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Valdemar prefere Rogério Marinho a Eduardo Bolsonaro no comando do PL

FOTO: BETO BARATA

Presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto comemorou os dez nomes apoiados pelo partido que passaram para o segundo turno das eleições municipais, em capitais. Em entrevista ao jornal O GLOBO, ele disse creditar o resultado à participação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O dirigente também indicou que, caso deixe o cargo, prefere que ele seja ocupado pelo senador Rogério Marinho (PL-RN) e não pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Valdemar diz que os filhos do ex-mandatário se juntarão a ele, ao deputado Nikolas Ferreira e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em uma força-tarefa pelas cidades. Sem verba do fundo eleitoral, ele diz que o partido precisará de doações, mas diz que é hora de mostrar que a direita segue viva.

 “Em São Paulo, foi tudo perfeito. Temos dez segundos turnos pela frente e vamos com tudo. Os filhos do Bolsonaro, a Michelle, o Nikolas, todos estarão juntos no objetivo de ter um resultado inédito. Se alguém considerava o Bolsonaro morto, está aí o resultado. Ele é um fenômeno de votos”, afirmou o presidente do PL ao GLOBO após a divulgação dos resultados.

Em relação à falta de verba do fundo eleitoral para o segundo turno, Valdemar afirma que as doações podem suprir a necessidade de recursos.

O desempenho dos candidatos do PL nas capitais no 1º turno superou as projeções feitas por Bolsonaro, principal nome da sigla. A expectativa do ex-mandatário era de ter correligionários disputando o segundo turno em quatro capitais (Fortaleza, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Manaus). A abertura das urnas neste domingo, porém, colocou nomes do PL disputando o segundo turno em seis capitais.

Por outro lado, Alexandre Ramagem (PL), a quem Bolsonaro dedicou toda a última semana de campanha, perdeu no Rio de Janeiro para Eduardo Paes (PSD). Em 2020, quando ainda era presidente, Bolsonaro não conseguiu com que nenhum dos seus candidatos para as capitais fossem eleitos.

Nas capitais em que candidatos do PL enfrentam petistas, há a expectativa de participação ainda mais incisiva de Bolsonaro, como em Cuiabá, capital de Mato Grosso, onde Abílio (PL) enfrentará o petista Lúdio. Bolsonaro vai explorar a polarização para manter o aliado na primeira posição. André Fernandes contará com a mesma estratégia em Fortaleza, onde duelará com Evandro Leitão, do PT.

Presidência do PL

Valdemar indicou também que aposta no nome do senador Rogério Marinho (RN) para assumir o comando do partido, caso deixe o posto. Valdemar, que anteriormente havia se mostrado favorável à troca de comando e indicado que o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) assumiria em seu lugar, agora diz que pretende continuar no cargo e que o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não teria tempo suficiente, já que se dedica à articulação com lideranças estrangeiras da direita. Por isso, ele defende a criação de um posto específico para o parlamentar.

“Quero um cargo para que o Eduardo faça a defesa do partido e atue fora do Brasil, fazendo a liderança no exterior que ele sempre fez. Ele é muito ocupado e eu vou continuar no cargo. Se fosse para trocar a presidência do PL, eu ia querer que o cargo ficasse com o Rogério Marinho. Ele é atuante no partido, tem mais tempo. Eduardo visita dois ou três estados por mês, é uma loucura. Ele precisa de um lugar no partido em que ele atue como um embaixador internacional do PL”, disse ao GLOBO.

A troca de comando da legenda passou a ser discutida há algumas semanas pelo fato de Valdemar estar proibido de ter contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após os dois se tornarem alvo de investigação que apura suspeitas de tentativa de golpe de estado. A mudança no comando do PL chegou a ser citada por Bolsonaro em uma “live”. Na ocasião, ele citou a vontade de ter o filho à frente do partido, com Valdemar ficando com o cargo de vice para cuidar de questões administrativas.

“Conversei com o Eduardo. Não posso conversar com o Valdemar. Perseguição política pura. Mas isso vai ter um fim um dia se Deus quiser. Então, com o Eduardo assumindo o partido, o Valdemar passaria a ser vice e eles poderiam conversar melhor entre eles. Eu converso diretamente com o Eduardo e muitas decisões nós vamos tomar”, disse Bolsonaro.

O próprio manda-chuva do PL, porém, havia aberto a possibilidade de o deputado assumir o cargo e, em declaração ao jornal Correio Braziliense, chegou a afirmar que a ideia partiu dele.

Eduardo também confirmou que poderia assumir o PL em entrevista à CNN Brasil na sexta-feira, mas disse que ainda conversaria com Valdemar e com o pai.

“Fico feliz com essa possibilidade. Mas irei conversar antes com Jair Bolsonaro e com Valdemar Costa Neto. Eu continuo seguindo meus princípios, sigo o meu pai, cumpro missão do Jair Bolsonaro e quero carta branca do partido para representar os valores dos conservadores do Brasil”, afirmou.

Tribuna do Norte

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