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Categoria: Economia

No RN, consumo para a Páscoa aumenta em 2023 e anima comércio

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A Páscoa de 2023 promete boas expectativas de vendas para o varejo em Natal e Mossoró, superando os índices registrados no ano passado. A pesquisa do Instituto Fecomércio Rio Grande do Norte, que mapeia a intenção de compras para a data comemorativa, aponta um cenário favorável para o consumo no período da Semana Santa, que vai de 07 a 09 de abril.

Além de avaliar a intenção de consumo, a pesquisa buscou identificar os gastos com presentes e comemorações, os elementos levados em consideração perante a compra, os principais locais para a realização dessas compras, bem como as pretensões de viagem para o período.

Em Natal, intenção de presentear passou de 56,5%, registrados em 2022, para 60,7% apurados neste ano. Já em Mossoró, o índice era de 48,4% (2022) e passou para 54,4%. Em ambas as cidades, os tickets médios aproximam dos R$ 100. 

Natal

Item tradicional da data, os chocolates devem ser a principal escolha da grande maioria dos natalenses que vão presentear, com 97,5% das citações. Os itens de vestuário foram mencionados por 3%, seguidos por brinquedos, com 3% das indicações, e vinhos e bebidas, com 1,4%.

Os filhos serão os mais presenteados nesta Páscoa (45,8%), seguidos dos companheiros (as) (32,2%); dos pais/mães (25,9%); irmãos/amigos (14,2%); dos sobrinhos (14,2%); dos afilhados (8,7%); e netos (6,3%). 

No momento de escolher o presente, serão consideradas principalmente as ofertas e promoções (57,2%), bem como a marca do produto (32,7%).

No que se refere aos gastos, a pesquisa da Fecomércio RN identificou que 67,9% pretendem gastar no máximo R$ 100,00 no item de presente. Para 24,5%, o preço dos presentes pode variar de R$ 101,00 a R$ 200,00. Já 7,7% dos entrevistados pretendem desembolsar acima de R$ 200,00 em cada presente de Páscoa deste ano.

O ticket médio, ou seja, o valor a ser investido pelo consumidor na compra do presente, será de R$ 98,49, valor próximo ao verificado na pesquisa realizada ano passado, o qual havia sido de R$ 97,66.

Quanto à forma de pagamento, 49,7% dos consumidores nataleneses pretendem pagar à vista no dinheiro e 48,1% revelaram que vão usar o cartão, sendo pretendem efetuar suas compras 27,4% no crédito e 20,7% no débito.

As lojas físicas são os locais preferidos da maior parte da população; sendo que os shoppings devem receber 51% do volume de consumidores que vão às compras; e o comércio de rua, 34,9%. Outras modalidades como encomenda e internet somaram 12% das respostas. 

O desejo de comprar peixes e frutos do mar também foi mensurado pelo Instituto Fecomércio RN. A pesquisa mostrou que 70,2% dos entrevistados têm pretensões de comprar peixes e crustáceos especialmente para a data. A maioria (50,2%) dos consumidores pretendem gastar entre R$ 51 e R$ 100.

Além de movimentar o comércio tradicional, a Páscoa também traz impactos para o setor de serviços. Os dados do levantamento revelaram que, no feriadão, cerca de 18% dos natalenses devem pegar a estrada. Os locais preferidos pelos viajantes serão o interior do RN (57,8%) e o litoral do RN (29,4%). Outros estados aparecem com 12,8% das intenções de quem vai viajar.

Mossoró

Mantendo a tradição, os chocolates serão os itens preferidos para 96,7% consumidores mossoroenses. Vinho e/ou bebidas aparecem com 3,3% das intenções.

Os mais presenteados nesta Páscoa serão filhos (58,5%); companheiros (as) (29%); afilhados/sobrinhos (24,3%); pai/mãe (14,7%); e netos (13,2%). Os fatores determinantes para escolha dos produtos serão as ofertas e promoções (55,7%); a marca do produto (28,9%); os brindes (8,1%); e as formas de pagamento (1,8%).

Sobre os gastos, 19,8% revelaram que o presente da Páscoa custará até R$ 50; 36,6% gastarão entre R$ 51 e R$ 100; 19,4% entre R$ 101 e R$ 200; 8,1% acima de R$ 201; e 16,1% ainda não sabe quanto vai gastar. 

O ticket médio dos consumidores mossoroenses deve ficar em R$ 98,47 por presente. Em 2022, a pretensão de gasto foi de R$ 87,65.

Na segunda cidade maior do Estado, o pagamento à vista em dinheiro será a forma escolhida pela maior parte dos consumidores (40,3%). A modalidade via cartão de crédito vem logo em seguida com 28,9%; sendo 23,4% optam pelo debito e 7% pelo crédito no modelo parcelado.

A opção pelos estabelecimentos do comércio de rua lidera com 60,4% das preferências dos consumidores. As lojas do shopping aparecem a seguir, com 21,3%.

A maioria dos mossoroenses deve seguir a tradição e consumir pescados durante a Semana Santa deste ano: 72,7% tem intenção de consumir peixes e crustáceos durante o período.

Rio Grande do Norte perderá competitividade com aumento do ICMS, diz Fecomércio

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O aumento da alíquota modal do ICMS de 18% para 20%, previsto para entrar em vigor a partir de 1º de abril, fará o Rio Grande do Norte perder competitividade, se comparado com os estados vizinhos da Paraíba, Ceará e Pernambuco. Essa é a avaliação das entidades de representação do comércio Fecomércio RN, Facern, FCDL, CDL Natal, ACRN, AEBA, AVICEN e ASCERN, ao apontar que nenhum dos estados vizinhos aumentará o tributo em 2023.

De acordo com as entidades, a Paraíba, por exemplo, além de não elevar a alíquota modal do ICMS, vem implementando uma série de ações com foco na melhoria do ambiente de negócios, beneficiando todos os segmentos econômicos.

A avaliação das organizações representativas é de que o estado vizinho, acertadamente, está indo no caminho inverso ao nosso. Recentemente, o governo paraibano anunciou um conjunto de medidas de incentivo fiscal, de reduções, isenções de impostos e de inovação para o setor produtivo, o que se refletirá diretamente na geração de empregos e crescimento da economia, a partir da atração de novos investimentos para o estado.

Como consequência natural ao aumento do ICMS potiguar, as entidades acreditam que poderá, além do impacto negativo decorrente do aumento dos custos dos produtos, ocorrer a transferência de negócios de empresas do RN, em busca de condições mais favoráveis.

Desde dezembro do ano passado, os empresários têm reiterado seu posicionamento contrário ao aumento da alíquota modal do ICMS, levando o debate ao executivo estadual e à Assembleia Legislativa. 

Entre os argumentos apresentados, estão a redução no volume de vendas das empresas e, em consequência, perda na arrecadação do ICMS, com reflexos diretos na geração de empregos e renda da população.

Segundo os últimos dados disponibilizados pela Secretaria Estadual de Tributação, a arrecadação global do ICMS, entre dezembro de 2021 e janeiro de 2023, registrou crescimento de R$ 707 milhões, bem superior à queda na arrecadação do ICMS que incide sobre os chamados blue chips (energia, telecomunicações e combustíveis), o que demonstra que o RN teve o desempenho global positivo e reforça os argumentos que têm sido levantados pela classe produtiva, desde o início deste debate.

As entidades entendem que este não é o momento para aumento de impostos. O RN precisa, sim, adotar ações emergenciais de socorro às empresas impactadas pela recente crise de segurança que enfrentamos, sobretudo com foco nas micro e pequenas, que são as maiores geradoras de emprego e renda no estado.

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FECOMÉRCIO RN – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte

FCDL RN – Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte 

CDL NATAL – Câmara de Dirigentes Lojistas de Natal

FACERN – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte 

ACRN – Associação Comercial do Rio Grande do Norte 

AEBA – Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim

AVICEN – Associação Viva o Centro de Natal

ASCERN – Associação dos Comerciantes e Empresários da Região Norte de Natal

Potencial do RN para energias renováveis e atuação do ISI-ER são destaques na Alemanha

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O potencial do Rio Grande do Norte para geração de energias renováveis e o trabalho do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) foram destaques no telejornal alemão Tagesthemen (Tópicos Diários), do canal Das Erste, principal canal de televisão pública na Alemanha. A matéria, veiculada no dia 13 de março, foi replicada no portal de notícias Tagesschau (Notícias Diárias) e aponta que o até 40% das necessidades energéticas da Alemanha poderão ser cobertas por energias renováveis do Brasil.

“O vento sopra nesta área pelo menos oito meses por ano. Condições perfeitas para a energia eólica. O Rio Grande do Norte já é o maior fornecedor de energia eólica do Brasil e possui um dos maiores potenciais eólicos do mundo”, destaca o Notícias Diárias.

A publicação enaltece a atuação do ISI-ER na pesquisa e inovação para aproveitar esse potencial das energias renováveis do estado, como nos estudos para a geração offshore, com parques eólicos instalados no mar, e para a produção de hidrogênio verde. Considerado a fonte de energia do futuro, o hidrogênio verde deverá representar até 15% do mix energético europeu nos próximos 30 anos.

Outras iniciativas do ISI-ER também são citadas no material, como o desenvolvimento do Buggy Elétrico, em parceria com a escola profissionalizante de design e tecnologia em Trier, e a produção de combustível sustentável de aviação, em cooperação com a Alemanha. Desde 2018, o SENAI-RN possui um acordo de cooperação com o governo alemão por meio da GIZ, empresa alemã que executa projetos de cooperação internacional focados em desenvolvimento sustentável.

Uma ponte verde sobre o Atlântico

Diante do potencial de geração de energia eólica e produção de hidrogênio verde no Brasil, o vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, imagina uma “ponte verde sobre o Atlântico” que será construída. Ele quer alcançar um boom industrial por meio da expansão das energias renováveis — especialmente com o hidrogênio verde; segundo destaca a reportagem da imprensa alemã. 

Em seu discurso no Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), que aconteceu nos dias 13 e 14 de março, em Belo Horizonte, ele citou que a cooperação do Brasil com a Alemanha é uma situação ganha-ganha: o Brasil receberá tecnologias e investimentos e poderá, assim, exportar fontes de energia limpa para a Alemanha.

Habeck ainda aponta o hidrogênio verde como elemento central para as metas de proteção climática de Paris. Como as possibilidades de produção na Europa são limitadas, o foco do ministro está no nordeste brasileiro, onde há muito vento e sol.

O ministro da Economia da Alemanha esteve no Brasil acompanhado do ministro da Agricultura, Cem Özdemir, e de uma delegação empresarial para tornar as relações econômicas teuto-brasileiras mais sustentáveis.

“Podemos aprender uma lição com o Brasil”, disse o ministro da Agricultura, Özdemir, em referência ao fato de a maior economia da América do Sul já produzir mais de 80% de sua energia a partir de fontes renováveis — principalmente hidrelétricas, eólicas e de biomassa.

Governo do RN prorroga pagamento do ICMS do Simples e decreta aumento do imposto para 2023

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Na edição do Diário Oficial do Estado (DOE) do último sábado (25), o Governo do Estado publicou Decreto nº 32.543, que concede aos contribuintes optantes pelo Simples Nacional a prorrogação do prazo para recolhimento do ICMS relativo à diferença de alíquota das aquisições que realizar em outras unidades da federação, passando do dia 03 de abril para 03 de maio de 2023. 

A solicitação atende parcialmente um pleito das entidades produtivas do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, lideradas pela Fecomércio RN, apresentado à governadora Fátima Bezerra em reunião com os representantes do Estado, quando foi debatida a recente crise na segurança pública do RN e as graves consequências para os segmentos econômicos. 

Aumento da alíquota modal

Porém, a mesma edição do DOE traz também o Decreto nº 32.542, de 24 de março de 2023, que implementa as disposições da Lei Estadual nº 11.314, de 23 de dezembro de 2022, aumentando a chamada alíquota modal do ICMS para 20% a partir do dia 1º de abril, com vigência até 31 de dezembro de 2023, voltando a 18% em 1º de janeiro de 2024. Já sobre os itens da cesta básica, incidirá uma alíquota de 7%.

O documento traz ainda a informação de que “esta Lei não produzirá efeitos na hipótese de implementação das compensações previstas originalmente no art. 14 da Lei Complementar Federal nº 194, de 23 de junho de 2022”.

Lembre do caso

Nos últimos dias de 2022, o Governo do Estado enviou para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei nº 281/2022, em regime de urgência, que tratava do aumento da alíquota modal do ICMS. 

A Fecomércio RN, desde o início dos debates, se posicionou contrária ao aumento do imposto, tendo em vista os efeitos negativos da já alta carga tributária, impactando diretamente no consumo da população e na competitividade das empresas. 

O projeto de Lei foi colocado em votação no plenário da Assembleia Legislativa e aprovado por 12 deputados estaduais no dia 21 de dezembro.

RN, Bahia e Ceará terão menor custo no país para produção de hidrogênio verde

FOTO: HUMBERTO SALES

Resultados preliminares de um estudo divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) apontam o Rio Grande do Norte, a Bahia e o Ceará como estados que potencialmente terão, no Brasil, o menor custo de produção de hidrogênio verde – o chamado “combustível do futuro”.

“Dependendo do modelo de negócio adotado, o custo de produção no país é estimado entre 2 e 7 dólares por quilo de hidrogênio (produção em grandes escalas), enquanto na Europa, em razão de fatores como a guerra entre Rússia e Ucrânia, o preço do gás natural e a alta demanda, o valor pode superar atualmente 10 euros, dependendo da aplicação e da região (aproximadamente 10,76 dólares, considerando a cotação da moeda nesta sexta-feira)”, disse o pesquisador do ISI-ER, Raniere Rodrigues.

“Os estados do Nordeste do Brasil aparecem como as regiões mais promissoras nesse contexto, por custo e disponibilidade de áreas, mas uma coisa que vai influenciar bastante vai ser a infraestrutura de energia disponível, e a localização do mercado consumidor, quem a gente vai atender. Isso vai ser estratégico”, acrescentou.

 Os dados que mostram onde e qual seria o possível custo de produção de hidrogênio até 2050 no país fazem parte de um estudo que está em desenvolvimento no Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis, em parceria com a agência alemã de cooperação internacional GIZ e a consultoria Niras. O trabalho deve ser concluído ainda neste semestre. “Custo e localização”, disse Rodrigues, “são as grandes perguntas da indústria”.

 As conclusões preliminares dos pesquisadores sobre o tema foram apresentadas por ele no Fórum Internacional de Hidrogênio Renovável, H2Tech, encerrado nesta sexta-feira  (24), na Casa da Indústria.

 O evento reuniu especialistas do Brasil e da Alemanha em Natal, durante dois dias, e foi promovido pelo Instituto SENAI como parte da programação em alusão aos 70 anos da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), entidade que encabeça o Sistema FIERN, também composto por SENAI, SESI e IEL no estado.

Vantagens

O diretor do SENAI-RN e do ISI-ER, Rodrigo Mello, explica que a força do Nordeste como produtor de energias renováveis traz vantagens à região, entre outros pontos, justamente pela importância dessa energia no processo de produção do hidrogênio pela chamada eletrólise, um processo físico-químico que utiliza a energia de fontes renováveis como eólica e solar.

 “A produção de hidrogênio verde, necessariamente, é consequente do uso da rota da eletrólise, que é um processo que utiliza muita energia. E, para esse fim específico, essa energia deve ser renovável”, diz Mello, ressaltando que RN, Bahia e Ceará são os maiores produtores de energia eólica do país, com oferta abundante de matéria-prima, portanto, para atender a indústria do hidrogênio.

 A perspectiva, acrescenta, é que os custos das energias renováveis no Brasil, já em queda, continuem caindo e abram caminho para preços extremamente competitivos para o hidrogênio verde na região. “Mas quando nós pensamos que precisamos achatar o preço de um produto para que ele tenha competitividade, precisamos necessariamente ter evoluções tecnológicas, incrementar a escala de produção e ter um balanço onde todos os fatores que influenciam de forma positiva essa produção estejam em um grau adequado de superioridade aos fatores que dificultam essa produção”, pontua ainda o diretor do ISI-ER.

Áreas

A palestra em que foram apresentados os dados preliminares do estudo, intitulada “Estratégias locacionais para prospecção de áreas e desenvolvimento de plantas de produção de H2V”, mostrou fatores que influenciam a seleção de áreas para instalação de plantas de hidrogênio e a primeira visão de onde estariam esses possíveis locais, relacionando essa possibilidade com o custo de produção do insumo.

 “As expectativas em todos os estudos são de que esse hidrogênio poderia chegar a custar, em 2050, até US$ 0,50 por cada quilo, considerando aqui uma escala de produção grande, uma geração centralizada e um cenário em que o custo da energia continue caindo”, observa o pesquisador do ISI-ER, Raniere Rodrigues.

 “Chegar a casa dos centavos depende de dois fatores principais: melhorar custos de investimentos em equipamentos destinados à eletrólise (processo químico utilizado em uma das rotas de produção de hidrogênio mais difundidas, em que a energia utilizada é eólica ou solar) e melhorar o preço da energia elétrica – o custo do Megawatt (MW) precisa ficar mais barato. Os custos de investimentos em eólica e solar precisa reduzir”, acrescentou o pesquisador.

 A posição do Nordeste como região brasileira que mais produz energia eólica em terra e uma das maiores produtoras de energia solar, além do potencial gigantesco identificado para os próximos anos com a geração de energias renováveis no offshore (no mar), aliados à redução nos custos de produção de eólica e solar nos últimos anos, projetam não só a região, mas o Brasil entre os maiores fornecedores de energia para o mundo, no futuro, segundo Rodrigues.

 Custos de produção de energia eólica e solar, observou o pesquisador, caíram em torno de 40% nos últimos 10 anos e a expectativa é que baixem em média mais 30% até 2050. “Se isso se concretizar de fato vamos chegar a 0,50 cents de dólar por quilo para o hidrogênio”, complementou, explicando que os valores associados ao hidrogênio “serão infinitamente influenciados pela potência da planta de hidrogênio, a quantidade de hidrogênio produzido, e, geograficamente, pelos custos de investimento em energia eólica e solar”.

Perdas em restaurantes vão a 80% com insegurança no RN

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Principal atividade econômica do Rio Grande do Norte, o Turismo tem sido fortemente afetado pelos ataques criminosos que começaram no Estado há dez dias. O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do RN (SHRBS-RN), Habib Chalita, afirmou que, na  semana passada, o segmento de hospedagem em Natal operou com apenas  15% de ocupação. Para a Semana Santa, segundo ele, 40% das reservas foram canceladas. Braço importante do setor,  o ramo de alimentação fora de casa acumula prejuízos no faturamento que chegam a 80%, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no RN (Abrasel/RN).

Habib Chalita, do SHRBS demonstrou intensa preocupação com a situação do Estado e disse que o RN precisa garantir uma imagem de segurança para o País o quanto antes, a fim de evitar impactos ainda mais drásticos para o Turismo. “Estamos em um momento de juntar forças. Não podemos continuar por 15 dias reféns de uma situação que não está agradável para nenhum dos setores do RN, afinal, nenhum turista vai para um destino que não tenha segurança”, disse ele.

Questionado se o setor corre risco de demitir em função da crise provocada pela insegurança, Chalita respondeu que é preciso saber antes quando a ordem será restabelecida no Estado. “Não queremos demitir, mas tudo tem um limite. Nós precisamos saber quando teremos uma reestruturação na segurança para  que todos possam trabalhar e dizer que ninguém será demitido”, respondeu. O presidente do   SHRBS ressaltou preocupação ainda maior porque, segundo ele, os efeitos da crise na segurança levam meses para cessar, o que deve prolongar os impactos para o Turismo.

“Dentro da nossa cadeia, o que se planta hoje, começa a ser colhido somente três meses depois. Então, temos que implementar agora essa imagem de estado seguro  para, daqui a três meses, conseguirmos colocar na cabeça do nosso cliente que nós estamos seguros”, indica. Sem a iniciativa, aponta, o RN perderá turistas para destinos vizinhos. “A Paraíba e o Ceará estão dizendo que estão seguros e surgem como saída para os agentes de viagem, que  precisam oferecer uma opção aos clientes. E, no momento o RN não é uma opção”, afirma Habib Chalita.

Para ele, os esforços que o Governo do Estado fez nos últimos dias para divulgar o Rio Grande do Norte perdem efeito diante da crise. “A governadora se esforçou para vender a imagem do RN, com festas para artistas e participação em feira internacional, mas nossa imagem está bastante arranhada. Acho que deveria haver pulso firme em cima das facções que estão  atrapalhando, decididamente, nosso trabalho. A Força Nacional e a PM estão presentes, mas é necessário  uma reação enérgica”, sugeriu.

O setor de bares e restaurantes também amarga fortes prejuízos. De acordo com a Abrasel, para quem trabalha no almoço, houve perda de faturamento na faixa dos 30% aos 40%. Já para os estabelecimentos que atuam à noite, a redução chegou a 80%. É  caso do restaurante Panela e Aromas, que possui três unidades (duas no Shopping 10, no Alecrim, e uma no Partage Norte Shopping).

“O maior problema foi o transporte público, não só por causa dos funcionários, mas dos clientes também, porque muitos deles utilizam os ônibus para ir ao restaurante”, disse Pedro Henrique Palomino, proprietário do Panela e Aromas. Segundo ele, a queda no faturamento oscilou entre 50% e 80% na semana passada.

Pedro conta que na loja do Partage, o funcionamento do restaurante, que segue até às 22h, foi reduzido para as 20h na última semana. No Alecrim, não houve alterações de funcionamento, mas o movimento baixo afetou as vendas. “Abrimos das 11h às 16h no Shopping 10, mas hoje, a gente só consegue vender até 13h30 mais ou menos”, detalhou Palomino.

Na zona Leste da capital, o gerente de um estabelecimento que preferiu não se identificar, disse à reportagem que o funcionamento no local tem sido mantido, mas conta que, nos primeiros dias de ataque o faturamento caiu entre 30% e 40% por causa do baixo movimento. “Esta semana, a situação tem melhorado”, comentou. Moisés Queiroz, gerente do bistrô Le Paradis du Café, em Petrópolis, também reclama da redução de faturamento em razão da baixa circulação de clientes registrada nos últimos dias.

“Semana passada o movimento foi muito fraco e, por isso, estávamos fechando mais cedo, às 17h – nosso funcionamento é até 20h. Agora está um pouco melhor, mas ainda estamos fechando uma hora mais cedo, às 19h. Com isso, o faturamento caiu 60%.  A escassez de clientes acontece mais quando anoitece, porque as pessoas ficam  com medo de sair de casa. Assim é difícil fechar as contas no final do mês e toda a cadeia é impactada (logística, armazenamento de produto,  funcionários)”, relata Queiroz.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no RN (Abrasel/RN), Paolo Passariello disse que os estabelecimentos localizados em regiões periféricas são os mais afetados. “Esta semana a situação aparenta uma melhora. Tudo depende muito dos bairros onde os estabelecimentos estão localizados. Quem está instalado em uma região com maior participação de forças policiais, passa por uma situação menos complicada, ao contrário dos situados em áreas mais periféricas”, afirmou Passariello.

“Na semana passada, alguns estabelecimentos não abriram porque não tinha ônibus e  os funcionários não conseguiam ir ou retornar do trabalho”, completou. Segundo ele, o horário de operação do transporte continua sendo o maior gargalo para o setor atualmente. “Isso tem aumentado os custos, porque os valores dos transportes por aplicativo estão exagerados. E tem ainda os funcionários que não conseguem ir trabalhar”, disse.

Prorrogação de imposto

A prorrogação das datas para o pagamento dos impostos do regime Simples Nacional referentes ao mês de fevereiro iria aliviar parte do setor de Turismo e ajudaria alguns segmentos no equilíbrio das contas, segundo fontes ouvidas pela reportagem. O pedido para ampliação dos prazos foi direcionado aos governos Estadual e Federal, no entanto, a solicitação não foi atendida na esfera nacional. Já no âmbito estadual, a prorrogação é aguardada em publicação do Diário Oficial.

“Nós não queremos isenção, queremos uma prorrogação para que a gente consiga respirar”, sublinhou o presidente do SHRBS, Habib Chalita. Segundo ele, 55 segmentos da cadeia são afetados pela crise. “Estamos em um momento com impactos econômicos muito difíceis de comensurar”, diz Paolo Passariello, da Abrasel. Para Pedro Henrique Palomino, proprietário  do Panela e Aromas, a decisão de não prorrogar as datas é um fator que pesa bastante nas contas do restaurante, especialmente porque já existem acúmulo de dívidas.

“Em uma das unidades do Alecrim, não consegui pagar o Simples, que venceu no dia 20. Não não teve prolongamento de prazo  ou qualquer outro tipo de ajuda. Nós estamos com dividas parceladas da pandemia, que acumulam agora com mais uma. Isso está sendo uma das maiores dificuldades para a gente. O atraso do pagamento pode provocar a perda do CNPJ e a saída do sistema, o que está nos deixando muito ansiosos, porque sem faturamento, não há como pagar os 20% do Simples”, relata.

A prioridade, segundo ele, tem sido o pagamento de salários dos colaboradores. “Eu não estou conseguindo nem quitar o aluguel do condomínio. Estou dando prioridade ao salário dos funcionários e eu sei que as contas vão continuar a chegar. Meu questionamento é: quanto tempo vai demorar para as coisas voltarem à normalidade?”, indaga.

Tribuna do Norte

Presidente da Petrobras diz que pode reduzir preço da gasolina

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Um dia após a Petrobras anunciar a redução do preço do diesel, o presidente da companhia, Jean Paul Prates, disse, nesta quinta-feira (23), no Rio de Janeiro, que a estatal pode diminuir o preço da gasolina. “Sempre que a gente puder vender mais barato para o consumidor brasileiro, a gente vai fazê-lo”, afirmou ao ser perguntado se a empresa deve baixar o preço da gasolina este mês.

Após participar do lançamento do “Caderno FGV [Fundação Getúlio Vargas] Energia de Gás Natural”, Prates destacou que a empresa adota o Preço de Paridade de Importação (PPI) como uma referência e não como um “dogma”.

“Não aceito o dogma do PPI. Aceito a referência internacional. Trabalhamos com a referência internacional com o preço de mercado de acordo com o nosso cliente. [A] cliente bom você dá desconto. É a política de empresa”, explicou.

Referência internacional

Acrescentou que o melhor preço para a empresa é o preço próximo da referência internacional. “Não quer dizer que eu tenho que andar exatamente em cima da linha do preço do importador. É bem diferente. Não quer dizer que eu vá me afastar, me isolar e virar uma bolha no mundo. Temos que seguir a referência internacional. Se lá fora o preço do petróleo diminuiu e reduziu em insumos para refinarias, eu tenho que corresponder para o consumidor final. Mas eu não preciso estar necessariamente amarrado ao preço do importador, que é meu principal concorrente. Paridade de importação não é o preço que a Petrobras deve praticar”.

Durante o evento, o presidente da Petrobras ressaltou que a companhia vai investir na infraestrutura para transporte, escoamento e distribuição do gás natural, que ele apontou como entraves para o mercado do gás.

Petrobras reduz preço do diesel para as distribuidoras a partir desta quinta-feira

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O preço médio de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras será mais baixo a partir desta quinta-feira (23). Com a redução de R$ 0,18 por litro, o valor passará de R$ 4,02 para R$ 3,84 por litro.

Em nota, a Petrobras informou que a sua parcela no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,45 a cada litro vendido na bomba, após considerar a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos.

De acordo com a companhia, os principais motivos do recuo são a manutenção da competitividade dos seus preços “frente às principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino”.

A petroleira destacou ainda que na definição de preços preserva a competitividade, mas evita o repasse das frequentes mudanças do mercado internacional. “Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia destaca que na formação de seus preços busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.

Com informações da Agência Brasil