Integrantes da equipe econômica já descartam a aprovação da reforma da Previdência no primeiro semestre deste ano, conforme vinha defendendo o Planalto. O clima entre os técnicos, segundo interlocutores, é de perplexidade e frustração, porque até o fim da tarde de ontem, havia esperança de que a proposta pudesse ser votada em primeiro turno pelo plenário da Câmara dos Deputados no dia 29 deste mês.
— O governo estava virando votos a favor da reforma, já contabilizava entre 315 e 320 votos. Agora, a expectativa é de paralisação e se as discussões ficarem para o segundo semestre, aí é que as chances de aprovação são mínimas por causa da proximidade das eleições em 2018 — disse um técnico.
Segundo essa fonte, há uma crise institucional no país e, até que isso se resolva, tudo ficará parado. As delações dos donos da JBS, envolvendo diretamente o presidente Michel Temer jogam muita incerteza sobre o futuro político do país e o rumo das reformas, sobretudo da Previdência.
— Se o governo for assumido por uma tecnocracia, dificilmente as coisa vão andar com o Congresso que a gente tem — lamentou a fonte.
Pouco antes da notícia, líderes do governo e o presidente da comissão especial da reforma, Carlos Marun (PMDB-MS), tinham ido até o gabinete do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, pra apresentar o mapeamento dos votos favoráveis à reforma. Mas diante do fato, não conseguiram nem falar com o ministro que foi chamado às pressas para uma reunião com o presidente. A intenção do Planalto era abrir uma sequência de fechamento de questão dos partidos da base em torno da reforma na próxima semana.
Fonte: O Globo