramos datas, localidades, distâncias, profundidades e relacionamos isso com os dados que temos à disposição hoje sobre ventos e correntes”, afirmou Chesman.

Primeiro registro escrito sobre o Brasil, em 1500, a carta de Caminha descreve a d. Manuel 1º a descoberta de uma “terra nova” pela expedição de Pedro Álvares Cabral. O escrivão relata que a frota avistou um “grande monte, mui alto e redondo”, que ganhou o nome de Monte Pascoal, e depois lançou âncora “à boca de um rio”.

A partir de cálculos com o auxílio de softwares e expedições de campo, a conclusão dos físicos é que Caminha estaria descrevendo o monte Serra Verde, na cidade de João Câmara, e o rio Punaú, que desemboca no mar na praia de Zumbi, em Rio do Fogo, a 72 quilômetros de Natal.

“Pelas descrições da carta, eles percorreram cerca de 4.000 quilômetros saindo de Cabo Verde. Essa distância corresponde a rota que traçamos, que considera as correntes e os ventos. Também corresponde a distância até Porto Seguro, mas se a rota for uma linha reta, o que é improvável”, disse Chesman.

Os pesquisadores afirmam ainda que o desembarque descrito por Caminha no dia seguinte à chegada, após a frota descansar com os navios ancorados, teria ocorrido na região onde hoje é a praia do Marco, entre os municípios de São Miguel do Gostoso e Pedra Grande.

O local recebeu esse nome por causa de um marco português datado de 1501, e desde o século passado intelectuais do Rio Grande do Norte, como Luís da Câmara Cascudo, difundem a hipótese de que os portugueses teriam chegado primeiro por lá.

Segundo Chesman, essa hipótese motivou a pesquisa, feita durante a pandemia de Covid.

A pesquisa, que não teve participação de historiadores, propõe reabrir o debate em torno da versão ensinada pela história oficial. Um colóquio científico para debater o estudo está sendo organizado por Chesman para o ano que vem, no Rio Grande do Norte. “Nossa intenção é que a discussão seja reaberta. Nós fizemos uma pesquisa a partir da física e estamos apresentando ela a historiadores, para que eles tomem conhecimento.”

Apesar da carta de Caminha ser base para a tese da chegada em Porto Seguro, há outros estudos que reforçam que o primeiro desembarque ocorreu na Bahia. Um destes é o do almirante da Marinha Max Justo Guedes, que em 1975 refez a rota da frota de Cabral e publicou “O Descobrimento do Brasil”. Guedes também considerou informações sobre correntes e ventos, além da característica das embarcações portuguesas.

Na avaliação da historiadora Ana Hutz, docente da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), precisa ser considerado o fato de a pesquisa ter sido feita a partir da carta, sem levar em conta estudos anteriores. “A ideia da chegada a Porto Seguro tem base em cartografias e outros estudos, que também refizeram essa rota. Esses estudos não são citados pelos autores.”

Ao ser perguntada se a pesquisa poderia causar mudanças no ensino de história do Brasil, a historiadora Juliana Gesueli, da PUC Campinas, respondeu que o debate precisa antes ser ampliado. “É preciso que haja mais pesquisas e evidências robustas para iniciar discussões que às vezes duram décadas para mudar os livros de história”, disse ela. “E precisa haver uma grande justificativa para mobilizar uma grande comunidade a fazer essa discussão.”

Gesueli acrescentou que, independentemente do local de chegada, o ensino em história tem como foco maior à estrutura colonial, que começou em Salvador e em Olinda décadas depois do primeiro contato. “A carta de Caminha é importante para datar o momento histórico, mas a ocupação portuguesa no Brasil só começou de fato a partir da década de 1530. Não acredito que possa causar uma grande mudança dos livros de história.”

Metodologia

Para chegarem ao resultado, os físicos catalogaram os dados numéricos da carta de Caminha e analisaram aqueles relacionados à trajetória realizada pela frota de Cabral, entre a partida das ilhas de Cabo Verde, em 23 de março de 1500, e os primeiros sinais de terra do Brasil, em 21 de abril. O encontro com a “serra mui alta e redonda, e outras mais baixas ao sul” descrito por Caminha aconteceu no dia seguinte, 22, a uma distância de cerca de 30 a 40 quilômetros da costa.

Nas expedições realizadas no litoral potiguar, a partir da rota traçada na pesquisa, os cientistas atestam que é possível enxergar a olho nu, como os portugueses (a invenção da luneta ocorreu no século 17), um monte semelhante ao descrito na carta e os outros ao sul.

“Na terceira expedição, três montanhas foram avistadas a aproximadamente 30 quilômetros da costa, próximas à praia de Maxaranguape. Viagens adicionais foram necessárias para melhor fotografar as montanhas e realizar medições batimétricas na região da plataforma continental”, afirma a pesquisa.

“Com base nesse registro fotográfico, foi conduzido um estudo topográfico para identificar geograficamente essas três elevações. Utilizando imagens de satélite em 3D, determinou-se que a montanha mais ao norte, maior e mais larga, é provavelmente o verdadeiro Monte Pascoal, atualmente conhecido como monte Serra Verde”, dizem os pesquisadores no estudo.

De acordo com a carta de Caminha, os portugueses ancoraram e um dos comandantes, Nicolau Coelho, foi enviado à costa em um batel para ter o primeiro contato com indígenas. Isso, segundo os pesquisadores, teria ocorrido na praia de Zumbi, na cidade de Rio do Fogo.

No dia seguinte, 23 de abril, os navios foram forçados a navegar por causa de ventanias e chuvas em direção ao norte “para ver se achávamos alguma abrigada e bom pouso, onde nos demorássemos”. Cerca de dez léguas depois (48 km), diz o escrivão, outro desembarque teria ocorrido. Para os físicos, este outro local seria a região de mar da praia do Marco, no limite de São Miguel do Gostoso com Pedra Grande.

Contribuição da física

Chesman afirmou que um dos aspectos atestados pela pesquisa, e que podem servir para outras investigações, é a contribuição que a física pode ter para outras áreas, incluindo a história. A seu ver, a prova disso é a publicação por um periódico de prestígio. “A ciência é interdisciplinar. O que fizemos foi usar a física para analisar fatos históricos e há uma contribuição nisso. Se uma revista como a Journal of Navigation aceita publicar, é porque é relevante.”

Ana Hutz, da PUC São Paulo, afirma que a história é uma disciplina ligada à memória de um povo e uma nação e que, portanto, precisa estar sempre aberta aos debates em torno de fatos históricos.

Gesueli, da PUC Campinas, acrescenta que, independentemente de mudar ou não a interpretação da chegada dos portugueses ao Brasil, a pesquisa contribui para que haja uma maior interdisciplinaridade entre a história e outras áreas, sobretudo das exatas. “Isso abre novas janelas”, afirmou ela. “Mas, para que isso tenha solidez, ele precisa estar um pouco mais próximo da metodologia de historiadores. Mas em que medida, e aqui eu faço uma mea-culpa, nós também não nos aproximamos e não olharmos para essa perspectiva?”.

Ponta Negra News

Biodiesel da Petrobras dá até para beber, aponta Lula em evento

FOTO: RICARDO STUCKERT

Nesta segunda-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o diesel refinado pela Petrobras com biodiesel está tão puro que “dá até para beber”. Ele deu declarações em Moçambique.

– Ela [Petrobras] está agora refinando o biodiesel já misturado 100% com o diesel. Sai um diesel melhor do que qualquer outro. Dá até para beber. Os carros bebem, e bebem muito – falou.

O petista disse ainda que pretende testar o produto na Alemanha em abril de 2026. As informações são do Poder360.

– Quero ir lá, na feira de Hannover, para provar. Qual é o óleo diesel que emite menos CO₂ no planeta Terra? Quero provar que é o brasileiro.

Pleno News

Governo teme ‘vingança’ após prisão de Bolsonaro

FOTO: RICARDO STUCKERT

Entrou no radar governista ao menos três retaliações após a prisão de Jair Bolsonaro. O PL deu uma guinada contra o projeto da Dosimetria e não aceita falar em redução de pena, mas em anistia. O presidente da Câmara, Hugo Motta, avisou que não irá pautar o texto. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), lembra que o partido só pediu uma coisa a Motta e a Davi Alcolumbre, na campanha para presidência das respectivas Casas: votar o texto. E eles prometeram que o pautariam.

Nada anda

Na reunião do PL, nesta segunda (24), fechada à imprensa, a palavra de ordem era obstrução. Travar tudo no Senado e na Câmara.

E a grana?

A preocupação do governo é com o Orçamento 2026, já atrasado. O líder na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), estridente, ajuda a piorar o clima.

Sem ajuda

Motta repetiu Arthur Lira e “demitiu” o interlocutor de Lula na Câmara. Não quer saber de Lindbergh, trata só com José Guimarães (PT-CE).

Espera sentado

No Senado a coisa azedou foi para Jorge Messias, indicado ao STF. Se aprovado, o “Bessias” cai justamente na turma que julga Bolsonaro.

Ação da Raízen/Shell na B3 despenca para R$0,82

Literalmente, cai pelas tabelas a distribuidora de combustíveis Raízen S/A, sócia da Shell, controlada pelo ex-magnata Rubens Ometto. A ação da empresa, cotada a R$6,22 em 2021, foi caindo e fechou em R$0,82 nesta segunda (24), mesmo com alta da a B3, a bolsa do Brasil. Investidores em geral comemoram queda no valor de ações porque isso pode significar oportunidade de comprar mais ações de boas empresas por preço menor. Exceto se o papel exala odores de cadáver insepulto.

Capivara alentada

Na capivara da Raízen tem até acusação de formação de cartel no Cade, o Conselho de Defesa Econômica do Ministério da Justiça.

Pendura milionário

A Raízen/Shell está entre os 500 maiores devedores do Estado de São Paulo, R$730 milhões, mas age como se a pendura não existisse.

Devedor contumaz

Apesar do débito milionário, a Raízen é uma das donas do Instituto Combustível Legal (ICL) e faz campanha contra o “devedor contumaz”.

Poder sem Pudor

Mestre do clientelismo

Raposa política mineira, José Maria Alkimin foi também mestre do clientelismo, naqueles tempos em que ninguém levava a sério concurso para ingressar no serviço público. Certa vez, ele recebeu um rapaz que havia solicitado um emprego no Estado, desafiando-o com inteligência: “⁠Estou desanimado, dr. Alkimin. Acho que não vou conseguir…” A raposa lembrou: “⁠O que é isso, meu filho? Esqueceu que me tem como padrinho?” O homem insistiu: “⁠É que são muitos candidatos, dr. Alkimin…” O político sentenciou: “⁠Mas eles não me têm como padrinho…”O rapaz seria nomeado uma semana depois.

Barricada per capita

Cláudio Castro (PL) revelou que seu governo mapeou 13 mil barricadas anti-blindados da polícia nas ruas de apenas cinco municípios do Rio. A operação iniciada ontem (24) prevê remover todas até o final de 2026.

Derrota a vista

Das derrotas que o governo Lula (PT) espera no Congresso, após a prisão de Jair Bolsonaro, está a qualificação de facções criminosas como terroristas. Até escapou na Câmara, mas deve ser retomada no Senado.

Arredondar não pode

O governo Lula previu a inflação de 2025 entre 1,5% e 4,5%, com alvo principal de 3%, o tal “centro da meta”. Agora comemora a previsão que vai cumprir o objetivo “abaixo do teto da meta”… em 4,45%.

Conta outra…

O Boletim Focus registra que a Selic foi mantida em 15% por “recuo da inflação, desaceleração da economia e ambiente externo incerto”. E repete a previsão que fez há um ano: em 12 meses, a Selic cairá a 12%.

Frase do dia

“Oração virou crime”

Sóstenes Cavalcante, líder do PL e expoente evangélico, sobre a prisão de Bolsonaro

Cunha de volta

Hoje dedicado à advocacia, o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, que se enrolou no Mensalão no primeiro no governo Lula (PT), ensaia seu retorno: foi homenageado na Câmara de Osasco, sua cidade.

Novo embaixador

O Itamaraty concedeu agrément à indicação de Raúl Graugnard para o cargo de embaixador plenipotenciário de Honduras em Brasília a partir de 19 de dezembro. O futuro embaixador é um apaixonado pelo Brasil.

Votação em 2026

A indicação de Jorge Messias ao STF não havia nem chegado às mãos de Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado, até ontem (24). Com isso, a indicação nem relator tem. Análise e voto devem ficar mesmo para 2026.

Espera sentado

Governistas não receberam bem a nota do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sobre a sabatina de Jorge Messias, indicado ao STF. O vago “no momento oportuno” sinaliza um chá de cadeira para o “Bessias”.

Pensando bem…

…manchetes desfavoráveis ao governo Lula e aliados foram rapidamente substituídas com a prisão de Bolsonaro.

Diário do Poder

Nikolas Ferreira é condenado por ter chamado trans de “homem”

FOTO: MARRIO AGRA

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi condenado na última quarta-feira (19) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) a pagar R$ 40 mil por danos morais a uma mulher transgênero. O caso ocorreu em 2022, quando o então vereador de Belo Horizonte chamou a parte autora do processo de “homem”.

– Essa pessoa aqui se considera mulher, mas ela é homem, e estava alegando transfobia. Então agora você é obrigado a depilar um pênis ou, caso contrário, você é transfóbico – afirmou Nikolas na época, se referindo a um vídeo em que a autora dizia ter sofrido transfobia em um salão de beleza.

Após a denúncia, o parlamentar alegou que suas críticas estavam vinculadas ao debate sobre “ideologia de gênero” e que não havia intenção de deslegitimar a dignidade da autora. Ainda cabe recurso da decisão. Em suas redes sociais, Nikolas comentou a condenação.

– Virou crime chamar homem de homem. Repito: virou crime dizer uma verdade biológica. Centenas de processos, nenhum condenado por corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de emenda e roubo de aposentado. Só resta condenar por dizer verdades. Ser perseguido pelo mal é o preço de não ser um deles – disse.

Na sentença, o juiz André Salvador Bezerra da 42ª Vara Cível de São Paulo, afirmou que o parlamentar legitimou a conduta discriminatória sofrida pela mulher trans, “o que possui maior potencial nocivo perante toda a sociedade, configurando um verdadeiro incentivo para que outros estabelecimentos discriminem mulheres transgênero pelo país”.

A autora havia solicitado inicialmente R$ 20 mil, valor que foi posteriormente majorado para R$ 50 mil, mas foi fixado em R$ 40mil. No processo, a defesa do deputado sustentou que a republicação do vídeo “se limitou ao exercício da liberdade de expressão e manifestação político-ideológica, sem ofensas direcionadas à autora ou práticas discriminatórias”.

Pleno News

Prazo termina, e Bolsonaro não apresenta novo recurso no STF; veja próximos passos

FOTO: DIVULGAÇÃO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não apresentar os segundos embargos de declaração no processo em que foi condenado por tentativa de golpe de Estado. O prazo para esse tipo de recurso terminou nesta segunda-feira (24). A informação é do g1.

Bolsonaro foi condenado em setembro pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial fechado, por liderar uma organização criminosa que tentou impedir a posse do presidente Lula e subverter o Estado democrático de Direito.

O processo está na fase final de recursos. Para que a condenação passe a ser cumprida, é necessário que o relator, ministro Alexandre de Moraes, declare o trânsito em julgado, ou seja, que não cabem mais recursos.

Em tese, as defesas ainda podem apresentar, até o fim de semana, os embargos infringentes. Esses, sim, têm poder maior de mudar a pena. Mas há o entendimento no STF que esses embargos só caberiam se os réus tivessem obtido dois votos pela absolvição no julgamento do golpe, em setembro. Mas eles não receberam. Por isso, Moraes pode entender que não cabem os infringentes e declarar o trânsito em julgado antes.

Em seguida, poderá declarar o cumprimento das penas, quando os condenados deverão ser levados para a cadeia.

Bolsonaro está preso desde sábado (22) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília — mas não pelo julgamento da tentativa de golpe. Ele cumpre prisão preventiva, decretada por Moraes após a PF apontar dois fatos:

– Violação da tornozeleira eletrônica que ele usava em prisão domiciliar;

– Risco de fuga, em meio à convocação de uma vigília religiosa feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na porta da casa do ex-presidente.

Nesta segunda (24), a Primeira Turma do STF manteve por unanimidade a prisão preventiva de Bolsonaro.

Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por conta da investigação sobre a tentativa de atrapalhar o processo da trama golpista.

A prisão preventiva vai persistir enquanto o Supremo considerar que os motivos que determinaram a medida ainda existem.

O que acontece agora

Com o fim do prazo dos segundos embargos — e sem apresentação por Bolsonaro —, Moraes pode:

Rejeitar os recursos dos demais réus;

Considerar eventuais novos embargos protelatórios;

E, em seguida, declarar o trânsito em julgado, o que permite iniciar o cumprimento da pena.

As defesas, em tese, ainda podem apresentar embargos infringentes até o fim da semana.

Bolsonaro: unânime, Primeira Turma do STF mantém prisão preventiva

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Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começaram a julgar, às 8h desta segunda-feira (24), referendo da decisão do ministro Alexandre de Moraes que levou à prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Com os votos de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, o colegiado decidiu, por unanimidade, manter Bolsonaro preso. Com informações do Metrópoles.

A prisão preventiva de Bolsonaro foi decretada, no sábado (22), pelo relator do caso no STF, a partir de uma série de fatores, como a violação de tornozeleira e a possibilidade de fuga.

O julgamento iniciou com Moraes apresentando seu posicionamento. “Voto no sentido de referendar a decisão de converter as medidas cautelares anteriormente impostas em prisão preventiva de Jair Messias Bolsonaro”, disse.

Moraes afirmou, a partir de laudo, que Bolsonaro “violou dolosa e conscientemente o equipamento de monitoramento eletrônico, conforme comprova o relatório da Seape/DF”. Em audiência de custódia realizada nesse domingo (23/11), Bolsonaro atribuiu as avarias feitas à tornozeleira que usava a um “surto” provocado pela combinação de dois medicamentos controlados.

O ministro ressaltou que Bolsonaro “é reiterante no descumprimento das diversas medidas cautelares impostas”. Citou ainda a vigília convocada por Flávio Bolsonaro e a “confissão” de Bolsonaro.

“Na audiência de custódia, realizada em 23 de novembro de 2025, Jair Messias Bolsonaro, novamente, confessou que inutilizou a “tornozeleira eletrônica”, com cometimento de falta grave, ostensivo descumprimento da medida cautelar e patente desrespeito à Justiça”, afirmou o ministro em seu voto, em plenário virtual.

Dino, Zanin e Cármen votam

O segundo a votar foi o presidente da Primeira Turma, Flávio Dino, que reforçou que a condenação de Bolsonaro nos atos golpistas “presta-se inclusive a comprovar a periculosidade do agente”. Ele ainda completou: “Voto pelo referendo integral da decisão cautelar proferida pelo eminente ministro relator, com a decretação da prisão preventiva de Jair Messias Bolsonaro”.

Dino ainda citou a “periculosidade” do ex-presidente e ressaltou que as fugas para outros países de deputados federais aliados de Bolsonaro, como Carla Zambelli e Alexandre Ramagem, demonstram a “ambiência vulneradora da ordem pública em que atua a organização criminosa chefiada por Jair Bolsonaro”.

O ministro ainda ressalta que todo o cenário compõe “um quadro que, lamentavelmente, guarda coerência com o conjunto de ilegalidades já reprovadas pelo Poder Judiciário. As fugas citadas mostram profunda deslealdade com as instituições pátrias, compondo um deplorável ecossistema criminoso descrito nos acórdãos proferidos na AP nº 2.668/DF”.

O ministro Cristiano Zanin foi o terceiro a votar e acompanhou o voto do relator para manter a prisão do ex-presidente. Dessa forma, a Primeira Turma do Supremo fez maioria para manter a decisão de Moraes, e Bolsonaro continuará em prisão preventiva.

Em seguida, Cármen Lúcia se manifestou e fechou a votação: por unanimidade, a Primeira Turma decidiu por manter o ex-presidente Bolsonaro em prisão preventiva.

Plenário virtual

Para a prisão de Bolsonaro, Moraes agiu a partir de um pedido da Polícia Federal (PF). A sessão que analisa a ordem de prisão preventiva ocorre em plenário virtual e com prazo de conclusão que se encerra às 20h, mas a totalidade dos ministros já votou.

A sessão extraordinária foi aberta a pedido de Moraes, que encaminhou a decisão ao presidente da Turma, ministro Flávio Dino, responsável por incluir o caso na pauta para deliberação dos demais ministros.

O julgamento no plenário virtual começou com o voto de Moraes, que tem 14 páginas de justificativa da prisão. Ele apresenta sua análise sobre o episódio que motivou a prisão de Bolsonaro e defende a manutenção da medida. Votaram no referendo da decisão: Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin.