4 de dezembro de 2025 às 13:30
4 de dezembro de 2025 às 08:26
FOTO: REPRODUÇÃO
Investigadores das universidades do Porto e de Coimbra identificaram uma forma de “rejuvenescer o coração”, atuando diretamente nos mecanismos celulares do envelhecimento. A descoberta abre caminho para uma abordagem inovadora no tratamento de uma das variantes mais graves da insuficiência cardíaca: a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (HFpEF).
A condição ocorre quando o ventrículo esquerdo perde flexibilidade e não consegue relaxar e encher-se adequadamente. Segundo o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), trata-se de um quadro que afeta sobretudo pessoas idosas e está entre as formas de insuficiência cardíaca que mais crescem no mundo.
Para os pesquisadores, o estudo representa um marco na convergência entre medicina antienvelhecimento e cardiologia. Os avanços foram possíveis graças à colaboração entre três instituições portuguesas de referência no estudo do envelhecimento, da medicina regenerativa e das doenças cardiovasculares.
O estudo, publicado na revista Cardiovascular Research, foi feito com um modelo animal que imita essa forma de insuficiência cardíaca. Os investigadores perceberam que havia muitas células envelhecidas no corpo, células que já não se dividem, mas continuam ativas e libertam substâncias que inflamam e prejudicam os tecidos à sua volta. Essas células estavam espalhadas pelo sistema imunitário, pelos vasos sanguíneos e também pelo coração.
Segundo o i3S, essas células fazem os tecidos envelhecer mais rápido e pioram diretamente esse tipo de insuficiência cardíaca. Por isso, os investigadores aplicaram um medicamento chamado senolítico, que consegue identificar e eliminar apenas essas células danificadas. Depois do tratamento, houve uma melhora geral nos vários sintomas da doença.
Diana Nascimento, coordenadora da equipe do i3S e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), considera que a intervenção teve impacto direto “na saúde cardiovascular e sistémica”.
Já Lino Ferreira, líder da equipe do CNC-UC/CIBB e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, destaca que os achados reforçam o “enorme potencial da medicina de rejuvenescimento” como alternativa terapêutica para doenças complexas, incluindo a HFpEF.
Os investigadores também encontraram, no sangue de pessoas com HFpEF, uma quantidade maior de leucócitos envelhecidos, células de defesa que já não funcionam bem. Esse excesso foi ligado a casos mais graves da doença, indicando que o uso de medicamentos senolíticos pode vir a ser útil também no tratamento de pacientes.
16 de novembro de 2025 às 11:00
16 de novembro de 2025 às 15:29
FOTO: DIVULGAÇÃO
Vista como símbolo de saúde, a água de coco pode ser perigosa e até fatal para quem tem insuficiência renal ou passou por um transplante de rim. O alerta é de especialistas da Sociedade Brasileira de Nefrologia e de publicações médicas do Brazilian Journal of Nephrology, que explicam que o excesso de potássio presente na bebida pode desencadear uma condição grave chamada hipercalemia, capaz de causar arritmia e parada cardíaca.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia explica que a eliminação do potássio ocorre principalmente pelos rins. Quando o órgão não funciona adequadamente, o mineral se acumula no sangue e interfere no funcionamento do coração. No artigo “Potássio e Bicarbonato”, publicado pela própria instituição no Brazilian Journal of Nephrology, é destacado que todo paciente com Doença Renal Crônica deve ser avaliado para prevenção da hipercalemia e da hipocalemia, justamente por conta do risco cardíaco associado ao excesso do mineral.
O mesmo artigo, ao citar a hipercalemia, explica que o aumento do potássio no sangue pode alterar o funcionamento elétrico do coração, tornando os batimentos mais lentos e irregulares. Nos exames de eletrocardiograma, isso aparece como alterações nos traçados elétricos, e quando o nível do mineral sobe demais, essas mudanças podem evoluir para uma parada cardíaca. Isso significa que, para pacientes renais ou transplantados, o consumo de bebidas naturalmente ricas em potássio, como a água de coco, pode, de fato, representar risco de morte.
O risco é ainda maior para pessoas transplantadas, que fazem uso de medicamentos imunossupressores como tacrolimo e ciclosporina. De acordo com o portal da Sociedade Brasileira de Nefrologia, esses medicamentos podem reduzir a capacidade de excreção de potássio pelo novo rim, aumentando a chance de hipercalemia mesmo com ingestão aparentemente pequena do mineral.
Por isso, médicos e nutricionistas especializados em nefrologia recomendam que pessoas com doença renal ou transplantadas evitem a água de coco, a menos que haja liberação expressa do profissional responsável pelo acompanhamento. O consumo de frutas, sucos e chás também deve ser orientado individualmente, com base em exames recentes e na função renal de cada paciente.
Entre os sintomas de alerta para o excesso de potássio estão fraqueza muscular, formigamentos, náusea, batimentos cardíacos irregulares e desmaios. Em situações de emergência, o atendimento médico deve ser imediato.
12 de novembro de 2025 às 04:06
11 de novembro de 2025 às 16:59
FOTO: DIVULGAÇÃO
O jambo, fruta tropical de sabor suave e refrescante, tem ganhado destaque por seus efeitos benéficos à saúde cardiovascular. Rico em antioxidantes e nutrientes essenciais, ele ajuda a proteger os vasos sanguíneos, reduz inflamações e favorece o equilíbrio da pressão arterial.
Entre seus principais compostos estão os flavonoides e as antocianinas, substâncias que combatem os radicais livres e reduzem os danos causados pela oxidação celular. Esse efeito antioxidante preserva a integridade das artérias, diminuindo o risco de obstruções e endurecimento dos vasos, condições que podem levar ao infarto e a outras complicações cardíacas.
O consumo regular da fruta também melhora a circulação e reduz processos inflamatórios silenciosos, que afetam o sistema vascular com o passar dos anos. O resultado é um coração mais protegido e um organismo com maior vitalidade.
Além disso, o jambo contém fibras solúveis, que reduzem a absorção de gorduras no intestino e ajudam a controlar os níveis de colesterol. Ao diminuir o colesterol ruim (LDL) e favorecer o bom (HDL), as fibras contribuem diretamente para um perfil lipídico mais saudável.
Outro destaque é a presença de vitamina C e potássio. A vitamina C atua na proteção das células, fortalece o sistema imunológico e combate o estresse oxidativo, prevenindo o envelhecimento precoce. Já o potássio ajuda a equilibrar o efeito do sódio no organismo, mantendo a pressão arterial sob controle e o ritmo cardíaco estável.
Os benefícios do jambo também alcançam o bem-estar mental. Por reduzir inflamações e favorecer a saúde intestinal, a fruta estimula a produção de neurotransmissores que regulam o humor e o sono. Alimentos antioxidantes como o jambo podem ajudar na prevenção de ansiedade, estresse e até quadros leves de depressão.
Integrar o jambo à alimentação diária é uma forma simples e natural de cuidar da saúde do coração, da mente e do corpo. Leve, saboroso e nutritivo, ele confirma que pequenas escolhas podem fazer grande diferença na prevenção de doenças e na qualidade de vida.
1 de novembro de 2025 às 10:10
1 de dezembro de 2025 às 10:16
Foto: Edeilson Morais – Secom PMM
Macaíba é o 1º lugar no Rio Grande do Norte no ranking nacional de acesso à saúde, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), instituição que avalia a competitividade e eficiência da gestão pública nos municípios brasileiros. O levantamento mostra ainda que Macaíba ocupa o 31º lugar no Nordeste, dentre 1.794 municípios e o 178º no Brasil, de 5.570 municípios.
O resultado mostra que Macaíba está à frente de cidades como Natal, Mossoró e Parnamirim, e ressalta o compromisso da administração municipal em levar serviços de saúde aos moradores das zonas urbana e rural.
O prefeito Emídio Júnior comemorou o desempenho e classificou o feito como um marco histórico para a cidade e um reconhecimento ao trabalho de toda a equipe da saúde municipal. “Nada disso seria possível sem a dedicação dos profissionais que estão na ponta, atendendo com empatia e profissionalismo. O mérito é de cada um que veste a camisa da saúde de Macaíba”, destacou o prefeito.
Emídio disse ainda que enquanto diversos municípios enfrentam dificuldades de acesso e estrutura, Macaíba se destaca por manter atendimento contínuo, ampliação de serviços e investimentos em infraestrutura.
“Ser o número um do estado e figurar entre os melhores do Nordeste mostra que Macaíba está no caminho certo. É um resultado histórico, que aumenta nossa responsabilidade e a confiança do povo”, celebrou Emídio Júnior.
A secretária de Saúde de Macaíba, Sâmara Figueiredo disse que esse resultado, “é o reflexo de uma excelente gestão, que possui planejamento, e investimento contínuo em estruturas e em excelentes profissionais”.
O CLP é é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos e suprapartidária que busca engajar a população e desenvolver líderes públicos para enfrentar os problemas mais urgentes do Brasil.
14 de outubro de 2025 às 19:45
14 de outubro de 2025 às 19:45
Em nota enviada para a imprensa, sobre a anunciada paralisação dos médicos de alta e baixa complexidade, que ocorreria a partir dessa terça-feira, a Secretária de Saúde de Natal esclarece que nem todos os profissionais aderiram à paralisação e que o serviço continua sendo prestado.
A pasta assegura ainda que vem dialogando na busca de uma solução que garanta segurança jurídica e viabilize o atendimento das demandas apresentadas pelas equipes médicas que optaram por não firmar contrato com as empresas vencedoras do processo licitatório.
A nota ressalta ainda que a SMS vem cumprindo integralmente os pontos acordados durante a audiência de mediação – dentre eles, o pagamento indenizatório para os profissionais – e segue nos estágios finais de afirmação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), visando a regularização da oferta de procedimentos de alta6 complexidade no município.
Leia abaixo a nota na íntegra:
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforça que vem, em conjunto com o Ministério Público (MP), a Procuradoria-Geral do Município (PGM) e com representantes dos hospitais envolvidos, dialogando na busca de uma solução que garanta segurança jurídica e viabilize o atendimento das demandas apresentadas pelas equipes médicas que optaram por não firmar contrato com as empresas vencedoras do processo licitatório.
A SMS vem cumprindo integralmente os pontosy acordados durante a audiência de mediação – dentre eles, o pagamento indenizatório para os profissionais – e segue nos estágios finais de afirmação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), visando a regularização da oferta de procedimentos de alta complexidade no município.
A pasta salienta que não são todos os prestadores que aderiram à paralisação e que o serviço continua sendo prestado. Reforça também que os serviços médicos vinham sendo prestados anteriormentr sem cobertura contratual na capital, e que a partir deste ano, a SMS vem regularizando a situação, sempre em contato com os órgãos competentes, como o Ministério Público, de modo a garantir a melhor solução definitiva para de fato avançar dentro da assistência pública de Natal.
A Secretaria ressalta que mantém o compromisso de garantir a continuidade da assistência à população e confia que as informações relativas às tratativas em andamento sejam devidamente repassadas às equipes médicas, evitando, assim, qualquer possibilidade de paralisação dos serviços.
14 de outubro de 2025 às 15:48
14 de outubro de 2025 às 15:48
Os médicos especialistas da alta e média complexidade anunciaram a paralisação das atividades a partir desta terça-feira. No total, são cerca de 120 profissionais com atividades suspensas. Isso implica em cerca de 90 cirurgias e centenas de atendimentos e procedimentos que estão deixando de ser feitas por dia. O movimento dos profissionais especializados ocorre porque a Prefeitura de Natal não firmou nenhum contrato com a categoria, que está desde primeiro de setembro descoberta de qualquer contratuação.
A paralisação, que começa hoje, atinge as cirurgias oncológicas, neurocirurgia, mastologia, urologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia torácica, cirurgia plástica, ortopedia oncológica, ginecologia oncológica, cirurgia pediátrica, cirurgia cardíaca e toda a parte de hemodinâmica realizadas pelos hospitais conveniados com a Prefeitura de Natal.
Na prática, estão suspensas todas as cirurgias, procedimentos e consultas médicas da Liga contra o Câncer, do Hospital do Coração, Serviço de Cardiologia do Hospital Rio Grande e parte das cirurgias do Hospital Varela Santiago e do Hospital Rio Grande.
Em nota à população, os profissionais esclareceram que estão sem contrato com o município de Natal e ressaltaram que a solução apontada pelo secretário municipal de Saúde, Geraldo Pinho, efetuar o pagamento dos profissionais via o hospital prestador do serviço, não foi efetivada.
Desde primeiro de setembro as cirurgias, procedimentos e consultas estavam sendo feitas apenas acreditando na promessa feita pela Prefeitura de Natal de firmar o contrato direto com as instituições onde atuam, o que não aconteceu até o momento. Os especialistas pedem o contrato sem necessidade de intermediários e a programação dos honorários atrasados.
Leia a nota na íntegra assinada pelos médicos especialistas:
NOTA DE ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO
Os médicos da Alta e Média Complexidade prestadores do Município do Natal, profissionais liberais sem vínculo empregatício com os hospitais, comunicam a PARALISAÇÃO TOTAL dos atendimentos ambulatoriais e cirurgias eletivas a partir desta terça-feira, dia 14 de outubro de 2025.
A medida decorre da ausência de contratualização formal, tanto com as empresas vencedoras da Dispensa de Licitação nº 003/2025, promovida pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), quanto com o próprio Município.
O novo contrato entrou em vigor em 01/09/2025, sem que as empresas apresentassem equipes médicas habilitadas, tampouco houvesse tempo hábil para a formalização de novos vínculos.
Mesmo assim, os profissionais mantiveram os serviços em pleno funcionamento para evitar desassistência à população.
Ou seja, os profissionais hoje estão sem qualquer contrato, o que impede a continuidade dos serviços.
Passados mais de 40 dias dessa mudança de empresa, esses médicos não foram formalmente contratados, nem houve assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) anunciado pela Secretaria Municipal de Saúde para regularizar a situação. Ressalte-se que o contrato direto com as instituições onde os profissionais atuam com a Secretaria Municipal de Saúde, como solução temporária, conforme anunciado pelo secretário Geraldo Pinho, para manter as cirurgias de alta e média complexidade. No entanto, nada foi firmado até o momento.
Diante da insegurança jurídica e administrativa, torna-se impossível a continuidade das atividades.
Reafirmamos nosso compromisso com a ética, com os pacientes e com o diálogo construtivo em busca de uma solução que assegure a assistência à população.
Natal, 14 de outubro de 2025
Médicos da alta e média complexidade prestadores de serviço da Prefeitura de Natal
13 de outubro de 2025 às 12:00
13 de outubro de 2025 às 08:22
FOTO: DIVULGAÇÃO
Se os brasileiros reduzissem uma dose de bebida alcoólica por dia, o equivalente a uma lata de cerveja de 330 ml (cerca de 12 gramas de álcool), 157,4 mil mortes por diferentes tipos de câncer poderiam ser prevenidas nos próximos 25 anos.
A projeção vem de um relatório elaborado a partir de uma nova plataforma digital, recém-lançada pela Vital Strategies, organização global de saúde pública que trabalha com inteligência de dados e políticas públicas baseadas em evidências, e que deve servir de modelo para outros países.
A ferramenta combina evidências da relação entre o consumo de álcool e risco de morte por diferentes tipos de câncer com dados sobre o uso da bebida pela população.
As projeções mundiais indicam que das 11 a 14 milhões de mortes por câncer que devem ocorrer até 2050, mais de 415 mil são atribuíveis às bebidas alcoólicas. Entre os tumores estão os de esôfago, de cólon e reto, de boca, de laringe e faringe, de mama e de fígado.
De acordo com a médica Mary-Ann Etiebet, 51, CEO e presidente da Vital Strategies, assim como as mortes relacionadas ao cigarro, óbitos associados ao álcool podem ser evitados com a adoção de políticas públicas e outras estratégias semelhantes às usadas nas campanhas antitabaco.
“No Brasil, vimos uma redução de 74% no consumo de cigarro [desde 1989] com diferentes políticas, reformas legais, regulatórias, campanhas educativas. E vimos a prevalência do câncer de pulmão cair também. Sabemos que essas políticas funcionam e sabemos como fazê-las”, disse à Folha, durante evento no Centro Brasileiro Britânico na quarta-feira (8/10).
Natural da Nigéria e com cidadania americana, a médica iniciou sua carreira em programas de HIV/Aids no seu país natal e, depois, liderou iniciativas globais sobre cuidados maternos na farmacêutica Merck.
Segundo ela, países como Finlândia, Dinamarca, Lituânia e Sérvia estão entre os que possuem políticas mais maduras de controle de álcool. “Isso pode ser feito por iniciativas dos governos mas também com engajamento, educação e aumento da consciência do público”.
No Brasil, metade da população adulta consome bebidas alcoólicas. Esses produtos fazem parte da primeira fase de regulamentação da reforma tributária, que criou o imposto seletivo, que prevê aumento de taxas aos produtos prejudiciais à saúde para desestimular o consumo.
“Com os enormes cortes em financiamento para a saúde global, muitos países, especialmente na África, estão olhando para as taxas de saúde como uma solução para ajudar a gerar mais renda em benefício da saúde pública”.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda aos países “acelerar as ações para atingir reduções de 20% no consumo de álcool até 2030”. Além do câncer, há outras 24 doenças associadas às bebidas alcoólicas, como cirrose e outras doenças hepáticas, epilepsia, doenças hipertensivas, hemorragia intracerebral e cardiopatia isquêmica, além de agravos por violência e acidentes de trânsito.
Para Mary-Ann, como a população de uma forma geral ainda não reconhece a conexão direta que há entre o consumo de álcool e o risco de desenvolver câncer, a plataforma chega com a missão de traduzir os dados de forma que eles façam sentido à vida diária dos moradores.
“As pessoas perdem 30 dias de trabalho [no ano] para cuidar de um membro da família sofrendo de câncer. Ou não vão trabalhar um dia por mês por causa do álcool. Essas coisas estão ligadas à produtividade, à renda e ao desenvolvimento econômico”, explica.
Em 2022, o tratamento do câncer no Brasil custou ao Sistema Único de Saúde (SUS) R$ 3,9 bilhões (cerca de US$ 722 milhões). O valor, que não inclui gastos privados, deve aumentar 68% nos próximos 20 anos, uma vez que são estimados quase um milhão de novos casos em até 2040, de acordo com a plataforma.
Pesquisas mostram que metade das mortes por câncer está associada a fatores de risco modificáveis, como dietas ricas em alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, tabagismo, consumo de álcool, poluição do ar e inatividade física.
Em consonância às recentes declarações da OMS de que a pressão de indústrias de tabaco, álcool e alimentos ultraprocessados está impedindo que governos implementem políticas de saúde que salvam vidas, a médica afirma que é preciso vigiar essas ações.
“Há interferência da indústria em todo o processo de regulações, legislações, normas. Eles trazem a má ciência e muita desinformação para essas conversas e isso não deveria ser permitido”.
Ela diz que também outra estratégia da indústria é fazer com que as pessoas acreditem que as más escolhas em saúde são responsabilidades só delas próprias. “Se você é obeso é porque não tem força de vontade para fazer dieta ou disciplina para o exercício. Mas se você mora em um deserto alimentar, sem opções de comida saudável, você não pode fazer essa escolha”, diz a médica.
Como foram feitas as projeções da plataforma
A simulação estima a redução potencial na mortalidade projetada por câncer no Brasil sob três cenários: 12, 24 e 36 gramas a menos de álcool por dia.
Ela usa uma abordagem de avaliação de risco comparativa entre tipos de câncer relacionados ao álcool, entre eles, esôfago, fígado, boca, laringe, mama e colorretal.
A ferramenta foi construída a partir de diferentes bases públicas de dados, como o estudo Global Burden of Disease (GBD) e a agência internacional pesquisas em câncer, ligada à OMS.
Por meio da inteligência de dados, é calculada a fração atribuível da população para riscos relativos específicos de câncer por nível de consumo de álcool, padrões atuais de consumo de álcool por idade e gênero e projeções futuras de mortalidade por câncer por tipo de câncer idade e gênero.
13 de outubro de 2025 às 11:30
13 de outubro de 2025 às 08:31
FOTO: DIVULGAÇÃO
Uma nova alternativa ao leite tradicional vem chamando atenção nos Estados Unidos: o leite ultrafiltrado. Diferente das opções vegetais que dominam o mercado, essa versão ainda é feita a partir do laticínio comum, mas passa por um processo de filtragem que altera sua composição nutricional e o torna mais atrativo para quem busca mais proteína e menos lactose.
O que é o leite ultrafiltrado?
O leite ultrafiltrado é resultado de um processo de filtragem pressurizada que remove parte da água, minerais, lactose e algumas vitaminas hidrossolúveis. Como explicou Dennis D’Amico, professor da Universidade de Connecticut, as vitaminas lipossolúveis, como A e E, permanecem concentradas no produto.
Isso faz com que a bebida tenha mais proteínas e cálcio por xícara em comparação ao leite tradicional. Dependendo da marca, pode chegar a quase o dobro de proteínas e também ter menos açúcar, já que a lactose é praticamente eliminada.
Benefícios e quem pode consumir
Entre os principais públicos do leite ultrafiltrado estão pessoas com intolerância à lactose, atletas e até mesmo quem convive com diabetes. Para praticantes de atividades físicas, a alta concentração de proteína ajuda na recuperação muscular. Já para intolerantes à lactose, ele permite consumir leite sem os desconfortos gastrointestinais.
Vale lembrar, no entanto, que o produto não é indicado para pessoas alérgicas a proteínas do leite, já que elas continuam presentes.
Diferenças para o leite tradicional
O sabor do leite ultrafiltrado é ligeiramente mais doce e a textura pode parecer mais encorpada. Nas receitas, no entanto, dificilmente há diferença perceptível. Outro ponto é a durabilidade: enquanto o leite comum dura cerca de sete dias após aberto, o ultrafiltrado pode chegar a 14 dias, graças ao processo de ultrapasteurização.
Por ser um produto de nicho e exigir mais recursos em sua produção, o leite ultrafiltrado costuma ter um preço mais alto. Ainda assim, tem conquistado espaço nos EUA com marcas como Slate Milk e Fairlife, que apostam no apelo nutricional para atrair consumidores que não querem abrir mão do laticínio.
Comentários