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Área de desmatamento cresce 70% no RN em um ano

FOTO: JOSÉ ALDENIR

O Rio Grande do Norte teve 6.760 hectares de cobertura vegetal desmatada em 2021, de acordo com o mais recente Relatório Anual de Desmatamento no Brasil (RAD), realizado pelo MapBiomas – rede colaborativa formada por ONGs e universidades. Em 2020, eram 3.972 hectares de área desmatada no estado, o que configura um aumento de 70% durante o período de um ano. Assim, o RN passou a ocupar o 18º lugar no ranking nacional.

No cenário nacional, o Brasil teve um aumento de 20% de áreas totais desmatadas no ano de 2021 em relação a 2020. Foram 16.557 km2 (1.655.782 ha) de vegetação nativa perdida, em todos os seis biomas brasileiros. Na Amazônia, o aumento foi de 59% da área total desmatada; no Cerrado, foi de 30,2%; na Caatinga, 7%; Mata Atlântica, 1,8%; Pantanal, 1,7%; e no Pampa, 0,1%. Diante disso, 89,2% da área desmatada, em 2021, foi detectada na Amazônia e no Cerrado.

Segundo o relatório, também aumentou a velocidade média de desmatamento no país, que passou de 0,16 hectares/dia para cada evento de desmatamento detectado e validado em 2020 para 0,18 hectares/dia em 2021. Com uma média diária de 191 novos eventos, a área de desmatamento por dia em 2021 foi de 4.536 hectares – ou 189 hectares por hora. Somente na Amazônia foram 111,6 hectares desmatados por hora ou 1,9 hectare por minuto, o que equivale a cerca de 18 árvores por segundo.

O estudo, que refinou e validou 69.796 alertas de desmatamento em 2021 em todo o território nacional, avaliou individualmente cada evento de desmatamento cruzando com dados de áreas protegidas, autorizações e cadastro ambiental rural (CAR) e encontrou indícios de irregularidades em mais de 98% dos casos.

Unidades de Conservação

Foram detectados 166.895 hectares de desmatamento dentro de Unidades de Conservação (UCs) em 2021, o que representa 10,1% da área total detectada no Brasil em 2021. Das 2.181 UCs federais e estaduais terrestres registradas, 252 UCs (11,6%) tiveram pelo menos um evento de desmatamento de pelo menos 1 hectare em 2021 – número próximo ao observado em 2020 (254 UCs). A maior parte desse desmatamento ocorreu em UCs de uso sustentável (91,9%).

Atualmente, o Rio Grande do Norte tem 11 UCs estaduais, sendo cinco de proteção integral e seis de uso sustentável. Na última sexta-feira 29, o Governo do Estado criou a mais recente área de conservação: o Monumento Natural Cavernas de Martins. A região tem mapeadas 92 cavidades naturais. Desse total, 78 são cavernas que apresentam registro fóssil, pinturas rupestres e uma grande diversidade biológica. A área é de 3.538,45 hectares de bioma caatinga e um perímetro de 39,14 km.

O total de áreas protegidas por UCs estaduais é de aproximadamente 260 mil hectares. As UCs estaduais protegem porções do bioma da Mata Atlântica, Caatinga e marinho. As UCs de proteção integral tem uso mais restrito, sendo permitido apenas uso indireto, como realização de trilhas ecológicas, educação ambiental e pesquisa científica. As UCs de uso sustentável permitem a compatibilização entre a proteção dos recursos naturais e ocupação humana.

Durante vistorias feitas pelos gestores das UCs, eventualmente, são detectados casos de desmatamento, principalmente nas UCs de uso sustentável do estado, que têm extensão territorial maior e maior dificuldade de fiscalização.

Segundo Ilton Araújo Soares, supervisor do Núcleo de Unidades de Conservação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), quando casos de desmatamento são detectados, o Idema é acionado para verificação in loco e identificação do responsável. Posteriormente, são tomadas as medidas administrativas, de acordo com a legislação vigente.

Os principais casos de desmatamento ilegal nas UCs estaduais do RN estão associados à utilização de madeira para carvoarias, construção de estacas para cercamento de propriedades particulares, extração de lenha para ocupação ilegal e construção civil e construção de trilhas para carros.

Agora RN

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