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Categoria: Economia

Governo deve apresentar salário mínimo de R$ 1.627 para 2026

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A equipe econômica vai apresentar um salário mínimo de R$ 1.627 no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2026 que será enviado ao Congresso Nacional nesta terça-feira (15).

O reajuste é 7,18% maior que o salário mínimo deste ano, de R$ 1.518, que foi confirmado na aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) no final de março, com três meses de atraso.

A definição do valor para salário mínimo é feita por meio de uma fórmula que soma a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses, mais a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo ano anterior ao ano vigente, limitado a 2,5%.

A limitação é uma trava imposta pela lei 15.077/24, que endurece as regras de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e estabelece que até 2030 o limite do crescimento real do salário mínimo tem que se ater ao crescimento real do limite de despesa, em 2,5%.

O valor que será apresentado ainda não é definitivo, tendo em vista que é necessário ver o comportamento da inflação ao longo do ano e as modificações que serão feitas pelos parlamentares.

O PLDO e o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que será enviado até 31 de agosto ao Congresso, geralmente são votados pelas casas legislativas até o fim do ano.

A proposta que será enviada para o Congresso nesta terça também vai trazer as metas de resultado primário para os próximos anos.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o alvo fixado no projeto do ano passado para 2026, de superávit de 0,25% não será alterado.

“Não tem previsão de mudança daquilo que estava projetado na LDO do ano passado, a não ser o fato de que agora há um ano a mais de projeção”, disse o chefe da equipe econômica à imprensa na semana passada.

Na LDO de 2025, a equipe econômica prevê ainda superávits de 0,5% do PIB em 2027 e 1% em 2028.

Os valores contam com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos para ser considerada cumprida a meta.

CNN

Brasil deve perder R$ 30 bi com guerra de tarifas iniciada por Trump

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As perdas do Brasil com a guerra global de tarifas, iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem somar cerca de US$ 4,980 bilhões, o equivalente a R$ 30 bilhões, segundo o câmbio desta segunda-feira (14/4). A estimativa foi feita por meio de uma simulação computacional, realizada por economistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A análise, realizada por pesquisadores do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da UFMG, mostra que esse seria o impacto geral do conflito tarifário na produção do país. Sob o ponto de vista dos setores que compõem a economia, contudo, o resultado pode variar.

A estimativa aponta que a agropecuária, por exemplo, deve ganhar US$ 5,526 bilhões com a guerra. Em contrapartida, a indústria pode perder US$ 8,895 bilhões e o setor de serviços vai ficar US$ 1,612 bilhão no negativo.

No que diz respeito às exportações, as perdas totais seriam de US$ 1,970 bilhão. Parte dessa queda já está contemplada no recuo da produção. Por isso, os dois números não podem ser somados.

Ainda assim, no tema exportações, a situação setorial se repete. A agropecuária ganharia US$ 6.642 bilhões, enquanto a indústria e os serviços perderiam, respectivamente, US$ 6,409 bilhões e US$ 2,203 bilhões.

Lances da guerra

As projeções feitas pela equipe de economistas da UFMG consideram os principais lances da guerra de tarifas. Inclui a elevação promovida pelos EUA contra importados da China, em 145%, além de 10% para os demais países de uma lista de quase 180 nações.

Leva em conta também o aumento para 25% da tarifa de importações de automóveis e aço nos EUA, de qualquer país. Inclui na conta, por fim, a retaliação promovida pela China, taxando em 125% os importados americanos.

Sem vencedores

A partir desses dados, os especialistas também estimaram as consequências do combate para a economia global. Em suma, não há vencedores. A guerra provocaria uma queda de 0,25% no PIB mundial, o equivalente a uma perda de US$ 205 bilhões. O comércio mundial também seria prejudicado, reduzindo em 2,38%, o equivalente a uma baixa de US$ 500 bilhões.

Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) sofreria uma redução de 0,7%. A China enfrentaria uma diminuição 0,6% do seu PIB. No Brasil, haveria um pequeno incremento de 0,01%, como resultado quase exclusivamente do ganho em atividade e exportações de alguns produtos agrícolas e pela queda de preços de importações.

PIB e produção

Pode soar estranho que a produção registre perda de US$ 4,980 bilhões e o PIB, por outro lado. anote ganho de 0,01%. Mas essa aparente incoerência, observa o economista Edson Paulo Domingues, do Nemea, da UFMG, pode ser explicada. O PIB é uma medida de valor adicionado. Ele mede a riqueza criada. Assim, pode divergir do efeito no valor da produção.

Metrópoles

Com reforma, Porto de Natal pode gerar R$ 1 bilhão em 1 ano, diz Fiern

FOTO: JOSÉ ALDENIR

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Roberto Serquiz, afirmou que a recuperação do Porto de Natal demandará um investimento de R$ 250 milhões, com potencial de gerar, em um ano, movimentação econômica de aproximadamente R$ 1 bilhão. Segundo ele, estudo realizado pela Fiern por meio do Observatório Mais RN apontou que atualmente 74% da produção potiguar é escoada pelos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).

“O porto é viável. Nós mostramos em números, fizemos um levantamento do que precisava ser feito no porto […]. Um orçamento em torno de R$ 250 milhões de investimentos, isso em abril de 2024, e um estudo nos trouxe que, uma vez retomado o porto, teríamos um retorno em um ano de movimentação econômica em torno de R$ 1 bilhão”, disse.

Serquiz ressaltou a importância da dragagem para ampliar o calado de 10 para 12,5 metros, o que permitirá a entrada de cruzeiros e o aumento da competitividade. “O ponto logístico tem uma influência gritante no custo, não é? E o tráfego marítimo é realmente um componente que faz essa diluição”, afirmou.

Ele também destacou gargalos logísticos como as rodovias estaduais e federais, citando a RN-064, a BR-304 e os acessos à produção de mamão, cana-de-açúcar, etanol e sal como pontos críticos.

Sobre a recente taxação dos EUA sobre produtos importados, Serquiz avaliou o cenário como um risco, mas também como oportunidade.

“Isso é um fato novo que surpreendeu a todos. O comportamento diplomático é muito certeiro nas oportunidades. A Federação da Indústria, através do Observatório, está acompanhando isso, eu estou alerta a isso”, afirmou.

Ele mencionou setores locais com potencial de expansão, como vestuário, atum e pescado, além da recente venda de 40 navios de soja do Brasil para a China como exemplo de reposicionamento no mercado.

Serquiz também defendeu a descentralização do licenciamento ambiental no RN, com repasse da autorização de atividades de impacto local para os municípios, através de consórcios regionais, como Seridó, Agreste, Costa Branca e Potengi.

“O que é que nós estamos propondo ao Estado? Descentralizar o licenciamento para os municípios naquilo que for de impacto local”, explicou. Ele citou o concurso em andamento no Idema e a necessidade de revisão da Lei Complementar 272.

Na área institucional, o presidente da Fiern confirmou a instalação de uma nova sede da federação em Mossoró, prevista para ser lançada até o fim do ano. “Nós já estamos com o ponto, nós já estamos na parte de construção, esperamos que até o final do ano a gente possa lançar a sede de Mossoró”, afirmou.

Ele detalhou investimentos em escolas de referência, clínicas médico-odontológicas e formação profissional em cidades como Mossoró, São Gonçalo, Currais Novos, Macau e, futuramente, Caicó.

Sobre os sindicatos, Serquiz destacou o projeto Meritocracia e o crescimento da rede sindical na Fiern. “Nós tivemos em 2024, 122 indústrias chegando à federação, indo para a sua casa, onde elas têm que estar. Nós temos perspectivas agora de mais de 208 para 2025”, declarou.

Ele revelou que setores como petróleo, energia renovável, sal refinado e material de limpeza pleiteiam ingresso na federação. “Nós estamos de portas abertas, porque nós acreditamos que lá é a casa, realmente, da indústria, do industriário, onde ele deve recorrer”, concluiu.

Agora RN

Páscoa de 2025 deve injetar mais de R$ 570 milhões no comércio do RN e registra recorde na intenção de compra em Natal

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A Páscoa de 2025 promete trazer um novo fôlego para o varejo potiguar. Levantamento realizado pelo Instituto Fecomércio RN revela um cenário positivo, com crescimento expressivo na intenção de consumo, aumento do ticket médio e maior movimentação econômica. A pesquisa reforça o papel estratégico da data para o comércio, consolidando a Páscoa como um dos principais impulsionadores do setor neste primeiro semestre.

Em todo o estado, a estimativa é de que a Páscoa de 2025 movimente R$ 573,4 milhões — crescimento de 15,2% em relação ao ano passado. Em Natal, o volume deverá atingir R$ 158,1 milhões (+10,6%), e em Mossoró, R$ 61,8 milhões (+20,5%). Esse desempenho é impulsionado pelo aumento da intenção de compra e pela disposição de gastar mais, mesmo diante de um cenário econômico ainda desafiador para parte da população.

Em Natal, a intenção de presentear chegou a 66,8%, o maior percentual da série histórica desde 2021. Em Mossoró, o índice também apresentou crescimento significativo: 58,3% dos consumidores afirmaram que pretendem comprar presentes, superando os 51,9% registrados no ano anterior. O principal motivo segue sendo o afeto pelas pessoas presenteadas, apontado por 63,4% dos natalenses e 67,5% dos mossoroenses. O chocolate continua sendo o presente preferido, com mais de 97% das intenções de compra nas duas cidades pesquisadas.

Ticket médio em alta

O ticket médio teve alta nas duas cidades. Em Natal, o valor médio dos presentes poderá alcançar R$ 116,48 — aumento de 11% em relação a 2024. Já em Mossoró, o valor poderá chegar a R$ 112,80, 3,8% acima do ano anterior. Os consumidores com maior renda e escolaridade foram os que mais pretendem gastar, superando os R$ 140 em ambos os municípios. Chama atenção, em Natal, o crescimento da faixa de consumo acima de R$ 200, que atingiu quase 18% — o maior índice já registrado na série histórica. Já em Mossoró, a maioria dos consumidores (50,5%) planejou gastar entre R$ 51 e R$ 100.

O perfil dos consumidores também apresenta particularidades. Em Natal, predominam mulheres (67,3%) entre 25 e 34 anos (75,7%), enquanto em Mossoró a maioria é masculina (60,1%) e na mesma faixa etária (64,6%). Em ambas as cidades, o pagamento à vista, por Pix ou dinheiro, lidera como preferência — uma tendência que reflete o controle financeiro e a busca por evitar o endividamento.

“Os dados da nossa pesquisa confirmam uma recuperação importante do consumo durante a Páscoa no Rio Grande do Norte. O aumento no ticket médio, o crescimento no número de consumidores dispostos a presentear e a expansão da movimentação econômica refletem uma confiança maior por parte da população e a valorização das tradições desta data. Mesmo diante dos desafios do cenário macroeconômico, como a inflação e as limitações orçamentárias de muitas famílias, percebemos um ambiente de otimismo e novas oportunidades para o comércio potiguar”, concluiu o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.

Brasileiros devem gastar cerca de R$ 150 com ovos de Páscoa

FOTO: DIVULGAÇÃO

Os brasileiros devem gastar menos com chocolate na Páscoa deste ano, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Cartão de Crédito. Em média, cada consumidor deve desembolsar cerca de R$ 150.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o preço do chocolate aumentou quase 13% neste ano e desde 2023 acumula uma alta de 27,22%.

Mesmo assim, sete em cada dez brasileiros (67%) pretendem comprar chocolates ou outros produtos nesta Páscoa.

A advogada Rafaela Marques deve gastar mais que a média. “Tem dois sobrinhos, um enteado, um afilhado, amigo-oculto do trabalho e amigos. Acho que vai dar uns 400 reais”, diz.

As caixas de bombons (36%) e as barras de chocolate (34%) são a escolha de quem prefere quantidade, como a cabeleireira Venilza Maia.

Já a produção caseira é a opção para 26% dos consumidores.

SBT News

Obras no Porto de Natal podem elevar turismo de cruzeiros em 25 vezes

FOTO: CANINDÉ SOARES

Uma das principais forças da economia potiguar, o turismo ainda carece de melhorias em áreas específicas visando expandir e utilizar plenamente o seu potencial. Nesse sentido, um dos segmentos turísticos que pode ser potencializado em grandes proporções é o de cruzeiros, mercado que passou por constantes transformações no Brasil e no mundo nos últimos anos. Um estudo inédito feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RN) mostrou que essa área turística no Estado, por meio do Porto de Natal, pode sair dos atuais R$ 3,5 milhões de impacto econômico para R$ 89,5 milhões. O quantitativo de passageiros, que foi de 2.539 em 2023, poderia chegar a 63 mil, segundo o estudo. Para se chegar nesses quantitativos, no entanto, “muita água precisa correr por debaixo da ponte” como diz o ditado popular. Isso porque obras estruturantes, estratégias de captação e parcerias comerciais precisariam ser feitas para potencializar ainda mais este mercado.

Os números constam no estudo “Mercado e Impacto Econômico de Cruzeiros em Natal”, feito pelo Sebrae-RN a pedido da Companhia Docas do RN (Codern) e Secretaria de Estado do Turismo (Setur-RN), divulgado nesta semana. Segundo os dados do mapeamento, Natal está atrás no fluxo de passageiros em comparação aos portos de Recife e Maceió, por exemplo. Neste último caso, a capital alagoana recebeu 99.446 cruzeiristas em 2023, com impacto econômico total de R$ 140 milhões. Recife, por sua vez, recebeu 27.287 cruzeiristas e movimentou R$ 38,4 milhões.

Para se chegar nesses números, foi feito um diagnóstico de 50 embarcações que chegam no Brasil em rotas já conhecidas. Destas, 14 delas já atracaram ou estão programadas para atracar na capital em 2025/2026, demonstrando que o destino já faz parte de algumas rotas de cruzeiros. Além disso, 20 dessas embarcações operam no Nordeste brasileiro, o que representa oportunidade estratégica para ampliar a captação de novas escalas para Natal, fortalecendo sua posição no mercado de turismo marítimo.

Além disso, o turismo de cruzeiros tem suas particularidades e especificidades, como por exemplo a limitação de atrativos e o tempo disponível para a realização de atividades turísticas, ficando limitada a 6 horas, em alguns casos. Entre os atrativos indicados estariam passeio nas dunas e city tour pelo Centro Histórico de Natal.

“Essas 14 embarcações vieram de uma maneira espontânea, não tivemos trabalho de prospecção ativa desde que veio a pandemia, desde que perdemos a rota que era nossa principal em 2013, que era Fernando de Noronha, por questões ambientais. Nossa rota acabou sendo perdida e depois da pandemia houve uma queda de viagens de cruzeiros dentro desse panorama nacional. Agora ele está voltando e com uma força muito grande. Estamos vindo de um período de pós-pandemia e estamos agora retomando o que perdemos baseando no que gostaríamos de trazer para o nosso Estado”, explica Ana Raquel Pena, coordenadora do estudo e consultora de mercado credenciada do Sebrae-RN.

Além disso, o estudo também fez entrevistas com oito instituições/associações do turismo local, além de agências de receptivos do Estado. Foram feitas perguntas como “Quais os principais atrativos turísticos para o turista que chega de cruzeiros em Natal/RN considerando suas limitações?”, “Qual o potencial para o turismo de cruzeiro em Natal/RN?”, entre outras.

“Um dos grandes fatores da nossa pesquisa foi justamente aproveitar esse momento para identificar nosso posicionamento futuro em função dos cruzeiros, respeitando nossa capacidade de infraestrutura atual, no mercado potencial e de como essa movimentação hoje mundial e das tendências e oportunidades que os cruzeiros estão trazendo no setor do turismo”, acrescenta a pesquisadora.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria de Estado do Turismo para repercutir o estudo. A pasta enviou a seguinte nota. “Os primeiros resultados do estudo foram apresentados inicialmente à Codern, e posteriormente ao Conselho Estadual de Turismo – Conetur, reforçando o compromisso da Setur e do Sebrae em fomentar ações que ampliem a competitividade e atratividade do destino Rio Grande do Norte no cenário nacional e internacional. O detalhamento completo do estudo será apresentado em reunião técnica entre a Setur e o Sebrae nos próximos dias, quando serão discutidas as próximas etapas e possíveis desdobramentos das propostas levantadas”.

Potencial

O diagnóstico aponta, por exemplo, que apesar da baixa performance atual, o Porto de Natal possui “grande potencial a ser explorado”. Entre as perspectivas estariam a realização de reformas e aumento da capacidade operacional do terminal, que poderia aumentar em 25x o valor atual. Essa reforma, por exemplo, consistiria numa dragagem a ser feita no Rio Potengi, que seria uma nova bacia de evolução para o fundeio de navios de cruzeiro. A área selecionada para essa infraestrutura está situada na margem direita do Rio Potengi, entre a Ponte Newton Navarro e o Farol Recife de Natal. Essa dragagem citada no estudo é diferente da que é alvo de licitação para 2025.

Restrição histórica desse tipo de turismo em Natal, a altura da Ponte Newton Navarro deixaria de ser um empecilho. Isso porque, com essa nova bacia de evolução, os navios atracariam antes da ponte, com os cruzeiristas desembarcando em terra por meio de embarcações menores. Além disso, o comprimento máximo permitido para recepção de embarcações seria ampliado para 300 metros.

“Se eu tenho um limite na ponte para que os cruzeiros aportem aqui, a solução foi termos uma área de fundeio antes da ponte. Fizemos a batimetria e constatamos um volume de 900 mil m³ de remoção para que ali tenhamos um calado a 10m e atenda exatamente os cruzeiros.

O cruzeiro não aportaria direto no Porto, ficaria antes da Ponte e os turistas iriam de barco, indo num transfer. Esse tipo de operação é feita em Búzios, Ilhabela, Camboriú, ou seja, é bem recebida pelo mercado. Não é nenhum gargalo”, explica o diretor-presidente da Codern, Paulo Henrique de Macedo, acrescentando ainda que existe uma ideia de se criar uma rota de cruzeiros na costa Nordeste para atrair os turistas.

O diretor-presidente da Codern acrescenta ainda que já estão sendo feitos estudos e diagnósticos acerca dessas questões, com o intuito de viabilizar recursos junto ao Governo Federal. “Pedimos ao Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias uma solução operacional para que pudéssemos receber grandes cruzeiros. Fizemos a batimetria e entregamos para o INPH, e a Codern começa a elaborar uma solução operacional para que saibamos quanto vai custar receber grandes cruzeiros. Não adianta visualizarmos um potencial de um setor sem que possa efetivamente mensurar isso em números e poder projetar. Para o Governo do Estado fazer esse estudo, ele precisava de uma solução a médio prazo”, acrescenta.

Captação e divulgação do destino

Além das obras para ampliação do Porto de Natal e de sua infraestrutura ao redor, o estudo sugere um trabalho integrado de captação desses navios, além de ações de promoção e divulgação desses destinos. “Temos, com certeza, oportunidades de trabalhar um perfil de embarcações desse nível com a infraestrutura que temos hoje. Esse estudo permite ter essa radiografia do que nós temos hoje e o que está deixando de ser feito, que seria a parte de estratégia de captação de novos navios e embarcações”, explica Ana Raquel Pena.

Segundo George Costa, coordenador da Câmara Empresarial de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (Fecomercio-RN), o turismo de cruzeiros depende de toda uma conjuntura, não apenas de infraestrutura, mas também comercial.

“Os navios de pequeno porte, que é o que temos capacidade de receber, estão se dedicando a um turismo cada vez mais de luxo ou de grandes travessias, que são cruzeiros de 30, 60 dias, em que as pessoas dão a volta ao mundo. Esse tipo de cruzeiro está ficando mais raro no mercado mundial, porque os navios viraram verdadeiras cidades, que são muito grandes e que rendem muito mais dinheiro, porque concentra-se mais pessoas”, explica.

Ainda segundo George, grandes cruzeiros saem de rotas como Rio e São Paulo, mas não acabam passando nem desembarcando por cidades como Natal. “Não temos ainda força econômica e conjunto de cidades que junte Fortaleza, com Natal, João Pessoa e Maceió e consiga sair daqui um cruzeiro de grande porte. Esses de 3, 5 mil, a gente não consegue fazer com que eles venham para o Nordeste neste momento pela questão econômica”, aponta, acrescentando ainda as dificuldades estruturais existentes no Porto.

Outro ponto que pode ser beneficiado com o turismo de cruzeiros é o Terminal Marítimo de Passageiros (TMP Natal), que foi inaugurado em 2014 em função da Copa do Mundo em Natal mas acabou acabou se tornando um equipamento subutilizado com a falta de cruzeiros vindos ao Estado. O espaço custou R$ 72,5 milhões. A Codern estuda fazer mudanças internas para utilização ampla do espaço, além de possibilidade de cessões onerosas com o intuito de ampliar a relação “porto-cidade”.

Tribuna do Norte

Setor de Serviços lidera recuperação econômica e registra aumento de 7,1% em fevereiro, aponta Fecomércio-RN

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Em fevereiro, a receita do setor de serviços potiguar cresceu 7,1%, em termos reais, ou seja, já descontada a inflação, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o 11º mês consecutivo de alta, nessa comparação, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje pelo IBGE.

Os dados analisados pela equipe técnica do Instituto Fecomércio RN mostram que o desempenho do setor de serviços no RN foi superior à média nacional (+4,2%) e o oitavo maior entre os estados brasileiros.

No Nordeste, o RN apresentou o quarto maior crescimento, superior aos estados de Alagoas (+6,3%), Maranhão (+6,0%), Pernambuco (+3,4%), Piauí (+2,7%) e Bahia (+2,1%).

Os números nacionais mostram que 13 dos 19 segmentos de serviços analisados pela PMS apresentaram desempenho positivo em fevereiro, a se destacar:

» Transporte aéreo: +29%;
» Tecnologia da Informação: +18%;
» Apoio a entidades empresariais: +5,3%;
» Saneamento: +4,8%;

No acumulado do primeiro bimestre de 2025, o crescimento das vendas de serviços no RN foi de +6,3%, mais que o dobro da média brasileira (+2,6%).

Entre os estados brasileiros, apresentou o terceiro melhor desempenho e, regionalmente, o segundo melhor do Nordeste, à frente de Ceará (+4,9%), Paraíba (+4,6%), Alagoas (+2,3%), Maranhão (+2,2%), Pernambuco (+1,8%), Bahia (+1,5%) e Piauí (+0,8%).

Apesar dos bons números, é importante notar que a recuperação de serviços prestados às famílias ainda é lenta, o que reflete impactos de fatores como inflação persistente e endividamento das famílias, que afetam o consumo de serviços presenciais e discricionários. O turismo, por exemplo, apresentou crescimento mais modesto no RN nesse início de ano, tanto em fevereiro (+0,8%) como no acumulado do 1º bimestre (+2,4%).

Preços dos alimentos cairão mais nas próximas semanas, diz ministro

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A recente queda global nos preços das commodities (bens primários com cotação internacional) fará os preços dos alimentos caírem ainda mais nas próximas semanas, disse nesta quarta-feira (9) o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro. Segundo ele, o recuo também ocorrerá por outros fatores, como a renovação dos estoques e a queda da demanda por ovos após a Páscoa.

“Hoje, eu recebi um dado do varejo e do atacado para a carne bovina. No varejo, ela já caiu e, no atacado, caiu muito mais. É o tempo de consumir o estoque pelo preço antigo, vai cair mais ainda no varejo, como já está se mostrando no atacado. Isso serve para óleo de soja, para arroz, para feijão. Após a Páscoa, os preços dos ovos também venham a ceder um pouco”, declarou Fávaro.

Segundo o ministro, o governo está começando a colher os resultados de medidas tomadas sem intervenção direta no mercado, preferindo agir pelo estímulo à safra e à ampliação da oferta.

“A gente está muito confiante de que, com as medidas tomadas de forma ortodoxa, sem nenhum tipo de pirotecnia, de estímulo à safra brasileira, os preços dos alimentos vão ceder na ponta para o supermercado, para o consumidor, mais do que hoje”, acrescentou.

Plano Safra

Fávaro reuniu-se nesta tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o Plano Safra 2025-2026, que entrará em vigor em 1º de julho. Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, a prioridade da pasta será a subvenção das linhas de crédito do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

“A ideia é que a gente gaste o máximo possível de recursos do Tesouro para manter o Pronamp nos níveis atuais, com juros de 8% ao ano. Mas isso requer muito mais recursos do Tesouro”, disse Fávaro.

O Plano Safra atual tem R$ 65 bilhões para a equalização de juros. Com a alta da Taxa Selic (juros básicos da economia) para 14,25% ao ano, a manutenção dos juros do Plano Safra em um dígito exigirá mais recursos do Orçamento. Isso porque o Tesouro Nacional cobre a diferença entre os juros subsidiados do Plano Safra e as taxas de mercado.

Grandes produtores

Para os produtores de grande porte, Fávaro diz que o Ministério da Agricultura e Pecuária negocia a ampliação de oferta de linhas vinculadas ao dólar. Segundo ele, o grande produtor está protegido da alta do dólar porque exporta boa parte da produção, que segue cotações internacionais.

“A linha dolarizada tem custo zero para o Tesouro, mas juros ainda abaixo de 10% [ao ano], sendo praticado hoje em 8,5% ao ano e custo da variação cambial para produtores que têm hedge natural [proteção contra o câmbio]. Serão as linhas gerais do novo Plano Safra para que possamos ter um Plano Safra maior que o do ano passado, apesar da Selic elevada”, observou o ministro.

Tribuna do Norte