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Categoria: Ambiental

Não sabemos se óleo no Nordeste vai aumentar ou diminuir nas próximas semanas, admite presidente do Ibama

SEGUNDO PRESIDENTE DO IBAMA, NÃO É POSSÍVEL AFIRMAR SE MANCHAS VÃO DIMINUIR NEM PRECISAR A ORIGEM DOS RESÍDUOS. FOTO: CLEIA VIANA/CÂMARA DOS DEPUTADOS

O presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Eduardo Bim, afirmou que não é possível saber se a quantidade de óleo no litoral do Nordeste vai aumentar ou diminuir nas próximas semanas. Até essa segunda-feira, 21, foram recolhidos 900 toneladas de resíduos, cuja origem ainda não foi identificada.

A origem dessa fonte de óleo é fundamental para o trabalho de emergência, porque não sabemos se está num ascendente ou numa descendente do óleo. Manifestações de “tá acabando” ou “está apenas começando” não são fundadas em base técnica”, disse durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara nesta terça-feira, 22.

As manchas de petróleo apareceram nas praias nordestinas no início de setembro. Segundo o Ibama, o óleo já atingiu 200 localidades, em 76 municípios de 9 Estados do Nordeste. O Ibama, a Petrobras e moradores voluntários trabalham para recolher os resíduos.

Segundo o presidente do Ibama, não há referências de outras situações semelhantes de derramamento de óleo no mundo. “Ninguém tem expertise nesse caso”.  Ainda, que a falta de previsibilidade do surgimento do óleo dificulta a contenção. Ficou claro que a melhor maneira de lidar com a mancha, que não é rastreável e a recorrência é aleatória, realmente o monitoramento contínuo e o recolhimento mais rápido possível”, disse.

Bim chegou a mencionar o uso de barreiras de contenção. A instalação do equipamento chegou a ser determinada pela Justiça Federal de Sergipe. O governo, no entanto, recorreu contra a decisão. A justificativa da União, a mesma dada pelo presidente do Ibama nesta terça, é de que a instalação de boias para tentar conter o avanço do óleo no mar não é eficiente.

ORIGEM DO ÓLEO

Durante a exposição, o presidente do Ibama afirmou que o governo não descarta nenhuma possibilidade sobre a origem do óleo. Sem muitas explicações, Bim disse que a quantidade de óleo nas praias é muito grande “para um acidente não comunicado.”

Também presente na audiência pública, o contra-almirante Alexandre Rabello Faria, afirmou que existem algumas possibilidades estão sendo consideradas. A 1ª seria um vazamento durante uma operação ship-to-ship, ou seja, de transferência de petróleo entre navios em alto mar; o naufrágio de um navio petroleiro; e o derramamento intencional ou acidental de óleo.

De acordo com os laudos da Petrobras, o óleo encontrado nas praias não é produzido ou comercializado no país. Nas últimas semanas, os estudos do governo apontaram semelhança com o óleo venezuelano, mas não há confirmação.

Poder3060

Defesa Civil de Natal monitora litoral da capital em busca de resíduos de óleo

AS PRIMEIRAS VISTORIAS FORAM REALIZADAS NO LITORAL DA CAPITAL POTIGUAR

A Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (Semdes) acionou a Defesa Civil de Natal para contribuir nas ações de monitoramento e limpeza do óleo que vem atingido áreas do litoral do Nordeste. As primeiras vistorias no litoral da capital potiguar aconteceram na manhã desta terça-feira, 22, e foi realizada em parceria com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A ação contou com um efetivo de mais de 15 agentes da Defesa Civil, que inicialmente participaram de um encontro com os técnicos do Ibama que orientaram sobre os procedimentos que devem ser realizados em situação onde é constatado a presença do óleo bruto. Logo em seguida, as viaturas se deslocaram para a área a ser monitorada no litoral de Natal.

Os agentes da Defesa Civil foram divididos em equipes e percorreram a faixa de areia das praias de Ponta Negra, Areia Preta, Praia do Meio, Praia do Forte e Redinha. Durante o trabalho de vistoria os agentes não encontraram indícios de óleo bruto, chegando a concluir que, pelo menos até o momento, esses pontos não estão sendo afetados pelo problema ambiental.

A secretária da Semdes, Sheila Freitas, informou que todo o efetivo da Defesa Civil de Natal está sobre alerta e deve continuar o monitoramento do litoral da capital pronto para agir em caso de presença de óleo na areia ou água do mar. “A Defesa Civil de Natal está integrada as demais forças que atuam nessa situação e está preparada para contribuir e ajudar na solução do problema”, comentou a secretária.

Já a diretora de Ações Preventivas da Defesa Civil, Luciana Medeiros, também lembrou que os agentes vão reforçar o conhecimento num treinamento que vai ocorrer na quinta-feira, 24, de como proceder na limpeza das praias, caso surjam mais resíduos do óleo.

“Se Chegar a Gente Limpa”: Governo do RN abre cadastro para voluntários em mutirões de limpeza de óleo nas praias

OS VOLUNTÁRIOS DEVERÃO SER MAIOR DE 16 ANOS E MULHERES NÃO GESTANTES. FOTO: FELIPE BRASIL/INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE DE ALAGOAS

O Governo do Estado recebe até a próxima quarta-feira, 23, o cadastro de voluntários que desejem atuar na operação “Se Chegar a Gente Limpa“, que tem como objetivo montar mutirões para atuação na limpeza das praias potiguares atingidas por manchas de óleo.

A ação é parte do Plano de Resposta e Mitigação de Desastre que começou a ser traçado após a instalação do Gabinete de Gestão Integrada (GGI) no sábado, 19, sob a coordenação da Defesa Civil Estadual, para tratar das manchas de óleo encontradas no litoral do Rio Grande do Norte. 

Os cadastrados passarão por uma triagem que será feita pelas coordenadorias de Defesa Civil de cada município. Os voluntários selecionados passarão por uma capacitação entre os dias 24 e 25, quando receberão orientações para atuar nos mutirões coordenados pelo Gabinete Civil, por meio da Defesa Civil Estadual, e pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema). Quando acionados os voluntários também receberão equipamentos de proteção individual.

O cadastro, por orientação da Secretaria da Estado da Saúde Pública (Sesap), só pode ser feito por quem tem mais de 16 anos. Gestantes também estão impedidas. REALIZE SEU CADASTRO AQUI!

Paralelo ao cadastro de voluntariado, o Idema ainda está conduzindo até a próxima quarta-feira uma nova etapa da operação Mancha Negra para averiguar a situação nas praias e estuários, além de uma nova rodada de orientação aos municípios sobre a coleta e armazenamento do óleo.

O Governo orienta ainda que a coleta de resíduos deve ser feita apenas sob orientação técnica dos órgãos ambientais e da Defesa Civil, pois há risco de contaminação.

População de Lagoa Nova, no Interior do RN, é convocada por entidade nacional a dar destino correto ao lixo

LAGOA NOVA ESTÁ ENTRE AS 140 CIDADES BRASILEIRAS QUE PARTICIPAM DA SEMANA DO LIXO ZERO. FOTO: DIVULGAÇÃO

Nesta terça-feira (22) e quarta-feira (23) a população do município de Lagoa Nova, localizado na região do Seridó, a 169Km de Natal, será convocada para uma mudança de hábito: começar a fazer a separação do lixo em casa e nos pontos comerciais. Para chamar a atenção dos moradores sobre a importância deste gesto, está sendo organizada, na terça-feira, uma caminhada pelas ruas da cidade com a participação de estudantes, catadores, autoridades e moradores.

A iniciativa faz parte da campanha “Lagoa Nova Lixo Zero”, apoiada pelo Instituto Brasil Lixo Zero, entidade nacional que incentiva ações voltadas para a conscientização da população e suas responsabilidades na produção de resíduos sólidos e a destinação correta desses resíduos.

Lagoa Nova está entre as 140 cidades brasileiras que participam da Semana do Lixo Zero, que ocorre de 18 a 27 deste mês. As atividades de mobilização estão concentradas na zona urbana, distrito de Manoel Domingos, onde moram três mil pessoas, além de assentamentos rurais.

O município, com pouco mais de 15 mil habitantes, produz atualmente uma média de 66 toneladas de resíduos por mês. O descarte vem sendo feito há décadas em um lixão a céu aberto localizado próximo a um riacho do sangradouro da lagoa. Por causa disso, o Ministério Público Estadual entrou com uma ação contra o município por má gestão de resíduos e o Idema aplicou uma multa de R$ 300 mil caso não sejam adotadas medidas para gerir os resíduos de forma sustentável.

Assim, quando assumiu a Secretaria do Meio Ambiente de Lagoa Nova em 2017, o veterinário João da Mata Bezerra explica, se deparou com esse problema crônico, comum a muitos municípios brasileiros. “Nosso primeiro passo foi cadastrar todos os catadores do município e fundar a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis, a ACMR. Desde então, assumimos o desafio de mudar a cultura da população para o descarte correto do lixo”.

A partir daí a coleta seletiva começou ainda de forma precária. A Prefeitura alugou um galpão para onde era levado o lixo bruto para que os catadores fizessem a triagem. Os materiais recicláveis eram separados e colocadas à venda em benefício dos catadores. Assim foi durante quase um ano. Em 2018, diante da impossibilidade da renovação do aluguel do galpão, os catadores voltaram a trabalhar no lixão. Foi quando a empresa Eólica Echoenergia, que atua na região, foi convidada a conhecer o projeto da unidade de triagem e os equipamentos necessários para que os catadores desenvolvessem o trabalho com condições adequadas.

Com a parceria firmada entre a Prefeitura, Associação dos Catadores e a Eólica Echoenergia, o projeto foi aprovado e, com recursos do BNDS, o galpão foi construído. A coleta seletiva está funcionando há 15 dias com 15 catadores trabalhando diretamente na triagem dos materiais. Mas é preciso mais, como aponta João da Mata: “Nossa meta é chegar ao ano que vem com pelo menos 40% dos moradores fazendo a separação em casa e contribuindo de forma consciente com a coleta seletiva. Estamos também envolvendo as crianças no Projeto de Educação Ambiental Lagoa Nova Limpa. Precisamos ainda encerrar o lixão de Lagoa Nova”.

No entanto, o Idema não aprovou nenhuma das nove áreas apresentadas pelo município que seriam destinadas ao aterro sanitário controlado. O prefeito de Lagoa Nova, Luciano Santos é o presidente Consórcio de Resíduos Sólidos do Seridó. O Consórcio integra 25 municípios que trabalham junto aos Ministérios Públicos Estadual e Federal e Procuradoria Geral da República na tentativa de instalar um aterro sanitário e encerrar os lixões.  “Enquanto a situação não se resolve, o Idema nos autorizou a continuar colocando o rejeito não aproveitado pela coleta seletiva no aterro de Lagoa Nova”, explica Luciano Santos.

Até lá, o desafio imediato é conscientizar a população para a mudança de hábito. “Estamos chamando a atenção para a importância da separação do lixo nas fontes produtoras, que são as residências e os pontos de comércios. Para incentivar, estamos instalando ecopontos de coleta em locais estratégicos próximos a comércios e, futuramente, serão instalados em cada quarteirão, para que os moradores voluntariamente levem os materiais até o local”, planeja João da Mata.

Marinha confirma que barril de óleo da Shell foi achado em Natal

BARRIL FECHADO FOI ENCONTRADO PELA MARINHA NO LITORAL POTIGUAR. FOTO: DIVULGAÇÃO/MARINHA DO BRASIL

A Marinha confirmou que o navio patrulha Guaíba recolheu um tambor de 200 litros de óleo na Ponta de Tabatinga, a 7,4 km da costa de Natal (RN), na última quinta-feira, 17. Este apresentava o logotipo da Shell, estava cheio e não apresentava vazamentos.

Amostras do conteúdo foram enviadas para análise no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. A Marinha ressaltou, no entanto, que “os dados disponíveis até o momento não permitem concluir se o episódio tem relação com outros tambores encontrados no litoral de Sergipe (que também tinham o logo da Shell) ou com o óleo que tem se espalhado pelas praias do Nordeste”.

A Shell havia informado que os tambores encontrados em Sergipe eram originalmente embalagens de lubrificantes para navios, de um tipo que não é produzido no Brasil. A empresa disse também que não havia reutilizado seus tambores.

Em nota, a Shell afirmou que recebeu a informação de que um novo barril havia sido encontrado “Trata-se de embalagem de Omala S2 G 220, uma outra linha de lubrificantes”, esclareceu, lembrando que, segundo a própria Marinha, o tambor estava fechado e não apresentava vazamento.

Governo do RN cria grupo de trabalho para definir soluções para óleo nas praias

ALÉM DO IDEMA E DA SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS, O ENCONTRO TEVE AS PRESENÇAS DE REPRESENTANTES DA UFRN, UERN, MARINHA, DEFESA CIVIL E ONG’S

O Governo do RN, através do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), realizou uma reunião nesta quinta-feira, 17, na Escola de Governo, com todas as instâncias consideradas afins às manchas de óleo que surgiram nas praias do litoral potiguar. Foram convidados a participar representantes do Ibama, de municípios atingidos, dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, da Marinha, da UFRN, UERN, do Comitê das Bacias Hidrográficas, da Vigilância Sanitária Estadual, da Defesa Civil e ONG’s. O encontro teve o objetivo de trocar informações e tomar conhecimento sobre o que cada ente está fazendo para tentar solucionar o problema.

O diretor do Idema, Leonlene Aguiar, falou que a reunião foi muito produtiva, muitas ideias foram apresentadas e outras foram surgindo para reduzir o impacto da poluição, além de que terem comentado a respeito de estratégias para tentarem se antecipar ao que pode acontecer com novo óleo que pode chegar. Os municípios atingidos são os situados na costa setentrional do estado, que é dividia entre litoral Norte (entre Touros e Natal) e Sul (de Natal a Baía Formosa). Alguns representantes falaram de sua atuação, e apresentaram dúvidas, como foi o caso do secretário de meio ambiente e urbanismo de Nísia Floresta, Bismarck Sátiro.

Foram verificadas manchas de óleo em toda a extensão de 26 km da costa litorânea de Nísia Floresta, que compreende as praias de Pirangi do Sul a Barreta. O tenente-coronel Marcos Carvalho, da Defesa Civil Estadual, descartou a possibilidade de decreto de calamidade pública, pois até agora a situação se mantém controlada. “Ainda não há laudos conclusivos sobre o risco de contaminação do pescado e dos estuários”, afirmou. A secretária de estado do Turismo, Ana Maria Costa, sugeriu a realização de um mutirão para coleta do óleo residual e esclareceu notícias de que o Rio Grande do Norte teria sido o mais atingido. “E vamos continuar agindo para limpar ao máximo essa terrível mancha que o óleo trouxe para o turismo potiguar”, afirmou. 

A professora da UFRN, Liana Mendes, uma das fundadoras da ONG Oceânica, falou sobre a toxicidade do óleo e recomenda que banhistas se mantenham o mais longe possível das manchas. “Mas se tiverem algum contato, lave com bastante água corrente e remova com algum óleo como o de coco”, aconselha. Segundo ela, o momento não é de alarde, mas de atitude, para que o problema seja minimizado. Sobre o pescado, o Ministério da Agricultura anunciou antecipação do auxílio-defeso para os pescadores prejudicados, medida esta que deverá contar com a Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca (SAPE) para realizar o levantamento de profissionais que precisarão do benefício.

Como encaminhamento da reunião, foi criado um grupo de trabalho para sistematizar as informações, e que será o canal de comunicação com a imprensa e com sociedade, através de link que será disponibilizado em breve na web. “Iremos fazer um mutirão, ainda com data e estratégia a serem definidas pelo grupo, que será uma das ferramentas que vamos utilizar para cairmos em campo. Podemos afirmar que hoje temos uma situação estável, apesar das notícias de que têm aparecido novas manchas de óleo no nosso litoral. No entanto, ainda não temos condições de saber se é um novo óleo ou se é um óleo que estava submerso nos recifes, que são barreiras naturais, e pode ter sido removido pela maré, vindo à tona”, concluiu Leonlene Aguiar.

Ibama diz que prefeituras serão ressarcidas por gastos para remoção de óleo no Litoral

NOVAS CAMADAS DE ÓLEO FORAM ENCONTRADAS EM TABATINGA. FOTO: PREFEITURA DE NÍSIA FLORESTA

As prefeituras do litoral do Rio Grande do Norte que tiveram suas praias afetadas pelas manchas de óleo estão trabalhando para fazer o recolhimento, como também, destinação do material. O dinheiro gasto para tanto, saiu dos cofres dos municípios, mas o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), esclareceu nesta quinta-feira, 17, que as gestões municipais não serão prejudicadas e que todo o dinheiro utilizado pela força-tarefa para remoção e descarte dos resíduos será ressarcido.

Em entrevista ao portal G1, o superintendente do Ibama, Rondinelle Oliveira, afirmou que o retorno às prefeituras se faz necessário, uma vez que se trata de crime ambiental e a responsabilidade por ele não cabe aos municípios. “As prefeituras poderão ser ressarcidas futuramente porque, por se tratar de um crime ambiental, e essa responsabilidade não era delas, elas podem pedir o ressarcimento, com a conclusão da investigação, ao responsável. Era responsabilidade dele”, considerou.

Ainda segundo o superintendente, a atribuição de limpeza e destinação do óleo ficou com os municípios por eles já terem equipes de limpeza e, portanto, “mais capilaridade”. A definição teria ocorrido ainda nas primeiras reuniões entre instituições.

Destino do óleo

O Ibama faz um levantamento de empresas licenciadas para executar a destinação do óleo – para indicar aos municípios. Pelo menos uma já foi identificada. Um fabricante de cimento também entrou em contato com o órgão e aguarda receber um laudo técnico sobre a composição química do material para saber se pode usá-lo como matéria-prima.

Justiça suspende instalação de boias para conter borra de petróleo em Sergipe

A DECISÃO JUDICIAL ATENDEU A UM PEDIDO DO IBAMA, QUE SOLICITOU A RECONSIDERAÇÃO OU SUSPENSÃO DA DECISÃO

Na noite dessa terça-feira, 16, o juiz federal substituto na 1ª Vara Federal em Sergipe decidiu suspender a instalação de novas boias para conter o avanço do óleo das praias e rio do Sergipe. A ideia de instalar barreiras de contenção para reter o óleo no litoral de Sergipe tem encontrado dificuldades. Estruturas instaladas em alguns locais do litoral foram levadas pela água. A informação foi confirmada ao jornal O Estado de S. Paulo por pessoas que atuaram diretamente na instalação das estruturas. A tentativa agora é reposicionar as instalações.

O governo já tinha afirmado que a medida poderia não dar certo. O Ministério Público Federal acionou a Justiça, exigindo a instalação do equipamento no prazo de 48 horas, sob risco de ser multado diariamente em R$ 100 mil. Na segunda-feira, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o governo federal cumpriria a decisão da Justiça Federal em Sergipe e que faria a instalação das barreiras nos rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Real e Vaza Barris.

A decisão judicial atendeu a um pedido do Ibama, que solicitou a reconsideração ou suspensão da decisão que, em caráter liminar, determinou a instalação de barreiras de proteção nos rios São Francisco, Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris e Real e seu monitoramento.

“Considerando as diversas variáveis, entendo ser possível postergar a determinação de instalação das boias até a realização da audiência em questão visando aquilatar melhor a forma de proteger o meio ambiente. Neste passo, a oitiva dos especialistas poderá ajudar a esclarecer melhor a questão”, declarou Fábio Cordeiro de Lima.

O Ibama afirmou que, desde o dia 2 de setembro, quando as primeiras manchas de óleo atingiram o litoral brasileiro, vem avaliando e investigando a causa deste derramamento, monitorando a situação e agindo com a utilização de recursos humanos e materiais. O órgão disse que as barreiras de contenção não teriam eficácia completa neste caso porque o óleo que vem atingindo o Nordeste fica submerso na água e as barreiras funcionam em correntes de até 1 nó, quando a velocidade das ondas é bem maior que isso.

Segundo o Ibama, as “barreiras devem ser constantemente reajustadas, em função dos efeitos de maré, para que não percam sua efetividade”. O órgão informou que, se o manguezal já estiver atingido, a barreira de contenção poderá ter efeito inverso, impedindo a depuração natural do ambiente.

Mais de 200 toneladas do óleo já foram recolhidas até agora. Ainda não há informações detalhadas sobre a origem do problema.

Estadão