Um homem em Natal – que não teve o nome revelado – foi diagnosticado com sarampo, segundo informação confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nessa sexta-feira, 26. De acordo com a Secretaria, esse é o primeiro registro da doença em 19 anos na capital potiguar.
O rapaz, é natalense e viajou para São Paulo, ao retornar à Natal, começou a apresentar sintomas do sarampo e procurou atendimento médico, quando foi constatada a doença.
Em nota, a Secretaria de Saúde, que confirmou o caso, disse que após a constatação da doença enviou equipes para o “bloqueio vacinal” – que consiste na imunização de pessoas que tiveram ou poderiam ter algum tipo de contato com o paciente. O bloqueio vacinal é a forma sugerida pelo Manual da Vigilância do Ministério da Saúde para evitar a proliferação da doença.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) comunicou que vai realizar uma coletiva na manhã desta segunda-feira, dia 29, para comentar o caso.
Os casos de Sarampo tiveram aumento em alguns estados do Brasil. O balanço epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 1 de julho apontou 142 casos da doença no país. Em março, o Brasil perdeu o certificado de erradicação da doença concedido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
A Vigilância Sanitária (Suvisa) interditou na tarde dessa quinta-feira (25), o Hospital Regional de Canguaretama. O motivo, segundo a subcoordenadora da Suvisa, Leila Mattos, foi o elevado risco sanitário que a unidade oferece aos pacientes.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), o hospital havia sido alertado dos riscos e da possível interdição desde abril de 2019, quando uma vistoria identificou diversos problemas sanitários. Agora, caso as medidas corretivas propostas não sejam cumpridas pelo Governo, os servidores que trabalham no local correm o risco de serem realocados em qualquer unidade estadual e sem ajuda de custo.
Para o Sindsaúde RN, o fechamento da unidade demonstra o resultado de anos de sucateamento dos serviços públicos de saúde e a manutenção dessa prática pelo Governo de Fátima Bezerra (PT). Antes da interdição, o governo estadual já havia feito uma vistoria técnica e decidido fechar 20, dos 40 leitos existentes no hospital. No entanto, melhorias para atender a população de maneira mais qualificada, não foram previstas
“Não é possível que se permita, mais uma vez, que um hospital de importância regional, que tem como responsabilidade atender pacientes de várias cidades, seja fechado. Onde a população vai ser atendida? Aqui temos equipamentos, servidores locados para trabalhar nessa cidade e uma estrutura que precisa de melhorias, mas uma estrutura paga com dinheiro público! Para onde vai tudo isso? E como ficam os servidores?” questiona, Agliberto Freitas, diretor do Sindsaúde RN.
Desde a tarde de ontem (25), os servidores e usuários do hospital protestam em frente à unidade pedindo providências por parte do Governo. Com o fechamento total da unidade, marcado para esta sexta-feira (26), a população de Canguaretama e de cidades vizinhas ficarão desassistidas.
O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte – CREMERN iniciou nessa segunda-feira, 22, a agenda de fiscalizações em hospitais, maternidade e UPAS, em Mossoró. O objetivo é dar continuidade às cobranças do Conselho por uma Saúde de qualidade no Estado além de melhorar a condição de trabalho para classe médica. A comissão deve permanecer em Mossoró até esta quarta-feira.
A fiscalização teve início no Hospital Tarcísio Maia e foi recebida pela diretora geral, Herbenia Ferreira. A comissão recebeu uma rápida explanação sobre as dificuldades do hospital, como o andamento da implementação de leitos de UTI e a deficiência nos setores. Os conselheiros visitaram as instalações do hospital, inclusive a obra finalizada de ampliação das UTIs, que agora estão dependendo dos equipamentos.
“Encontramos superlotação no Hospital Tarcísio Maia, que estava com mais de 60 pacientes em macas nos corredores. A unidade também apresenta problemas na sua estrutura física, com infiltrações no teto e nas paredes tornando alguns ambientes insalubres. Falta material para determinados procedimentos anestésicos e cirúrgicos”, declarou o presidente do CREMERN, Dr. Marcos Lima de Freitas.
Além do Hospital Tarcísio Maia e as três UPAs existentes na cidade, também já foram fiscalizados a Casa de Saúde São Camilo e Maternidade Almeida Castro. Após as visitas em outras unidades nesta quarta-feira serão elaborados relatórios e encaminhados as autoridades competentes para providências.
A cidade de Currais Novos será o segundo destino da Sesc Saúde Mulher – e o 30º desde que começou a atuar no estado. A unidade móvel do Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Norte (Sesc RN), instituição do Sistema Fecomércio, disponibilizará mamografias e preventivos, além de orientações sobre saúde sexual feminina, de 25/7 a 30/8. A solenidade de instalação, na qual a população pode conhecer a estrutura da unidade, acontece dia 24/7, às 17h30, na Av. Teotônio Freire, 346-460, Currais Novos.
A meta do projeto é realizar 1.664 exames, divididos entre mamografias (832) e preventivos (832), também conhecidos como Papanicolau, além de 1.365 orientações sobre saúde. Enfermeira, educadora em saúde, técnica de radiologia, artífice compõem a equipe que assistirá às currais-novenses. A estrutura é equipada com consultório ginecológico, sala de mamografia com mamógrafo digital, banheiro, sala de atendimento e área externa para as palestras.
Os agendamentos dos exames já estão sendo realizados no município por meio dos agentes de saúde, e poderão ser feitos na própria unidade após a solenidade de instalação. Podem fazer o exame Papanicolau mulheres com idade entre 25 e 64 anos. Já as mamografias são destinadas a mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos.
Os documentos necessários para o agendamento dos exames são RG, CPF, cartão SUS e comprovante de residência. A Sesc Saúde Mulher funciona às segunda-feira, das 13h às 18h; de terça a quinta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h e nas sextas-feiras, das 8h às 12h.
Sobre o projeto
O RN foi pioneiro no país ao receber, em 2012, a unidade móvel Sesc Saúde Mulher, à época um projeto piloto. Desde então, já foram realizadas 47.914 exames de mamografias e preventivos, além de 153.221 ações de educação em saúde.
Das 54.088 mulheres atendidas pela unidade em 29 municípios potiguares, foram detectadas alterações em 990 delas a partir dos exames ofertados pelo projeto, sendo encaminhadas ao serviço público de saúde para dar continuidade ao tratamento.
Serviço:
O quê? Sesc Saúde Mulher em Currais Novos
Solenidade de instalação? 24/7, 17h30, Av. Teotônio Freire, 346-460, Manoel Salustino, Currais Novos.
Permanência? 17/7 (início dos agendamentos) a 30/8 (exceto fins de semana e feriados) | Segunda-feira, das 13h às 18h; de terça a quinta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h e nas sextas-feiras, das 8h às 12h.
A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, regional do Rio Grande do Norte – SBACV/RN realiza dia 17 de agosto, o Check-up Vascular, no shopping Via Direta. A ação envolve médicos angiologistas, cirurgiões vasculares e residentes da especialidade para oferecer, gratuitamente, atendimento individualizado e informações à população.
O Check-up Vascular consiste em realizar consultas médicas para trabalhar a prevenção e orientar sobre os fatores de riscos das doenças vasculares como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a trombose e o aneurisma; problemas de circulação no geral, maneiras de prevenção e tratamento, orientação quanto aos sinais e sintomas estão entre as atividades da campanha. Em 2018, o evento atendeu cerca de 800 pessoas.
O aumento
dos casos de câncer na população entre 20 e 49 anos, de 1997 a 2016 chamou a
atenção de especialistas. Nesse período, a incidência por ano do câncer da
glândula tireóide registrou uma elevação de 8,8%, o de próstata 5,2% e o de
cólon e reto 3,4%. Os dados fazem parte do estudo elaborado pelo Observatório
de Oncologia, que teve como tema Câncer antes dos 50: como os dados podem
ajudar nas políticas de prevenção.
O trabalho
foi apresentado nesta quarta-feira (17), durante o Fórum Big Data em Oncologia,
que ocorreu no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O encontro foi organizado
pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC).
De acordo
com o estudo, houve aumento ainda na mortalidade por alguns tipos da doença. O
maior percentual foi de câncer no corpo do útero, que subiu 4,2% por ano;
seguido por cólon e reto com 3,2%, mama 2,5%, cavidade oral 1,2% e colo de
útero 1%.
A líder do
TJCC e presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale),
Merula Steagall, disse que após pesquisas da Sociedade Americana de Câncer,
divulgadas em fevereiro, nos Estados Unidos, identificando a ligação entre
obesidade e o aumento nos casos de câncer em indivíduos mais jovens,
especialistas do Observatório de Oncologia, que pertence ao TJCC, se dedicaram
ao estudo para verificar o que ocorria no Brasil e analisaram dados gerados no
setor de Saúde. Foram analisados dados do DATASUS e do Inca.
O resultado,
além de um alerta, vai servir para indicar tipos de políticas que podem ser
adotadas pelos gestores e impedir que a tendência tenha um crescimento maior.
“Os que
aumentaram na incidência e na mortalidade eram cânceres relacionados ao tipo de
vida. A gente está pressupondo que álcool, tabaco, alimentação não saudável e
falta de prática de exercício podem estar refletindo no aumento de incidência”,
detalhou Merula Steagall.
A
pesquisadora ainda diz acreditar que o aumento da mortalidade se deu porque as
pessoas procuram o tratamento em estágio avançado da doença. ”Como se espera
que o câncer é uma doença depois dos 50 anos mais predominantemente, porque as
células estão mais envelhecidas e começa uma produção irregular que acarreta no
câncer, a pessoa entre 20 e 50 não está atenta para isso. O sistema não
facilita o fluxo para ir rápido para um diagnóstico”.
Demora
No encontro,
os especialistas destacaram dois fatores que contribuem para esses números: a
falta de acesso a informações e aos tratamentos. “Esse fator da demora de
acesso a um especialista e a um centro adequado também acarreta na mortalidade
e a pessoa perde o controle da doença”, contou.
Merula
acrescentou que em termos de tecnologia, nesses 20 anos, houve avanços, então,
para o especialista é triste verificar que o progresso científico não teve
impacto na vida das pessoas. “Não teve resultado para muitos tipos de cânceres.
Dos 19 analisados, 10 aumentaram a mortalidade”, observou, destacando a
importância da mídia no alerta e na divulgação da vida saudável.
“Você tem
que planejar a sua terceira idade enquanto é jovem. Só que as pessoas jovens
acham que a mortalidade para elas está distante. Falo isso como uma pessoa com
doença genética e como a morte estava sempre próxima sempre me cuidei, me
tratei, procurei fazer esportes e tive alimentação saudável. É importante
alertar porque precisamos planejar o nosso envelhecimento.”
Diagnóstico
A médica
mastologista, Alice Francisco, teve uma experiência própria com diagnóstico
precoce. Ao fazer um exame de rotina para verificar um histórico familiar de
hipotireoidismo ficou constatado, mesmo sem ter sintomas, que tinha câncer na
tireóide. A avaliação foi há 12 anos, o tratamento foi feito, o tumor sumiu,
mas dois anos depois voltou. “Precisei fazer novamente o tratamento. Foi uma
coisa bem inesperada para a situação do meu diagnóstico naquele momento”,
revelou.
Alice
completou que foi muito importante ter o diagnóstico precoce e que pôde ver o
quanto é relevante o impacto nos resultados dos tratamentos. A médica reforçou
a necessidade de ter bons hábitos alimentares e físicos. “Para mim, isso foi
muito importante e adaptar ao meu dia a dia. Hoje eu repercuto muito isso como
profissional de saúde e estudo tudo. Uma das minhas linhas de estudo é a
atividade física, então, mudou muito a minha forma de ser profissional depois
de ter passado por isso”, indicou.
Parceria
Segundo a
presidente da Abrale, o objetivo da entidade é trabalhar junto com o Ministério
da Saúde para a definição, entre outras medidas, de maior divulgação de
informações sobre o que é a doença, como pode ser diagnosticada e quais são os
fatores de risco.
No encontro,
foi apontada a diferença de acesso das informações e à disponibilidade de
tratamento entre as regiões do país, com maior dificuldade no Norte, no
Nordeste e no Centro-Oeste. O diretor do Departamento de Informática do SUS
(DATASUS/SE/MS), Jacson de Barros, que participou dos debates, reconheceu que é
preciso qualificar mais as equipes de atendimento, que podem apresentar um
diagnóstico precoce, facilitar o tratamento e em muitos casos evitar a morte do
paciente. Para ele, isso pode também reduzir as sub-notificações. “A gente quer
mudar a forma de disponibilizar os dados do DATASUS para que todo mundo consiga
além do acesso, poder fazer estudos longitudinais, acompanhar o desfecho. A
ideia é aprimorar todo esse sistema”, disse.
O diretor
afirmou que falta infraestrutura para permitir o registro adequado da
informação. Um estudo do ano passado dos hospitais que têm mais de 50 leitos
mostra que mais da metade não tem prontuário eletrônico, ou seja, faz o básico
quando o paciente entrou, se precisou ficar internado e quantos dias permaneceu
na unidade, mas não é feita uma análise clínica. “Mesmo assim, com as
informações que a gente tem ainda dá para sair muito suco de laranja, mesmo não
tendo as informações clínicas”, afirmou.
Para resolver o problema das regiões onde há carência de acesso à informação, ao diagnóstico e ao tratamento, o diretor disse que o Ministério da Saúde está fazendo um mapeamento para adequar o primeiro atendimento a fazer o registro adequado. “Será um mapeamento baseado na classificação do IBGE, e para cada região vamos subsidiar soluções para investimento de infraestrutura na ponta e para melhor atender e registrar”, disse.
O Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Norte (Cosems-RN), realiza a 230ª reunião ordinária com secretários municipais de saúde de todo o Estado e discutirá as principais demandas do Sistema Único de Saúde no RN. O encontro será nesta quarta-feira, 17, a partir das 9 horas, no hotel Monza, em Natal.
Confira pauta:
I – VERIFICAÇÃO DO QUORUM REGIMENTAR
II – LEITURA PARA APROVAÇÃO DA ÚLTIMA ATA
Experiências Exitosas (para canal saúde) – Caicó e Jucurutu;
III – ORDEM DO DIA
3.1 – Discussão e encaminhamento da situação de implantação dos CAPS/RN que compõem a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) referente a portaria nº 3.718/22/11/2018;
3.2- Discussão e encaminhamentos Rede de Doenças Crônicas no RN (Linha obesidade e recursos crescer saudável);
3.3 – Pactuação cronogramas e logística das Oficinas Regionais da Assistência Farmacêutica;
3.4 – Proposta do “II Seminário de Qualificação da assistência ao pré-natal e IV Seminário de prevenção da transmissão vertical do HIV, Sífilis, Hepatites Virais;
IV – EXTRA – PAUTA
PAUTA DA CIB – DISCUSSÃO E ENCAMINHAMENTOS
V – INFORMES GERAIS
5.1 – Situação dos Instrumentos de Gestão – (órgãos de controle) e cronograma – Digi-SUS – Modulo Planejamento;
5.2 – Movimentação de recursos financeiros de contas antigas do FMS e as novas contas referente a custeios e investimentos;
5.3 – Pregão eletrônico de compras – Adesão ata de registro de preço – ambulância padrão tipo SAMU e outros segmentos;
5.4- Adiamento da Campanha Nacional de Multivacinação;
5.5- Nova portaria FAEC – Cirurgias Eletivas ;
5.6- Prontuário Eletrônico – Empresa líder em desenvolvimento de soluções paga gestão em saúde;
O acidente
vascular cerebral (AVC) é a doença que mais mata a população brasileira, além
de ser a principal causa de incapacidade no mundo, segundo a Sociedade
Brasileira de Doenças Cerebrovasculares (SBDCV). Nesse cenário, é fundamental
desenvolver métodos de tratamento capazes de evitar não apenas a morte, mas o
risco de sequelas que condenam muitos pacientes à dependência locomotiva e
financeira. Também é importante garantir que esses tratamentos sejam
disponibilizados para toda a população.
Existem dois
tipos de AVC, o isquêmico e o hemorrágico. O primeiro, caracterizado pelo
entupimento dos vasos que transportam sangue para o cérebro, é responsável por
85% dos casos da doença. As opções de tratamento são: trombectomia mecânica,
também conhecida como cateterismo cerebral, ou alteplase intravenosa.
A
trombectomia mecânica é realizada por meio da inserção de um cateter (um tipo
de tubo) dentro de um vaso sanguíneo. Para o AVC, o cateter é inserido em uma
artéria da virilha e, por meio de equipamentos de raio-X, os médicos conduzem o
tubo até o cérebro, retirando o coágulo mecanicamente. Já a alteplase (TPA, na
sigla em inglês) é um medicamento aplicado de forma intravenosa. Uma vez dentro
da corrente sanguínea, a substância chega até cérebro e dissolve o coágulo.
O cateterismo
cerebral é considerado um dos tratamentos mais eficazes contra o AVC, porém no
Brasil só é realizado na rede privada, de forma limitada. Um dos empecilhos
para seu oferecimento no Sistema Único de Saúde (SUS) é a complexidade e o alto
custo.
Uma equipe de pesquisadores brasileiros decidiu investigar o
desfecho do oferecimento do procedimento no sistema público. A avaliação de
desempenho nas instituições públicas mostrou que a implementação do cateterismo
cerebral no SUS é perfeitamente viável. Esses resultados são importantes, pois
podem significar maior acesso ao melhor tratamento pela população.
Trombectomia mecânica versus alteplase intravenosa
Na rede pública, o único tratamento disponível atualmente é
a alteplase intravenosa, que apesar de apresentar certa eficiência, só pode ser
usada nas primeiras quatro horas do aparecimento dos sintomas do AVC. A
limitação do medicamento também reflete nos resultados: há maiores riscos de
sequelas e seu uso não é recomendado para coágulos grandes.
Já o novo tratamento pode ser utilizado até oito horas do
início dos sintomas. Além de assegurar 30% mais chance de sobrevivência, os
pacientes estão 35% mais propensos a manter a independência e apresentam 30%
mais chance de ficar sem qualquer sequela.
“Em termos de riscos, o cateterismo cerebral não mostrou
taxas mais elevadas em comparação ao tratamento disponível atualmente. Mas os
benefícios foram maiores do que os encontrados na alteplase intravenosa”,
comenta Raul Nogueira, do Grady Memorial Hospital, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores ainda conseguiram demonstrar que a
incorporação da terapia no SUS traz outros benefícios, como redução de custos
decorrentes de longas internações e do uso de medicamentos, além de garantir
menos sequelas ao paciente, possibilitando a recuperação física e,
consequentemente, o retorno à rotina, incluindo o trabalho, para que ele não
precise depender de familiares.
O estudo
O estudo, realizado pela Rede Brasil AVC com financiamento
do Ministério da Saúde, avaliou o desempenho da trombectomia mecânica no
tratamento de 221 pacientes atendidos em 12 hospitais da rede pública
espalhados por todo o país. Os resultados da investigação foram apresentados em
maio na Conferência da European Stroke Organisation (ESCO 2019), que aconteceu
em Milão, na Itália.
Pesquisas anteriores realizadas fora do país já haviam
demonstrado os benefícios da trombectomia mecânica para o tratamento de AVC por
oclusão de vasos grandes. No entanto, não estava claro se a técnica poderia ser
utilizada no âmbito do SUS, uma vez que a rede pública poderia não ter
capacidade para atender às exigências requeridas para a implementação do
tratamento, como atendimento rápido semelhante ao de instituições privadas e
internacionais.
Os resultados mostraram que apesar das dificuldades enfrentadas pelo SUS, o cateterismo cerebral pode ser implantado de forma eficiente e gerar os resultados esperados, ou seja, reduzir a taxa de mortalidade e de sequelas. Embora o tratamento seja mais caro para o orçamento público, a longo prazo, ele pode diminuir custos relacionados a internações subsequentes e necessidade constante de medicação, que seria fornecida pelo Estado.
Comentários