Em tempos de crise econômica, a Procter & Gamble, uma das maiores companhias de consumo do mundo, vem adotando um importante programa de corte de custos no Brasil: com reduções de até 40% em algumas áreas e busca por fornecedores locais devido à desvalorização cambial.
Em entrevista, Alberto Carvalho, presidente da empresa P&G no Brasil, revela que esse cenário levou a multinacional a elevar em 10% os investimentos em marketing para o próximo ano fiscal. Há ainda planos de iniciar a produção do xampu Aussie no Brasil, país que está entre as dez operações mais importantes do grupo, com cerca de cinco mil funcionários, seis fábricas e quatro centros de distribuição.
Como a empresa vê a atual situação de economia?
E o ambiente político atrapalha as expectativas do consumo?
Acho que atrapalha mais do ponto de vista dos investimentos, porque as empresas que investem no país podem ficar um pouco mais hesitantes de quando e quanto investir sem ter uma visão muito clara dos próximos passos. A gente não olha um ou dois anos. Então, apesar do que vem acontecendo no país, investimos mais de R$ 1 bilhão nos últimos 18 meses. Não vou esperar para investir quando voltar, pois aí perdi tempo.
Qual a importância do Brasil para a companhia global?
É um mercado muito importante, pois o crescimento no Brasil tem impacto importante no resultado global. Sempre que tem call (teleconferência) com analistas de Wall Street, eles sempre perguntam do Brasil. Há aqui ligações para entender como está o Brasil política e economicamente e como estão os resultados dos nossos negócios. É um país de foco para a companhia globalmente, por isso continuamos investindo apesar da crise.
Informações: O Globo