ALÉM DE LIMPAR E HIGIENIZAR O BEBEDOURO REGULARMENTE, DE PREFERÊNCIA COM ÁGUA E SABÃO NEUTRO, É NECESSÁRIO ATENTAR PARA A LIMPEZA DO VASILHAME
O verão, principalmente na capital do Rio Grande do Norte, é sinônimo de praia e muito sol. Nessa época do ano, tanto na capital quanto no interior, muitas famílias fazem verdadeiras mudanças em busca de lazer e descanso. Com essa alteração na rotina, os cuidados com a saúde devem ser redobrados, especialmente quanto ao consumo de água.
Entre os tipos de água disponíveis no mercado, a mais saudável é a água mineral natural, que não passa por nenhum processo que altere suas características microbiológicas, químicas e físico-químicas. Ainda assim, é necessário manter alguns cuidados, para evitar que a água mineral sofra alterações, dependendo da forma de armazenamento e limpeza do garrafão e bebedouro.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que tanto os responsáveis pelos locais de venda quanto os consumidores devem estar atentos a todo o trajeto que o vasilhame percorre desde a saída da fonte. Esse percurso abrange o transporte, distribuição e abastecimento no comércio, até a chegada na residência, além da higienização adequada do recipiente e do bebedouro.
No comércio, os vendedores devem evitar que o produto fique em contato direto com o chão (e sim sobre pallets), proteger da exposição ao sol durante longos períodos, observar se existem rachaduras no garrafão, se está lacrado e tampado corretamente, e evitar o armazenamento próximo a produtos químicos, locais úmidos ou com poeira.
Já em casa, os cuidados com os garrafões continuam. Além de limpar e higienizar o bebedouro regularmente, de preferência com água e sabão neutro, é necessário atentar para a limpeza do vasilhame. O ideal é utilizar para essa higienização álcool em gel e papel absorvente, para evitar a contaminação com outras bactérias presentes em esponjas e panos úmidos.
Alguns cuidados extras preservam tanto a qualidade da água quanto a limpeza do vasilhame. Por exemplo, ao abrir o garrafão, é importante fazer a retirada completa do lacre e da tampa antes de inserir no bebedouro. Para evitar a incidência de luz no garrafão, podem ser usadas capas protetoras, preferencialmente escuras. Essas medidas simples podem manter a saúde de toda a família em dia, não só nos dias de verão, mas também durante a rotina diária.
“Para garantir que está consumindo uma água 100% mineral natural, o consumidor deve ficar atento ao selo fiscal azul que deve estar no lacre da tampa. Além disso, é essencial que o cliente verifique a data de validade do garrafão”, reforça Djalma Barbosa Júnior, presidente do Sindicato da Indústria de Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em Geral do Estado do Rio Grande do Norte – Sicramirn.
Água Mineral do RN
O movimento #AguaMineralDoRN é uma iniciativa do Sindicato da Indústria de Cervejas, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em Geral do Estado do Rio Grande do Norte (SICRAMIRN), ancorada por todas as empresas de água mineral do Rio Grande do Norte. A missão, mais que informar ou vender, é conscientizar: trazer para a população os benefícios da água mineral natural, sua qualidade e o que a difere das demais.
A água é essencial não só para a vida humana, como para todos os seres vivos. Destacar a qualidade e os diferenciais da água mineral natural é muito mais do que fortalecer empresas: é valorizar um produto natural e importantíssimo para a nossa vida.
FORAM AVALIADAS 350 OUVIDORIAS QUE UTILIZAM O PORTAL FALA.BR, PLATAFORMA INTEGRADA DE OUVIDORIA E ACESSO À INFORMAÇÃO ADMINISTRADA PELA CGU
A Controladoria Geral da União (CGU) divulgou um ranking com as instituições federais que mais receberam elogios no ano de 2019. A Rede Ebserh, formada por administração central e 40 hospitais universitários federais, registrou mais da metade de todos os elogios recebidos por todas as instituições do Poder Executivo Federal no decorrer do ano. Das 7.844 manifestações positivas, 51,75%, ou seja, 4.060 são voltadas a alguma unidade da Rede Ebserh. Dentre elas a Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC-UFRN), que ficou em 4º lugar no ranking Nacional.
Foram avaliadas 350 ouvidorias que utilizam o portal Fala.BR, plataforma integrada de ouvidoria e acesso à informação administrada pela CGU. O portal recebe denúncias, reclamações, solicitações, sugestões e elogios. O ouvidor da MEJC, Antonio Sérgio, explica que vem desenvolvendo um trabalho mais intenso de divulgação da Ouvidoria e do portal Fala.BR. “Divulgamos o serviço da ouvidoria em contato direto com o usuário do SUS, no corpo a corpo. Em anos anteriores tínhamos muito mais reclamações, hoje atingir esta colocação é prova que estamos no caminho certo e prestamos um serviço assistencial de qualidade”, afirma.
Canal de mensagens
Ferramenta desenvolvida pela Controladoria-Geral da União (CGU) que reúne informações sobre manifestações direcionadas à Ouvidoria (denúncias, sugestões, solicitações, reclamações, elogios e pedidos de simplificação) que a Administração Pública recebe diariamente pela Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação (Fala.BR).
O painel visa dar transparência e fornecer dados que auxiliem gestores e cidadãos no exercício do controle por meio da participação social. Para acessar as informações referentes a MEJC, clique no botão ‘ESFERA FEDERAL’ e depois digite no campo ‘NOME DO ÓRGÃO/ENTIDADE’: EBSERH – MEJC- UFRN – Maternidade Escola Januário Cicco.
Sobre a Rede Hospitalar Ebserh
A MEJC faz parte da rede hospitalar Ebserh desde agosto de 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais. Como hospitais vinculados às universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas.
RESULTADOS DESBANCAM HIPÓTESE DE QUE O USO DE MACONHA EVITA RECAÍDAS. FOTO: DIVULGAÇÃO / POLÍCIA FEDERAL
O uso recreativo de maconha como estratégia de redução de danos para dependentes de crack e cocaína em reabilitação pode não ser eficaz, é o que mostra uma pesquisa brasileira publicada na revista Drug and Alcohol Dependence. Dados do artigo indicam que o consumo da erva piorou o quadro clínico dos pacientes, em vez de amenizar, como esperado, a ansiedade e a fissura pela droga aspirada ou fumada em pedra (crack).
O estudo acompanhou um grupo de dependentes por seis meses após a alta da internação voluntária de um mês no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP). Os pesquisadores do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA) e do Laboratório de Neuroimagem dos Transtornos Neuropsiquiátricos (LIM-21) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) constataram que a maconha prejudica as chamadas funções executivas do sistema nervoso central, relacionadas, entre outras atividades, com a capacidade de controlar impulsos.
“Nosso objetivo é garantir que políticas públicas para usuários de drogas sejam baseadas em evidências científicas. Quando as políticas de redução de danos foram implementadas no Brasil, para usuários de cocaína e crack, não havia comprovação de que seriam benéficas. Os resultados deste estudo descartam completamente essa estratégia para dependentes de cocaína”, disse um dos autores do artigo, Paulo Jannuzzi Cunha, professor do Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e pesquisador do LIM-21.
Foram incluídos na pesquisa 123 voluntários divididos em três grupos: dependentes de cocaína que fizeram uso recreativo da maconha (63 pessoas), dependentes de cocaína que não consumiram a erva (24) e grupo controle (36), composto por voluntários saudáveis e sem histórico de uso de drogas.
Os primeiros resultados mostraram que um mês após receberem alta, 77% dos dependentes de cocaína que fumaram maconha mantiveram a abstinência. Já entre aqueles que não fizeram uso de maconha, 70% não tiveram recaídas.
Mas três meses após a internação a situação se inverteu e a estratégia de redução de danos mostrou-se pouco efetiva. Entre os que não fumaram maconha, 44% permaneceram sem recaídas, enquanto só 35% dos que fizeram uso recreativo da maconha mantiveram-se abstinentes. Ao fim dos seis meses de acompanhamento, permaneceram sem recaídas 24% e 19% dos voluntários, respectivamente, mostrando que os pacientes que usavam maconha acabaram recaindo mais no longo prazo.
“Os resultados desbancam a hipótese de que o uso recreativo de maconha evitaria recaídas e ajudaria na recuperação de dependentes de cocaína. Um quarto daqueles que não fumaram maconha conseguiu controlar o impulso de usar cocaína, enquanto só um quinto não teve recaída entre os que supostamente se beneficiariam da estratégia de redução de danos. O uso pregresso de maconha não traz melhoras de prognóstico no longo prazo, o estudo até sugere o contrário”, disse o psiquiatra Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, primeiro autor do artigo.
Prejuízo cognitivo
De acordo com os resultados, os dois grupos de dependentes de cocaína em reabilitação apresentaram déficits neurocognitivos importantes em tarefas que incluíam memória operacional, velocidade de processamento, controle inibitório, flexibilidade mental e tomada de decisão, quando comparados ao grupo controle.
Porém, aqueles que fizeram uso recreativo de maconha apresentaram resultados ainda piores em relação às chamadas funções executivas – relacionadas à capacidade de sustentar a atenção em determinados contextos, memorizar informações e elaborar ou planejar comportamentos mais complexos. Também apresentaram lentidão no processamento mental e maior dificuldade para frear impulsos. Durante todo o projeto foram realizados testes cognitivos e exames de neuroimagem. Os voluntários também fizeram exames de urina para verificar o eventual uso de drogas.
“Um dos limitadores do nosso estudo foi a impossibilidade de analisar o tipo de maconha usada pelos voluntários. Era a droga que eles consumiam em casa ou no seu contexto social”, disse Cunha.
Um preparado de maconha é composto por pelo menos 80 tipos diferentes de canabinóides. Dois deles têm maior relevância: o THC, associado aos efeitos de relaxamento da droga, à dependência e a danos neurológicos; e o canabidiol, que poderia modular os efeitos do THC. “Nosso trabalho não envolveu uma avaliação específica dos possíveis efeitos do canabidiol, que pode até ter potencial terapêutico, mas se apresenta em proporção muito menor na maconha fumada e é muito difícil de ser extraído puro da Cannabis”, disse.
Segundo o professor Cunha, isolar o canabidiol é uma das linhas de pesquisa para entender melhor se um comprimido contendo canabidiol pode ter resultados em dependentes de cocaína. “O problema é que, primeiro, é muito difícil isolar o canabidiol para realmente fazer uma medicação efetiva, porque geralmente os remédios vem com o THC, então mesmo remédios com canabidiol vendidos, por exemplo, nos EUA e na Europa, têm também um teor de THC alto, e o THC piora o quadro do paciente”, reforçou.
Dados do artigo também indicam que, quanto mais precoce foi o uso de maconha e cocaína na vida dos dependentes, maiores as chances de recaída durante a reabilitação por cocaína. “Trabalhos anteriores demonstraram que a precocidade prejudica o neurodesenvolvimento e a organização de importantes redes neurais no cérebro. Portanto, a exposição precoce à maconha teria um prognóstico pior não só em relação à própria maconha, como também a outras substâncias”, disse Oliveira Júnior.
Redução de danos
O uso de substâncias como a metadona (narcótico do grupo dos opioides) tem sido considerado uma estratégia de redução de danos eficaz na reabilitação de dependentes de heroína e outras drogas injetáveis, atingindo, desde os anos 1990, determinado sucesso em diferentes países.
Com base nos resultados com dependentes de heroína, trabalhos anteriores não controlados vinham sustentando a hipótese de que o uso recreativo da maconha poderia ser também uma estratégia eficaz na redução da fissura em dependentes de cocaína e crack. “Isso resultou, inclusive, na implementação de organizações na área de redução de danos e políticas públicas que indicavam o uso da maconha fumada como estratégia para redução da ansiedade e fissura pelo uso de cocaína. Nosso estudo contradiz esse tipo de estratégia”, disse Oliveira Júnior.
Cunha explica que a diferença de resultados na política de redução de danos entre usuários de heroína e cocaína ou crack se dá pelas peculiaridades de cada droga. “A abstinência por heroína traz sintomas corporais, fisiológicos e biológicos muito rapidamente. Se o usuário fica sem um opioide, começa a suar frio, passar mal, pode ter convulsões e problemas físicos graves”, disse.
O pesquisador afirma que uma estratégia farmacológica de redução de danos que ajude na remissão dos sintomas e que seja um passo intermediário até que o paciente consiga se manter abstinente é completamente apropriada.
“Já o usuário de cocaína em abstinência vai ter mais sintomas de humor, como irritabilidade e depressão. Pode ter uma depressão logo após cessar o uso, mas nada equiparável aos efeitos físicos observados em usuários de drogas injetáveis. Por isso, nesse caso, são importantes as estratégias comportamentais que ensinam o paciente a lidar melhor com as emoções e o ajudam a se manter sem uso de drogas, sendo bem mais eficientes em longo prazo”, disse.
De acordo com os pesquisadores, as abordagens mais indicadas são terapia cognitivo-comportamental, manejo de contingências (reforço de comportamentos desejáveis) e o tratamento médico-psiquiátrico de eventuais doenças associadas, como depressão, transtornos de ansiedade e transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH).
O VÍRUS ESTÁ SENDO ENQUADRADO NA FAMÍLIA DOS CORONAVÍRUS, RESPONSÁVEIS POR INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS. FOTO: ALL RIGHTS RESERVED/CATERS CLIPS
A Organização Mundial de Saúde anunciou nesta terça-feira, 14, um plano para preparar os hospitais de todo o mundo para um novo vírus que já contagiou dezenas de pessoas na China, provocando uma morte. O anúncio foi feito depois que uma pessoa fora da China foi diagnosticada com o mesmo vírus misterioso.
“Estamos nos preparando para a hipótese de contágios em massa. Por isso, estão sendo tomadas medidas de prevenção e controle de infecções para que todos os hospitais do mundo apliquem as precauções habituais”, informou a diretora interina do Departamento de Doenças Emergentes da Organização Mundial de Saúde, Maria Van Kerkhove.
As declarações surgem depois de a agência de notícias oficial da China ter divulgado que uma mulher chinesa que viajou para a Tailândia transportou consigo o vírus e foi colocada em quarentena.
A mulher, que voou da cidade chinesa de Wuhan, onde o surto teve origem em dezembro, foi hospitalizada depois de ter chegado a Bangkok e acabou por ser colocada em quarentena. De acordo com a agência de notícias chinesa, a mulher chegou à Tailândia em 8 de janeiro e nenhum outro passageiro do avião em que seguia foi infectado.
Até agora, o novo vírus já provocou a morte de uma pessoa e afetou outras 41, que registram sintomas semelhantes aos de uma pneumonia. Dos 41 casos confirmados na China, seis estão em estado grave e outros sete já tiveram alta, disse a porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.
O vírus está sendo enquadrado na família dos coronavírus, responsáveis por infecções respiratórias. Os coronavírus podem causar variadas doenças, desde simples constipações até doenças respiratórias fatais.
Ainda nesta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde mencionou a possibilidade de o vírus ser transmitido “de forma limitada de pessoa para pessoa”, apesar de “ser cedo e ainda não existir um quadro clínico claro”.
“A experiência com a síndrome respiratória aguda e grave (Sars) ou a síndrome respiratória do Médio Oriente (Mers) nos preparou para esta situação, a comunidade global vem tomando medidas preventivas e todos os sistemas estão preparados para serem ativados”, garantiu a OMS.
A VACINAÇÃO É UM DIREITO PREVISTO NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A FALTA DE PROTEÇÃO CONTRA DOENÇAS PÕE A VIDA DAS CRIANÇAS EM RISCO. FOTO: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Em meio à queda da cobertura vacinal e reaparecimento de doenças erradicadas, como o sarampo, casos de famílias que não vacinam os filhos têm chegado à Justiça, que passou a determinar imunização das crianças. Nos últimos seis meses, houve ao menos três episódios no País. Especialistas explicam que a vacinação é um direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e que a falta de proteção contra doenças põe a vida das crianças em risco. Nesses casos, os pais podem ser multados e até perder a guarda da criança.
O caso mais recente foi no início de janeiro, quando a Justiça de Minas determinou que um casal vacinasse os dois filhos. Os pais diziam que tinham se baseado em artigos científicos e informaram que se converteram a uma religião que proíbe a “contaminação por vacina“. Após perder a ação em 1ª instância, a família recorreu, mas perdeu.
Para fundamentar sua decisão, o desembargador Dárcio Lopardi Mendes citou a Constituição, que “proclama a saúde como direito social” e “preconiza que a saúde é direito de todos e constitui dever do Estado assegurá-la, de forma a resguardar um bem maior: a vida”. O caso corre em segredo de Justiça. A reportagem conseguiu localizar a família, da região de Poços de Caldas (MG), mas ela não quis se manifestar.
Também foi com base na Constituição que Carlos Roberto da Silva, desembargador da 7ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), determinou que um casal de Rio do Sul, região do Alto Vale catarinense, atualizasse a carteira de vacinação dos três filhos em julho de 2019.
“Tem o arcabouço que começa na Constituição, pois é obrigação do Estado de garantir a saúde e isso suplanta determinadas convicções pessoais. O ECA também contempla essa obrigatoriedade dos pais em relação à saúde e do ensino. A vacinação é um dever dos pais e um direito das crianças e adolescentes”, disse o desembargador ao jornal O Estado de S. Paulo.
A ação havia sido ajuizada pelo Ministério Público e a família recorreu.
“O argumento deles era um temor de que os filhos pudessem ter alguma rejeição. Solicitamos consulta médica nas crianças para afastar a hipótese de rejeição, o agravo foi julgado e foi mantida a decisão de proceder a vacinação sob pena de multa. É uma demonstração dessa lamentável situação de abandono dos pais em relação à obrigatoriedade das vacinas.”
Em São Paulo, o Ministério Público Estadual (MPE) resolveu intervir no caso de uma família de Paulínia, cidade do interior paulista, que não queria vacinar o filho de 2 anos.
“O casal informou que optou por um crescimento de ‘intervenções mínimas’, que o filho estava saudável e que ele não ia à escola, portanto, estaria ‘longe de riscos de infecções'”, informou a assessoria do órgão.
A queda da cobertura vacinal é um problema que tem se acentuado nos últimos anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, das oito vacinas obrigatórias para crianças de até um ano de idade, apenas a BGC, que protege contra a tuberculose e é dada após o nascimento, atingiu a meta de 95% em 2018.
A cobertura da tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, caiu de 102,39% em 2011 para 91,98%. Segundo o ministério, com as campanhas realizadas no ano passado, 2019 conseguiu superar a meta e 99,4% das crianças de um ano foram vacinadas – a pasta não informou a cobertura das demais vacinas e afirmou que os dados ainda estão em consolidação.
Denúncias
Presidente da Comissão de Direito Médico e de Saúde da seccional paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Juliana Hasse diz que a Justiça se baseia não só na legislação vigente, mas em evidências científicas sobre a eficácia das vacinas. Segundo ela, esse tipo de caso não deveria ser resolvido nos tribunais.
“Geralmente, a escola denuncia para o conselho tutelar, que vai apurar, e o Ministério Público pode oferecer denúncia. Sabemos que a judicialização está crescendo de um modo geral, mas não há necessidade disso”, afirma Juliana. “É uma questão de conscientizar os pais sobre a importância disso. Tem de ter um pediatra com bom senso e seguir as diretrizes baseadas na ciência.”
Juliana diz que a legislação precisa ser fortalecida para que não seja preciso recorrer ao Judiciário. “Algumas doenças voltaram. Quando não vacina, além de descumprir o ECA, os pais trazem mais riscos à criança. Só se desobriga quando há um relatório médico apontando que a criança tem algum problema de saúde que a impede de ser vacinada.”
Segundo ela, a multa aos pais pode chegar a R$ 20 mil e, em casos mais extremos, os pais podem perder a guarda do filho.
Carteira de vacinação
Em agosto de 2018, a Prefeitura de São Paulo anunciou que passaria a exigir a carteira de vacinação das crianças matriculadas nas creches e pré-escolas da rede municipal duas vezes por ano: no ato da matrícula e no mês de agosto. As crianças que não estão vacinadas não são impedidas de fazer a matrícula ou a rematrícula, mas os pais são orientados a fazer a atualização da carteira.
O Programa Municipal de Imunizações prevê, segundo a Prefeitura, “vacinação em escolas com busca ativa de crianças para atualização da caderneta de vacinação, de acordo com o levantamento do perfil epidemiológico, e quando há a necessidade de ampliação da cobertura vacinal”.
Em novembro do ano passado, a cobertura vacinal da poliomielite atingiu 86,39% e a da tríplice viral atingiu 100,5% entre as crianças até um ano da capital.
A gestão municipal informou que servidores das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) vão visitar as escolas no primeiro dia de aula, em 5 de fevereiro, para conversar com os pais sobre a importância da vacinação. “A partir dessa sensibilização, haverá a avaliação da carteira de vacinação dos alunos.”
No Paraná, uma lei sancionada em 2018 tornou obrigatória a apresentação da carteira de vacinação nas escolas públicas e particulares do Estado, mas a medida não faz com que o aluno sem imunização seja impedido de frequentar a escola. A regra entrou em vigor no ano passado.
“Após a conclusão de todo o processo de efetivação das matrículas, é gerado um relatório com a relação nominal dos estudantes cuja declaração de vacinação ainda não foi entregue. Os pais ou responsáveis são contatados pela escola e devem regularizar a situação em um prazo de 30 dias, sob pena de serem acionados pelo Conselho Tutelar”, explica a Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná.
Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (SIEEESP), Benjamin Ribeiro da Silva diz que, com o reaparecimento de doenças, as escolas particulares intensificaram as campanhas com os pais e alunos.
“A gente tem orientado as famílias e algumas escolas, que têm serviços médicos, fazem a campanha (de vacinação) dentro da escola. (O tema é abordado) nas reuniões, no site das escolas. Hoje, a comunicação digital é muito grande e algumas escolas têm sistema de comunicação por SMS.”
Silva afirma que, neste momento de férias, os pais podem aproveitar para atualizar a carteira de vacinação dos filhos.
Em novembro do ano passado, pais da escola de ensino infantil Carinha Suja, localizada na Santa Cecília, na região central de São Paulo, relataram que receberam um comunicado informando que agentes de saúde visitariam a unidade para verificar a carteira de vacinação e que a entrada dos alunos só seria “permitida mediante o envio dos documentos solicitados”.
Consultada pela reportagem no dia da ação, realizada em 21 de novembro, a coordenadora pedagógica da escola, Meire Andrade, afirmou que o comunicado tinha como objetivo conscientizar as famílias e que nenhuma criança seria barrada.
“Não tivemos nem dez vacinas aplicadas, porque as crianças estão com a carteira em dia. (O comunicado) foi para que os pais tivessem uma responsabilidade maior, porque já vínhamos fazendo um trabalho nos bastidores. Se tivesse ocorrido algum problema, iríamos chamar para conversar, fazer a conscientização.”
Durante o surto de sarampo, a escola teve uma ação de bloqueio por caso suspeito da doença.
Congresso
No mês passado, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que prevê a prisão de quem deixar de vacinar criança ou adolescente. A medida ainda precisa ainda passar pela Comissão de Constituição e Justiça, para depois ir ao plenário da Casa.
O texto acrescenta ao Código Penal o crime de omissão e oposição à vacinação. Os responsáveis que se negarem ou se omitirem a vacinar a criança ou adolescente, sem justa causa, poderão sofrer detenção de um mês a um ano ou multa. Ainda conforme o projeto, a mesma pena pode ser aplicada para quem divulgar, propagar e disseminar, por qualquer meio, notícias falsas sobre as vacinas componentes de programas públicos de imunização.
O NOVO CENTRO CLÍNICO OFERECE 10 ESPECIALIDADES E ESTÁ INSTALADO NO SHOPPING CIDADE VERDE
Instalado no primeiro andar do ShoppingCidade Verde , o novo Centro Clínico Zona Sul foi inaugurado nessa segunda-feira, 13, oferecendo aos beneficiários da Unimed Natal dez especialidades. Desde ginecologia, obstetrícia, nefrologia, oftalmologia, pediatria, proctologia, urologia, reumatologia, até cardiologia e cirurgia geral. Tudo isso em um ambiente desenvolvido com conforto e modernidade na área onde estão a maior dos parte dos beneficiários da cooperativa.
Para o gestor do Centro Clínico Zona Sul, Felipe Boaz, essa é uma unidade que vai atender uma grande lacuna na rede assistencial da Unimed Natal que antes não contava com o serviço próprio na região. O superintendente de Recursos Próprios, Dr. Emerson Oliveira, conclui ressaltando que além de melhorar o atendimento à população, o novo espaço também garante mercado de trabalho para os médicos cooperados, reforçando a política de investimentos na área.
O novo espaço está localizado no Shopping Cidade Verde (Av. Ayrton Senna, 1904, Nova Parnamirim) e está com a agenda aberta para consultas. Funciona, inicialmente, das 7h às 19h e vai ampliar o horário até às 21h, conforme o aumento da demanda. A capacidade é para 11 mil atendimentos por mês. Para marcar, ligue (84) 3220.6400.
O PRECONCEITO E O ESTIGMA AINDA SÃO GRANDES, O QUE DIFICULTA MUITO A PROCURA POR AJUDA
Um estudo mostrou que o número de brasileiros que fazem uso de antidepressivos cresceu 23% em 4 anos, de 2014 a 2018. Esse aumento contraria a tendência de consumo geral de medicamentos, que teve queda de 5% nesse período.
De acordo com a pesquisa realizada pela empresa Funcional Health Tech, com 327 mil pessoas de diferentes cidades do país, são as mulheres acima de 40 anos as que mais consomem antidepressivos.
Para o psicólogo Leonardo Abrahão, isso é compreensível dado a tantas exigências e limitações impostas às mulheres. “Se nós olharmos as dimensões psicológicas e sociológicas às quais as mulheres estão submetidas, nós vamos compreender que o mundo não é saudável, nem respeitoso para com a saúde mental das mulheres”, afirma.
“São tantas as questões relacionais, sociais, culturais que se impõem de maneira repressiva ou castradora sobre elas, dentro e fora dos casamentos, que é compreensível o fato de após os 40 anos esse acúmulo de questões se desdobrarem em adoecimentos emocionais e psíquicos e se transformarem em dores”, explica o especialista.
Janeiro Branco
Para Abrahão, os cuidados com a saúde mental são tão importantes quanto à atenção que damos à saúde física. Há cinco anos, ele organiza a campanha Janeiro Branco, que convida as pessoas a refletirem sobre a qualidade dos seus relacionamentos e o quanto elas conhecem sobre si mesmas, suas emoções, seus pensamentos e comportamentos.
A escolha do mês da campanha, segundo ele, é estratégica, já que esse período de início de ano é marcado por reflexão e planos e costuma ser também o momento em que as pessoas mais se sentem ansiosas para cumprir metas.
“As pessoas possuem uma relação simbólica muito interessante com janeiro, é o mês em que elas mais param para pensar e avaliar sobre suas próprias vidas por causa da carga simbólica da virada de ano. É como se abrisse um novo horizonte”, acredita.
Dessa forma, a campanha – que tem como slogan a frase “quem cuida da mente, cuida da vida” – serve como um convite para a reflexão logo no início do ano.
Além de levar o tema para as redes sociais e veículos de comunicação, o Janeiro Branco promove palestras, rodas de conversas e distribuição de folhetos informativos em diversas cidades do Brasil. A ideia é mobilizar profissionais de saúde, cidadãos e chamar atenção das autoridades para a criação de políticas públicas de cuidado com a saúde mental.
Na América Latina, a segunda maior prevalência de depressão ocorre no Brasil, correspondendo a 5,8% da população, ou seja 11,5 milhões de pessoas, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). No mundo todo, são 322 milhões de pessoas convivendo com a doença.
A ansiedadetambém avança a passos largos, e o Brasil é considerado o país campeão nesse tipo de distúrbio. Segundo estimativa da OMS, são 18,6 milhões de brasileiros diagnosticados com transtorno de ansiedade.
Apesar de os números assustarem, o preconceito e o estigma ainda são grandes, o que dificulta muito a procura por ajuda.
Para o psicólogo Leonardo Abrahão, ainda vivemos na pré-história dos entendimentos e dos cuidados com a saúde mental. “Nós somos seres modernos ou pós-modernos em relação à tecnologia e com os aspectos materiais e objetivos da vida, mas, em relação às nossas necessidades subjetivas e psicológicas, nós ainda somos homens primitivos”, afirma.
PESQUISADORES INVESTIGARAM POR QUE HAVIA MAIS PREVALÊNCIA DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA EM ALGUMAS REGIÕES E POR QUE ALGUMAS MÃES ERAM MAIS SUSCETÍVEIS
Grupo de 27 pesquisadores do Brasil, Reino Unido, Argentina e Estados Unidos descobriu correlação entre a desnutrição das mães e a síndrome congênita do vírus Zika nos bebês, que tem na microcefalia uma de suas manifestações. A conclusão do trabalho foi publicada nesta sexta-feira, 10, no periódico norte-americano Science Advances.
O trabalho foi dividido em duas partes disse a professora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Patrícia Garcez, integrante do grupo de estudo. O trabalho foi iniciado em 2016 e envolveu, na primeira fase, estudos em laboratório com animais de experimentação. Foi usado um grupo que não era suscetível ao vírus Zika, “que não causava microcefalia”, e um grupo dos mesmos animais que eram submetidos a uma dieta com restrição de proteína durante a gravidez.
“Na verdade, o que a gente mudou foi só a dieta de um grupo para outro. E quando a gente mudou a dieta, isso foi suficiente para fazer com que esse animal fosse mais suscetível a transmitir o vírus que tinha no ambiente materno para o feto”, disse Patricia. Os pesquisadores procuraram então entender se isso acontecia também com mães que tiveram filhos com a síndrome congênita. Ou seja, se as mães estavam com alimentação com restrição de proteína .
Confirmação
Foram entrevistadas 83 mães no Nordeste. “A gente descobriu que 40% dessas mães apresentavam desnutrição proteica”. Isso pode ter favorecido que os filhos dessas mães nascessem com microcefalia, por exemplo. Patricia explicou que a prevalência de mulheres que, quando infectadas no primeiro trimestre são capazes de transmitir o vírus para os fetos, varia muito, dependendo da região. Essa variação da transmissão vertical pode ser de 1% em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, chegando a 43% no Brasil.
Os pesquisadores decidiram investigar por que havia mais prevalência da síndrome congênita do Zika em algumas regiões e por que algumas mães eram mais suscetíveis do que outras. “É uma série de cofatores que pode estar facilitando essa diferença de prevalência na população e a gente mostrou, graças a esse estudo, que a dieta, certamente, é um desses cofatores”. A Região Nordeste foi escolhida para a pesquisa porque concentra 75% dos casos associados ao vírus Zika.
Os pesquisadores querem entender melhor, a partir de agora, como a dieta influi no sistema imune e como ela atua para facilitar o aumento da suscetibilidade ao vírus Zika. Outra meta é testar se algum tipo de dieta é capaz de reverter essa situação. “[Vamos verificar] se a gente consegue proteger os animais da infecção do vírus, sem transmitir aos bebês, por meio de uma dieta rica em proteína”. Outra diretriz é estender o estudo para outras regiões para ver se essa porcentagem de desnutrição proteica tem uma correlação positiva nas mães que tiveram filhos com microcefalia. “Essa pesquisa abre muitas avenidas”, disse Patricia Garcez.
Ministério da Saúde
A pesquisa é focada em 24 dos 27 estados brasileiros porque, segundo a pesquisadora da UFRJ, nos estados da Região Sul quase não houve síndrome congênita. O foco é a área tropical, que mostra presença acentuada do vetor, que é o mosquito Aedes aegypti.
Os pesquisadores haviam explorado, anteriormente, a relação potencial entre desnutrição e malformações associada ao vírus Zika por meio da análise do banco de dados integrado do Ministério da Saúde. Para isso, consideraram o número de casos de microcefalia confirmados e aqueles ainda sob investigação nos estados selecionados, entre 2015 e 2018, quantificando o número de pacientes desnutridos admitidos em hospitais nos mesmos estados e no mesmo período.
Eles apuraram, então, a existência de uma correlação significativa entre casos de microcefalia e desnutrição, o que aponta que estados onde se identificou um número maior de casos com desnutrição, na última década, também contavam com mais crianças com malformações desde o surgimento da síndrome do vírus Zika no Brasil.
Assimetria
Segundo a professora Patricia Garcez, a parceria com o Ministério da Saúde está sendo essencial para entender melhor a microcefalia e a distribuição no Brasil, que é assimétrica, e os cofatores que atuam. “A dieta é um cofator relevante, como estamos mostrando, mas, certamente, há outros fatores”, disse. Patricia acredita que a publicação do artigo científico na revista Science Advances será importante para a obtenção de novos financiamentos que garantam a continuidade dos estudos.
A pesquisa foi financiada pelo Zika Rapid Response do Medical Research Council do Reino Unido; pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj); pelo Ministério da Saúde do Brasil e pela American Association of Physical Anthropologists (AAPA). A segunda etapa do projeto, para testar se uma dieta rica produz o mesmo efeito nos embriões, deverá ser iniciada ainda este ano.
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