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Categoria: Ambiental

Tubarão pescado sem controle e vendido como cação corre risco de extinção

Benedita equilibra-se sobre um pequeno banquinho de madeira enquanto escreve no quadro negro preso à porta do seu restaurante. Sorridente, ela antecipa que teremos tainha assada no cardápio.

Filha e neta de pescadores, Benedita madruga todos os dias para acompanhar a chegada dos primeiros barcos de pesca e conseguir melhores preços antes do tumulto formado por donos de pousadas e restaurantes refinados. Essa estação sempre foi propícia para a pesca da tainha no litoral paulista, mas a cada ano a produtividade tem caído, elevando os preços. Sentada em um banquinho improvisado, ela acompanha o desembarque de caixas e mais caixas com camarão. Nenhum peixe aproveitável.

Ao lado, um senhor de seus 70 anos manuseia uma faca com a mesma habilidade com a qual equilibra e traga um cigarro no canto da boca. Ele rapidamente disseca a cabeça de um peixe corpulento que, mesmo com quase um metro de comprimento, ainda não atingiu a idade adulta. Um tubarão martelo.

A carne de tubarão custa menos da metade do que a senhora Benedita pagaria pela tainha. Cortada em postas, pode ser preparada frita ou assada sob o nome de cação anjo.

Os Condrictes, ou peixes cartilaginosos, representados pelos Elasmobrânquios (tubarões e raias) e pelos Holocefálicos (quimeras), surgiram no Período Devoniano, há 400 milhões de anos. Estão entre os mais antigos vertebrados da Terra ainda vivos, tendo sobrevivido a quatro grandes eventos de extinção em massa no planeta.

Ao longo da sua evolução, eles adquiriram características cada vez mais sofisticadas, como as ampolas de Lorenzini, que detectam campos elétricos e alterações ínfimas nos parâmetros físicos e químicos da água. Mas centenas de milhões de anos de sobrevivência não prepararam os grandes predadores dos oceanos para o homem: o grande predador do planeta.

Foto: Eco

Fonte: O Eco

 

Governo inicia discussão para recuperação da nascente do Rio Potengi

Foto: Canindé Soares/G1

Berço do Rio Grande do Norte, o rio Potengi ganhou nessa terça, 30, uma atenção ainda mais especial do Governo do Estado. O Executivo iniciou nesta terça-feira os trabalhos para recuperar a nascente do rio, localizada em Cerro-Corá. Um grupo de trabalho envolvendo o Governo Cidadão, Idema, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Emater, Sedraf e Prefeitura de Cerro-Corá foi criado.

Capitaneada pelo secretário de Gestão de Projetos, Fernando Mineiro, a reunião teve como primeira definição o levantamento de projetos e ações em curso ou já realizadas na nascente do rio. O grupo de trabalho ficou incumbido de mapear tudo que já foi feito por diversas instituições nesse sentido para apresentar na próxima reunião, marcada para o dia 10 de maio. Neste encontro será agendada uma visita in loco à nascente, para conhecer as necessidades com vistas à recuperação.

“Queremos reunir todos os projetos em curso na nascente do Potengi e outros ao redor do Brasil para subsidiar nosso trabalho. A bacia envolve 176 km de extensão, mas iremos começar na nascente, com um trabalho de recuperação, diálogo e conscientização da população local”, pontua Mineiro. Uma das ideias discutidas na reunião é que o potencial agrícola da região seja aproveitado em conjunto com o turístico, em razão de Cerro-Corá ser o berço do Rio Potengi – algo pouco aproveitado atualmente. A criação de um Comitê da Bacia Hidrográfica do Potengi, iniciativa de responsabilidade da Semarh, também foi debatida como uma ação decisiva para recuperação do rio.

A intenção do Governo é realizar uma série de ações na nascente do rio no próximo dia 5 de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Também participaram da reunião o titular da Sedraf, Alexandre Oliveira, o diretor da Emater César Oliveira, o secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo de Cerro-Corá, Adevaldo da Silva, a assessora técnica do Idema Ana Maria Marcelino, o assessor técnico da Semarh, Robson Henrique, os consultores ambientais do Governo Cidadão Andréa Baptista e Filipe de Mello e o consultor social Marcelo Leal. Quem tiver desenvolvido ações ou projetos de recuperação da nascente do rio, ou tiver sugestões que possam subsidiar o trabalho do Governo do Estado, pode encaminhar e-mail para [email protected].