Natal vivenciou nesse domingo (27), dia do segundo turno das eleições municipais, “um dos pleitos mais tranquilos de todos os tempos”, segundo o secretário da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, coronel Francisco Araújo Silva. Até às 18h20, apenas duas ocorrências de crime eleitoral haviam sido registradas na cidade. Foi um caso de propaganda irregular e outro de desordem, ambas na Zona Norte da capital.
A ocorrência de propaganda irregular foi registrada por volta das 14h15, no bairro de Igapó, por policiais militares do 4º Batalhão, após constatarem denúncia feita ao 190. Foi feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) ainda no local e o homem, de 52 anos, liberado logo em seguida. Material de campanha foi apreendido.
A segunda ocorrência envolveu uma mulher de 63 anos, que foi denunciada por um mesário e autuada por desordem. Aconteceu por volta das 16h30, dentro do colégio CDF, na Av. Maranguape, no bairro Potengi. A ocorrência também foi atendida por policiais militares, que a conduziram para a 2a Delegacia de Plantão da Polícia Civil.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Rep) confirmou neste domingo (27) a interceptação de um suposto “salve” da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), orientando votos para o candidato de extrema-esquerda, Guilherme Boulos, que nio primeiro turno foi o mais votado nos presídios paulistas, com 48%. Houve presídio que somente Boulos foi votado.
Tarcísio fez a declaração durante uma entrevista coletiva no Colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi, zona oeste de São Paulo, onde votou acompanhado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição.
O governador foi questionado sobre o suposto “salve” do PCC para que não se votasse na candidata à Prefeitura de Santos, Rosana Valle (PL), e afirmou que o mesmo ocorreu em São Paulo, com Ricardo Nunes.
Sem fornecer mais detalhes sobre a intercepção, o governador mencionou que “o outro” candidato seria Guilherme Boulos.
“Isso aconteceu em São Paulo também, disseram que era para votar no outro”, declarou Tarcísio.
TRE-SP afirma desconhecer ação
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), afirma que não recebeu relatório sobre o caso.
“Não chegou ao conhecimento do TRE-SP nenhum relatório de inteligência nem nenhuma informação oficial sobre esse caso específico. O tribunal soube do caso pela imprensa”, afirmou o TRE-SP em nota.
Com 222.661 votos do eleitorado de Natal, o que representa 55,34% dos votos válidos, o deputado federal Paulinho Freire (União) ganhou a disputa contra a adversária Natália Bonavides (PT), que obteve 179.714 votos, que representam 44,66% do votos.
425.565 eleitores compareceram às urnas, sendo 402.375 votos válidos, 16.084 (3,78%) nulos; 7.106 (1,67%) em branco.
A exemplo do primeiro turno, foi grande a abstenção. Dos 575 mil eleitores cadastrados no TRE, mais de 150 mil não compareceram às urnas.
Diante dos números confirmados pelo TSE, como ficam os institutos de pesquisa que apontaram empate técnico em Natal? E em plena véspera de votação? Houve manipulação? Dúvida não pode restar. Medidas urgem.
Com ampla divulgação, o instituto Quaest divulgou nesse sábado (26) resultado de pesquisa que apresentava empate técnico entre Paulinho e Natália, com 53% a 47%, respectivamente, o que, segundo o instituto, configurou empate técnico dentro da margem de erro da pesquisa, que foi de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
Pior foi o Instituto Seta, que divulgou pesquisa no sábado (26) com Natália liderando o cenário com 51%, contra 49% de Paulinho, empate técnico na margem de erro, que foi de 3%. O blog de esquerda Saiba Mais ainda comentou: “Essa é a disputa mais acirrada dos últimos anos entre dois candidatos”.
A pergunta que não quer calar: como ficarão institutos que apresentaram erros tão gritantes, inclusive diante de resultados de outros institutos?
Responsável por fixar a imagem do candidato a um cargo político e cristalizá-lo na mente do eleitor em um espaço de 65 dias de campanha eleitoral, entre primeiro e segundo turno, o marketing das candidaturas se tornam co-autor do resultado de uma eleição. Marqueteiro da campanha vitoriosa de Paulinho Freire (UB), Alexandre Macedo avalia que superou duas campanhas diferentes nesta eleição.
“Essa foi uma campanha que teve seu bom grau de dificuldade. Na verdade, foram duas eleições com duas histórias diferentes. No primeiro turno você tinha uma realidade política, onde a disputa era com quatro candidatos e havia um favorito; e no segundo turno você tinha uma outra disputa com alguém, que era favorito, que já não estava mais disputando o segundo turno, e você tinha uma candidata que representava uma expressão de governo Estadual, governo Federal, lideranças como Lula. Então todas duas etapas tiveram boas dificuldades”, analisou Macedo.
Para ele, o candidato superou essa característica com articulação, sintonia com a Câmara de Vereadores. “Principalmente com grandes projetos, que nos deram a oportunidade de fazer o marketing em cima de um trabalho que já tinha elaborado e continuou elaborando com a população, que foi o seu Plano de Governo”, afirma.
Macedo avalia, ainda, o desempenho de Natália Bonavides (PT), enquanto adversária de Paulinho. “Ela se tornou, na minha opinião, inclusive, maior do que a força do PT a nível local. Acho que ela passa a ser em termos de população a liderança mais receptiva dentro do PT e, portanto, não ganhou a eleição, mas merece também os parabéns. O marketing da Natália foi extremamente competente. Natal preferiu Paulinho Freire e eu espero que Natal seja feliz nos próximos quatro anos com esse projeto”, afirma.
Bruno: “Votação que não dá para ser desconsiderada”
O marqueteiro responsável pela campanha de Natália Bonavides (PT), Bruno Oliveira, também fez referência à campanha adversária como trabalho de “excelência”. “Fico muito feliz de ver a prata da casa que somos nós, nas duas campanhas fazendo trabalhos tão bons, assim tão importantes”, analisa Oliveira.
O especialista acredita que “Natália sai muito maior do que entrou nessa campanha”. Ele lembra que ela, inclusive, “no segundo turno cresceu mais do que o Paulinho Freire”.
“Eu não tenho dúvida que Natália, que já era uma figura política, uma novidade política, mesmo sendo já vereadora, depois deputada duas vezes. Não deixa de ser um fato novo, uma pessoa, uma política jovem, uma mulher muito forte, muito corajosa e que deixou sua marca sem dúvida nenhuma. Vinte e oito anos que o PT não ia ao segundo turno. E é uma votação expressiva que não dá para ser desconsiderada. Mas eu acho que agora ela sai maior, apta a ser candidata a qualquer coisa”, avalia.
Bruno Oliveira pontua o acirramento desta eleição, há muito não visto em Natal. Para ele, 2024 rompeu a tradição de campanhas mais frias na cidade, com a empolgação dos militantes, “a riqueza da democracia”.
O prefeito Álvaro Dias (Republicanos) somou votos para Paulinho (União) com o legado da sua boa gestão para o desenvolvimento da capital, como a urbanização da orla, a engorda da Praia de Ponta Negra e o Plano Diretor que está viabilizando muitos investimentos em Natal.
Deu tacada de mestre na estratégia política lançando uma candidata do seu partido (Republicanos), Joanna Guerra, para a prefeitura. Fortalecido, foi sondado por outros partidos para composições. Emplacou Joanna como vice de Paulinho. Bingo.
Outro que sai gigante da campanha é o ex-senador José Agripino, presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte. Mesmo sem mandato, é grande articulador político que sobressai-se.
Emplacou Paulinho para prefeito e conseguiu o apoio necessário da executiva nacional do União Brasil. Sem falar que também soma a estrondosa vitória na reeleição do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União).
Paulinho Freire é o grande vitorioso. Paulinho é o que transpareceu durante a campanha. Tem vida empresarial de sucesso, quando foi sócio da Destaque, que fundou o Carnatal. E tem vida pública, como vereador e deputado federal, sem escândalo, coisa incomum na seara política hoje em dia.
E a maior vitória de todas foi a de Natal, que reagiu e não se deixou ingressar no retrocesso do radicalismo e na política de uma patota em cegueira ideológica. Do umbigo.
Após tantos elogios, superlativos e bajulações ao presidente Luiz Inácio, pela vinda dele a Natal, na tentativa, em vão, de eleger a ‘querida’ Natália, de ‘portas escancaradas’, a governadora Fátima do PT, por um triz, não caiu na ‘pisadinha’ e adiantou a eleição da candidata petista, em comemoração aos 70 e muitos anos do presidente.
Fátima estava frenética. Pulou, passou quase meia hora falando e falando. Levou uma chamada do Guru. Fez-se de muda, lubrificou os lábios e prosseguiu com seu clássico discurso do fim pro começo, ou do meio pro nada.
No discurso, Luiz Inácio sugeriu à massa, que a vitória de Natália seria um presente para ele…Recebeu.
A deputada federal Natália Bonavides (PT) esueceu de parabenizar seu adversário, Paulinho Freire (União Brasil), mas agradeceu nas redes sociais os 179.714 votos dos eleitores natalenses. Natália foi derrotada nas urnas pelo candidato do União Brasil, Paulinho Freire, que teve 55,34% vencendo o pleito.
“Cada voto foi um passo foi uma esperança e força na construção de uma cidade mais justa e acolhedora para todos. A campanha chega ao fim, mas nossa luta por uma Natal melhor está só começando”, afirmou.
Ela ainda falou sobre o sentimento de mudança e definiu a campanha como “garra e coração”. “seguiremos na luta por uma Natal que cuida e transforma a vida do seu povo”, finalizou.
A candidata à Prefeitura de Natal pelo PT, Natália Bonavides, discursou após o resultado das eleições municipais neste domingo (27). Ela perdeu para o candidato do União Brasil, Paulinho Freire. Ele teve 55,34% dos votos válidos (222.661 votos) e Natália ficou com 44,66% (179.714 votos).
“Estou muito orgulhosa do que a gente construiu. Parabéns! Vamos “simbora” que a história é nossa e o povo é quem escreve”, disse Natália.
Paulinho teve 55,34% dos votos válidos (222.661 votos) e Natália ficou com 44,66% (179.714 votos).
O resultado foi divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por volta das 18h10, com aproximadamente 93% das urnas apuradas.
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