A Justiça Federal abriu uma investigação para apurar se Rogério da Silva Mendonça, um dos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, está sendo agredido dentro da unidade. Ele foi recapturado na semana passada, na cidade de Marabá, no Pará, 50 dias após a fuga.
As supostas agressões estão sendo relatadas desde a recaptura, de acordo com a defesa do preso. Por causa disso, os advogados solicitaram na justiça outros exames de corpo de delito para investigar as possíveis lesões. Ele foi encaminhado para o Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep-RN) para passar por exames.
“No dia 05 de abril, durante a audiência de apresentação, após a recaptura, Rogério relatou que foi vitima de violência policial, tendo permanecido algumas lesões visiveis e perceptiveis por qualquer um, no seu rosto. Ele relatou que tem sido vítima de violência policial, de abuso de autoridade e de tortura dentro do sistema”, afirmou a advogada Aline Fernandes.
“Rogério nos relatou que tem sido mantido em uma cela sem solário, ou seja, não tem saída para tomar banho de sol, mas também não tem a possibilidade de tomar banho de sol dentro da cela. Ele relatou que seu corpo se encontra com inúmeros hematomas e marcas que não eram existentes quando ele relatou o exame de corpo de delito porque tem sido torturado”, acrescentou a defensora.
O encaminhamento de Rogério para o Itep foi autorizado pelo corregedor do presídio, o juiz federal Walter Nunes. O esquema envolveu um forte aparato policial, com cerca de 20 viaturas. O juiz ainda solicitou as imagens da câmera de segurança do corredor da cela em que o detento está preso.
Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento estão presos na Penitenciária Federal há quase uma semana. A defesa quer que os agentes federais envolvidos nas supostas agressões sejam identificados e punidos. “Foi determinado que a penitenciária, no prazo de três dias, preste esclarecimentos sobre as alegações do custodiado”, completou a advogada Aline Fernandes.
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