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Categoria: Economia

Tarifaço de Trump pode causar impactos nas exportações do Rio Grande do Norte

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (9) a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida, segundo ele, responde a ações de “censura às mídias sociais americanas” atribuídas ao Brasil e a uma “caça às bruxas” promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sobretaxa anunciada contra o Brasil é a mais alta da nova leva de sanções tarifárias divulgadas por Trump nesta semana. Ele também ameaça impor uma tarifa adicional de 10% sobre produtos de países membros do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

O Rio Grande do Norte pode ser um dos maiores afetados por esse “tarifaço”. Isso porque os Estados Unidos alternam como principal destino dos produtos exportados pela economia potiguar.

As exportações e importações do Rio Grande do Norte apresentaram um desempenho expressivo no mês de maio de 2025, com um movimento de 83 milhões de dólares (US$), o equivalente a R$ 471,15 milhões de reais, na cotação média do mês. Foram US$ 45,7 milhões em exportações e US$ 37,4 milhões em importações.

O RN, por exemplo, é o maior produtor e exportador de melão do Brasil. O estado responde por grande parte da produção nacional e tem destaque no mercado internacional, com exportações para diversos países.

Ponta Negra News

Preços do diesel e GNV caem no RN, mas continuam entre mais altos do Nordeste

FOTO: DIVULGAÇÃO

O Rio Grande do Norte registrou o maior preço médio de revenda do gás natural veicular (GNV) e do diesel entre os estados da região Nordeste, com o primeiro combustível sendo vendido a R$ 5,19 por m³ e o segundo a R$ 6,06 por litro. Os dados são da última pesquisa de preços realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) entre os dias 29 de junho e 5 de julho.

Apesar de apresentarem os maiores valores entre os estados do Nordeste, tanto o GNV quanto o diesel registraram queda no preço médio de revenda no estado em comparação à pesquisa anterior. Segundo a ANP, entre 22 e 28 de junho, os combustíveis eram vendidos aos consumidores por R$ 5,33 por m³ e R$ 6,09 por litro, respectivamente.

Em relação à gasolina comum, segundo a pesquisa mais recente, o Rio Grande do Norte também está entre os estados nordestinos com preços mais altos. Na última semana, a gasolina foi vendida por, em média, R$ 6,35 por litro, o quarto valor mais caro da região, mas com uma queda de R$ 0,15 em relação ao final de junho.

Já o etanol registrou preço médio de R$ 5,14 por litro, sendo o terceiro maior do Nordeste, atrás apenas do Ceará (R$ 5,30) e de Alagoas (R$ 5,15). Em comparação à pesquisa anterior, o combustível apresentou aumento de R$ 0,12.

Confira preços do GNV no Nordeste por m³ (semana: 29 de junho a 5 de julho):

Alagoas – R$ 4,79

Bahia – R$ 4,28

Ceará – R$ 5,15

Paraíba – R$ 4,99

Pernambuco -R$ 4,72

Rio Grande do Norte – R$ 5,19

Sergipe – R$ 4,99

Confira preços do diesel Nordeste pelo litro (semana: 29 de junho a 5 de julho):

Alagoas – R$ 6,01

Bahia – R$ 5,95

Ceará – R$ 6,26

Maranhão – R$ 5,95

Paraíba – R$ 5,76

Pernambuco – R$ 5,95

Piaui – R$ 5,91

Rio Grande do Norte – R$ 6,06

Sergipe – R$ 5,62

Café, margarina e pão registram maiores aumentos em 2025 em Natal

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O café da manhã do natalense ficou mais caro no primeiro semestre de 2025. Isso porque o pó de café, a margarina e o pão francês, três insumos populares e comuns na mesa dos consumidores, tiveram os maiores aumentos registrados entre janeiro e junho deste ano, segundo pesquisa do Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor de Natal (Procon). Além deles, a carne de primeira e o pescado também fecham o top-5 de maiores aumentos registrados pelo órgão entre janeiro e junho de 2025.

Segundo os dados do instituto, que pesquisa mensalmente 40 produtos da cesta básica em 26 supermercados e estabelecimentos de Natal, o pó de café foi o que registrou a maior variação no semestre: 20,53%. A margarina, comumente utilizada para passar no pão, fazer biscoitos, bolos e fritar ovos, por exemplo, ficou em 2º lugar na capital potiguar, com aumento de 10,93%. O pão francês aparece na sequência, com aumento médio de 2,15%. Por sua vez, a carne de 1ª e o pescado apresentaram variações semestrais de 0,83% e 0,68%, respectivamente.

“Essa alta acumulada de quae 6% [cesta básica de Natal acumulada em junho] tem sido fruto de uma alta que atinge o mercado como um todo. Temos a influência de elevação do dólar, temos as questões da sazonalidade, como o café, por exemplo. Estamos atravessando uma entressafra. As secas, geadas e queimadas tiveram impacto significativo sobre produção e o que é que acontece: quando o mundo todo passa por esse problema de entressafra, vai gerar uma alta na procura, o que faz com que os preços se elevem. Isso tem um reflexo direto no mercado interno, tanto que tivemos subidas significativas no café. É importante salientar que essa composição desses itens é de uma cesta básica que considera família de quatro pessoas”, explica o economista e ex-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), Helder Cavalcanti.

Na semana passada, o Procon Natal divulgou a pesquisa acerca dos itens da cesta básica do mês de junho. No mês passado, foi observada variação positiva em todas as categorias em comparação ao mês de maio. A categoria mercearia apresentou aumento de 0,11% e o açougue de 0,44%. As categorias de higiene/limpeza e hortifrúti também registraram elevação nos preços: 1,50% e 0,50%, respectivamente.

“Apesar de Natal figurar entre as capitais com o menor valor absoluto da cesta básica, a pressão acumulada sobre produtos essenciais acende um alerta: o impacto sobre a renda do consumidor é real e crescente. O Procon Natal segue monitorando os preços com frequência mensal e reforça a importância de práticas como pesquisa de preços, substituição de itens e consumo consciente”, explica Dina Pérez, diretora-geral do Procon Natal.

Junho

Neste mês de junho, 25 dos 40 itens pesquisados apresentaram elevação nos preços em relação ao mês anterior. Na categoria de mercearia, destacam-se o feijão-carioca (kg) com aumento de 4,90%; macarrão espaguete sêmola (pacote de 500 g) com aumento de 2,46% e café (pacote de 250 g) que teve variação de 1,79%. Na categoria açougue, também foram verificados aumentos na carne de primeira (alcatra kg) com 1,17%; carne de segunda (kg) com 2,31%; carne de sol (kg) 1,07% e filé de merluza (kg) 3,63%.

No acumulado do primeiro semestre, o preço médio da cesta básica foi de R$ 451,18, com pico registrado em abril, quando o valor chegou a R$ 454,21. O aumento acumulado no semestre foi de 5,48%. Vale destacar que, em maio, a cesta apresentou uma redução de 0,93%, após aumentos sucessivos desde o início do ano.

“Tivemos pressão de custos logísticos — especialmente com o transporte e combustíveis — e efeitos sazonais na oferta de hortifrútis, como tomate e cebola, que são altamente sensíveis ao clima e à distribuição nacional. Também é importante considerar a alta da inflação alimentar e dos insumos agrícolas, que foi agravada pelo câmbio e por reajustes tributários recentes, o que impacta diretamente o custo ao consumidor final”, acrescenta Dina Pérez.

Consumidores em Natal têm constatado a alta dos preços dos alimentos e procuram alternativas para driblar a carestia nas prateleiras. Para Cleide Gomes, 74, os altos preços afetam sua vida de maneira dupla. Dona de um restaurante nas Rocas e também consumidora, ela é enfática. “Nunca vi as coisas altas como estamos vendo agora”.

“Aqui eu compro arroz no supermercado e cada dia que vamos nos surpreendemos com os preços, porque só trabalho com tudo de primeira. Toda carne que uso é de primeira e está caríssima. O prato fica a cota pela receita, não ganhamos praticamente nada. É só para manter aberto”, explica. “O café subiu quase 300%. Comprávamos de R$ 7 e pouco, hoje é quase R$ 18, R$ 20. Está muito caro”, lamenta.

Cesta em Natal tem aumento acumulado de 3,18%, diz Dieese

A cesta básica em Natal apresentou um aumento acumulado de 3,18% nos seis primeiros meses de 2025, segundo novo estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. O levantamento abrange apenas 12 produtos, diferente do realizado pelo Procon, que inclui 40.

Segundo a pesquisa, em junho de 2025, o preço da cesta básica de Natal apresentou queda de -1,25% em relação a maio e custou R$ 636,95, a quarta cesta básica mais barata dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com junho de 2024, a cesta acumula elevação de 6,28%.

No acumulado do ano, segundo o Dieese, sete produtos registraram redução: arroz agulhinha (-21,39%), óleo de soja (-11,37%), farinha de mandioca (-9,37%), leite integral (-7,40%), açúcar cristal (-6,55%), feijão carioca (-5,21%) e manteiga (-2,99%). Outros cinco bens tiveram aumento de preço: café em pó (55,12%), tomate (34,20%), banana (2,43%), carne bovina de primeira (2,14%) e pão francês (1,95%).

Tribuna do Norte

Natal: Café em pó, pão e carne continuam sendo inimigos do orçamento familiar

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Apesar da redução no preço da cesta básica, registrado em Natal no mês de julho, três itens muito tradicionais da mesa do natalense continuam sendo os maiores inimigos do orçamento: o cafezinho, o pão frânces e a carne bovina.

Em levantamento divulgado pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o preço da cesta básica de Natal apresentou queda de -1,25% em relação a maio e custou R$ 636,95, a quarta cesta básica mais barata dentre as capitais pesquisadas. Em comparação com junho de 2024, a cesta acumula elevação de 6,28%.

Na variação acumulada ao longo do ano, entretant, a cesta já subiu mais de 3%. Entre maio e junho de 2025, nove dos 12 produtos que compõem a cesta básica tiveram diminuição nos preços médios: arroz agulhinha (-7,40%), tomate (-7,06%), farinha de mandioca (-3,34%), óleo de soja (-3,24%), leite integral (2,00%), banana (-1,56%), açúcar cristal (-1,56%), feijão carioca (-0,27%) e manteiga (-0,02%).

Os outros três produtos apresentaram elevação de preço: café em pó (2,91%), pão francês (1,18%) e carne bovina de primeira (0,53%).

ALTA NOS ÚLTIMOS 12 MESES

No acumulado dos últimos doze meses, foram registrados redução em sete dos 12 produtos: arroz agulhinha (-23,58%), feijão carioca (-14,26%), farinha de mandioca (-12,36%), açúcar cristal (-11,42%), tomate (-4,55%), banana (-2,57%) e manteiga (-1,36%).

As elevações foram registradas no preço médio dos seguintes produtos: café em pó (91,90%), carne bovina de primeira (24,95%), óleo de soja (18,17%), leite integral (8,69%) e pão francês (4,65%).

No acumulado do ano, ou seja, entre dezembro de 2024 e junho de 2025, sete produtos registraram redução: arroz agulhinha (-21,39%), óleo de soja (-11,37%), farinha de mandioca (-9,37%), leite integral (-7,40%), açúcar cristal (-6,55%), feijão carioca (-5,21%) e manteiga (-2,99%). Outros cinco bens tiveram aumento de preço: café em pó (55,12%), tomate (34,20%), banana (2,43%), carne bovina de primeira (2,14%) e pão francês (1,95%).

Em junho de 2025, o trabalhador de Natal remunerado pelo salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou trabalhar 92 horas e 19 minutos para adquirir a cesta básica. Em maio de 2025, o tempo de trabalho necessário havia sido de 93 horas e 29 minutos. Em junho de 2024, quando o salário mínimo era de R$ 1.412,00, o tempo de trabalho necessário era de 93 horas e 22 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o mesmo trabalhador precisou comprometer, em junho de 2025, 45,36% da sua renda para adquirir a cesta. Em maio de 2025, esse percentual correspondeu a 45,94% da renda líquida e, em junho de 2024, a 45,88%.

Portal 96 FM

RN registra superávit de US$ 210,8 milhões no comércio exterior no primeiro semestre

FOTO: SANDRO MENEZES

O Rio Grande do Norte encerrou o primeiro semestre de 2025 com superávit de US$ 210,8 milhões na balança comercial, resultado de um volume total de US$ 667,2 milhões em transações internacionais. Os dados mostram que o estado exportou US$ 439 milhões e importou US$ 228,2 milhões no período.

O óleo combustível foi o principal produto da pauta exportadora, com US$ 212 milhões em vendas externas, reforçando o peso do setor energético na economia potiguar. Os dados foram divulgados pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

A fruticultura irrigada também se destacou, com melões frescos (US$ 54,1 milhões), melancias (US$ 28,2 milhões) e mamões papaias (US$ 11,8 milhões) entre os cinco itens mais comercializados. Os principais destinos foram Panamá (US$ 184,8 milhões), Estados Unidos, Países Baixos, Espanha e Reino Unido.

Nas importações, o RN adquiriu principalmente gasolinas (US$ 32,6 milhões), trigo (US$ 27,3 milhões) e células fotovoltaicas (US$ 22,4 milhões), insumos essenciais para indústrias e infraestrutura local. China, Rússia e EUA lideraram as origens desses produtos.

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Preço da cesta básica acumula alta de 5,48% no primeiro semestre em Natal

FOTO: DIVULGAÇÃO

O custo médio da cesta básica em Natal chegou a R$ 455,03 em junho, com um acréscimo de R$ 2,05 em relação ao mês anterior. O reajuste representa uma alta de 0,45% no orçamento dos consumidores da capital potiguar. No acumulado do primeiro semestre, o preço médio da cesta foi de R$ 451,18. O aumento acumulado no semestre foi de 5,48%. Os dados são resultado de um levantamento realizado pelo Instituto Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Natal).

Em junho, foi observada variação positiva em todas as categorias em comparação ao mês anterior. Vale destacar que, em maio, a cesta apresentou uma redução de 0,93%, após aumentos sucessivos desde o início do ano. A categoria mercearia apresentou aumento de 0,11% em junho; e o açougue, de 0,44%. As categorias de higiene/limpeza e hortifrúti também registraram elevação nos preços: 1,50% e 0,50%, respectivamente.

O estudo conduzido pelo Núcleo de Pesquisa do Procon Natal, acompanha mensalmente os preços de 40 itens que compõem a cesta básica no comércio da cidade. Neste mês, 25 itens pesquisados apresentaram elevação nos preços em relação ao mês anterior.

Na categoria de mercearia, destacam-se o feijão carioca (kg), com aumento de 4,90%; macarrão espaguete sêmola (pacote de 500 g), com aumento de 2,46% e café (pacote de 250 g) que teve variação de 1,79%. Na categoria açougue, também foram verificados aumentos na carne de primeira (alcatra kg), com 1,17%; carne de segunda (kg), com 2,31%; carne de sol (kg), 1,07% e filé de merluza (kg), 3,63%.

No hortifrúti, os destaques foram o tomate comum (kg), 1,16%; o chuchu (kg), 3,04% e banana pacovã (kg), 3,72%. Em higiene e limpeza, destacam-se o sabonete (85 g), que apresentou aumento de 1,75%; creme dental (90 g), com reajuste de 1,78% e sabão em barra (200 g), que teve aumento de 2,19%.

Durante o mês de junho, nas quatro semanas pesquisadas, o preço médio da cesta básica apresentou variações. Na primeira semana, o valor foi de R$ 457,29. Na segunda, houve queda para R$ 454,68. Na terceira semana, o preço voltou a subir, chegando a R$ 458,37 e, por fim, registrou-se redução na quarta semana, com valor de R$ 449,60.

Segundo o Núcleo de Pesquisa, é comum observar preços mais altos na primeira semana do mês e menores na última, devido ao comportamento do comércio e do consumidor.

Preços por região

Na análise por região, considerando a média dos preços no comércio da cidade, os menores preços foram encontrados nas zonas Oeste e Sul, com R$ 443,21 e R$ 451,18, respectivamente. Já os maiores preços foram observados nas zonas Norte e Leste, com R$ 465,56 e R$ 473,46.

O consumidor natalense continua enfrentando perda no poder de compra. A análise entre o custo da cesta básica e o salário-mínimo vigente mostra que o trabalhador compromete 32,32% de sua renda com a cesta, o que equivale a 65,78 horas de trabalho mensais.

A estimativa do Núcleo de Pesquisa leva em consideração uma família composta por quatro pessoas. Para suprir suas necessidades básicas alimentares durante um mês, o valor ideal do salário-mínimo deveria ser de R$ 5.528,79, conforme os cálculos com base na cesta básica de Natal no semestre de 2025.

O Núcleo de Pesquisa do Procon Natal acompanha semanalmente os preços da cesta básica em 26 estabelecimentos da capital, abrangendo as quatro zonas da cidade. A coleta é realizada em 8 hipermercados, 7 atacarejos e 11 supermercados de bairro (mercadinhos). A cesta básica analisada é composta por 40 itens, distribuídos nas categorias de mercearia, açougue, hortifrúti, higiene e limpeza.

O Procon Natal recomenda que os consumidores estejam atentos às promoções e estratégias de venda dos estabelecimentos, que frequentemente oferecem descontos em dias específicos.

O consumidor pode entrar em contato com o Procon Natal pelo atendimento presencial na rua Ulisses Caldas, 181 – Cidade Alta ou virtualmente no e-mail: [email protected].

Tribuna do Norte

Governo destina R$ 505 milhões ao RN para fortalecer agricultura familiar

FOTO: ANTÔNIO CRUZ

Os agricultores familiares do Rio Grande do Norte terão acesso a R$ 505 milhões em crédito rural durante o ciclo 2025/2026, conforme previsto no Plano Safra lançado nesta segunda-feira 30, em Brasília. Os recursos serão operados pelo Banco do Nordeste (BNB) e integram um total de R$ 10,2 bilhões destinados à agricultura familiar em toda a área de atuação da instituição.

O presidente Lula (PT) anunciou que o volume nacional destinado à agricultura familiar será de R$ 89 bilhões, valor 17% superior ao liberado no ciclo anterior. “Nosso papel é fazer com que as pessoas tenham a oportunidade de alcançar seus objetivos e que mais recursos cheguem a todos”, afirmou.

O presidente do BNB, Paulo Câmara, destacou que os valores disponibilizados acompanham o esforço do Governo Federal para ampliar os investimentos no setor. Segundo ele, o novo Plano Safra será 120% maior que o anterior, executado ainda na gestão passada.

“O Banco do Nordeste tem uma função estratégica na execução do Pronaf em nossa região. Atuamos como principal operador de crédito para a agricultura familiar, acompanhando as diretrizes de inclusão produtiva e desenvolvimento sustentável defendidas pelo presidente Lula”, disse.

Levantamento preliminar do Banco Central indica que o BNB foi responsável por 94% dos contratos firmados na área e por 70% do volume financeiro contratado pelo Pronaf. No ciclo anterior, foram formalizados mais de R$ 9,6 bilhões em contratos com agricultores familiares, sendo R$ 8,6 bilhões por meio do Agroamigo, programa de microcrédito rural da instituição.

Para a nova safra, o crédito concedido pelo banco seguirá orientações que abrangem mecanização agrícola, uso de energias renováveis, conectividade no campo, valorização de comunidades tradicionais e incentivo ao turismo rural. Também serão fortalecidas iniciativas como o Agroamigo Mulher e Agroamigo Jovem.

Mais etanol na gasolina não garante queda de preços, diz Sindipostos

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O Conselho Nacional de Política Energética anunciou na última semana o aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina – de 27% para 30% – , com a previsão de reduzir em R$ 0,11 o preço do litro do combustível. A mudança passa a valer a partir de 1º de agosto. O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do RN (Sindipostos/RN) diz, no entanto, que a mudança poderá não acarretar em qualquer redução para a gasolina, uma vez que, conforme cita um posicionamento da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), a mudança indica uma queda de apenas R$ 0,02 por litro.

“Diferentemente do cálculo do Governo, o valor [de queda do preço do litro da gasolina] apontado pela Fecombustíveis é bem menor, de R$ 0,02, uma diferença que dificilmente vai ser repassada da distribuidora aos postos. Além disso, se levar em consideração que o etanol consome mais, o motorista não vai conseguir economizar, porque se o tanque do carro dele permitia fazer 100 km, agora vai conseguir fazer menos. Na prática, a medida não é boa para o consumidor”, pontua o presidente do Sindipostos/RN, Maxwell Flor.

O presidente aponta também outras desvantagens – uma delas é que os motores de veículos movidos exclusivamente por gasolina poderão necessitar de manutenção com maior frequência, dada a ampliação da mistura. “Existem estudos que aprovaram o aumento do etanol anidro na gasolina para motores não-flex e existem outros que desaprovaram. Então, estamos esperando para ver na prática”, afirma.

As vantagens, segundo ele, é que o combustível passará a ser mais limpo. “Além disso, o Governo aponta que, agora, o País deixará de importar gasolina e isso é positivo”, analisa Maxwell Flor. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o Brasil deverá economizar R$ 4 bilhões por ano com a mudança, tornar-se autossuficiente na produção de gasolina e virar um exportador do combustível. Ainda segundo o MME, a adoção do chamado E30 vai provocar redução de até 1,36 bilhão de litros na demanda por gasolina A, aquela produzida pelas refinarias antes da adição de álcool etílico anidro. O Governo espera também uma economia de R$ 0,02 por quilômetro rodado, o que seria relevante para o transporte de passageiros.

Para o economista Ricardo Valério, via de regra, o aumento da mistura tende a reduzir os preços do litro da gasolina, mas há um fator que deve ser levado em consideração e que impede de visualizar o cenário com mais clareza. “A grande questão é que, muitas vezes, o produtor sofre a concorrência do açúcar. Então, as usinas não conseguem produzir a quantidade [de etanol] necessária. Há uma dúvida nesse aspecto, porque pode ser mais atrativo exportar açúcar do que produzir etanol”, analisa.

“Mas a regra básica é que, quanto maior o percentual de mistura, maior a implicação no preço do combustível se a produção [desse combustível] for suficiente”, acrescenta o economista. A TRIBUNA DO NORTE procurou a Brava Energia, administradora da refinaria potiguar Clara Camarão, em Guamaré, para obter um posicionamento sobre eventuais impactos da medida, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.

Além das mudanças que envolvem a mistura de etanol e gasolina, também haverá alterações, a partir de 1º de agosto, na mistura de biodiesel ao diesel (B15), que passará de 14% para 15%. “Nesse caso, o combustível ficará mais caro – embora seja algo irrisório – e com uma qualidade inferior”, diz Maxwell Flor. De acordo com a Fecombustíveis, o aumento será de R$ 0,02 por litro. O Governo não divulgou estimativas de impacto nos preços decorrentes dessa mudança.

Segundo o MME, a implementação do E30 e do B15 reduz a dependência brasileira em combustíveis fósseis, o que diminui a necessidade de importações. As medidas, conforme o Ministério, ampliam o uso de combustíveis renováveis no Brasil, fortalecem a produção nacional e contribuem para a redução da emissõ de gases poluentes e para o desenvolvimento econômico do País. Apenas com a transição do E27 para o E30, são esperados mais de R$ 10 bilhões em investimentos e a criação de mais de 50 mil postos de trabalho.

Tribuna do Norte