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Categoria: Saúde

Cerca de 40% dos estudantes não tomam café da manhã e hábito prejudica aprendizado, diz pesquisa

Getty

Vários fatores podem contribuir para que crianças na fase escolar tenham o desenvolvimento pedagógico impactado de maneira negativa, e um deles está relacionado diretamente à qualidade e quantidade dos alimentos consumidos. A nutricionista do Hapvida em João Pessoa, Débora Pinheiro, destaca a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), realizada pelo IBGE, que aponta que 40% do estudantes não tomam café da manhã e informa que isso pode trazer problemas cognitivos, com redução da memória e prejuízos ao raciocínio.

A especialista faz um alerta a pais e responsáveis que um aluno mal alimentado ou em jejum prolongado, sem tomar café da manhã, por exemplo, apresenta prejuízos na capacidade de concentração, aprendizado e desenvolvimento pedagógico. “Uma média de 40% das crianças em fase escolar não tomam café da manhã, o que consequentemente gera um pior rendimento escolar, déficit de atenção e pouca interação com outras crianças”.

Débora explica que é preciso que os pais tenham mais atenção à alimentação dos filhos, principalmente, na fase inicial do desenvolvimento cognitivo. “Tudo começa em casa. Os pais servem de modelo para os filhos e além da palavra o comportamento tem papel importante na educação nutricional das crianças e adolescentes. Logo, fora o exemplo em casa esses pais podem incentivar seus filhos a serem mais saudáveis apresentando outras alternativas de lanches mais naturais ao invés da praticidade dos industrializados”, destaca a nutricionista.

Porém, a má alimentação não prejudica apenas a vida escolar da criança, a saúde é afetada e situações como queda de cabelo, quebra de unha também podem ocorrer. “O futuro dessas crianças, que muitas vezes se tornam obesas, é uma vida adulta ameaçada pela hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, varizes, hérnias, doenças emocionais, câncer e problemas ortopédicos”, alerta a especialista.

Lanches saudáveis – Para garantir uma alimentação saudável e saborosa Débora Pinheiro sugere que os pais e responsáveis de crianças incentivem o consumo de lanches naturais na vida escolar da criança. “Bolo de laranja com suco integral de uva (diluir em água ou gelo para diminuir a concentração); Iogurte Natural com morangos e castanha de caju ou Amendoim (cru sem sal); e Pão integral com queijo coalho e tomate (se colocar orégano fica mais delicioso ainda) com água de coco são algumas opções de lanches rico em nutrientes e saborosos, que podem contribuir para o bom desenvolvimento de crianças na vida escolar, bem como, garantir uma vida saudável a curto e longo prazo”, conclui.

Sesap e SMS realizam Semana Estadual de Fissura Labiopalatina

Foto: Reprodução/Internet

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio do Grupo Auxiliar de Saúde Bucal, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da Prefeitura de Natal e a Associação de Pais e Amigos dos Fissurados (Apafis), realizarão de 26 a 31 de maio de 2019, a Semana Estadual de Conscientização e Orientação sobre a fissura labiopalatina.

O encontro tem início com uma caminhada dia 26, das 8h às 12h, com saída da Ponta do Morcego até o hotel Reis Magos. No dia 27, haverá o debate “Qualificação dos profissionais da Rede de Atenção Básica sobre Fissuras Labiopalatatina”, no auditório UNI – RN, atividades culturais no Centro de Reabilitação Infantil (CTI/CRA), panfletagem no Centro da Cidade, ações educativas no Colégio Estadual Instituto Kennedy e finalizando dia 31 com visita à Maternidade Araken Pinto.

A fissura lábio palatina (FLP) é uma malformação congênita, decorrente da falta de fusão do palato durante o período intra-uterino, sendo incluída entre as anomalias mais comuns. As FLP ocorrem em aproximadamente 1/650 nascimentos no Brasil. De acordo com o Chefe de Grupo Auxiliar de Saúde Bucal da Sesap, Marco Aurélio Azevedo de Oliveira, o objetivo da Semana é sensibilizar a sociedade e os profissionais de saúde sobre a necessidade do tratamento desta má formação que, quando não ocorre em suas diversas etapas ou sem o devido acompanhamento, podem causar sérios danos ao desenvolvimento psicossocial da criança.

“As crianças que apresentam as fissuras precisam se submeter a um longo programa de recuperação com uma equipe composta de cirurgião-dentista; médico; psicólogo, assistente social, fonoaudiólogo, nutricionista e enfermeiro. Além da deformação bucomaxilofacial, a fissura acarreta distúrbios psicológicos à família envolvida, que pode ser afetada inicialmente, logo após o diagnóstico pelo ultrassom na fase intra-uterina ou de forma secundária, pela rejeição social”, esclarece Marco Aurélio.

A assistência a pessoas com fissura labiopalatina envolve a atuação de uma equipe multidisciplinar desde a formação fetal até a maioridade. Assim, identificada a fenda durante a gestação, a família deverá ser assistida de imediato. Na ausência do exame pré-natal, se identificada a falha após o nascimento, a criança deverá ser avaliada por especialista neonatal, cadastrada e encaminhada ao Núcleo de Atendimento Integral ao Fissurado –NAIF em Natal.

SERVIÇO

Constatada a fenda labiopalatina, deve ser encaminhada ao Centro Especializado de Reabilitação e Habilitação – CERHRN/ Núcleo de Atendimento Integral ao Fissurado – NAIF, localizado à Avenida Alexandrino de Alencar, 1900, bairro Tirol, Natal/RN. Os contatos telefônicos poderão ser feitos através dos seguintes números: (84) 3232-6681/3232-6679. Também poderão ser realizados por meio eletrônico através do e.mail- [email protected]. O encaminhamento ao CERHRN/NAIF será fundamental para a realização do cadastro e a vinculação da criança à rede de apoio, monitoramento e acompanhamento, até que sejam cumpridas todas as etapas da assistência multidisciplinar.

Com informações: SESAP/ASSECOM

Pesquisa revela quais são as drogas mais consumidas antes do sexo

Istock

O sexo em si já é capaz de proporcionar sensações prazerosas e surpreendentes, mas algumas pessoas gostam de potencializar os efeitos com o uso de substâncias alucinógenas. Um estudo realizado pela universidade inglesa College London descobriu que álcool, maconha, cocaína e ecstasy são as drogas mais usadas em combinação com a atividade sexual.

O levantamento foi realizado com base em um estudo global sobre o consumo de drogas. Mais de 22 mil pessoas participaram. A pesquisa também indica que o uso de substâncias para incrementar o sexo não tem relação com a orientação sexual. Contudo, pesquisadores afirmam que homens homo e bissexuais apresentaram maior tendência a usar drogas sintéticas, como o GHB e a metanfetamina, antes e durante o sexo.

Os participantes também apontaram o ecstasy e o GHB como as “melhores” drogas para transar. Ainda, cerca de 20% dos entrevistados relataram que algum parceiro se aproveitou do estado mental sob drogas para forçar sexo e 14% afirmaram ter sido drogados por alguém com essa intenção.

Vale ressaltar que o efeito das drogas é sempre imprevisível e seu uso pode comprometer a saúde física e mental. E fica dica: fazer sexo sob a influência de substâncias pode trazer riscos, pois a pessoa se dispõe a transar sem camisinha ou sem consentimento.

Metropoles

INFLUENZA: Mais de 300 mil pessoas no RN ainda não se vacinaram

Estado atingiu 69% da meta. Campanha se encerra no próximo dia 31. Foto: Romero Mendonça/Secom

De acordo com o relatório do Ministério da Saúde divulgado nessa terça-feira, 21, o Rio Grande do Norte vacinou 685.322 pessoas até o momento e a expectativa é de que 993.277 pessoas sejam atendidas. Atualmente, o número de pessoas vacinadas corresponde a 69% do total.

A campanha teve início no dia 10 de abril e no Brasil mais de 37 milhões de pessoas foram imunizadas até o momento – a intenção é que sejam vacinadas 59 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos de risco.

Grupos Prioritários:

Conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas oferecidas gratuitamente pelo governo são destinadas a:

  • Crianças de 6 meses a 5 anos de idade;
  • Gestantes;
  • Puérperas, isto é, mães que deram à luz há menos de 45 dias;
  • Idosos;
  • Profissionais de saúde, professores da rede pública ou privada, portadores de doenças crônicas, povos indígenas e pessoas privadas de liberdade;
  • Portadores de doenças crônicas (HIV, por exemplo) que fazem acompanhamento pelo SUS.

Mitos:

Muitas pessoas ainda acreditam que a vacina ofertada contra a influenza possa causar gripe. O Ministério da saúde desmente o mito que espalhou-se ao longo dos anos e afirma que a vacina não é capaz de causar a gripe, uma vez que inclui apenas partes do vírus. A única contra-indicação é para pessoas alérgicas a algum componente da vacina, como a clara de ovos, usada na fabricação.

Lembrando que o prazo para vacinação encerra no próximo dia 31.

Comissão de Saúde da ALRN vai acionar bancada federal para agilizar investimentos e aumentar doações no Hemocentro do RN

Fabio Cortez

Os deputados que integram a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte realizaram mais uma visita técnica em unidade de saúde do Estado em busca de melhorias no atendimento e de infraestrutura para a saúde pública dos Norte-rio-grandenses.

Na manhã desta terça-feira (21), o deputado Galeno Torquato (PSD) e a deputada Eudiane Macedo (PTC) estiveram no Hemocentro do RN Dalton Cunha, localizado na zona sul de Natal. Acompanhados do diretor-geral da unidade, Rodrigo Villar, os parlamentares conheceram as instalações físicas e os processos de hemoterapia e hematologia deste que é o Hemocentro Coordenador da Hemorrede Estadual, que conta com dois Hemocentros Regionais (Mossoró e Caicó), duas Unidades de Coletas (Currais Novos e Pau dos Ferros) e quatro Agências Transfusionais (Apodi, Parnamirim, Santa Cruz e Santo Antônio), completando a Hemorrede potiguar.

A Hemorrede potiguar tem uma média de 30% de doações da sua capacidade, estatística que é alterada positivamente em período de campanha, e vem perdendo doações após o fechamento do ponto de coleta fixa da zona Norte da capital e a desativação das unidades móveis de Natal e Mossoró.

Para Galeno Torquato, a necessidade de reverter os números de doações é urgente e precisa gerar condições para que as coletas sejam intensificadas. “Vamos em busca do apoio do Ministério da Saúde, acionando a bancada federal para viabilizar a aquisição de duas unidades móveis de coletas, adequações e modernizações da infraestrutura de T.I. e retomar as três reformas que estão paralisadas nas instalações do Hemocentro Coordenador”, afirmou Galeno.

De acordo com a direção da unidade, a maior dificuldade é o acesso aos locais de coleta. “Quando levamos as unidades móveis até a população, as nossas doações crescem. Não precisa ter estrutura física em todos os municípios, mas precisamos de campanha que incentivem as doações”, falou Rodrigo Villar.

A deputada Eudiane declarou que as visitas são importantes para conhecer a realidade e contribuir com as mudanças. “Com o relatório que recebemos, vamos estudar a destinação de recursos para melhorar a estrutura do Hemonorte em Natal e no interior, principalmente em relação à tecnologia da informação e às duas unidades móveis que infelizmente estão sem funcionar por falta de condições. Um serviço tão essencial e que salva vidas precisa funcionar bem”, finalizou a deputada

Formada pelos deputados Galeno Torquato (presidente), Getúlio Rêgo (vice-presidente) e Eudiane Macedo (PTC), a Comissão de Saúde busca, através destas visitas, produzir um diagnóstico da atual situação dos equipamentos de saúde pública estadual.

Governo estuda BPC permanente para pessoas com microcefalia

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse hoje (20), que o governo estuda transformar o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com microcefalia causada pela epidemia de zika em uma pensão permanente. Segundo o ministro, a questão está sendo discutida no âmbito do Executivo.

O ministro deu a declaração ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, na abertura do seminário “Mães de Crianças com Microcefalia: Entendendo os Desafios e Superando o Preconceito”, na Câmara dos Deputados.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, disse hoje (20), que o governo estuda transformar o Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com microcefalia causada pela epidemia de zika em uma pensão permanente. Segundo o ministro, a questão está sendo discutida no âmbito do Executivo.

O ministro deu a declaração ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro, e da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, na abertura do seminário “Mães de Crianças com Microcefalia: Entendendo os Desafios e Superando o Preconceito”, na Câmara dos Deputados.

Agência Brasil

Secretaria de Saúde confirma morte por calazar na cidade de Pau dos Ferros (RN)

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NO AMBIENTE URBANO,OS CÃES DOMÉSTICOS SÃO FONTES DE INFECÇÃO PARA O MOSQUITO

A Secretaria Municipal de Saúde de Pau dos Ferros, na região do Alto Oeste potiguar, confirmou um caso de morte provocada por Leishmaniose Visceral, também conhecida como calazar, de um homem de 59 anos. De acordo com a pasta, o homem esteve internado no Hospital Regional Doutor Cleodon Carlos de Andrade.

Em nota, a secretária de Saúde do município, Eliana Barreto Fixina, afirmou que a Vigilância Epidemiológica pediu o prontuário do paciente ao hospital, junto com a declaração de óbito, para confirmar a doença e foi informada pelos profissionais plantonistas da UTI que foram colhidas amostras cujos exames confirmaram a doença.

Além do calazar, consta na declaração de óbito como causa da morte: falência múltipla de órgãos e infecção generalizada. A nota que confirma o caso foi publicada neste sábado (18) no site da prefeitura de Pau dos Ferros.

Apesar da confirmação, a pasta afirma que a nota tem objetivo de acalmar a população, informando que não há inúmeros casos positivos na cidade.

“Salientamos ainda, que estamos empenhados em garantir a segurança e a saúde da população em geral, bem como dos cães de nosso município. Pensando na melhor forma de conduzir esta questão em debate e suas implicações, com a elaboração de novas diretrizes e estratégias de enfrentamento da leishmaniose”, informou a secretária.

CONTAMINAÇÃO 

Ainda conforme a pasta, a Leishmaniose visceral é uma zoonose crônica e é transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis, conhecida popularmente como mosquito palha. “Raposas e lobos silvestres (Lycalopex vetulus e Cerdocyon thous) e marsupiais (Didelphis albiventris) têm sido apontados como reservatórios silvestres”, aponta a nota.

No ambiente urbano,os cães domésticos são fontes de infecção para o mosquito.

Os sintomas da Leishmaniose Visceral Humana, ainda de acordo com a secretaria, são febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia.

Nos primeiros sinais dos sintomas, a população é orientada a procurar a unidade de saúde mais próxima.

PREVENÇÃO

Para prevenir a doença, é indicada a limpeza periódica dos quintais e a retirada da matéria orgânica em decomposição, como folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, que é onde os mosquitos se desenvolvem.

Também é preciso destinar o lixo orgânico adequadamente, para impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos, além de limpar os abrigos de animais domésticos e usar coleiras repelentes nos cachorros.

O uso de inseticida feito pela vigilância ambiental é usado, mas só é indicado para as áreas com casos notificados e confirmados.

“Ao mesmo tempo que nos preocupamos em tratar as demandas humanas, buscamos avaliar os animais. Os animais da comunidade estavam sendo avaliados e realizado testes rápidos, o resultado saindo com em média 25 minutos. Os cães que tinham o resultado positivo, logo após as amostras de sangue coletados eram enviados ao Laboratório Regional do Estado (Lare) para ser submetidos a exames sorológicos encaminhamos ao Laboratório Central (Lacen) em Natal para confirmação laboratorial”, diz a nota.

“Porem há aproximadamente 60 dias o mesmo Larep, que é de gerência do Estado, encerrou o recebimento de amostras, alegando não haver espaço para acondicionar as amostras sorológicas e o Lacen em Natal que acusou não existir profissionais para avaliações sorológicas”, disse a pasta.

O caso, segundo a secretária, foi notificado ao Ministério Público e divulgado em reunião ordinária do Comissão Intergestora Regional – que é o colegiado de secretários municipais.

O Sistema Único de Saúde (SUS) não disponibiliza tratamento para o animal, sendo indicado o sacrifício do animal infectado, com acompanhamento de médico veterinário

FONTE: G1RN

Cientista brasileira cria ‘caneta’ que detecta câncer durante cirurgia


Reprodução / Universidade do Texas

Uma cientista brasileira de 33 anos desenvolveu uma espécie de caneta capaz de detectar células tumorais em poucos segundos. Livia Schiavinato Eberlin é formada em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, apesar da pouca idade, já é chefe de um laboratório de pesquisa da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos.

Foi lá que, há quatro anos, ela iniciou os estudos de um dispositivo capaz de extrair moléculas de tecido humano e apontar, no material analisado, a presença de células cancerosas. A tecnologia está em estudo, mas já teve resultados promissores ao ser usada na análise de 800 amostras de tecido humano.

A pesquisadora, que já mora há dez anos nos EUA, para onde se mudou para fazer doutorado, está no Brasil nesta semana para apresentar os achados de sua pesquisa no congresso Next Frontiers to Cure Cancer, promovido anualmente pelo A.C. Camargo Cancer Center na cidade de São Paulo.

Nos Estados Unidos, Livia ganhou destaque na comunidade científica ao ser uma das personalidades selecionadas em 2018 para receber a renomada bolsa da Fundação MacArthur, conhecida como “bolsa dos gênios” e destinada a profissionais com atuação destacada e criativa em sua área. O prêmio, no valor de U$ 625 mil (cerca de R$ 2,5 milhões), é de uso livre pelo bolsista.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisadora explicou que a caneta, batizada de MacSpec Pen, tem como principal objetivo certificar, durante uma cirurgia oncológica, que todo o tecido tumoral foi removido do corpo do paciente. Isso porque nem sempre é possível visualizar a olho nu o limite entre a lesão cancerosa e o tecido saudável. “Muitas vezes o tecido é retirado e analisado por um patologista ainda durante a cirurgia para confirmar se todo o tumor está sendo retirado, mas esse processo leva de 30 a 40 minutos e, enquanto isso, o paciente fica lá, exposto à anestesia e a outros riscos cirúrgicos”, explica Livia.

A caneta desenvolvida por ela e sua equipe de pesquisadores usa uma técnica de análise química para dar essa mesma resposta que um patologista daria. “A caneta tem um reservatório preenchido com água. Quando a ponta dela toca o tecido, capta moléculas que se dissolvem em água e são transportadas para um espectrômetro de massa, equipamento que caracteriza a amostra como cancerosa ou não”, explica a cientista.

Essa caracterização da amostra em maligna ou não pode ser feita porque a tecnologia usa, além dos equipamentos de análise química, técnicas de inteligência artificial para que a máquina “responda” se as células são tumorais.

Para isso, foram usadas, na criação do modelo, centenas de amostras de tecidos cancerosos que, por meio de suas características, “ensinam” a máquina a identificar tecido tumoral.

“Na primeira fase da pesquisa analisamos mais de 200 amostras de tecido humano e verificamos uma precisão de identificação do câncer de 97%”, conta Livia.

Próximos passos

O resultado dessa etapa do estudo foi publicado na prestigiosa revista científica Science Translational Medicine em 2017. Depois, o grupo de pesquisa da brasileira nos EUA ampliou a investigação para 800 amostras de tecido e, mais recentemente, obteve autorização de comitês de ética de instituições americanas para testar a técnica em humanos, durante cirurgias reais.

“Apesar dos bons resultados em amostras de tecido, o modelo ainda precisa ser validado em testes clínicos. Se os resultados forem confirmados, ainda deve demorar de dois a três anos para a caneta ser lançada como produto”, opina Livia. O dispositivo já foi testado para câncer de cérebro, ovário, tireoide, mama e pulmão, e está começando a ser usado também nas pesquisas de tumor de pele.

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