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Exposição de furtos nas Lojas Havan levanta questões legais e éticas

FOTO: REPRODUÇÃO

No cenário atual, as redes sociais têm desempenhado um papel significativo na divulgação de eventos cotidianos, chegando agora ao varejo. Recentemente, vídeos expondo furtos ocorridos nas lojas Havan têm ganhado destaque nas plataformas digitais. Esses vídeos, conhecidos como “amostradinhos do mês”, vêm gerando debates sobre segurança, ética e privacidade.

Uma Nova Estratégia de Combate a Furtos

Liderada pelo empresário Luciano Hang, a rede Havan adotou uma abordagem inovadora para lidar com furtos em suas lojas. Segundo Hang, um aumento nos casos de furto foi observado após a pandemia de Covid-19, o que motivou a divulgação dos vídeos nas redes sociais. A empresa afirma utilizar um sistema de segurança avançado, com inteligência artificial, para identificar suspeitos durante os furtos.

De acordo com a Havan, a prática visa inibir furtos futuros ao expor publicamente os criminosos capturados. No entanto, este método vem sendo questionado, tanto do ponto de vista legal quanto ético.

Implicações Legais e Discussões Éticas

Especialistas em direito digital alertam que a exposição pública de indivíduos, mesmo aqueles flagrados em atos ilícitos, pode representar uma violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Larissa Pigão, advogada especializada em proteção de dados, afirma que a prática pode ser considerada desproporcional ao crime cometido e sugere que a empresa busque lidar com os furtos de forma mais tradicional, como através de processos legais.

Além do mais, advogados indicam que tais exposições podem acarretar em ações cíveis por parte dos indivíduos expostos, apesar de isso possivelmente levar à autoincriminação em casos comprovados de furto.

Aspectos Jurídicos e Alternativas ao Conflito

Segundo o advogado Rafael Paiva, a prática de expor essas imagens em redes sociais não encontra amparo claro na legislação criminal, embora possa gerar consequências na esfera civil. Por outro lado, o advogado Lucas Maldonado D. Latini sugere que a melhor forma de lidar com esse tipo de situação é a via judicial, garantindo o direito de defesa dos acusados.

Há ainda a possibilidade de intervenção do Ministério Público em casos onde se identifique uma violação de direitos coletivos. Entretanto, isso poderia gerar controvérsias entre a sociedade sobre a defesa dos direitos de indivíduos flagrados em ações ilícitas.

Considerações Finais: Reflexão e Debate Social

A estratégia da Havan de expor supostos furtadores tem gerado discussões amplas sobre os limites da exposição pública e as responsabilidades das grandes redes varejistas. Enquanto a empresa busca proteger seus interesses e reduzir perdas, a sociedade e especialistas questionam até que ponto essa prática é ética e legalmente aceitável.

Esse debate ressalta a importância de encontrar um equilíbrio entre segurança, proteção de dados e direitos individuais, incentivando um diálogo contínuo sobre práticas empresariais em tempos de ampla interação digital.

Terra Brasil Notícias

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1 Comentário

  • Reserva legal e ética tem aquele que se conduz legal e eticamente. Ladrãozinho que vive atuando descaradamente para se dar bem na vida, às custas do seu e do meu trabalho, tem que ser exposto mesmo. Essa bandeira é levantada por parlamentares canalhas iguais essa candidata a prefeita de Natal e seus quadrilheiros que defendem cinicamente a prática de crimes. Parabéns Luciano Hang.

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