Até na hora de manter uma alimentação saudável é preciso tomar cuidado. Tudo em excesso pode fazer mal — como é o caso da niacina, uma vitamina B essencial, também conhecida como vitamina B3, recentemente associada ao aumento do risco de doenças cardíacas.
Uma nova pesquisa publicada na Nature Medicine mostra que altos níveis desta vitamina podem ser prejudiciais à saúde.
Uma forte associação entre níveis elevados da vitamina e o risco de desenvolver ataque cardíaco, acidente vascular cerebral ou outro evento cardíaco perigoso foram constatadas no ensaio.
O estudo também revelou que o excesso de niacina pode afetar diretamente a saúde cardiovascular, desencadeando inflamação vascular, o que pode causar espessamento das paredes dos vasos sanguíneos, restringindo o fluxo sanguíneo e causa danos em tecidos e órgãos.
De acordo com os pesquisadores, as pessoas devem tomar suplementos de niacina apenas em caso de necessidade médica.
A vitamina B essencial é encontrada em alimentos como carnes, aves, pães e cereais fortificados e bananas.
O objetivo do estudo é estimular a conversa sobre a niacina ser eliminada de certos alimentos fortificados, como farinha e cereais.
“A principal conclusão não é que devemos cortar toda a ingestão de niacina – essa não é uma abordagem realista ou saudável.
A niacina é uma vitamina essencial para a nossa saúde, mas uma quantidade excessiva parece ser uma preocupação”, disse Stanley Hazen à Health.
A agência responsável por avaliar e qualificar alimentos associados à saúde nos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration) anunciou que empresas de laticínios podem divulgar que consumo de iogurte reduz o risco do desenvolvimento de diabetes tipo 2. A decisão foi divulgada no dia primeiro de março.
De acordo com o órgão que cumpre um papel similar ao da Anvisa no Brasil, os rótulos, agora, podem ter a especificação de que comer pelo menos 2 xícaras (3 porções) de iogurte por semana pode reduzir o risco da doença que impede o corpo de produzir insulina de forma adequada.
A afirmação foi feita pela FDA, após a empresa Danone North America enviar um petição pedindo permissão para promover o benefício nos rótulos de seus produtos.
Para conseguir associar um alimento aos impactos positivos à saúde, a Danone teve de passar por um processo de validação bastante rigoroso. De acordo com o site Very Well Helath, para atender ao pedido da marca de iogurtes mundialmente famosa, a FDA revisitou 28 pesquisas sobre o tema.
Dentre as pesquisas, um estudo da BMC de 2014, por exempl0, já indicava uma série de benefícios associados ao consumo de laticínio. Entre eles, que o alto teor de cálcio, magnésio, vitamina D, proteína de soro de leite e ácidos graxos específicos presentes no iogurte eram fundamentais no combate à doença crônica.
Depois de analisar os dados, o órgão verificou a existência de evidência científica para assegurar a alegação de saúde qualificada. Apesar dos dados serem confiáveis, o órgão também advertiu que a decisão não cumpre a norma mais rigorosa de “acordo científico significativo”.
Apesar de ter encontrado dados que apoiassem a tese, a agência diz também que elas são “evidências científicas limitadas”. Ou seja, a FDA concedeu às empresas uma alegação de saúde qualificada que são baseadas em evidências emergentes.
Em entrevista para a Very Well Helath, a nutricionista Mary Ellen Phipps, MPH, RDN alertou que não é comendo iogurte que as pessoas vão se livrar do problema de diabetes. “Um dos maiores contribuintes para o risco de diabetes tipo 2 é o histórico familiar ”, contou.
A especialista alerta que é preciso ter atenção ao escolher o tipo de iogurte. “A nova alegação de saúde qualificada se aplica a todos os iogurtes que atendem aos padrões de identidade da FDA, bem como aos seus requisitos gerais de nutrientes para alegações de saúde em geral”.
Ainda segundo o site, a FDA propôs como padrão de iogurte, os produtos lácteo feito pela fermentação do leite. O órgão não especificou as características que devem ser evitadas ao escolher um iogurte.
Uma das principais consequências do envelhecimento é a perda de massa muscular. Com ela, o idoso acaba perdendo força, que está ligada à autonomia do indivíduo — sem ela, a pessoa fica mais vulnerável a quedas, lesões e fraturas. Por isso, a prática de musculação é tradicionalmente recomendada para idosos. Porém, uma pesquisa brasileira mostra que o exercício também é benéfico para a saúde mental.
A revisão de 200 estudos feita pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (Iiepae) mostra que a musculação é eficaz para melhorar os sintomas de depressão e ansiedade em idosos. O levantamento foi publicado na edição de março da revista científica Psychiatry Research.
“Estudos epidemiológicos têm revelado que a redução da força e da massa muscular, eventos naturais associados ao envelhecimento, pode estar associada ao aumento de problemas de saúde mental, visto que existem diversos mecanismos fisiológicos que provocam mudanças funcionais e estruturais e que são comandados pelo cérebro”, aponta o pós-doutorando Paolo Cunha, que está à frente da pesquisa, em entrevista à Agência Fapesp.
Além do exercício em si, o pesquisador afirma que, quando realizada em grupo, a musculação permite maior interação social, evitando o isolamento típico de pacientes com depressão e ansiedade.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveu um concentrado proteico a partir do feijão que pode, inclusive, ser uma alternativa ao whey protein.
O estudo, realizado por pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), foi feito com grãos amplamente cultivados no solo brasileiro: o feijão carioca.
A quantidade de proteína do composto não deixa nada a desejar. Ao todo, são 80 gramas para cada 100 gramas do produto, resultando em cerca de 80% da sua composição.
A novidade ainda enriquece a oferta de produtos à base de plantas — os famosos plant-based —, que são aqueles que se parecem aos de origem animal no valor nutricional. Além disso, o concentrado pode ser usado em panificação, bebidas e suplementos alimentares.
Para indivíduos que não se adaptaram à proteína do soro do leite, o conhecido whey protein, ou que são adeptos das dietas veganas, a alternativa é para lá de animadora.
O consumo de feijão no país vem caindo ao longo dos anos e isso pode ser preocupante. Os grãos da leguminosa contém aminoácidos essenciais, além de fibras que, juntas, colaboram para a saúde.
O que você faz para prevenir a contração de infecções sexualmente transmissíveis durante o sexo oral? Se sua resposta for “enxaguante bucal”, fica o alerta: a prática não funciona. Apesar de parecer óbvio, o “método” ainda é muito utilizado por quem não utiliza preservativos no sexo oral.
De acordo com o médico infectologista Vinícius Borges, conhecido como Doutor Maravilha nas redes sociais, o estudo Omega, de 2021, apontou que produtos desse tipo não são eficientes para esse fim.
“Sexo não é só penetração, oral pode transmitir herpes, sífilis, HPV, hepatite A e gonorreia. Sempre que possível utilize o preservativo e faça testes de IST’s na garganta”, afirmou o especialista em uma publicação no Instagram.
O fato é que a maioria das pessoas não utilizam preservativos para praticar sexo oral. Para a sexóloga Bárbara Bastos, isso começa na própria educação sexual, que dá um enfoque maior na penetração.
“Hoje, temos uma educação sexual com um foco muito maior para o uso da camisinha na penetração, e com objetivo de evitar gravidez indesejada. Precisamos de mais atenção para os cuidados e prevenção no ato oral”, diz.
Também é importante ressaltar: a camisinha é indicada também no sexo oral praticado em mulheres. Apesar da camisinha feminina ser pouco utilizada, ela é uma aliada para a prevenção de IST’s.
Para quem acha o gosto da camisinha “ruim”, existem os preservativos saborizados.
Infelizmente, a maior parte das opções ainda é para camisinhas masculinas. “Isso muito se deve à pouca demanda de mulheres interessadas nas camisinhas femininas, além da própria educação sexual, muito voltada para os preservativos masculinos”, elucida a sexóloga.
As pessoas que usam cigarro eletrônico regularmente correm quase duas vezes mais risco de sofrer um infarto em comparação com as não fumantes, segundo mostra um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), divulgado nesta quinta-feira (8/2).
Aproximadamente 3 milhões de brasileiros usam dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) regularmente. Os aparelhos, conhecidos como “pods” ou “vapes”, ganharam popularidade especialmente entre os jovens.
“O consumo regular aumenta em 1,79 vez a probabilidade de infarto do miocárdio”, afirmou a SBC, em nota divulgada à imprensa.
Mesmo que a venda e a comercialização desses produtos sejam proibidas no Brasil desde 2009, os dispositivos são encontrados facilmente no mercado paralelo. Ao usar cigarros eletrônicos, os consumidores estão expostos a quantidades desconhecidas de componentes químicos, como nicotina, metais pesados, aromatizantes e propilenoglicol.
Entre os problemas de saúde que podem surgir desse hábito, está a aterosclerose. A doença inflamatória crônica é a principal responsável pelo desenvolvimento de infartos e acidente vascular cerebral (AVC). Ela tem sintomas muito sutis e se desenvolve silenciosamente.
O consumo diário de alimentos processados e à base de carne, como pizzas e hambúrgueres, pode aumentar o risco de uma pessoa desenvolver Alzheimer no futuro, afirmam pesquisadores australianos. A descoberta foi publicada no Journal of Alzheimer’s Disease em 16 de janeiro.
Para chegar à conclusão, pesquisadores das universidades Bond e Griffith, ambas na Austrália, compararam os hábitos alimentares de 438 adultos. Entre eles, 108 tinham o diagnóstico de Alzheimer e 330 eram saudáveis.
Eles observaram que as pessoas com Alzheimer comiam regularmente alimentos como tortas de carne, salsichas, presunto, pizza e hambúrgueres. Esses pacientes também comiam menos frutas e vegetais e ingeriam menos vinho tinto e branco, comparativamente.
Os cientistas apontam que os alimentos ultraprocessados podem interferir negativamente no declínio cognitivo, uma vez que tendem a ter menos nutrientes e fibras e mais açúcar, gordura e sal.
A bioestatística Tahera Ahmed, autora da pesquisa, considera que seguir a dieta não-saudável impacta a saúde do cérebro e do corpo como um todo de forma importante.
“Tais hábitos alimentares contribuem para problemas vasculares e obesidade, destacando a relação destas condições e e o risco de desenvolver demências”, diz Ahmed em um comunicado divulgado pela Universidade Bond.
Estudos anteriores enfatizaram os efeitos positivos da dieta mediterrânea ou DASH na saúde do cérebro, mas acredita-se que este seja o primeiro levantamento a vincular alimentos processados com o Alzheimer.
Ainda não existe uma vacina contra o câncer, e sim contra infecções capazes de levar ao desenvolvimento de determinados tipos de tumor. É o caso, por exemplo, do perigoso câncer do colo do útero. Por trás desta doença grave está o Vírus do Papiloma Humano (HPV), e existe uma vacina contra ele. A mera existência dela pode ser considerada um grande avanço.
Essa vacinação preventiva existe desde o início dos anos 2000 e protege contra infecções do HPV de alto risco. A infecção em si não provoca câncer, mas se o vírus se implanta permanentemente nas células da membrana mucosa, pode acabar desencadeando estágios pré-cancerígenos.
Outro exemplo de vacina preventiva é contra o vírus da hepatite B, que protege contra tumores no fígado que podem se desenvolver a partir de uma hepatite B crônica. Segundo dados do Serviço de Informação sobre o Câncer da Alemanha, cerca de 4% de todos casos de câncer em nações industrializadas são atribuídos a infecções por vírus ou bactérias. Nos países em desenvolvimento, a proporção é ainda maior.
Vacinações terapêuticas
Além destas duas vacinas preventivas recomendadas, existem vacinas terapêuticas que vêm sendo analisadas intensivamente. Com elas, é possível tratar um câncer existente. Neste caso, vacinas de mRNA podem treinar o sistema imunológico, por exemplo, para o combate de células cancerosas, ensinando-o a reconhecê-las e eliminá-las de forma rápida e individual. E isso com efeitos colaterais mínimos. Para tanto, porém, é necessário preencher alguns pré-requisitos.
“No ponto em que a ciência se encontra atualmente, vacinas de mRNA são principalmente uma opção quando o tecido tumoral já tiver sido amplamente removido do corpo através de uma operação, por exemplo. Então, com uma vacina de mRNA em combinação com outros ingredientes ativos, tem-se uma melhor chance de eliminar as células cancerosas que eventualmente tenham permanecido no corpo e que possam levar a uma recidiva”, explica Suzanne Weg-Remers, do Serviço de Informação sobre o Câncer.
Na melhor das hipóteses, portanto, a vacina de mRNA oferece ainda mais chances de cura para pacientes com câncer. Baseada na mesma tecnologia utilizada contra o vírus Sars-CoV-2 durante a pandemia de Covid-19, a vacina de mRNA permite aos médicos adaptar individualmente a terapia de acordo com as características de cada tumor.
O papel dos antígenos tumorais
Idealmente, as células cancerosas trazem em sua superfície características típicas que são raras ou até mesmo inexistentes em células sadias. Esses antígenos tumorais, como são chamados, servem de base para o desenvolvimento de vacinas contra as células cancerosas. O paciente recebe então uma vacina que desencadeia uma resposta imunológica contra os antígenos tumorais. O objetivo é ensinar o sistema imunológico a se defender contra células com esses antígenos específicos.
Através da vacina terapêutica de mRNA, os pesquisadores já puderam registrar os primeiros sucessos em estudos clínicos preliminares contra o melanoma.
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