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Especialistas destacam crescimento da construção civil em Natal e sugerem modelo cearense para licenciamento

FOTO: ICARO CARVALHO

O novo Plano Diretor de Natal, aprovado em 2022, trouxe avanços visíveis para o setor da construção civil, mas o tempo de licenciamento de projetos ainda representa um entrave para o desenvolvimento do mercado imobiliário. A avaliação é dos engenheiros civis Silvio Bezerra, diretor-presidente da Ecocil e ex-presidente do Sinduscon/RN, e Gustavo Pinheiro, diretor de engenharia da Dois A, durante entrevista ao programa Tribuna Livre, nesta quarta-feira (26), na programação Conexão com o Futuro, da JP News Natal.

Segundo Silvio Bezerra, a atualização do Plano Diretor foi resultado de uma longa luta e já apresenta reflexos concretos na capital. “O Plano Diretor é um organismo vivo e precisa ser ajustado às demandas da cidade e, logicamente, ao volume de obras que estão sendo aprovadas. Vejo com otimismo que o mercado vai deslanchar porque estava parado há muito tempo”, destacou o engenheiro.

Gustavo Pinheiro compartilha a percepção de avanço. Para ele, basta caminhar pelas ruas de Natal para notar o aumento de empreendimentos imobiliários. Como já mostrado pela Tribuna do Norte, bairros como Tirol, Petrópolis, Capim Macio, Areia Preta, Neópolis, Ponta Negra e Pajuçara são exemplos de regiões impactadas pelas mudanças recentes no regramento urbano.

Gustavo Pinheiro aponta resultados do PDN – Foto: Ícaro Carvalho/Jovem Pan News Natal
Um dos benefícios apontados por Bezerra é o estímulo à construção de residenciais verticais em áreas com infraestrutura já existente, o que reduz a necessidade de desmatamento. “A gente tem áreas na Ribeira, por exemplo, que poderiam estar muito mais verticalizadas e com mais vida”, argumentou, citando o potencial de reocupação de regiões centrais da cidade.

Apesar das mudanças positivas, ambos os engenheiros chamaram atenção para a morosidade no processo de licenciamento de obras em Natal. Bezerra comparou a situação com a de Fortaleza, onde um sistema tecnológico permite a análise ágil de projetos e a liberação rápida de alvarás. Em Natal, segundo ele, esse processo leva de seis meses a um ano, o que impacta diretamente o ritmo de novos investimentos.

Nesse ponto, os dois especialistas defenderam que a capital potiguar adote o modelo da capital cearense. “É preciso dar ênfase no que deu certo lá [Fortaleza] para poder copiar. É o caminho mais curto para se chegar de um ponto a outro”, afirmou Gustavo Pinheiro. Para ambos, a aceleração dos trâmites pode destravar o potencial do setor e impulsionar ainda mais o desenvolvimento urbano da cidade.

Tribuna do Norte

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