O presidente em exercício Michel Temer disse nesta quarta-feira (22), em entrevista à rádio Jovem Pan, que “não vale a pena” o Senado levar adiante pedido de impeachment do procurador-geral da Republica, Rodrigo Janot. O presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que analisaria se abre o procedimento contra Janot.
“Eu acho que realmente não vale a pena. E penso e até informo que o presidente Renan já arquivou 5 pedidos de impeachement. Esse é o sexto. Tenho a sensação de que não irá adiante”, afirmou Temer.
Na semana passada, duas advogadas protocolaram, no Senado, uma denúncia contra o procurador, alegando que Janot dá tratamento diferenciado a situações “análogas” de possíveis práticas de atos ilícitos.
Também na última semana, Renan disse que iria considerar o pedido. A declaração ocorreu após vir a público uma solicitação que Janot fez ao Supremo Tribunal Federa (STF) para prender quatro dos principais líderes do PMDB por obstrução da Lava Jato:
Temer também foi questionado sobre as saídas de três ministros em um mês de seu governo interino e se haveria novas demissões.
O primeiro ministro que deixou o governo Temer foi o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que comandava o Planejamento. Ele caiu após virem a público gravações de conversas feitas pelo ex-presidente da Transpetro e delator da Lava Jato, Sérgio Machado. Nos áudios, Jucá defendia um estancamento na “sangria” da Lava Jato.
Depois caiu o então ministro da Transparência, Fabiano Silveira, que também apareceu em conversas gravadas por Machado criticando a Lava Jato. Na última semana, o então ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, investigado na operação, pediu para sair para não “contranger” o governo.
“Eu acho que não [haverá novas demissões]. Realmente, os que caíram, até devo registrar, pediram demissão. Eles tinham um sentido de colaboração, mas claro que eu ia fazer uma avaliação. Neste sentido de colaboração, eles vieram a mim logo que apareceu algo”, afirmou Temer. “Acho que não teremos mais problemas, mas acho que isso não pode atrapalhar a governabilidade nem a confiança no país”, completou o presidente em exercício.
Temer disse ainda que o fato de ser interino gera “alguns problemas e instabilidades”. Ele está ocupando o cargo enquanto o Senado ainda não tomou uma decisão final sobre o imepachmente da presidente afastada Dilma Rousseff.
G1 Brasília
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