O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles reuniu-se com o vice-presidente Michel Temer para discutir os rumos necessários para retomada da economia. (Arquivo/Valter Campanato/Agência Brasil)
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles disse hoje (23), após reunião com Michel Temer, que a conversa foi sobre o diagnóstico da economia brasileira, assim como o vice fez com outros especialistas. Segundo ele, Temer “corretamente” não se manifestou sobre diversos assuntos, porque ainda aguarda pronunciamento do Senado Federal [sobre impeachment] e só a partir daí se pronunciará.
“Dei a ele [Temer] a minha visão, o que acho, de qual é a situação, quais as razões da presente contração econômica, o que acontecerá, o que pode ser feito etc”, afirmou. Meirelles negou ter sido convidado para comandar a economia em um eventual governo Temer, mas destacou que, mesmo se não for ministro, estará disposto a ajudar. “Não trabalho com hipóteses. Sempre fiz isso na minha vida profissional toda”, destacou.
Para ele, “é preciso tomar medidas que sinalizem claramente que a trajetória de crescimento da dívida pública vai ser revertida no devido prazo, e que, a partir daí, a confiança possa aumentar e com o aumento da confiança, aí sim, os investimentos possam aumentar e, a partir daí, a atividade econômica”.
Meirelles disse ainda que existem muitas oportunidades no país, mas, “evidentemente”, a questão principal é a resolução da questão política. “A partir daí o redirecionamento econômico segue naturalmente”. Meirelles ainda destacou como espera que seja o combate à inflação. Ele enfatizou que o Banco Central tem um remédio clássico, testado durante décadas em diversos países e testado também com sucesso no Brasil, que é uma política monetária adequada. “Com isso, a inflação tende a convergir para a meta com boa coordenação das expectativas de inflação. Acredito que essa não deveria ser uma dificuldade no Brasil”, afirmou.
Na manhã deste sábado 23 de abril de 2016, a cidade de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte, registrou mais um crime de homicídio por arma de fogo.
O crime aconteceu por volta das 08h30min, no bairro Bom Pastor, localizado as margens da BR 405, saída para a cidade de Apodi.
A vítima, segundo familiares foi identificada como “Diogo Francisco da Silva Alves”, idade não informada, morava no bairro e foi executado com cerca de três tiros de pistola calibre 380.
O pai dele esteve no local e informou a polícia, que seu filho respondia bronca na justiça no estado do Ceará e que havia chegado de Fortaleza recentemente.
Segundo informações repassadas à polícia no local, Diogo ocupava uma moto Titan prata como garupa em direção ao sitio Pedra Branca quando uma dupla em uma moto Bross se aproximou e efetuou os disparos.
Diogo morreu no local e o seu companheiro que conduzia a moto, abandonou seu veículo e fugiu pelo matagal e não foi foi atingido pelos tiros.
Uma terceira pessoa que estava em companhia deles, ocupoando uma motoneta Traxx de cor azul, ao ouvir os tiros também abandonou o ciclomotor e fugiu sem ser alvejado.
Francisco Diogo foi atingido com tiros na cabeça. A perícia criminal encontrou no bolso da bermuda dele uma carteira de cédulas, mas os documentos que estavam nela pertencem ao seu irmão.
O corpo foi recolhido após a perícia, para a sede do ITEP onde será necropsiado e depois liberado para sepultamento. A Polícia ainda não tem pistas dos assassinos nem sobre a motivação do crime.
Este foi o homicídio de número 87 registrado em Mossoró neste ano de 2016 e será investigado pela equipe da DEHOM.
Dilma assina o Acordo de Paris. Presidente aterrissou por volta das 13h deste sábado – JEWEL SAMAD/AFP
BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff decidiu antecipar sua volta a Brasília e chegou à capital federal por volta das 13h deste sábado. Inicialmente, a previsão era de que ela deixasse Nova York, onde estava desde quinta-feira, perto do meio-dia de hoje e somente aterrissasse no Distrito Federal à noite. Segundo auxiliares da presidente, ela resolveu retornar ao Brasil ontem mesmo, logo após a entrevista coletiva que concedeu ao final de sua participação no evento da ONU. Ela deve passar o dia no Palácio da Alvorada e, de acordo com sua assessoria, não há previsão de reuniões.
Dilma havia cogitado sequer viajar para evitar que o vice-presidente Michel Temer assumisse a Presidência da República na sua ausência em meio ao processo de impeachment. De última hora, na terça-feira, a presidente resolveu ir a Nova York, onde participou da assinatura do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima, na sede da ONU.
Michel Temer passou a manhã do feriado em São Paulo, quando decidiu retornar a Brasília por motivo de segurança. Na quinta-feira, um grupo de manifestantes se reuniu para protestar contra o impeachment em frente da casa do vice-presidente, em São Paulo. Hoje, no Palácio do Jaburu, Temer terá encontro com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, cotado para ser ministro da Fazenda em um eventual governo do peemedebista.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou a abertura de procedimento para apuração preliminar sobre planinhas apreendidas na Operação Lava Jato com nomes de políticos que teriam recebido doações da Odebrechet.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai analisar a lista e decidir se há ou não indícios para pedir ao STF a abertura de inquérito contra os políticos citados, de acordo com a assessoria de comunicação da Corte.
As planilhas foram apreendidas na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, executivo da empreiteira Odebrecht, e listam mais de 200 políticos da oposição e do governo que teriam recebido repasses da empreiteira. O executivo foi alvo da 23ª fase da Operação Lava, conhecida como Acarajé. Nos documentos, não há juízo sobre a legalidade dos pagamentos feitos pela construtora, que é uma das maiores doadoras a políticos.
Teori Zavascki também decidiu devolver ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, responsável pelos processos da Lava Jato, duas investigações que haviam sido remetidas ao Supremo, as da 23ª e 26ª fases da Operação Lava Jato, denominadas Acarajé e Xepa.
Em março, Moro decidiu enviar ao STF os processos decorrentes das duas fases da operação, que incluem a lista que trata dos pagamentos feitos pela Odebrechet a políticos. Moro havia colocado a lista em segredo de Justiça em função do foro privilegiado de alguns dos citados.
“Nós não podemos agilizar o processo de tal forma que pareça atropelo ou delongar de tal forma que pareça procrastinação”, disse José Renan Vasconcelos Calheiros (PMDB-AL) ao receber as 12.044 páginas do pedido de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. Como presidente do Senado, cabe a ele conduzir a partir de agora o processo aprovado pela Câmara dos Deputados com 367 votos (72% do total). Entre o atropelo e a delonga vai oscilar, nos próximos meses, o relógio de Renan Calheiros. Sob sua condução, a Casa pode arquivar o impeachment ou afastar a presidente, provisoriamente ou de vez. Está em suas mãos o tempo de Dilma à frente do país.
Na Câmara dos Deputados, conduzida pelo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o tempo voou. Cunha marcou sessões plenárias às segundas e sextas-feiras, dias pouco usuais no calendário do Congresso, para correr o prazo da defesa. Virou madrugadas – a discussão do parecer do impeachment se deu na sessão mais longa da história da Casa, com 35 horas. Marcou a votação do impeachment para um domingo. Entre a eleição da comissão do impeachment e a votação que carimbou a faixa presidencial de Dilma, passou-se um mês.
Cunha pediu pressa a Renan, seu desafeto, ao entregar o processo ao Senado. “A partir do momento em que a Câmara autorizou a abertura, a demora é prejudicial ao país, porque você está com um governo que é um meio governo. Ou ele vira de novo o governo ou deixa de ser governo”, afirmou Cunha. “Quanto mais o presidente da Câmara tentar interferir no ritmo de andamento do processo no Senado, sinceramente, ele só vai atrapalhar”, disse Renan. Ninguém deve esperar do Senado a mesma rapidez da Câmara. Como o país viu pela televisão durante a votação histórica, os 513 deputados formam um colegiado jovem e de densidade política relativamente baixa.
O Senado forma uma casta distinta. Em suas 81 cadeiras há ex-governadores, ex-ministros e um ex-presidente. São menos sensíveis à influência das ruas ou às pressões do presidente da Casa, seja para acelerar ou atrasar o passo. Ao determinar o rito do impeachment, o Supremo Tribunal Federal (STF) reduziu a margem de interferência de Renan a um ajuste fino. Ainda assim, o ajuste fino conta muito.
O passo mais célere tende a favorecer o vice-presidente, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, que mantém uma disputa com Renan em relação ao futuro do partido. Temer já começou a sondar nomes para seu ministério. Dilma, se pudesse, faria o tempo parar – ou voltar…
A votação final do impeachment será conduzida pelo presidente do STF – Ricardo Lewandowski, até agosto, ou Cármen Lúcia, considerada mais linha-dura, a partir de setembro. A demora na cassação de Dilma pode dar tempo para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgar – e, eventualmente, cassar – não apenas Dilma, mas também Temer, por crime eleitoral. Se ocorrer em 2016, a cassação da chapa levará à convocação de novas eleições diretas. Se ocorrer a partir de 2017, levará a eleições indiretas, com um presidente escolhido pelo Congresso. É tudo uma questão de tempo. E o tempo está nas mãos de Renan. Dilma sabe disso e convidou o presidente do Senado para uma conversa a portas fechadas, por dez minutos, uma hora e meia depois de ele receber o processo no qual ela é acusada. Os dois disseram ter conversado sobre o rito do impeachment. Se o assunto era apenas esse, Dilma poderia conhecer o cronograma pela imprensa. Ou os dois poderiam se encontrar de porta aberta, para evitar a impressão de que estavam acertando ponteiros.
O senador Renan Calheiros. Está em suas mãos o tempo de Dilma à frente do país (Foto: Evaristo Sa/AFP)
Marcela Temer e Michelzinho, fruto do casamento com Michel Temer Foto: reprodução/facebook
Fonte: Extra
Marcela Temer, de 43 anos, voltou a ser assunto esta semana. Se em 2011, na posse do primeiro mandato da presidente Dilma, ela roubou a cena com sua beleza emoldurada por uma moderna trança, desta vez a mulher do vice-presidente Michel Temer se tornou, involuntariamente, o maior alvo das feministas. Tudo por conta dos adjetivos “bela, recatada e do lar”, atribuídos à ela por uma publicação, como a simbologia da mulher perfeita.
Bela, Marcela sempre foi. Não tanto para conquistar dois concursos de miss. Ela está acostumada a ser vice, acumulando dois segundos lugares. A loura de Paulínia, no interior de São Paulo, parece ter colocado em segundo plano também o sonho de adolescência: trabalhar na TV e ficar famosa. Pelo contrário. Ela foge dos holofotes. Sua última aparição pública foi na posse presidencial, em janeiro de 2015. Antes disso, foi fotografada na abertura da Copa, em 2014. E só.
Marcela Temer após caminhada Foto: reprodução/facebook
A vice-primeira-dama está sempre cercada da família, sobretudo da mãe, Norma Tedeschi, em São Paulo, onde mora. É com o filho, Michelzinho, que herdou o nome e os olhos do pai, que ela passa a maior parte do tempo. Marcela não tem rede social, mas seus parentes têm, e a mostram, em algumas fotos, um pouco mais de sua intimidade.
São registros bem triviais de jantares em família, viagens, como a que fez para Nova York no ano passado com dona Norma e o filho, selfies em que pode se ver até um decote recatado e, sobretudo, do dia a dia com Michelzinho. Aquela moça de trança, que há cinco anos causou comoção nacional, aprendeu a se blindar.
Marcela Temer e o filho: cumplicidade Foto: reprodução/facebook
A viagem da presidente Dilma Roussef a Nova York criou um mal estar entre deputados da oposição e o corpo diplomático do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Os deputados José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Luiz Lauro Filho (PSB-SP) não receberam credenciais do representante do Brasil na ONU, Antonio Patriota, e tiveram que apelar para o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para obter a credencial. Nesta sexta pela manhã o deputado José Carlos Aleluia postou no Twitter a credencial obtida.
– Os secretários da representação do Brasil na ONU nos disseram que não nos seriam fornecidas credenciais. Levamos ao conhecimento do Antonio Patriota que isso era obstrução ao trabalho legislativo e que poderia ser até visto como prevaricação – disse o deputado.
Segundo o deputado do DEM, foi necessário no entanto pedir ajuda ao ministro Mauro Vieira.
– Disse ao ministro o que dizia o Barão do Rio Branco: em todo lugar, o Brasil em primeiro lugar. Lembrei a ele que a frase não é “o PT em primeiro lugar”.
No Facebook, o perfil Dilma Bolada, gerido pelo publicitário Jefferson Monteiro (que escreve como se fosse a presidente e em primeira pessoa), desancou o papel dos parlamentares no episódio, dizendo que eles foram “barrados na porta da ONU”
Nos dias que precederam a votação do impeachment, tornou-se cristalina uma trama de venda casada. Enquanto trabalhava pela abertura do processo contra Dilma Rousseff, uma expressiva bancada de parlamentares articulava uma “anistia” ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Nem mesmo a delação de Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, constrangeu a turma. O empresário entregou aos investigadores da Lava Jato uma tabela que aponta 22 depósitos, no valor total de 4,6 milhões de dólares, em propinas repassadas ao peemedebista entre 10 de agosto de 2011 e 19 de setembro de 2014. A planilha foi divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo na sexta-feira 15, dois dias antes da derrota do governo no plenário.
Antes mesmo do desfecho, os aliados mais próximos do peemedebista não escondiam as cartadas lançadas nos bastidores. “Sem ele não teríamos o processo de impeachment. Por isso, Cunha merece ser anistiado”, afirmou o deputado Paulinho da Força, do Solidariedade, ao site Congresso em Foco.
Com o placar consolidado, Osmar Serraglio, do PMDB do Paraná, também passou a defender publicamente uma “retribuição” ao correligionário pelo presente. Integrante da tropa de choque de Cunha no Conselho de Ética, Carlos Marun, do PMDB de Mato Grosso do Sul, já ensaia o discurso: “Entendo que deva haver uma punição, mas não entendo que deva ser a cassação”.
Com o apoio de partidos do chamado Centrão, entre eles PP, PRB e PSD, além do Solidariedade e de parte do DEM, Cunha mostra-se confiante na absolvição no Conselho de Ética da Câmara, onde enfrenta processo por quebra de decoro parlamentar.
“Não tenho nenhuma preocupação, estou absolutamente em condições de ser inocentado”, afirmou na tarde da segunda 18, após entregar a papelada do processo contra Dilma ao presidente do Senado, Renan Calheiros.
Serraglio, Marun e Paulinho da Força: funções de destaque na Yakuza do PMDB. (Imagem: Reprodução)
Comentários