Nesta terça-feira (29), às 17h, os servidores da Educação de São Gonçalo do Amarante terão uma nova rodada de negociação com o prefeito Jaime Calado, na tentativa de solucionar a greve que já dura 26 dias. A reunião acontecerá no gabinete do prefeito, na sede do executivo, Centro de São Gonçalo.
A audiência só foi marcada após muita pressão dos servidores, que na terça-feira passada (22) ocuparam por 1 hora as galerias da Câmara Municipal de SGA e só deixaram o local após o compromisso dos vereadores Geraldo Veríssimo e Edmilson Gomes em marcar uma reunião ampliada com os 17 vereadores do município. A reunião aconteceu nesta segunda-feira (28), mas apenas 9 vereadores comparecem. A categoria exigiu um posicionamento dos vereadores com relação à greve, além de uma intervenção da Câmara para reabrir o diálogo com o prefeito Jaime Calado.
Na presença dos servidores, os vereadores ligaram para o prefeito, que concordou receber novamente os servidores nesta terça-feira (29). Uma outra negociação com o prefeito já havia acontecido no dia 10 de março, mas sem acordo. O prefeito, inclusive, chegou a debochar da categoria, dizendo que “os professores de São Gonçalo estão no céu”. De qualquer forma, após serem recebidos, a categoria concordou em deixar a sede da prefeitura, após 8 dias de ocupação.
Na audiência de hoje, os servidores esperam que o prefeito atenda às reivindicações da categoria para que a greve tenha fim. “A expectativa é de que o prefeito traga hoje uma proposta para resolver os problemas das escolas e sinalize o avanço na correção da discrepância no Plano de Cargos dos professores, que atualmente desvaloriza nossos salários”, apontou José Jairan, diretor do Sinte-RN núcleo de São Gonçalo do Amarante.
Dependendo da proposta do prefeito, a greve pode ser encarrada amanhã mesmo (30), após assembleia extraordinária da categoria, que foi convocada para avaliar a negociação com o prefeito. A assembleia acontecerá às 8h, no Clube dos Correios, no bairro do Amarante.
Os servidores reivindicam principalmente a correção dos salários dos professores de nível superior, que nos anos de 2010, 2011 e 2012 tiveram reajustes menores aos dos professores de nível médio. Atualmente, os profissionais com nível superior ganham apenas R$ 0,92 a mais, porque nos anos anteriores a prefeitura só fazia o repasse de 50% do reajuste nacional, isso acabou desvalorizando os salários.
Os servidores denunciam ainda a escassez de materiais de trabalho, o mofo e a falta de ventilação nas salas de aula, problemas no teto de várias escolas e também vazamento nos banheiros da maioria delas. Alegam, inclusive, que esses problemas têm afetado a saúde de professores, alunos e funcionários.