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Puxada por venda de óleos, exportações crescem 23,3% e RN termina 1º bimestre em superávit

FOTO: JOSÉ ALDENIR

Com um aumento de 23,3% nas exportações do Rio Grande do Norte em janeiro e fevereiro em comparação ao mesmo período do ano anterior, o que impulsionou o crescimento do número foram as vendas de óleos combustíveis, segundo o responsável técnico do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Luiz Henrique Guedes.

O bimestre ainda terminou com um superávit de US$ 54,9 milhões, valor que representa a diferença entre o valor de exportações, que foi US$ 137 milhões, e o de importações, que foi de US$ 82,1 milhões. No entanto, o número que representa os dois primeiros meses de 2024 foi ainda menor que o valor do mesmo período de 2023, um superávit de US$ 72,9 milhões, US$ 17,9 milhões maior que em 2024. Os dados são do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Fiern.

Óleos combustíveis, melões, melancias, açúcar e sal foram, respectivamente, os produtos com maiores valores exportados, de acordo com uma pesquisa feita pela Fiern. Porém, se desconsiderado o valor que os óleos combustíveis representam, houve uma queda de 0,6% na soma dos outros produtos exportados pelo estado. Somente os óleos combustíveis tiveram um aumento de 111,8% em comparação com os primeiros meses de 2023, além de representarem 36,5% do total exportado pelo RN, significando um valor total de US$ 50 milhões em vendas de óleos combustíveis.

Só em fevereiro de 2024, as exportações de melão cresceram 29,8% em relação ao segundo mês do ano passado. No entanto, para janeiro e fevereiro, em comparação com o mesmo período em 2023, houve uma retração de 2,4%, motivada pela intensidade de chuvas, de acordo com Guedes.

“Os meses de janeiro e fevereiro, nos quais as exportações de melões tiveram uma pequena queda, são a parte final da safra iniciada em agosto do ano passado, que apresenta crescimento de 11,8% até o presente. Essa redução no início do ano deve-se às fortes chuvas que afetaram a durabilidade das frutas e, portanto, as exportações diminuem. A safra se prolonga até o fim de março e início de abril”, relatou.

Para o economista Janduir Nóbrega, o estado já pode esperar uma evolução no crescimento, especialmente quando se fala sobre óleos combustíveis. “No cenário de petróleo e gás e lubrificantes, o mercado do RN tem apresentado uma evolução de crescimento, o que possivelmente deve acontecer por mais um tempo, à medida que as empresas produtoras do petróleo têm aumentado a sua produção. Então isso vai continuar, ou seja, uma faixa maior de participação na exportação do Rio Grande Norte para esses produtos”, disse.

Ele também cita que, com a expectativa de aumento de exportação, existe uma possibilidade de crescimento da produção e de geração de empregos. “Quanto mais vender para fora, mais benefício vai gerar aqui no estado, porque consequentemente, para aumentar a produção precisa aumentar a força de produção, que é a contratação, a geração de renda, gera novos empregos, então o aquecimento da balança comercial leva a isso”, relata.

O economista caracterizou, ainda, o Rio Grande do Norte como um estado “ligeiramente pobre”, isso porque, segundo ele, o RN tem um grande potencial de produção, mas não é o que reflete nos indicadores econômicos. “90% da produção de sal marinho do Brasil é no estado do Rio Grande do Norte, a fruticultura irrigada tem a terceira maior do Brasil, o RN é o maior exportador de carcinicultura do país. A gente tem toda essa riqueza sendo trabalhada, mas ainda não aparece no estado, nos indicadores econômicos, na geração do Produto Interno Bruto do RN. Nós temos o potencial de exportação, de produção de diversos segmentos. A gente tem problema portuário, tem problema aeroviário, tem problema rodoviário e todas essas dificuldades em infraestrutura faz com que um estado promissor em desenvolvimento tenha o seu processo [de crescimento] mais lento do que deveria ser, na ótica da economia”, concluiu.

No entanto, não são só as exportações que podem trazer um impacto para a economia potiguar. De acordo com o responsável técnico do (CIN/Fiern), as importações dos geradores de energia eólica também podem somar à expansão da atividade no estado. “Em 2023, predominaram as importações de painéis solares. Quanto às importações de gasolina e diesel, fazem parte de movimentos de mercado que atendem à necessidade de suprimento, uma vez que o Brasil importa cerca de 30% do que consome desses combustíveis. O trigo é um item tradicional da pauta de importação do RN e vem atender às indústrias processadoras, que abastecem o mercado de farinha de trigo utilizada em muitos produtos”, disse.

Mas quando se fala em expectativas de exportação, Guedes menciona que o RN pode esperar ainda mais impactos de vendas para fora de óleos combustíveis, porém, para a safra de melões e melancias, o retorno deve se dar somente em agosto. “Considerando a grande diversificação da pauta, é difícil fazer uma projeção geral, mas as exportações de óleos combustíveis devem continuar impactando a pauta em função dos altos valores envolvidos”, finalizou.

Agora RN

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