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Governo tenta conter crise na Petrobras, mas incertezas persistem; Prates segue no comando da estatal

FOTO: ARQUIVO/AGÊNCIA BRASIL

A semana começou com a Petrobras sob pressão. A crise que tem a estatal como epicentro teve início após anúncio da retenção do pagamento dos dividendos extraordinários aos acionistas e do informe de queda nos lucros. O resultado foi uma queda de R$ 55,3 bilhões no valor de mercado da estatal, após decréscimo de 10% nas ações na Bolsa brasileira (B3).

As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nessa segunda-feira (11/3), contribuíram para exasperar ainda mais os ânimos do mercado. Em entrevista ao SBT, o presidente afirmou ser necessário “pensar o investimento e em 200 milhões de brasileiros que são donos ou sócios dessa empresa”.

“O que não é correto é a Petrobras, que tinha que distribuir R$ 45 bilhões de dividendos, querer distribuir R$ 80 bilhões. E R$ 40 bilhões a mais que poderiam ter sido colocados para investimento, fazer mais pesquisa, mais navio, mais sonda… Não foi feito”, completou o petista.

Nesse contexto, Lula se reuniu com o chefe da Petrobras, Jean Paul Prates, e com os ministros Fernando Haddad, Alexandre Silveira e Rui Costa. Ao término do encontro, o ministro da Fazenda anunciou que a distribuição dos lucros extraordinários será feita à medida que ficar claro para o Conselho de Administração que isso não vai comprometer a companhia no plano de investimentos.

“Ao invés de fazer a distribuição de 100% dos dividendos extraordinários, ou de 0% dos dividendos extraordinários, se julgou conveniência de, à luz do desdobramento dos investimentos das próximas semanas e meses, o conselho volta a se reunir com as informações da companhia, que foram pedidas pelo conselho para julgar a conveniência de fazê-lo e do quanto fazer e quando fazer”, destacou.

Entenda a crise

Os dividendos extraordinários estão avaliados em R$ 43,9 bilhões. A retenção da quantia foi aprovada pelo Conselho de Administração da companhia e anunciada na última quinta-feira (11/3). Votaram a favor do repasse integrantes do órgão ligados ao mercado. Do outro lado, ficaram conselheiros indicados pelo governo e a representante dos trabalhadores.

O presidente da estatal informou que a decisão divergiu da proposta da diretoria, que propôs 50% dos dividendos extraordinários para reserva e 50% para pagamento imediato. Mas, diante da resistência dos representantes do governo, Prates se absteve de votar na reunião.

Embora a decisão já tenha acarretado em reações do mercado, a medida ainda precisa ser aprovada pela Assembleia Geral Ordinária, marcada para 25 de abril.

Metrópoles

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