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Categoria: Economia

Frente RN China é lançada com foco no camarão potiguar e promoção cultural

FOTO: ELISA ELSIE

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte instalou, nesta sexta-feira (18), a Frente Parlamentar RN China, em cerimônia que contou com a presença da governadora Fátima Bezerra e da cônsul-geral da China no Recife, Lan Heping. A iniciativa marca um novo momento nas relações diplomáticas, econômicas e culturais entre o estado e o país asiático.

Na ocasião, Fátima Bezerra anunciou duas importantes novidades para o RN: o início das tratativas para abertura do mercado chinês ao camarão potiguar e a instalação de uma unidade do Instituto Confúcio, voltada à difusão da cultura e da língua chinesa.

China pode se tornar novo mercado para o camarão do RN
De acordo com a governadora, o diálogo com o governo chinês sobre o setor da carcinicultura está em estágio inicial e deve avançar com audiência em Brasília, que reunirá o embaixador da China no Brasil, o ministro da Agricultura, a cônsul Lan Heping e representantes do setor produtivo local.

“Temos uma produção extraordinária de camarão e pescados. É hora de abrir novos mercados, especialmente diante do possível ‘tarifaço’ dos EUA”, afirmou Fátima Bezerra, em referência à política norte-americana que pode taxar em até 50% produtos brasileiros.

Instituto Confúcio será instalado no RN

A cerimônia também confirmou a vinda do Instituto Confúcio, órgão vinculado ao Ministério da Educação da China, responsável pela promoção da cultura chinesa. O Rio Grande do Norte será o terceiro estado do Nordeste a receber uma unidade — as outras estão na Bahia e em Pernambuco.

Frente Parlamentar será presidida por Kleber Rodrigues

A Frente RN China foi proposta e será presidida pelo deputado Kleber Rodrigues, com os parlamentares Neilton Diógenes (vice-presidente), Hermano Morais e Kerginaldo Jácome como membros. O grupo terá a função de estreitar os laços comerciais, institucionais, tecnológicos e culturais com a China.

“A China é líder em energias renováveis e o RN é referência nacional nessa área. Há grande potencial a ser explorado”, destacou Kleber.

A China é, desde 2021, o principal parceiro comercial do Rio Grande do Norte. Somente em 2024, as importações potiguares provenientes da China somaram mais de US$ 260 milhões, três vezes o volume vindo dos Estados Unidos, segundo maior fornecedor do estado.

Heineken vai aumentar preço da cerveja no Brasil em 6%, diz jornal

FOTO: DIVULGAÇÃO

A Newswires noticiou nesta quarta-feira (16) que a Heineken aumentou seus preços no Brasil em uma média de 6% em todo o seu portfólio, marcando o primeiro aumento de preços desde abril de 2024. A nova tabela de preços entrará em vigor em julho. Isso ocorre após o aumento de preços da Ambev (ABEV3) ocorrido no início deste ano, após o Carnaval.

O Bradesco BBI questiona se este pode ser um ponto de inflexão para as ações da Ambev.

“Houve rumores nas últimas semanas sobre o aumento de preços da Heineken, mas ainda vemos a leitura inicial da Ambev como positiva. No fim do dia, isso sinaliza um ambiente de preços mais racional para a cerveja brasileira, pelo menos no curto prazo. O aumento mais amplo da inflação de cerveja no setor após os aumentos da Ambev no início deste ano reforça essa visão”, avaliam Henrique Brustolin e Pedro Fontana, analistas que assinam o relatório. As ações subiam 1,73%, a R$ 13,50, às 12h (horário de Brasília) nesta quarta.

A questão-chave, no entanto, é se isso marca uma mudança estrutural na dinâmica competitiva — e ainda não acreditam que isso aconteça.

Os analistas apontam que a Heineken nunca foi a empresa mais agressiva em termos de preços e a empresa passou mais de um ano sem realizar um ajuste de preços. Assim, acreditam que sua ambição de aumentar volumes e participação de mercado permanece intacta, e agora está cada vez mais focada em lidar com o lucro dominante da Ambev no segmento mainstream — especialmente com a inauguração de sua nova cervejaria este ano.

“Em nossa opinião, a decisão de aumentar os preços agora também pode refletir os ganhos recentes de participação, principalmente após a decisão da Ambev, o que ajuda a sustentar as ambições de crescimento de volume. Além disso, o fato de a Heineken ter esperado a ação da líder de mercado — revertendo uma tendência de vários anos — contribui para essa visão”, avalia.

Em última análise, acredita que a trajetória patrimonial da Ambev depende de sua capacidade de continuar recuperando margens, o que depende de uma entrega equilibrada de preços e volumes, o que ainda não foi visto, segundo Brustolin e Fontana.

“Os resultados do 2T25 serão fundamentais para avaliar essa relação preço-volume, mas, dada a trajetória dos preços no ano, manter margens estáveis na cerveja brasileira este ano ainda parece desafiador”, apontam os analistas do Bradesco BBI.

Tudo isso ocorre em meio a sinais de desaceleração na indústria cervejeira brasileira e a um impulso limitado das operações internacionais da Ambev. Mesmo considerando uma margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações/receita) consolidada estável em 2025, projeta a Ambev sendo negociada a 14,5 vezes o múltiplo de P/L (preço sobre lucro), o que só ofereceria um cenário de ações mais convincente se a confiança no crescimento dos lucros retornasse.

O BBI mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 12.

Já o Goldman Sachs segue com recomendação de venda para os ativos. O banco, embora reconheça que um cenário competitivo mais racional é claramente um fator positivo para o setor como um todo, considera essa notícia com reservas, levando em conta que: 1. Os preços relativos ainda favorecem a Heineken, já que o rastreador sugere que a Ambev aumentou seus preços em média 7% em abril (e mais 2% em junho); 2. A atividade promocional tem sido intensa, compensando parcialmente o repasse desses ajustes para o nível da receita líquida.

“No contexto de demanda enfraquecida, oferta crescente e custos substancialmente mais altos, continuamos acreditando que será difícil para a Ambev manter sua participação de mercado e lucratividade nos próximos 12 meses – um contexto que, em nossa opinião, não justifica sua atual avaliação de preço/lucro prospectiva de 14,1 vezes”, conclui.

InfoMoney

Quem ganha até R$ 5.753 ficaria isento de IR se a tabela fosse corrigida pela inflação, diz Dieese

FOTO: FREEPIK

Se a tabela de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) fosse atualizada com base na inflação no Brasil, quem ganha um salário mensal de R$ 5.753,43 estaria isento. Essa conclusão é de um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Nessa quarta-feira (16/7), o projeto de lei que amplia a isenção de IR para rendas de até R$ 5.000 foi aprovado pela comissão especial que discutiu o assunto na Câmara dos Deputados. O texto ainda será votado pelo plenário em agosto, e, em seguida, seguirá para análise no Senado.

De acordo com a nota técnica divulgada pelo Dieese, entre 1996 e 2024, a tabela de cálculo do IRPF acumula uma defasagem média de 154,67%, com base em dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IPCA-IBGE). Conforme o documento, o número de contribuintes saltou de 8 milhões, em 1996, para 42 milhões, em 2024. Apesar de haver fatores como crescimento populacional e aumento de massa salarial, o crescimento no número de contribuintes teria também relação com a defasagem da tabela.

Outro ponto destacado na nota é que as faixas de renda foram reduzidas de 16 para 5 entre 1976 e 2009. Apesar de a alíquota ter sido reduzida no período (chegando a 60% entre 1983 e 1985), a diminuição das faixas resultou na inclusão de um maior número de trabalhadores com rendas mais baixas.

Alíquota no Brasil é inferior a diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento

Outro ponto destacado pelo Dieese é que, no Brasil, a alíquota máxima de imposto de renda (27,5%) ainda é menor do que as alíquotas cobradas em diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento. No Japão, por exemplo, a alíquota máxima chega a 55,95%. Dinamarca também se destaca com uma alíquota alta, de 55,8%. África do Sul e China aplicam uma tarifa máxima de 45%. Na América Latina, o Chile aplica tarifas de 40%, e a Argentina chega a 35%.

“Países desenvolvidos, que, inclusive, já realizaram investimentos em infraestrutura econômica e social, registram taxas de até 55,95%; nações em desenvolvimento e com economias muito menores que a brasileira possuem taxas máximas maiores. Desse modo, no Brasil, as altas rendas são favorecidas, contribuindo com menor proporção dos rendimentos”, diz a nota técnica.

Como é a tabela atual?

Atualmente, a tabela de IRPF é composta por cinco faixas de renda tributável. Todos os rendimentos superiores a R$ 5.830,85 mensais são tributados pela alíquota de 27,5%, o que significa que um rendimento de R$ 5.830,85 e um de R$ 80.000 são tributados em proporção similar.

Confira a tabela de IRPF vigente:

O Tempo

Dólar tem alta após decisão de Moraes de manter decreto do IOF

FOTO: GUSTAVO MORENO

O dólar sobe no mercado à vista na manhã desta quinta-feira (17), por reação de investidores à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) de restabelecer parte dos aumentos do IOF e do presidente Lula (PT), que vetou o aumento do número de deputados federais, o que deve aumentar a tensão entre governo e Congresso Nacional.

A alta também acompanha a valorização da divisa americana e dos rendimentos dos Treasuries em meio às negociações tarifárias do governo dos EUA e por cautela local.

Também pesa a nova pesquisa Genial/Quaest, mostrando o que seria um crescimento da popularidade de Lula após o tarifaço de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros e que ele venceria em todos os cenários para a eleição de 2026. No mercado, há receio de que a melhora da popularidade do governo enfraqueça candidaturas de centro-direita em 2026, que seriam mais associadas, na visão de uma parcela do mercado, ao compromisso com a austeridade fiscal.

O IGP-10 de julho recuou 1,65%, após queda de 0,97% em junho. O resultado representa uma queda mais acentuada que a mediana das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, de recuo de 1,46%, com intervalo entre -0,52% e -1,82%. No ano, o IGP-10 acumula queda de 1,42%, mas tem alta de 3,42% em 12 meses.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 3,31 bilhões para agilizar o ressarcimento de aposentados que tiveram descontos indevidos por associações na folha de pagamento. A devolução dos valores será feita a partir do dia 24 de julho.

AE

São João de Natal movimentou R$ 188 milhões e atraiu 938 mil pessoas, aponta pesquisa

FOTO: MAGNUS NASCIMENTO

O São João de Natal 2025 movimentou R$ 188,6 milhões durante o período do evento, de 31 de maio a 29 de junho, de acordo com pesquisa do Instituto Fecomércio, divulgada nesta quinta-feira 17 A Prefeitura do Natal informou que a festa reuniu 938,5 mil pessoas nos três polos montados em diferentes regiões da cidade.

O levantamento da Fecomércio ouviu empresários da cidade e participantes do evento e usou como base comparativa a edição de 2023 do São João de Natal.

Segundo a pesquisa, 96% dos entrevistados disseram que pretendem retornar ao São João de Natal em outra oportunidade. O perfil do público foi formado por 64,4% de residentes e 35,6% de visitantes/turistas. Ainda conforme o estudo, 96% dos participantes eram do Rio Grande do Norte, sendo 64% de Natal.

O gasto médio diário individual estimado foi de R$ 161,57 para residentes e R$ 272,24 para visitantes e turistas.

Entre os empresários consultados, 76,6% relataram influência positiva do evento nos negócios. Do total ouvido, 47% apontaram lucro relacionado à movimentação do São João de Natal. A pesquisa identificou que 36% dos empresários contrataram funcionários durante o período da festa — percentual superior ao registrado em 2023, quando 22% informaram necessidade de contratação temporária.

A programação do São João de Natal 2025 ocorreu em três polos e incluiu apresentações musicais e de quadrilhas juninas.

Agora RN

Com 98% da produção nacional salineira, RN teme colapso do setor após taxação dos EUA, alerta SIESAL

FOTO: CANINDÉ SOARES

O Sindicato da Indústria da Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (SIESAL-RN) afirma que a taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a importação de produtos brasileiros “vai excluir o sal nacional do mapa de negócios com as empresas americanas”, em nota técnica emitida nesta segunda-feira (14). O estado é responsável por produzir 98% do sal brasileiro e deve, portanto, sofrer grandes consequências com a medida.

O tarifaço coloca em risco, portanto, 4 mil empregos diretos instalados em municípios do Semiárido Potiguar, além de postos de trabalho nas cadeias subjacentes, como venda, distribuição, frete rodoviário e frete marítimo. A perda dessa fonte de receita inviabiliza também a operação da concessão portuária do Terminal Salineiro Intersal, o Porto Ilha, que movimenta exclusivamente sal, aponta a nota. “O sal é estratégico e a derrocada da indústria salineira jogará o Brasil na dependência da importação”, afirma o documento.

O presidente do SIESAL-RN, Airton Torres, destaca ainda que os EUA respondem por 47% de todos os negócios que a indústria salineira tem com o exterior, segundo dados dos últimos seis anos levantados pelo sindicato. “Os Estados Unidos são, notadamente, o maior importador de sal do mercado atingível pelo produto sal brasileiro, com participação de 27% dos embarques”, informa.

Torres aponta que os Estados Unidos consomem cerca de 16 milhões de toneladas de sal importado e têm um consumo total de aproximadamente 50 milhões de toneladas anuais, valor expressivamente superior ao consumo interno. “A título de informação, o mercado brasileiro consome por ano cerca de 7 milhões de toneladas.”

A nota destaca também que 58% do sal embarcado pelo Terminal Salineiro de Areia Branca, o Porto Ilha-Intersal, se destina ao exterior, e que 27% dos embarques totais são exportados para os Estados Unidos, gerando uma média de vendas de 530 mil toneladas de sal por ano.

Impactos na competitividade e inviabilidade de novos mercados

O sindicato aponta que a desvantagem competitiva do produto brasileiro se acentua à medida que todos os competidores estrangeiros, como Chile, Egito, Namíbia e México, são taxados pelo governo americano com tarifas inferiores.

Sobre a busca por possíveis novos mercados, o presidente Airton Torres afirma, em nota, que a possibilidade de exportar para outros destinos, como o mercado asiático, torna-se inviável devido aos altos custos logísticos. Outros mercados, como o europeu, que possui produção própria e importa seu déficit do Norte da África e do Oriente Médio, também são considerados fechados para a produção potiguar.

“Trata-se, pois, de produto com vendas regionalizadas e não globais, como é o caso de outras commodities. Logo, não há alternativas que possam receber o volume de sal brasileiro que deixará de ser enviado aos Estados Unidos”, afirma Torres.

Entenda o cenário

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o aumento de tarifas a produtos importados do Brasil para 50%, na noite da última quarta-feira (9). O país, até então, havia ficado com a sobretaxa mais baixa, de 10%, nas chamadas tarifas recíprocas, anunciadas pelo presidente estadunidense em 2 de abril.

A posição dos Estados Unidos foi formalizada em uma carta endereçada nominalmente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o comunicado, as tarifas serão cobradas a partir de 1º de agosto. Por meio de nota, Lula criticou o aumento das tarifas e afirmou que a medida será respondida com base na Lei de Reciprocidade Econômica.

Novo Noticias

IOF: Empresas se preparam para recorrer à Justiça seja qual for o resultado de mediação do STF

FOTO: WILTON JUNIOR

Não importa a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira, 15: as empresas já se preparam para recorrer à Justiça contra o aumento da tributação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), defendido pelo governo Lula.

Moraes media nesta terça a primeira reunião de conciliação entre Legislativo e Executivo no impasse do IOF. O governo aumentou as alíquotas do imposto e o Legislativo suspendeu a decisão por meio de um decreto legislativo, alegando que o Executivo usa um imposto de caráter regulatório para aumentar a arrecadação. Inconformado, o Executivo recorreu ao Supremo, que agora dará a palavra final sobre a legalidade da cobrança.

O núcleo da discussão é sobre se o governo pode usar o IOF de forma arrecadatória ou se isso extrapola a função do tributo, como alega o Legislativo. Ao anunciar o aumento do imposto, a equipe econômica informou que previa arrecadar R$ 20 bilhões neste ano, o que ajudaria a fechar as contas. Com a resistência do setor privado, o decreto foi alterado; mas, ainda assim, a expectativa de receita era de R$ 12 bilhões.

Assim, a ação de empresas contra a medida pode atrapalhar os planos do governo na arrecadação do imposto.

Em entrevista ao Estadão, o número 2 da Fazenda, Dario Durigan, disse que o objetivo do governo é regulatório e que a arrecadação era uma consequência secundária – tese que o governo defenderá na Corte.

Na semana passada, líderes partidários da Câmara e do Senado sinalizaram uma via de acordo em que aceitavam um aumento do IOF desde que o governo reduzisse a tributação, deixando clara a intenção meramente regulatória. Nesta segunda-feira, 14, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, fez uma declaração sugerindo que o governo não está aberto a acordos.

Empresas e tributaristas a postos

Seja a decisão pró-governo ou pró-Legislativo, tributaristas a serviço do setor privado já estão preparados para recorrer à Justiça em nome de empresas dos mais variados setores.

“Independentemente do deslinde final, cabe medida judicial em ambos os casos”, afirma o tributarista Menndel Macedo, do escritório Mendel e Melo Associados.

Ele afirma que, caso seja acolhida a tese do governo, de que é constitucional a cobrança do IOF, haverá uma série de ações na Justiça questionando a cobrança de IOF sobre operações de “risco sacado”.

Essas operações são muito comuns entre empresas e seus fornecedores e consistem na antecipação de pagamentos a fornecedores. Até o momento, essa operação não era caracterizada como crédito e não recolhia imposto. No decreto do IOF, o governo estipulou que se trata de uma operação de crédito e que, assim, vale a tributação.

“O Executivo tentou empurrar por meio de um decreto um novo fato gerador, uma nova constituição de incidência de IOF sobre o risco sacado. Só que, para instituir um tributo e um fato gerador, é necessário uma lei complementar ou ordinária; ele não pode fazer isso por meio de decreto”, afirma Menndel.

Segundo ele, cada empresa afetada pela tributação poderá recorrer à Justiça alegando que houve desvio no princípio da legalidade estrita e na competência do Executivo ao estipular a tributação.

“O objetivo é não incidir IOF sobre o risco sacado independentemente do resultado da decisão sobre se o decreto presidencial é ou não é constitucional. O fato é que empurraram um ‘jabuti’ tentando emplacar a tributação sobre o risco sacado”, diz Menndel. “É possível requisitar que sejam reavidos os recursos tributados no risco sacado desde o início do processo de tributação”.

O sócio tributarista do Mattos Filho Advogados, Eduardo Melman Katz, tem a mesma opinião e avalia que o governo deverá apostar em uma redução maior da alíquota sobre o risco sacado para desestimular a litigância – a Fazenda já fez um recuo em relação ao primeiro decreto, baixando a tributação, após pressão do setor financeiro. Ainda assim, diz ele, muitas empresas terão apetite de recorrer à Justiça devido ao alto volume de operações feitas com fornecedores.

“Ainda que o resultado da negociação (entre governo e Legislativo) seja reduzir a carga sobre o risco sacado, há uma tendência de as empresas a irem à Justiça alegando que a cobrança não poderia ter vindo por decreto”, disse.

Segundo ele, o varejo e todos os ramos industriais, do químico ao alimentício, utilizam da modalidade de antecipação de pagamento a fornecedores e são afetados pela tributação.

Estadão

IPI zero: Carros de entrada ficam mais baratos no Brasil; veja a lista

FOTO: DIVULGAÇÃO

O programa “Carro Sustentável” anunciado pelo governo federal, lá mostra efeito. Lançado na última sexta-feira (11) pelo governo federal, ele zerou o IPI para modelos que seguem regras ambientais e técnicas. Pelo menos 12 carros de sete montadoras já caíram de preço.

Quais os critérios para o IPI zero?

Para ter o benefício, os carros devem emitir pouca poluição, ser produzidos no Brasil, ter alta taxa de reciclagem, motor com potência máxima de 115 cv (flex), além de cumprir normas de segurança.

Quanto caiu o preço dos carros?

As montadoras não só repassaram o IPI zero como deram descontos extras. Veja as maiores quedas:

Renault Kwid

A versão Zen caiu de R$ 80.690 para R$ 67.290. Redução total: R$ 13.400.

Fiat Mobi

O modelo Like saiu de R$ 80.990 para R$ 67.990. Economia de R$ 13 mil.

Volkswagen Polo

A versão Track agora custa R$ 87.845, R$ 7.945 mais barata.

Outros modelos com descontos

A Volkswagen estendeu promoções para outros carros:

  • Saveiro Robust:R$ 88.867 – R$ 20.623 de desconto
  • Virtus Highline: R$ 144.080 – R$ 11.410 mais barato

E as outras marcas?

Hyundai, Citroën e Peugeot, que também têm modelos que se enquadram no programa “Carro Sustentável”, ainda não aplicaram os novos preços.

A Chevrolet confirmou que o Onix 2026, recém-lançado no Brasil, terá os descontos a partir de agosto.

O Tempo