A oposição decidiu nesta segunda-feira (21), retirar o aditamento que incluía a delação do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (sem partido-MS), no processo de impeachment em tramitação na Câmara dos Deputados. A tendência é que um novo pedido seja apresentado incluindo as acusações feitas pelo senador. O aditamento foi feito pela jurista Janaína Paschoal e cabe a ela efetivar a retirada.
O PT e alguns partidos da base aliada questionaram o aditamento na reunião da comissão, realizada nesta segunda-feira. Para eles, como a acusação não constava da peça inicial, acatada por Cunha, a presidente não poderia ser processada por estes fatos. Alguns parlamentares já apontavam a possibilidade de um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a inclusão do tema no processo em curso pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Diante do impasse, os parlamentares oposicionistas avaliaram que manter o tema formalmente no processo poderia levar a atraso na tramitação e abrir margem para questionamentos judiciais. Eles ressaltam que na notificação feita à Dilma na semana passada já constava o aditamento, mas que não valeria a pena insistir nisso sob risco de dar mais tempo ao governo para conquistar votos na Câmara.
Um dos integrantes da Comissão do Impeachment, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu que a delação seja retirada da denúncia já que ela pode atrasar os trabalhos.
A estratégia será apresentar um novo pedido de impeachment com a delação de Delcídio. O senador acusou a presidente de tentar obstruir as investigações da Operação Lava-Jato com a nomeação de ministros para tribunais superiores.
O Globo