O preço da gasolina vendida pela Petrobras está 17% abaixo das cotações internacionais, segundo um relatório divulgado na sexta-feira (22/3) pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No caso do óleo diesel, a defasagem média é de 9%.
A análise da Abicom é feita com base no Preço de Paridade Internacional (PPI) dos dois produtos, uma referência internacional do setor. Para a gasolina, a diferença entre o preço médio do litro vendido no Brasil e o global é de R$ 0,58. No caso do diesel, esse valor é de R$ 0,32.
A Petrobras não altera o valor de venda da gasolina há cinco meses. A última mudança foi feita em 21 de outubro de 2023, quando o preço foi reduzido em 4,09%, numa queda de R$ 0,12 por litro. Sobre o diesel, a movimentação mais recente ocorreu em dezembro do ano passado, com um corte de R$ 0,30 por litro – o equivalente a 7,85%.
Mudança de metodologia
O PPI orientou a política de preços da Petrobras a partir da gestão Michel Temer (MDB) e vigorou durante o governo Bolsonaro. A metodologia foi abandonada pelo governo Lula, desde maio de 2023, quando a definição do valor dos combustíveis passou a levar mais em conta os custos internos. Hoje, porém, 25% do diesel e 15% da gasolina consumidos no Brasil ainda são importados pela estatal.
Para especialistas do setor, um dos motivos da defasagem é a elevação dos preços globais, que ocorreu ao longo de fevereiro. O aumento foi resultado de programas de manutenção em refinarias, que se concentram nesse período no Hemisfério Norte.
Metrópoles