A edição dominical do jornal Tribuna do Norte (leia abaixo a matéria completa) destaca que o ex-diretor da construtora Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira, disse em seu depoimento na Procuradoria Geral da República que pagamentos indevidos foram feitos teriam beneficiado a então governadora Wilma de Faria, para assegurar a execução de obras da estação de tratamento de esgotos de Natal. Ele disse que foi acertado o valor de 1% do valor do projeto, que recebeu investimentos de cerca de R$ 100 milhões. João Antônio cita também o médico e irmão de Wilma, Carlos Faria, na época secretário-chefe do Gabinete Civil, e o advogado Carlos Castim, atual procurador-geral da Prefeitura do Natal e que no período citado na delação, era secretário adjunto no Gabinete Civil.
Segundo Pacífico, quando os recursos foram viabilizados, teria havido o contato com o irmão de Wilma, Carlos Faria, para que fosse efetuada uma contribuição de campanha na candidatura à reeleição da ex-governadora. A obra continuou por cinco anos e, neste período, na medida em que os recursos foram liberados pela Caixa Econômica Federal, que financiou o projeto, houve o pagamento de propina.
Até o momento, Carlos Castim foi o único dos nomes citados na delação de João Antônio Ferreira a negar as acusações, em nota distribuída para a imprensa neste sábado, dia 15.
Veja na íntegra as justificativas emitidas por Carlos Castim.
NOTA À IMPRENSA
Na manhã deste sábado (15) fui totalmente pego de surpresa pela notícia de que meu nome havia sido citado em um depoimento de um ex-diretor da construtora Norberto Odebrecht, envolvendo suposto pagamento de colaboração financeira para campanha ao Governo Wilma de Faria.
Sobre tal fato, é preciso, em respeito à verdade, aos meus colegas de profissão e de secretariado, bem como à população natalense a quem sirvo, prestar os seguintes esclarecimentos:
1 – Ouvindo cuidadosamente o depoimento do Senhor Arial Parente, ex-diretor da Construtora Norberto Odebrecht, destaca-se que: EM MOMENTO ALGUM DE SEU DEPOIMENTO, o depoente diz ter intermediado ou tratado COMIGO, a respeito de qualquer pagamento ao Governo Wilma de Faria;
2 – A ÚNICA VEZ em que meu nome é mencionado, se refere a um contexto de pessoas que TALVEZ, tivessem sido INFORMADAS sobre as senhas para liberação do suposto pagamento autorizado pela empresa. Adiante, o mesmo depoente afirma não saber quem recebeu o valor;
3 – Para melhor esclarecimento e para que nenhuma dúvida paire a respeito do que foi falado pelo depoente envolvendo o meu nome, é importante reproduzir fielmente, abaixo, a parte que se refere ao meu nome. Assim, diz o depoente:
“ As senhas e as datas de pagamento eram informadas, POSSIVELMENTE à Carlos Faria ou TALVEZ à Carlos Castim, então secretário adjunto, ou TALVEZ a outras pessoas que não me recordo.”;
04 – Ainda com relação à data em que esse suposto pagamento ou comunicação sobre a liberação das senhas e respectivo pagamento teria ocorrido, o ex-diretor afirma literalmente o seguinte:
“ Isso foi 2008. Tem 8 (OITO) anos. Nessa época eu estava com várias obras tocando simultaneamente, com muitos problemas; falta de dinheiro, obras paralisadas e… Então o Pacífico (diretor da Odebrecht) autorizou esse pagamento com a finalidade de não faltar recursos para obra…”;
05 – DOIS PONTOS desse depoimento merecem ser destacados: O primeiro é a palavra TALVEZ (ADVÉRBIO DE DÚVIDA) empregada pelo ex-diretor ao se referir à minha pessoa, assim como quando se dirige “… TALVEZ a várias outras pessoas que não me recordo”. O segundo ponto é que em 2008, eu já não era mais Secretário Adjunto da Casa Civil do Governo do Estado, função que desempenhei até janeiro de 2007;
06 – Acredito, com toda a tranquilidade de minha consciência, que a citação ao meu nome no depoimento do ex-diretor da Odebrecht, se deve, única e exclusivamente, ao fato de ter, no período de 2003 até janeiro de 2007, ocupado o cargo de Secretário Adjunto do Gabinete Civil, sendo responsável pelo acompanhamento dos problemas administrativos internos do GAC e demais Secretarias e órgãos da Administração Direta e Indireta do Governo do Estado. Assim sendo, afirmo que JAMAIS tratei de qualquer assunto de natureza política e/ou empresarial, porquanto não era da minha alçada.
Natal, em 15 de abril de 2017.
CARLOS SANTA ROSA D’ALBUQUERQUE CASTIM
Procurador-Geral do Município De Natal