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Categoria: Saúde

Instituto do Cérebro da UFRN participa de cirurgia pioneira no tratamento da epilepsia

FOTO: SERGIO NEUENSCHWANDER

No último dia 20 de junho, o neurocientista Sergio Neuenschwander, médico de formação e professor do Instituto do Cérebro (ICe/UFRN), integrou a equipe de Osvaldo Vilela Filho, chefe do serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG/Ebserh) e professor da Faculdade de Medicina da UFG, na segunda de uma série de cirurgias de caráter experimental voltadas ao tratamento da epilepsia focal. Essa é a segunda vez que Osvaldo lidera um time de especialistas na realização do procedimento, único no mundo a abordar um núcleo específico do tálamo ligado à visão, o geniculado lateral, objeto de estudo do professor da UFRN há 30 anos.

A pesquisa de Osvaldo Vilela Filho tem como objetivo tratar de uma categoria pouco comum de epilepsia e aborda um núcleo talâmico até então estudado do ponto de vista eletrofisiológico somente em animais. Nesta segunda cirurgia do tipo, Vilela Filho contou com pesquisadores que o ajudaram a aprimorar a técnica aplicada: além de Sergio Neuenschwander, os neurocientistas Pieter Roelfsema e Matthew Self, do holandês Netherlands Institute for Neuroscience, vieram ao Brasil apenas para participar do estudo.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a epilepsia é uma doença que afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo e consiste em uma atividade elétrica anormal no cérebro. “É como se ocorresse um curto-circuito, e isso disparasse para várias regiões do cérebro. E aí tem-se as manifestações clínicas da epilepsia, que são as crises convulsivas”, explica Vilela.

Tais crises podem ser focais ou generalizadas. Quando esse curto-circuito ocorre em um ponto específico do cérebro, a crise é focal. Quando acontece nos dois hemisférios cerebrais ou em alguma estrutura cerebral profunda, espalhando-se por todo o órgão, ela é chamada de generalizada e normalmente é acompanhada de perda da consciência. As crises focais ainda se classificam em disperceptivas e perceptivas. Nas disperceptivas, ocorre comprometimento parcial da consciência, e a pessoa não consegue se lembrar do que aconteceu naquele momento — embora para aqueles que estão em volta ela esteja acordada.

“Já as perceptivas são aquelas que ocorrem de forma muito localizada. Por exemplo: esse transtorno pode ocorrer numa área do cérebro responsável pelo movimento, então a pessoa tem abalos musculares, que podem ser muito localizados, como na face, na mão ou nos pés; ou pode ser na área do cérebro responsável pela sensibilidade. Neste caso, a pessoa tem formigamentos ou dormências nessas áreas específicas do corpo também; ou elas podem ocorrer, por exemplo, quando o foco é na área da visão. Aí a pessoa vê manchas num campo da visão, seja no campo esquerdo ou no campo direito. Essas são as crises focais visuais, como no caso do nosso paciente”, detalha o professor da UFG.

Mas, para chegar até ao paciente do estudo, precisamos voltar para o momento que levou Vilela a levantar a hipótese que viraria essa pesquisa. Em 2011, durante a cirurgia de um outro paciente, que sofria com crises focais motoras, o professor e sua equipe perceberam, enquanto avaliavam a região de implantação do eletrodo, que havia resposta numa estrutura ao redor: o núcleo motor do tálamo. A cirurgia foi interrompida, e a equipe conversou com o paciente e seus pais, que permitiram implantar o eletrodo naquele local, algo não previsto anteriormente.

“Esse paciente teve uma melhora de 88% das crises focais motoras. Foi baseado nesse caso que nós imaginamos: bom, se o núcleo motor do tálamo se projeta para o córtex motor, nós temos no tálamo um núcleo sensitivo, que projeta-se para o córtex sensitivo; nós temos um núcleo visual, que é o geniculado lateral, que projeta para o córtex visual; nós temos um núcleo auditivo, que é o geniculado medial, que projeta para a área auditiva. Então, nós imaginamos: deve ser possível implantar eletrodos nessa localização para coibir o foco epiléptico em várias regiões do córtex cerebral. Foi assim que nasceu a ideia”, conta. A primeira cirurgia da pesquisa foi realizada há dois anos, e a paciente, que sofria de epilepsia focal visual, teve uma melhora de 97% na frequência das crises após a operação.

A cirurgia do dia 20 de junho durou 15 horas e foi realizada com o paciente acordado sob anestesia local e com uma única abertura no crânio, por meio da qual se chega ao ponto no tálamo em que será posicionado o eletrodo. Neuenschwander, Roelfsema e Self atuaram na localização desse ponto, aplicando uma série de testes relacionados à percepção e à atenção visual. Ao mesmo tempo, foram realizados registros eletroencefalográficos do córtex.

O eletrodo inserido no cérebro do paciente está ligado a um marcapasso, a ser acionado em breve. É esse equipamento o responsável por gerar os pulsos para o cérebro. Depois disso, serão realizados testes para definir a frequência de estimulação do eletrodo. Pode levar de dias a meses para se estabelecer os melhores parâmetros de estimulação para o controle das crises.

A participação do trio de neurocientistas trouxe uma contribuição de mão dupla para o estudo. “Os testes empregados na cirurgia da paciente anterior não eram tão sofisticados e não permitiam que identificássemos exatamente qual localização do núcleo geniculado lateral estava envolvida nas respostas obtidas durante a cirurgia”, comenta Vilela.

“Conhecemos muito o geniculado lateral, mas claro que esses estudos foram todos feitos em modelos experimentais, principalmente em macacos e gatos e mais recentemente num camundongo. Então esta foi uma oportunidade única para observar em um ser humano uma estrutura tão importante, porque no macaco a gente conhece. Não necessariamente o mundo dos nossos modelos experimentais em animais se generaliza para o ser humano. Outra coisa: a pessoa, porque está ali acordada, te informa sobre as sensações e a percepção. Já com o macaco são inferências muito difíceis de se conseguir”, explica Sergio Neuenschwander.

Para além do tratamento da epilepsia focal perceptiva, a técnica abre outras possibilidades de aplicação. “É possível que possa atender a outras epilepsias, dependendo de mais estudos, porque afinal esses são dois casos. Mas, de qualquer maneira, o tratamento proposto é muito inovador. É algo inédito. E também contribui para saber como a estimulação elétrica do tálamo, de forma geral, pode alterar a atividade basal ou mesmo comandada do córtex visual. Isso seria muito interessante de se aprender, porque essa não é uma ativação qualquer, é uma ativação repetida que pode levar a neuroplasticidade”, comenta Sergio.

Vilela Filho se mostra otimista com as perspectivas abertas pela técnica. “O fato de a gente mostrar que o corpo geniculado lateral pode ser abordado de forma segura nos seres humanos abre espaço para uma coisa que o Sergio está mais capacitado do que eu pra responder sobre o desenvolvimento de próteses visuais”, conta. “Uma proposta, inclusive defendida pelo Pieter [Roelfsema], é usar fosfenos [sensações visuais brilhantes] para construir objetos visuais ponto a ponto, como letras, que sejam minimamente relevantes para pessoas cegas. Você poderia então construir uma visão mínima e útil para pessoas cegas baseada na estimulação elétrica de baixa intensidade do córtex visual”, explica Neuenschwander.

A cirurgia realizada na UFG demonstra a importância da pesquisa no desenvolvimento de novas terapias. Para Sergio Neuenschwander, como neurocientista, “a cirurgia não é uma coisa que a gente tenha toda hora, porque ciência básica nem sempre é um conhecimento que leva a aplicações diretas. Ali tudo parecia fazer sentido, mesmo que mais uma vez existam mais perguntas do que respostas em volta do problema e do tratamento”. Como neurocirurgião e pesquisador, Osvaldo Vilela Filho acredita que todas as pesquisas são importantes, “mas as chamadas de translacionais, em que aquilo que a gente observa no animal se consegue inferir no ser humano, são as mais importantes de todas, pois têm aplicabilidade a um prazo bem menor do que outras puramente básicas”, pontua.

SÃO GONÇALO: Prefeitura destina mais de R$ 900 mil para Hospital Belarmina Monte no mês de junho

Prefeitura destina mais de R$ 900 mil para Hospital Belarmina Monte no mês de junho
VALORES DESTINADOS AO HBM MONTE SÃO ESSENCIAIS PARA VIABILIZAR DIVERSOS ATENDIMENTOS E PROCEDIMENTOS MÉDICOS QUE BENEFICIAM A POPULAÇÃO DE SÃO GONÇALO

A Prefeitura de São Gonçalo, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), destaca os investimentos recentes realizados no Hospital e Maternidade Belarmina Monte. No mês de junho, foram repassados recursos significativos para fortalecer a infraestrutura hospitalar e garantir serviços à população.

Esses investimentos totalizaram um montante de R$ 900.646,82, demonstrando o compromisso da administração municipal em assegurar a saúde e o bem-estar dos cidadãos de São Gonçalo.  Os valores destinados ao Hospital e Maternidade Belarmina Monte são essenciais para viabilizar diversos atendimentos e procedimentos médicos que beneficiam a população de São Gonçalo.

Entre os procedimentos estão internações, atendimento ambulatorial, exames de raio-x e mamografia, pronto-socorro, consultas com clínicos gerais, cirurgias eletivas, além da disponibilidade de profissionais médicos em regime de plantão. Os repasses mensais podem variar entre R$ 900 mil e R$ 1,3 milhão, de acordo com as necessidades e demandas apresentadas pelo hospital.

Rogério Marinho é internado em hospital no Rio Grande do Norte para o tratamento de erisipela

Foto: Demis Roussos

O senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, deu entrada nesta segunda-feira (3) no Hospital Rio Grande, em Natal, para continuar o tratamento de uma erisipela — uma infecção da pele — iniciado ainda na sexta-feira (30). Ele recebeu alta médica no domingo (2) para comparecer nesta segunda ao evento em que tomou posse como novo presidente do diretório estadual do Partido Liberal, mas retornou à unidade hospitalar.

A doença foi ocasionada pela picada de um inseto durante uma agenda realizada no interior do Rio Grande do Norte. A infecção se desenvolveu e Rogério Marinho registrou na sexta-feira a primeira internação no Hospital Rio Grande em razão de um inchaço no pé. Entre sexta e domingo, a equipe médica administrou antibiótico e demais medicamentos por via intravenosa. O senador foi liberado para ir ao evento de posse, mas voltou imediatamente ao hospital para continuar o tratamento.

A perspectiva de Rogério Marinho é de que até o fim desta semana ele esteja em condições de retornar a Brasília e às atividades normais. Até lá, ele permanece no hospital sob medicação e os cuidados médicos para debelar a infecção e evitar que ela tome uma proporção maior. “Com certeza estarei na próxima semana apto a retomar minhas atividades normais. Assim que for liberado do hospital, voltarei a Brasília e às minhas atribuições de líder da oposição no Senado da República”, destaca.

Mais da metade dos brasileiros têm excesso de peso, aponta estudo

FOTO: REUTERS

Estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com a organização global de saúde pública Vital Strategies alerta que, atualmente, 56,8% dos brasileiros estão com excesso de peso. O percentual representa a soma das pessoas com sobrepeso e com obesidade, ou seja, com índice de massa corporal (IMC) igual ou acima de 25. A taxa chega a 68,5% na faixa etária com idade entre 45 e 54 anos e a 40,3% entre os mais jovens, com 18 a 24 anos.

Além disso, 10,3% da população têm diagnóstico médico de diabetes. Os grupos mais afetados são pessoas com 65 anos ou mais (26,2%) e pessoas com até oito anos de escolaridade (15,7%).  Quando se trata de hipertensão arterial, 26,6% dos brasileiros receberam o diagnóstico, com maiores prevalências entre mulheres (30,8%), idosos com mais de 65 anos (62,5%) e aqueles com até oito anos de escolaridade (38%). Entre os mais escolarizados, a prevalência cai para menos da metade (15,6%).

Os dados fazem parte do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), que ouviu 9 mil brasileiros com idade acima de 18 anos de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, por telefone (fixo e celular), entre janeiro e abril de 2023.

Alimentação

De acordo com a pesquisa, menos da metade da população no Brasil (45,5%) consome verduras e legumes cinco vezes ou mais na semana. “Isso mostra que o consumo continua baixo entre os brasileiros, apesar de ter aumentado no último ano após uma queda expressiva durante a pandemia (aumento de 15,2% entre 2022 e 2023)”, destacou o estudo. A faixa etária que mais consome esses alimentos é a das pessoas com 65 anos ou mais, onde 45,5% consumem verduras e legumes na frequência semanal recomendada.

O levantamento mostra desigualdades no consumo desses alimentos quando se considera sexo e escolaridade. As mulheres consomem legumes e verduras mais do que os homens – 51,5% e 39,1%, respectivamente. Além disso, 57,5 % das pessoas com maior escolaridade (12 anos ou mais de estudo) têm legumes e verduras na dieta a maior parte dos dias da semana, enquanto 40,9% dos menos escolarizados (zero a oito anos de estudo) têm esse hábito. As diferenças também são grandes entre a Região Norte (36,4%), por exemplo, e a Sul (52,6%).

A ingestão de frutas apresenta cenário similar: 41,8% dos brasileiros têm frutas na dieta cinco vezes ou mais por semana. Nesse caso, os mais velhos (65 anos ou mais) também são os que mais consomem com a frequência adequada (62,8%). Mulheres comem mais frutas que homens: 49,6% contra 33,4%. Entre brancos, 47,3% têm o hábito, mais do que entre pretos e pardos (37,9%). O consumo regular de frutas está presente para 48,2% da população mais escolarizada e para 39,3% dos menos escolarizados.

Já com relação à inclusão de refrigerantes e sucos artificiais na dieta, 17,8% dos brasileiros consomem esse tipo de produto cinco vezes ou mais vezes na semana.

Atividade física

De acordo com a pesquisa, apenas 31,5% dos brasileiros praticam pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ou vigorosa por semana. Há diferenças consideráveis quando se olha recortes como sexo, idade e escolaridade. 34,8% dos homens são fisicamente ativos, contra 28,3% das mulheres. 48,3% das pessoas com maior escolaridade são fisicamente ativas – mais que o dobro dos menos escolarizados (20,9%). O índice fica em 18,9% entre os maiores de 65 anos e em 37,9% na faixa etária dos 25 a 34 anos.

Tabagismo

O Covitel 2023 mostra que a prevalência atual de tabagismo (uso de cigarro convencional, de palha, de papel, charuto e cachimbo) no Brasil é de 11,8%. Nos três períodos avaliados pelo inquérito (pré pandemia, primeiro trimestre de 2022 e primeiro trimestre de 2023), a prevalência se manteve estável no país, interrompendo uma tendência de redução registrada ao longo dos últimos anos. Quem mais fuma são homens (15,2%), pessoas da Região Sul (15,8%) e as com idade entre 45 e 54 anos (15,2%).

Álcool

Os dados também apontam 22,1% de prevalência de uso abusivo do álcool entre os brasileiros nos 30 dias que antecederam as entrevistas. A prevalência ficou maior entre pessoas do sexo masculino (28,9%), com maior escolaridade (26,5%) e jovens adultos entre 18 e 24 anos (32,6%). Já 7,2% da população brasileira relatou fazer consumo regular do álcool, que contempla três ou mais vezes por semana. As maiores prevalências são entre pessoas do Sudeste (10,2%) e homens (11,8%).

Saúde mental

Atualmente, 12,7% dos brasileiros relatam ter recebido diagnóstico médico para depressão. As maiores prevalências estão na Região Sul (18,3%), entre as mulheres (18,1%) e na faixa etária de 55 a 64 anos (17%), seguida pelos jovens de 18 a 24 anos (14,1%). Já o diagnóstico médico para ansiedade chegou para 26,8% dos brasileiros. De acordo com o estudo, um terço (31,6%) da população mais jovem de 18 a 24 anos é ansiosa. As prevalências são maiores no Centro-Oeste (32,2%) e entre mulheres (34,2%).

Sono

Por fim, 59,3% dos entrevistados do Covitel afirmaram dormir o tempo recomendado para a idade. Os números mostram que 58,9% dos brasileiros dizem dormir bem, sendo 63,9% entre os homens e 54,3% entre mulheres. No recorte raça/cor, também há diferenças: 64,2% das pessoas brancas relatam dormir bem, índice que fica em 55,1% entre pretos e pardos.

Agência Brasil

Inauguração de unidade em João Câmara marca nova fase da expansão do DNA Center em sistema de franquia

ROBERTO CHAVES, SÓCIO-DIRETOR DO DNA CENTER, DISCURSA NA INAUGURAÇÃO

O DNA Center iniciou uma nova fase na manhã desta terça-feira (27) com a inauguração da sua primeira franquia. A cidade escolhida foi João Câmara, que recebe a primeira unidade do laboratório da região do Mato Grande potiguar.

“João Câmara foi escolhida para ser a primeira franquia do DNA Center, temos uma grande responsabilidade com a cidade e vamos prestar um grande serviço para o município. Nós viemos para cá para servir, para fazer uma saúde de qualidade, auxiliar o médico no diagnóstico e estar ao lado da população”, afirmou Roberto Chaves, diretor de negócios e inovação do DNA Center, durante a inauguração. Além dele, a diretoria da empresa também estava sendo representada pelos sócios-diretores Andrea Fernandes e René Carlos.

A nova unidade está localizada na rua Jerônimo Câmara, no bairro Bela Vista e será comandada pelos empreendedores Laíze Cristina e José Segundo. “Estamos aqui realizando um sonho e temos a missão de servir as pessoas com a melhor qualidade possível”, disse Laíze Cristina.

A inauguração contou com um café da manhã e foi prestigiada pela população do município e autoridades locais, como o prefeito de João Câmara Manoel Bernardo, que destacou a importância do DNA Center no Rio Grande do Norte, e o secretário de saúde do município, Bruno Augusto.

O DNA Center de João Câmara vai funcionar de segunda a sexta-feira, das 6h às 15h, e no sábado, das 6h às 12h oferecendo oferecer exames de análises clínicas, sexagem fetal e o serviço de coleta domiciliar e empresarial.

Cura do Alzheimer pode estar próxima graças a essas pesquisas

Ilustração de idoso se desfazendo em peças de quebra-cabeça para retratar conceito do Alzheimer
AO MENOS TRÊS LINHAS DE PESQUISA TROUXERAM AVANÇOS QUE PODEM TRAZER A CURA DO ALZHEIMER NOS PRÓXIMOS ANOS, SEGUNDO ESPECIALISTA

Graças aos avanços recentes conquistados por cientistas que estudam o Alzheimer, existem novas abordagens para estudar a doença. Entre elas, estão as linhas de pesquisa focadas em diferentes sintomas dos pacientes, que estudaram a origem do problema antes do agravamento. E elas trazem esperança de que a cura do Alzheimer esteja a alguns anos de distância.

O investimento nos estudos sobre o Alzheimer têm aumentado cada vez mais. E dado frutos. Por exemplo, o professor John Hardy, da University College de Londres, estuda a doença há 30 anos e descobriu que em pacientes acometidos pela doença o cérebro está envolvido por placas de proteína (beta-amiloides ou amiloides). Elas prejudicam a passagem dos impulsos nervosos entre um neurônio e outro.

No entanto, a descoberta do professor já não é suficiente. Por dois motivos. Primeiro: algumas pessoas vivem sem sintomas de Alzheimer e, depois da morte, autópsias revelam que elas tinham cérebros cheio de placas amiloides. Segundo: os remédios criados após a descoberta não tiveram a eficácia esperada.

Lá no começo, a gente achava que o medicamento contra as placas amiloides seria uma bala mágica. Mas primeiro foi difícil desenvolver os remédios. E mesmo quando esses remédios funcionam, não são uma bala mágica. Vamos precisar descobrir mais coisas.

John Hardy, professor da University College de Londres

MAIS DESCORBERTAS

Ilustração de neurônio em cérebro de pessoa com Alzheimer
(Imagem: National Institute on Aging/NIH)

Além das placas de proteína no cérebro descobertas por Hardy, acredita-se que outra saída seja a inflamação que o cérebro tem com o Alzheimer. É que foram encontradas nas autópsias, junto com as placas amiloides, células de defesa que têm como função limpar o cérebro, chamadas microglias. No entanto, com o passar do tempo, as microglias perdem a eficácia e se tornam parte da “sujeira”, matando mais neurônios.

Até o professor Hardy resolveu olhar com uma nova abordagem para o problema. “Entre 2007 e 2014 saíram artigos muito bons sobre o papel das micróglias no Alzheimer. Então percebemos que precisávamos pesquisar isso também”, disse.

Os cientistas têm, no entanto, mais uma suspeita forte: a proteína Tau. Ela forma emaranhados dentro dos neurônios. E a grande maioria das pessoas que têm esses emaranhados apresenta sintomas de Alzheimer.

A gente observa que a Tau tem muita relação com a gravidade da doença tanto do ponto de vista de sintomas de memória, linguagem, mas também de sintomas neuropsiquiátricos.

Claudia Suemoto, professora de Geriatria da Faculdade de Medicina da USP

CURA DA DOENÇA

Montagem com imagem de idoso e relógio para retratar conceito do Alzheimer
(Imagem: Geralt/Pixabay)

As três descobertas sobre o Alzheimer fazem com que alguns cientistas passem a estudar a origem do problema bem antes dos primeiros sintomas. Esse fator, em cada uma das linhas de pesquisa, pode fazer com que a cura seja descoberta em uma das frentes em um futuro não tão distante, de acordo com a cientista Malú Tansey.

Tenho muita, muita esperança de que a cura venha ainda no meu tempo de vida. E olha que não sou tão jovem. Em 15 anos talvez a gente se livre dessa doença. As descobertas de hoje são os medicamentos de amanhã.

Malu Tansey, cientista

FONTE: FANTÁSTICO / Pedro Borges Spadoni

Prefeitura amplia leitos pediátricos no Município

Serviço pediátrico no Hospital Araken Pinto – foto Manoel Barbosa

A Prefeitura de Natal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), transferiu nesta semana os atendimentos do Hospital Municipal de Pediatria Dr. Nivaldo Júnior para o mesmo prédio da Maternidade Araken Irerê Pinto, no bairro Petrópolis, Zona Leste da cidade. Na prática, a medida, além de reduzir as despesas do município em cerca de R$ 2 milhões mensais, representa um importante ganho assistencial, uma vez que o hospital pediátrico não possuía uma infraestrutura necessária para receber determinados tipos de pacientes, como explica o secretário de Saúde de Natal, George Antunes.

“De fato, é uma transferência, inclusive com ganho assistencial e ganho de leitos, porque o hospital Nivaldo Júnior tinha limitações para receber um determinado tipo de paciente. No local não havia uma infraestrutura satisfatória, como rede de oxigênio, laboratórios, Raio-x, para atendimentos. E esses equipamentos não foram instalados porque a infraestrutura física do Hospital não permitia a instalação”, disse.

O Hospital Municipal de Pediatria Dr. Nivaldo Sereno contava com uma capacidade para até 33 leitos, mas devido à falta de estrutura física, apenas 20 leitos tinham capacidade operacional. Com a transferência promovida pela gestão municipal, a unidade terá 28 leitos pediátricos para atendimentos clínicos e de UTI.

“Com a transferência teremos toda estrutura de padrão elevado e vamos conseguir tirar pacientes de dentro de UPAs, com aumento de leitos”, ressalta o secretário George Antunes.

Reunião

Na manhã desta sexta-feira (16), durante reunião com médicos que atuavam no hospital e entidades médicas, na sede do Sinmed, o secretário George Antunes fez questão de esclarecer que a união das duas unidades não irá causar a mistura de pacientes de perfis diferentes, como foi cogitado pela categoria. “Juntas, as duas alas terão 48 leitos. Crianças com doenças respiratórias e recém nascidos ficarão em alas em andares separados, Até mesmo as equipes de atendimento, de higienização e maqueiros serão exclusivas de cada setor”, explicou.

O presidente do Sindicato dos Médicos do RN, Geraldo Ferreira, considerou a reunião bastante esclarecedora. “Nós tínhamos uma preocupação, porque no Brasil tem havido uma queda dos leitos de pediatria. Isso é gravíssimo. Mas o secretário nos provou, através de seus mapas, que haverá um ganho estrutural na prestação dos serviços e todos concordaram com isso”, declarou

Para o presidente da Sociedade de Pediatria do RN, Reginaldo Holanda, as informações prestadas pelo secretário municipal de saúde são positivas, considerando que não haverá redução de leitos, e por consequência, não afetará o atendimento dos pacientes pediátricos no município.

“Em relação à pediatria, houve ganhos significativos porque vai melhorar a complexidade, não vai haver redução de leitos e não vai afetar o atendimento de pacientes por pediatras. Vamos monitorar, vamos fazer uma visita, e seguir acompanhando o funcionamento do hospital. Por enquanto, estamos contemplados com nossas reivindicações”, afirmou.

Aberto ao diálogo, Álvaro Dias vai analisar possibilidade de atender pleitos apresentados pelo Sindicato dos Médicos

ÁLVARO DIAS RECEBE REPRESENTANTES DO SINDICATO DOS MÉDICOS

“Recebemos o sindicato dos médicos e escutamos as reivindicações e as solicitações que foram feitas. Vamos avaliar ponto a ponto o que foi sugerido pelo Sindicato e dentro das possibilidades do município ver o que podemos atender”. A declaração é do prefeito de Natal, Álvaro Dias, ao se mostrar aberto ao diálogo com os representantes do Sindicato dos Médicos (SindMed/RN), durante reunião realizada nesta quarta-feira, 13, no Palácio Felipe Camarão.

A categoria apresentou ao prefeito natalense uma pauta de reinvindicação, que inclui a reformulação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) dos médicos de Natal, que envolve mudanças nos níveis salariais, extinções de algumas gratificações e padronizações de outras.

Dias deixou claro que estudará os pleitos apresentados pelo SindMed/RN e que as reinvindicações poderão ser atendidas respeitando a realidade financeira dos cofres do município.