SEM MACAS, VIATURAS FICARAM PARADAS NO HOSPITAL WALFREDO GURGEL, EM NATAL, NESTA SEGUNDA-FEIRA. FOTO: DOUGLAS LEMOS/G1 RN
Sem leitos disponíveis no Hospital Monsenhor Walfredo
Gurgel, em Natal, o maior do Rio Grande do Norte, 18 das 53 viaturas do Serviço
de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no estado estavam sem prestar
atendimento no estado na manhã desta segunda-feira (3). O motivo é a
superlotação do hospital, já que os pacientes ficam nas macas de viaturas do
Samu aguardando leitos, o que prejudica a liberação das ambulâncias. Na manhã
de segunda, 127 pacientes estavam internados nos corredores da unidade.
Segundo o Samu Natal, das 13 viaturas que atendem a capital potiguar, dez estavam paradas no hospital. As nove para casos considerados de atendimento básico e uma do atendimento avançado, direcionada para acidentes mais graves, aguardavam liberação no hospital.
MÉDICAS AFIRMAM QUE O FOCO DA MINISTRA DAMARES DEVERIA SER OUTRO. GOVERNO LANÇA NA SEGUNDA CAMPANHA PARA PREVENIR A GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA. FOTO: EBC
Na próxima
segunda-feira, dia 3, o governo do presidente Jair Bolsonaro lançará uma
campanha publicitária de alerta contra a gravidez na adolescência, um problema
que assola o Brasil há anos e o coloca em pé de igualdade com países como
Somália, Haiti e Egito. Entre os pilares da nova propaganda, idealizada pelo
ministério de Damares Alves, está o apelo a abstinência, além dos tradicionais
métodos contraceptivos – o que gerou bastante debate entre especialistas da
área da saúde.
Após a repercussão negativa sobre o assunto, a ministra foi
a público dizer que a ação em prol da abstinência deve ser “complementar” e
“não a principal política”. “Mas espere, essa nunca foi nossa proposta. Sempre
colocamos que seria algo complementar. Que seria uma informação a mais. Que
retardar o início da relação é um direito do jovem. E saber disso é um direito
dele também”, disse Damares a VEJA.
Médicas discordam da visão da ministra. A chefe do
ambulatório de ginecologia da Adolescência do Hospital das Clínicas da USP,
Albertina Duarte Takiuti, cuida frequentemente de meninas gestantes – contou
até já ter atendido uma avó de 27 anos (a paciente teve uma filha com 13 que,
por sua vez, ficou grávida com 14). Coordenadora do programa Saúde do
Adolescente do governo de São Paulo, Takiuti afirmou que a maior parte das
pesquisas científicas já feitas comprovam que os programas voltados a abstinência
são “ineficazes”, e que em países, como Japão e Canadá, que ostentam taxas
baixissímas de mães adolescentes, essa tese nem é aventada.
“Há ainda uma preocupação que, com essa orientação, o
adolescente, já tendo uma vida sexual ativa, sinta-se culpado e ainda minta
para os pais e profissionais. Ainda mais neste momento, em que há uma volta de
doenças sexualmente transmissível, como a sífilis, é preciso frisar a
prevenção. Ao invés de falar em abstinência, deveria se priorizar uma roda de
conversas no qual cada um fala sobre sua saúde e futuro”, diz a médica, que
acabou de lançar o livro “Maternidade e Adolescência”.
OS CASOS SUSPEITOS FORAM NOTIFICADOS NOS ESTADOS DE SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, CEARÁ, SANTA CATARINA, MINAS GERAIS, PARANÁ E CEARÁ. FOTO: LIGHTROCKET/GETTY IMAGES
O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (29) novos casos suspeitos de coronavírus no país nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Ceará. De acordo com o Ministério da Saúde, já foram notificados 33 casos suspeitos de coronavírus no país, mas apenas nove estão em investigação. Os demais já foram descartados ou excluídos, por não se enquadrarem nos pré-requisitos definidos pela OMS.
ESTE É O ÚNICO CASO NO BRASIL QUE É CONSIDERADO SUSPEITO DO NOVO VÍRUS. FOTO: ILUSTRAÇÃO/GETTY
O Ministério
da Saúde confirmou, nesta terça-feira (28), um caso suspeito de coronavírus no
Brasil. A suspeita é de uma estudante de 22 anos que esteve na cidade de Wuhan,
na China, e retornou ao Brasil na última sexta-feira (24). De acordo com a
pasta, este é o único caso no Brasil que é considerado suspeito do novo vírus.
De 3 a 27 de janeiro, o Centro de Informações Estratégicas e
Resposta de Vigilância em Saúde (CIEVS) Nacional analisou 7063 rumores, sendo
que 127 exigiram verificação por meio de exames. “Não há evidências de que o vírus está
circulando no Brasil”, informou o ministro em coletiva de imprensa.
No entanto, a pasta acompanha o caso de perto e afirma que
14 pessoas próximas da paciente estão sendo monitoradas. “É um
monitoramento clínico, que acontece por telefone, WhatsApp e visitas para ver
se há qualquer elevação de temperatura e sinal de sintoma”, explicou o
ministro Luiz Henrique Mandetta.
De acordo com a pasta, a estudante disse que não esteve no mercado de peixes da cidade, não teve contato com nenhuma pessoa doente e não procurou nenhum serviço de saúde quando esteve na cidade. O ministério confirmou também que o nível de alerta do Centro de Operações de Emergência (COE), instalado na última quinta-feira (23/1), subiu. Até nessa terça, o COE trabalhava com o nível de alerta 1 e passou para 2, em uma escala de 1 a 3.
ESPECIALISTAS DA UFRN EXPLICAM QUE A MORTE DE HUMANOS É RARA, MAS ESTÃO PREOCUPADOS COM O AUMENTO NO NÚMERO DE PACIENTES. FOTO: CÍCERO OLIVEIRA
Uma pessoa
morreu e pelo menos outras 131 já foram infectadas pela esporotricose – doença
emergente provocada por fungos e transmitida por gatos – no Rio Grande do Norte
desde 2016. Isso é o que indica um estudo realizado por pesquisadores da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Eles estão preocupados com
o crescimento no número de pacientes e animais atingidos no estado.
Essa micose
chegou em solo potiguar há cerca de cinco anos. Hoje, os pesquisadores alertam
que o fungo, do gênero Sporothrix, tem se espalhado muito rápido por Natal e
região metropolitana, principalmente Parnamirim, Extremoz e São Gonçalo. A
doença também já foi encontrada em Santo Antônio.
A única
morte no estado foi registrada em uma artesã de Parnamirim no ano de 2016. Ela
contraiu a forma mais grave da doença, a pulmonar e, devido demora no
diagnóstico, não resistiu. A probabilidade de óbito em humanos, no entanto, é
baixa. Já nos animais, a esporotricose geralmente evolui para a morte,
principalmente com a demora no início do tratamento.
A infectologista Evelin Pipolo, do Departamento de Infectologia da UFRN, foi responsável por diagnosticar o primeiro caso em humanos no estado, em outubro de 2016 – nos gatos, a confirmação aconteceu em 2015.
SESAP JÁ DIVULGOU A RECOMENDAÇÃO JUNTO ÀS REGIONAIS DE SAÚDE E REFORÇA TAMBÉM A NECESSIDADE DA PARTICIPAÇÃO EFETIVA. FOTO: DIVULGAÇÃO
Diante da ocorrência do desastre ambiental provocado pelo
derramamento de óleo nas praias do Litoral Nordestino e em razão da
possibilidade de contaminação por hidrocarbonetos poliaromáticos (HPAs), a
Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da Coordenadoria de
Promoção da Saúde (CPS), disponibilizou um formulário online que pode ser
preenchido por pessoas expostas ao óleo e também pelas equipes de Atenção
Primária à Saúde.
Como forma de obter mais informações sobre os indivíduos que
foram expostos, que apresentem sintomas ou exibam uma condição assintomática, a
Sesap elaborou o formulário, a partir do qual será possível a construção de um
banco de dados para subsidiar posteriores ações específicas, como por exemplo,
investigação de possíveis casos de intoxicação exógena relacionados ao contato
com o óleo.
O Protocolo de Notificação-Investigação de Exposição ao Óleo
na Costa Nordestina orienta para a realização da notificação e investigação de
casos novos, através da busca ativa no território e alimentação de casos
identificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do
Ministério da Saúde.
A Sesap já divulgou a recomendação junto às Regionais de
Saúde e reforça também a necessidade da participação efetiva, principalmente
dos profissionais Agentes Comunitários de Saúde (ACS), na realização desta
atividade, uma vez que esses dados possibilitarão o monitoramento das pessoas expostas
ao óleo nas praias.
DESCOBERTA FOI PUBLICADA NA REVISTA CIENTÍFICA NATURE IMMUNOLOGY. FOTO: ILUSTRAÇÃO/GETTY
Um grupo de investigadores da Universidade de Cardiff, no
País de Gales, encontrou um novo tipo da “Célula T” – responsável pela defesa
do organismo contra ameaças desconhecidas, como vírus e bactérias – que poderá
atacar e destruir a grande maioria dos tipos de câncer.
A descoberta foi publicada na revista científica Nature
Immunology e ainda não foi testada em doentes. Contudo, os investigadores
acreditam que, embora o trabalho ainda esteja em estágio inicial, a descoberta
tem “enorme potencial”, diz a BBC.
Os cientistas encontraram uma célula no sangue das pessoas
que pode avaliar se existe uma ameaça a ser eliminada. Essa nova célula imune
suporta um receptor que age como um gancho, que se agarra à maioria dos
cânceres ao mesmo tempo que ignora as células saudáveis.
Andrew Sewell, responsável pelo estudo, afirma que é
“altamente incomum” encontrar uma célula com potencialidades terapêuticas assim
tão vastas no combate ao câncer e que a descoberta aumenta a perspectiva de
criar uma “terapia universal”.
“A nossa descoberta aumenta a perspectiva para os tratamentos contra o câncer. Esse tipo de célula pode ser capaz de destruir muitos tipos diferentes da doença. Antes, ninguém achava que isso fosse possível. Essa foi uma descoberta acidental, ninguém sabia que essa célula existia”, contou Sewell ao The Telegraph.
O ARENAVÍRUS NÃO ERA IDENTIFICADO NO PAÍS HÁ MAIS DE 20 ANOS. FOTO: REPRODUÇÃO
O Ministério da Saúde comunicou a detecção de um caso de febre hemorrágica brasileira em São Paulo. O paciente, morador de Sorocaba, no interior do estado, morreu 12 dias depois da internação. De acordo com a pasta, ele contraiu um novo vírus do gênero Mammarenavírus, da família Arenaviridae, de espécie ainda indefinida e semelhante à Sabiá. O arenavírus não era identificado no país há mais de 20 anos.
Segundo a assessoria da pasta, o homem não apresentava histórico de viagem internacional e a origem da contaminação ainda não foi confirmada. Ele deu entrada, no dia 30 de dezembro, em um hospital no município de Eldorado, localizado a cerca de 250 quilômetros da capital. No período, foi submetido a exames que descartaram outras doenças transmissíveis, como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika.
O paciente passou ainda por outras unidades de saúde, em Pariquera-Açu e São Paulo. O último atendimento ocorreu no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFM-USP).
O reconhecimento da doença foi feito pelo Laboratório de Técnicas Especiais, do Hospital Israelita Albert Einstein. “O que se sabe é que as pessoas contraem a doença possivelmente por meio da inalação de partículas formadas a partir da urina, fezes e saliva de roedores infectados”, diz a nota do ministério, divulgada na noite desta segunda-feira (20).
Entre os pacientes com febre hemorrágica brasileira podem ocorrer os seguintes sintomas: febre, mal-estar, dores musculares, manchas vermelhas no corpo, dor de garganta, no estômago e atrás dos olhos, dor de cabeça, tonturas, sensibilidade à luz, constipação e sangramento de mucosas, como boca e nariz.
Com o agravamento do quadro de saúde, o sistema nervoso pode ser afetado. O comprometimento neurológico se manifesta por sonolência, confusão mental, alteração de comportamento e convulsão.
O período de incubação da doença é longo, tendo, em média, duração de 7 a 21 dias.
Incidência
No ano passado, a Bolívia enfrentou um surto de arenavírus, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Em matéria veiculada em dezembro, o assessor regional para Doenças Virais da OPAS, Jairo Méndez, menciona que, a princípio, se pensava que eram casos de dengue, mas que o Centers for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos – CDC), que mantém parceria com a entidade, confirmou se tratar de arenavírus.
Como o arenavírus pode ser transmitido de pessoa a pessoa, as equipes dos hospitais que trataram do paciente estão sendo monitoradas, como também seus familiares, de acordo com o governo federal. A transmissão pode acontecer por meio do contato com saliva, sangue, urina, fezes, vômito, sêmen e outras secreções e excreções. Por isso, recomenda-se o uso de equipamentos de proteção.
O Ministério da Saúde informou que dará uma resposta à população, face ao incidente. Além de publicar um boletim epidemiológico com detalhes sobre o quadro notificado, a pasta promoveu uma reunião com representantes da Secretaria da Saúde de São Paulo, o HCFM-USP e o Conselho Nacional de Saúde, que devem atuar sobre o caso.
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