Com 3,4 mil infectados (dados de 15 de março), a província de mesmo nome é a mais afetada pelo coronavírus no país europeu, em um cenário que está sobrecarregando o sistema de saúde local.
No restante da região da Lombardía — que tem cerca de 10 milhões de habitantes —, são mais de 13 mil casos, e cerca de 1,2 mil mortes.
Os médicos no hospital Giovanni XXIII, o maior da cidade, também chegaram a um limite. Eles colocam até sete pacientes por dia em ventilação mecânica e descansam, em média, um dia a cada duas semanas. Somente nesta província, mais de 50 médicos já foram infectados desde o início da pandemia.
Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra como, no jornal local, as páginas dedicadas a obituários passaram de três, no dia 9 de fevereiro, a 11, no dia 13 de março.
Em entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Gori, prefeito da cidade há seis anos, lamenta que os políticos —”inclusive eu”— tenham subestimado, a princípio, a gravidade da situação.
Essa atitude, aliada a um surto de coronavírus em um hospital da região, não identificado corretamente entre dezembro e janeiro, contribuiu para que a epidemia crescesse rapidamente.
Agora, Gori se diz surpreso que, depois da experiência italiana, outros governos europeus tenham demorado tanto para tomar medidas de contenção.
“Tenho duas filhas que estudam no Reino Unido e ontem à noite fiz com que voltassem para a Itália”, explicou por telefone de seu escritório na prefeitura.
BBC