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Demissão de Prates da Petrobras não surpreende bancada do RN

FOTO: DIVULGAÇÃO/CÃMARA

A demissão do ex-senador Jean Paul Prates da presidência da Petrobras não surpreende a classe política do Rio Grande do Norte, principalmente parlamentares de oposição ao governo federal, como senador Rogério Marinho (PL), que critica a interferência política do Executivo na empresa estatal: “O presidente Lula (PT) demite o presidente da Petrobras não por seus defeitos, mas por levar minimamente em consideração valores de mercado, ou seja, uma de suas poucas virtudes”.

“Mais intervencionismo e aparelhamento em nossa maior empresa. O final todos já conhecemos!”, disse Marinho, que é líder da bancada de oposição no Senado Federal, a respeito do impacto que as mudanças da Petrobras pode trazer para a economia do país.

Styvenson: “De fato a governadora não tem influência com Lula” | Foto: Pedro França-Agência Senado

O senador Styvenson Valentim lamentou o desfecho da demissão de Jean Paul Prates, a quem considera “uma pessoa técnica e capacitada” para a presidência da estatal, mas acha que o Rio Grande do Norte terminou sendo “desprestigiado” por um governo politicamente alinhado à governadora Fátima Bezerra.

“Não quero crer que o presidente Lula trate a Petrobras como sendo algo dele”, disse Styvenson Valentim. Ele cobrou da governadora Fátima Bezerra: “Se ela lutou pra que Prates ficasse na Petrobras e como o Rio Grande do Norte perdeu esse espaço no governo; será que a empresa vai continuar com a politica de prospecção de petróleo na costa marítima do Estado?”

Styvenson Valentim acha que “de fato a governadora não tem influência nenhuma no governo Lula, e se o tem, não fez nada para manter Jean-Paul”.

“Acredito que a Petrobras seja uma empresa técnica, sem influencia politica, mas parece que é o contrário, como ocorreu quando quiseram entubar um parceiro do PT na Vale e não foi aceito”, ponderou Valentim, que finalizou: “Imagino como deve estar o mercado com essa instabilidade e humor com que o governo trata as coisas”.

Para o deputado federal Sargento Gonçalves (PL), a saída do presidente Jean Paul da petrolífera “expõe o que já víamos denunciando, a incompetência do atual governo federal, e a irresponsabilidade para com uma estatal tão importante para o nosso país”.

Na opinião do Sargento Gonçalves “estão a passos largos, conduzindo à Petrobras a mais uma grande crise, infelizmente. Parece que a intenção do PT é quebrar a Petrobras e o Brasil”.

O deputado federal Paulinho Freire (União Brasil) considera a destituição de Jean Paul Prates “ muito ruim para o Rio Grande do Norte. Nosso estado fica sem representatividade alguma”.

Paulinho Freire reporta-se a fato de que “durante o governo Bolsonaro, tivemos dois ministros que vestiram a camisa do Rio Grande do Norte: Rogério Marinho e Fábio Faria. Ambos atuaram e trouxeram grandes obras para Natal; tivemos outro executivo do alto escalão, Geraldo Melo Filho, no Incra”.

Freire conta que “no governo Lula, tínhamos apenas Jean Paul Prates na Petrobras, que voou precocemente e foi colocado para fora de forma humilhante, na presença de quem lutou nesse período todo para que ele saísse da presidência: o chefe da Casa Civil, Rui Costa e o ministro Alexandre Silveira”.

Segundo Freire, “o mais importante é que não foram questões técnicas que levaram à demissão de Prates. Foram questões políticas do Partido dos Trabalhadores, que acabam correspondendo ao que já conhecemos do PT: o compromisso é com o projeto de poder do partido, sem levar em consideração as consequências para o Brasil”.

Integrante da base de apoio ao governo federal no Congresso Nacional, a deputada federal Natália Bonavides (PT) foi às redes sociais elogiar o desempenho de Jean P. Prates “pelo tempo à frente da Petrobras e pelo trabalho realizado na companhia”, mas não analisou quais reflexos isso pode ocasionar daqui por diante na política energética no Brasil. “Sua importante atuação nas ações de transição energética colocou o Rio Grande do Norte no centro desse debate”

Fátima não lamenta demissão, mas elogia trajetória

A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), manifestou, nas redes sociais, sua gratidão a Jean Paul Prates “por sua dedicação enquanto presidente da Petrobras”, mas não emitiu opinião sobre as razões políticas que o levaram a ser demitido, na terça-feira (14), da presidência da estatal do petróleo.

Fátima Bezerra opinou sobre o desempenho do ex-senador petista para trazer investimentos da Petrobras para o Estado: “Jean adotou importantes medidas à frente da estatal, com foco na transição energética, pondo fim ao desinvestimento da Petrobras no Rio Grande do Norte e com a criação da diretoria de transição energética e sustentabilidade no nosso Estado”.

A governadora destacou que “alem disso, foi o responsável por relevantes investimentos no projeto da margem equatorial, que teve seu pontapé inicial no Rio Grande do Norte”.

“Todos sabemos da sua contribuição para o avanço e reconstrução do Brasil”, encerrou a chefe do Executivo, que se encontra na Europa e, na quarta-feira (15), discursou na seda União Européia, em Bruxelas, Bélgica, a respeito da transição energética como presidente do Consórcio de Governadores do Nordeste. Jean Paul Prates vinha batendo de frente com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), que divergiam da postura do ex-senador quando ao destino do pagamento de dividendos aos acionistas em março.

Prates defendia a distribuição de 50% dos recursos extraordinários, parcelas do lucro pagas além do mínimo obrigatório, mas os ministros e o Conselho de Administração da estatal eram contra.

Tribuna do Norte

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