ALERTA FOI FEITO PELO MINISTRO DA SAÚDE DA FRANÇA; ESTUDO RECENTE PUBLICADO NA ‘THE LANCET’ CORROBORA A RECOMENDAÇÃO. FOTO: ILUSTRAÇÃO
O uso de alguns anti-inflamatórios, como ibuprofeno e
cortisona, pode piorar a doença causada pelo novo coronavírus. O alerta foi
feito pelo ministro da Saúde da França, Olivier Véran, em uma publicação no
Twitter, no sábado 14.
“A ingestão de anti-inflamatórios [ibuprofeno, cortisona…]
pode ser um fator para agravar a infecção. Em caso de febre, tome paracetamol.
Se você já está tomando medicamentos anti-inflamatórios, peça conselhos ao seu
médico”, escreveu Véran, médico especializado em neurologia.
A recomendação veio no mesmo dia em que o governo francês informou que “graves efeitos adversos” relacionados ao uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) – a família de medicamentos que inclui o ibuprofeno – “foram identificados entre os pacientes” afetados pela Covid-19. “Repetimos que o tratamento de febre ou dor associada à Covid-19 ou a qualquer outra doença viral respiratória deve ser paracetamol”, dizem as novas diretrizes do Ministério da Saúde da França.
GARGAREJO COM ÁGUA QUENTE E DIAGNÓSTICO CASEIRO SÃO OUTRAS DAS LOROTAS PSEUDOCIENTÍFICAS ESPALHADAS NAS REDES E REBATIDAS POR ESPECIALISTAS. FOTO: REPRODUÇÃO
Desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo
mundo e o primeiro caso foi confirmado no Brasil na semana passada, as fake
news sobre o assunto também se multiplicaram. De acordo com o Ministério da
Saúde, entre 22 de janeiro e 2 de março o canal de combate às fake news do
órgão recebeu 8.000 mensagens, sendo 90% sobre o coronavírus.
Após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país,
no dia 25 de fevereiro, as mensagens aumentaram significativamente: foram 4.000
mensagens entre os dias 28 de fevereiro e 01 de março. As mentiras variam desde
a origem do vírus até supostas curas e formas mirabolantes de prevenção.
Abaixo, especialistas ouvidos por VEJA esclarecem as principais lorotas
pseudocientíficas espalhadas sobre a doença nas redes sociais até agora.
1- Diagnóstico caseiro: circula pelas redes uma “dica” de
diagnóstico caseiro. De acordo com a publicação, se você respirar fundo,
prender a respiração por mais de 10 segundos e após fazer isso não tossir,
sentir desconforto ou congestão, você não está infectado. E, não para por aí. A
“notícia” ainda diz que esse é um método desenvolvido por especialistas de
Taiwan e que a doença causada pelo novo coronavírus provoca fibrose nos
pulmões.
“Essa história é completamente fake news”, diz o infectologista Helio Bacha, o Hospital Albert Einstein. “O autodiagnóstico em qualquer situação está errado. Mas essa é ainda pior porque a orientação não tem o menor embasamento. A Covid-19 [doença respiratória causada pelo novo coronavírus], é muito semelhante a um resfriado comum e não tem como distinguir ou dizer o causador por um exame clínico. O diagnóstico só é feito por um exame caro e sofisticado”, explica o especialista.
Em relação à formação de fibrose no pulmão, o pneumologista
Elie Fiss, pesquisador sênior do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, esclarece que a
fibrose pulmonar é uma doença inflamatória grave, sem causa definida. “Essa
doença tem uma evolução até ser diagnosticada. Não aparece de uma hora para
outra e não tem relação com nenhum tipo de infecção viral”, afirma.
2- Beber ou fazer gargarejo com água quente limpa o vírus da
sua garganta: Outra notícia falsa que circulou bastante nos últimos dias é a
recomendação de beber água quente ou fazer gargarejo com água quente para
limpar o vírus da garganta ou elimina-lo do organismo. A suposta explicação por
trás da prática é que o vírus não sobreviveria acima de 26ºC ou 27ºC.
“Fazer gargarejo com água quente no máximo provoca ânsia”, afirma
o pneumologista Elie Fiss. Uma das respostas do nosso corpo a uma infecção
viral, como a causada pelo Sars-CoV-2, é a febre. Ela é produzida pelo
organismo para tentar matar o agente infeccioso e eleva a temperatura do corpo,
que normalmente é de 36ºC a 37ºC, para 38ºC e 39ºC. E, mesmo assim, não elimina
o vírus. Logo, se essa teoria fosse verdadeira, o coronavírus nem sobreviveria
dentro do nosso corpo, que já tem uma temperatura normal superior a 27ºC.
“Para começar, se isso fosse verdade, não teria coronavírus na China. Os chineses têm o hábito de tomar água quente de manhã e também bebem muito chá. Além disso, o vírus não está na superfície da garganta. Ele está no interior da célula. Fazer algo que tenha uma ação apenas superficial, não resolve em nada”, explica o infectologista Helio Bacha.
3- Álcool gel não tem eficácia na prevenção, vinagre sim: Um
vídeo publicado recentemente traz um “químico autodidata” dizendo que álcool
gel não mata vírus nem bactérias, mas vinagre Ý sim, aquele usado para temperar
salada – é eficaz. O burburinho foi tão grande que o Conselho Federal de
Química (CFQ) publicou uma nota esclarecendo a eficácia do álcool gel para
higienizar as mãos.
“O vírus é um organismo unicelular protegido por uma parede
lipoproteica. O álcool consegue destruir essa parede, o que causa a morte do
vírus. Por isso, o álcool gel é uma estratégia utilizada com eficácia em
hospitais”, afirma o pneumologista Elie Fiss.
“Vinagre é bom na salada. Não tem o menor indício científico
da eficácia do vinagre como antisséptico”, diz o infectologista Helio Bacha. Os
dois especialistas ressaltam a importância de lavar bem as mãos com água e
sabão como a estratégia mais barata de higienização e prevenção dessa e de
outras infecções respiratórias. De qualquer forma, se você não puder lavar as
mãos após entrar em contato com outra pessoa ou sair do trem, metrô ou ônibus,
use e abuse do álcool gel.
4- Chá de erva-doce cura o coronavírus: Outra lorota afirma
que o chá de erva-doce é um tratamento contra o coronavírus, pois a planta
teria a mesma substância que o Tamiflu (medicamento utilizado para tratar
influenza). “Nunca ouvi falar que chá de erva doce cura alguma coisa. Muito
menos que tenha Tamiflu nele”, diz o especialista do Hospital Albert Einstein.
EQUIPE – QUE ATENDE TANTO NO SERVIÇO PÚBLICO QUANTO PRIVADO – PASSA A ATUAR DIRETAMENTE NO TRATAMENTO DESSA DOENÇA. FOTO: DIVULGAÇÃO
O Rio Grande do Norte ganhou a primeira equipe multriprofissional especializada no tratamento da endometriose, doença que atinge uma a cada dez mulheres no período reprodutivo. Infertilidade, dor pélvica crônica e diagnóstico tardio são alguns dos fatores que cercam o universo da endometriose.
A partir de agora, esta equipe – que atende tanto no serviço
público quanto privado – passa a atuar diretamente no tratamento dessa doença,
que pode envolver desde mudanças alimentares, uso de medicamentos e até
cirurgias.
A endometriose está associada à dor pélvica, mas também a
ocorrência de infertilidade. Os estudos internacionais apontam que 50% dos
casos de infertilidade feminina está associada à endometriose como uma das
principais causas.
A doença pode se apresentar de formas leves a mais grave, como a endometriose profunda que acomete o intestino. A diferença normalmente pode ser identificada antes da cirurgia – e confirmada durante o procedimento – por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia especializada e a ressonância magnética de pelve.
COM 19 CASOS, SP LIDERA ESTATÍSTICAS NACIONAIS; NOVA DOENÇA JÁ AFETA CERCA DE 114 MIL PESSOAS EM MAIS DE 100 PAÍSES, E MATOU MAIS DE 4 MIL. FOTO: REUTERS
O número de casos confirmados do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil subiu de 25 para 35 nesta terça-feira, com três novos casos em São Paulo, um novo paciente em Brasília, além dos cinco casos que já haviam sido confirmados pelo Rio de Janeiro e um pelo Rio Grande do Sul. Segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira há também 893 casos suspeitos.
A Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul havia confirmado
na manhã desta terça-feira o primeiro caso do novo coronavírus em território
gaúcho. É um homem de 60 anos que viajou recentemente à Itália, o segundo país
mais afetado pela epidemia no mundo, e residente de Campo Bom, na Região
Metropolitana de Porto Alegre. Foi o único estado novo na lista.
Os casos confirmados pelo ministério são: um em Alagoas, dois na Bahia, um em Minas Gerais, um no Espírito Santo, oito no Rio de Janeiro, 19 em São Paulo, um no Rio Grande do Sul e dois no Distrito Federal.
LEVANTAMENTO DA SESAP LEVA EM CONSIDERAÇÃO DADOS REGISTRADOS ENTRE AS SEMANAS EPIDEMIOLÓGICAS 1 E 8. FOTO: ILUSTRAÇÃO
Os casos de dengue e de chikungunya aumentaram nos dois
primeiros meses de 2020 no Rio Grande do Norte em comparação com o mesmo
período do ano passado, segundo boletim epidemiológico de arboviroses divulgado
pela Secretaria de Saúde Pública (Sesap), nesta segunda-feira (9). Em
contrapartida, as notificações de zika vírus diminuíram.
Em todo o estado, até 22 de fevereiro, foram notificados
1.928 casos suspeitos de dengue, sendo confirmados 511. O número representa um
aumento em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram notificados
1.688 casos e registrados 490 confirmações da doença. Neste ano, a maioria dos
casos confirmados de dengue se concentra na faixa etária acima de 20 anos em
pessoas do sexo masculino. Duas mortes estão em investigação.
A Subcoordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Sesap
também constatou aumento de infecções por chikungunya. Ao todo em 2020, 347
casos foram notificados e 92 confirmados. No mesmo período do ano passado, os
agentes de saúde contabilizaram 209 suspeitas e 68 confirmações. Em relação ao
zika vírus, o número de casos prováveis até fevereiro caiu de 48 em 2019 para
39 neste ano.
Mosquito é o principal transmissor
O Aedes aegypti é o nome científico de um pernilongo que
transmite a dengue, febre amarela urbana, além da zika e da chikungunya,
doenças chamadas de arboviroses. Ele possui uma característica que o diferencia
dos demais mosquitos, que é a presença de listras brancas no tronco, cabeça e
pernas.
Segundo o Ministério da Saúde, o período do verão é o mais propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, por causa das chuvas, e consequentemente é a época de maior risco de infecção por essas doenças.
DADOS SOBRE A TRANSMISSÃO, RECUPERAÇÕES E ÓBITOS SÃO IMPORTANTES PARA CONHECER MELHOR A DOENÇA. FOTO: REPRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está trabalhando com
especialistas para expandir o conhecimento médico sobre o novo coronavírus.
Dados sobre a transmissão, recuperações e óbitos são importantes para conhecer
melhor a doença e a proporção da epidemia.
Com a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil,
a Agência Brasil preparou um guia de medidas básicas para evitar o contágio e a
disseminação dos vírus que atacam o sistema respiratório, em especial o
coronavírus. As informações são da OMS.
Confira:
Higienize as mãos
Lave suas mãos frequentemente com água e sabão ou com uma
solução de álcool em gel.
Por quê? Esfregar as
mãos ajuda a eliminar traços do vírus que podem estar presentes em lugares de
uso comum.
Mantenha distância social
Mantenha pelo menos um metro de distância de pessoas que
apresentam tosse ou espirros constantes.
Por quê? A tosse e o espirro propagam pequenas gotas de
secreção e saliva que podem conter vírus. Com a proximidade, a chance de
respirar ou ter contato essas gotículas aumenta.
Evite tocar os olhos, o nariz e a boca
Evite coçar, esfregar ou ter qualquer tipo de contato com as
mucosas. Essas áreas têm contato direto com a corrente sanguínea e são mais
sensíveis à presença de agentes de contaminação
Por quê? As mãos estão em contato constante com superfícies
que podem ser vetores de transmissão de vírus e bactérias. Mantê-las longe das
mucosas diminui a chance de ficar doente.
Pratique higiene respiratória
Tenha boas práticas de higiene respiratória. Isso significa
cobrir a boca e o nariz com o braço curvado ou com um lenço de tecido ou papel
ao tossir e espirrar. Descarte ou higienize o material usado imediatamente.
Por quê? Gotículas de saliva e secreção são vetores do
Covid-19. Evitar que outras pessoas entrem em contato com saliva contaminada
evita não apenas o coronavírus, mas uma série de doenças respiratórias.
Em caso de febre ou dificuldade respiratória, busque ajuda
médica rapidamente
Não saia de casa se estiver com febre. Se os sintomas
persistirem e caso haja dificuldade respiratória, busque atenção especializada
imediatamente.
Por quê? Apesar de serem sintomas comuns, uma ação rápida
pode evitar problemas mais sérios e o desenvolvimento de sintomas mais graves
de infecções respiratórias.
Uso de máscaras
Pessoas saudáveis, sem sintomas como febre, tosse ou
espirros não precisam usar máscaras
Por quê? Apenas profissionais de saúde e pessoas que
apresentem sintomas parecidos com os do novo coronavírus precisam usar
máscaras. A função das máscaras é conter a propagação do vírus em quem já está
infectado. A OMS recomenda o uso racional das máscaras.
Fique bem informado e siga os procedimentos do Ministério da Saúde
Por quê? Autoridades nacionais e locais têm a informação mais atualizada sobre a situação de saúde na sua área. Tomar atitudes preventivamente ajuda o sistema de saúde a distribuir e compreender de maneira ágil a disseminação de qualquer doença.
OS EXAMES INICIAIS (REALIZADOS NO RN) DERAM POSITIVO PARA INFLUENZA B, OU SEJA, UMA GRIPE COMUM. FOTO: ILUSTRAÇÃO
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) e secretarias municipais de Saúde de Natal e Parnamirim reuniram a imprensa, na manhã desta sexta-feira, 28, para comunicar os casos classificados como suspeitos de infecção humana pelo Covid-2019 (Novo Coronavírus) no Rio Grande do Norte, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS).
Até o
momento a situação epidemiológica é de três casos classificados como suspeitos.
As amostras coletadas nestes pacientes foram enviadas ao Instituto Evandro
Chagas, no Pará, e deverão ter os resultados liberados no prazo de sete dias
úteis. As três pessoas estão em isolamento domiciliar, com estado de saúde bom,
apresentando sintomas leves, como tosse e coriza. Todos os casos têm histórico
de viagem à Itália.
O Rio Grande do Norte tem cinco casos suspeitos de
coronavírus. É o que informou a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap)
na manhã desta quinta-feira (27). Os casos são considerados suspeitos conforme
protocolo do Ministério da Saúde.
Dos três casos que estavam sob investigação, apenas um segue
sem definição. Os outros dois foram classificados como suspeitos para Covid-19
– o novo coronavírus. Além desses, foram notificados mais três casos, os quais
já foram classificados como suspeitos.
A secretaria informou ainda que todos casos suspeitos no Rio
Grande do Norte possuem histórico de viagem à Itália. Os pacientes seguem em
isolamento domiciliar, enquanto aguardam a confirmação ou descarte de caso para
Covid-19.
“A Sesap já deu início às primeiras medidas de
investigação e monitoramento, conforme estabelecido previamente no Fluxo e
Plano de Contingência Estadual para Covid-19, diante de caso suspeito”,
informou a pasta em nota.
Pessoas que apresentem sintomas característicos da doença e que possuem histórico de viagem recente a um dos dezesseis países (China; Japão; Irã; Vietnã; Camboja; Tailândia; Coreia do Sul; Coreia do Norte; Singapura; Alemanha; Austrália; Emirados Árabes; Filipinas; França; Itália e Malásia), ou contato com caso suspeito ou confirmado por Covid-19, devem procurar atendimento nos serviços de saúde mais próximos de sua residência.
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