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Categoria: Ambiental

Projeto Ponta de Pirangi/Oceânica registra branqueamento de corais no litoral Sul

FOTO: ILUSTRAÇÃO

A equipe do Projeto Ponta de Pirangi/Oceânica, em parceria com a UFRN, vem desenvolvendo pesquisas e diagnósticos na região de Pirangi com foco na saúde dos recifes costeiros há mais de uma década. Durante a Fase 1 do Projeto, em 2010, houve um evento de aquecimento das águas que resultou no severo branqueamento de corais e morte em massa de peixes (moréias, baiacus e bagres principalmente). Agora na Fase 3, em 2020, voltamos a registrar grande incidência de corais branqueados e animais marinhos mortos.

Os corais são considerados bioindicadores da qualidade recifal, especialmente em relação ao aumento de temperatura das águas. Em condições atípicas, quando ocorre um aumento na temperatura da água do mar nos ambientes recifais, as microalgas são expulsas do tecido dos corais, provocando o fenômeno conhecido por branqueamento dos corais. 

Pesquisamos esse evento durante as atividades do Projeto Ponta de Pirangi, realizado pela Oceânica com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e Governo Federal. Agora, 10 anos depois, estamos novamente registrando o branqueamento, provavelmente derivado das mudanças climáticas com o aquecimento da temperatura das águas do mar. Por meio da obtenção de dados em campo, poderemos comparar os dois eventos, de 2010 e 2020.

Além dos Parrachos de Pirangi (60% dos corais parcialmente ou totalmente branqueados), a avaliação em 2010 aconteceu na APARC – Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais (80% dos corais parcialmente ou totalmente branqueados), e em pontos mais distantes da costa conhecidos por Barreirinhas e Mestre Vicente no litoral sul de Natal (100% das colônias de corais estavam branqueadas).

Em dias de quarentena a equipe de mergulhadores foi aos recifes de Pirambúzios e Ponta da Ilha Verde para pesquisar a saúde dos corais, guardando todas as precauções de afastamento contra a covid-19. De acordo com Liana Mendes, docente da UFRN e bióloga da Oceânica, foram realizados 3 métodos de avaliação (censos em faixa, quadrantes e busca ativa) para analisar a porcentagem de branqueamento de corais e de organismos aparentados aos corais, que também carregam em seus tecidos corporais microalgas que podem ser expulsas devido ao aquecimento da água, ocasionando o fenômeno do branqueamento.

Durante os mergulhos observou-se que os corais (Siderastrea spp.) estavam mais branqueados em áreas mais fundas e que as colônias de zonas mais rasas aparentemente estavam mais saudáveis. As análises de dados ainda estão em andamento. Outro grupo de aparentados dos corais verdadeiros, o zoantídeo baba-de-boi (Palyhtoa caribaeorum) exibiu um branqueamento notável e aparentemente maior do que outros corais. Zoantídeos como Isaurus tuberculatus e Protopalythoa sp. também estavam branqueados. Foi registrada uma única colônia de coral de fogo (Millepora alcicornis) em processo avançado de branqueamento. 

Ainda como um possível efeito do aquecimento das águas foram registrados peixes mortos na praia. “Contamos até 120 peixes mortos (mariquita – Holocentrus adscensionis) em apenas 300m de areia, na praia de Pirambúzios”, explica Liana. Além deste registro a equipe do Ponta de Pirangi/Oceânica recebeu informações e fotos de colaboradores, de mariquitas mortas na Praia de Barreta e de Tabatinga.

 “Como esse fenômeno é desencadeado e quais seus desdobramentos no ecossistema recifal? Como as políticas públicas e ações humanas influenciam neste caso e o que podemos fazer? Essas são questões importantes para um diálogo entre pesquisadores e toda a sociedade porque diz respeito a manutenção de um dos ecossistemas mais vitais para o planeta”, ressalta Liana Mendes.

Nesta quinta (04/06), como parte da agenda da Semana de Meio Ambiente Oceânica, pesquisadores se reúnem em uma live para falar sobre a biodiversidade e geodiversidade dos ambientes recifais da costa potiguar (RN). São assuntos para essa live a beleza e exuberância dos recifes potiguares, sua posição estratégica, variedade de formas e composição, a ciência, a gestão e os desafios que estamos enfrentando em decorrência do recente desastre do petróleo na costa brasileira e o aquecimento das águas causando o branqueamento de corais e a morte de peixes. A live acontece no YouTube (#oceanica.osc), às 20h.

ICMBio extingue base avançada do Projeto Tamar na Grande Natal

FOTO: DIVULGAÇÃO/TAMAR

Em uma portaria publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira (28), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) extinguiu uma base avançada do projeto Tamar – responsável pela conservação das tartarugas marinhas – localizado em Parnamirim, na região metropolitana de Natal. A medida passa a valer a partir de julho.

Além da base de Parnamirim, também foram extintas as bases de Arembepe em Camaçari, na Bahia, e de Pirambu, em Sergipe. A portaria também criou uma Base Avançada do Centro Tamar em Salvador.

O G1 tentou falar com os coordenadores locais do Tamar, mas não conseguiu contato.

As mudanças ocorrem após a publicação de um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 11 de fevereiro mudando a estrutura do ICMBio.

Conforme o texto da portaria, Natal segue com uma Base Avançada do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), mas junto com outras 16 bases do tipo, vinculadas aos centros de conservação, sua continuidade “dependerá da necessidade de ações de pesquisa e conservação conduzidas pelo Centro para a localidade, durante todo o período do ano, comprovada por meio dos projetos de pesquisa ou de conservação e de Planos de Trabalho aprovados”.

G1

Projeto Cetáceos da Costa Branca potiguar auxilia o nascimento de tartarugas marinhas

FOTO: DIVULGAÇÃO

Em um ano, o Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN), auxiliou o nascimento de cerca de 19 mil filhotes de tartarugas marinhas no litoral da Bacia Potiguar (RN/CE). O trabalho com biologia reprodutiva de tartarugas marinhas consiste na marcação do ninho e na contagem do tempo de incubação, que dura em média de 45 a 60 dias.

O projeto Cetáceos explica que, quando os filhotes estão aptos para o nascimento, técnicos de campo auxiliam na abertura do ninho e contabilizam a quantidade de filhotes. Dessa forma é possível realizar a estimativa de nascimento de tartarugas marinhas por temporada reprodutiva, auxiliando ainda mais a conservação de espécies que desovam em nosso litoral.

Além desse acompanhamento, o PCCB-UERN desenvolve um importante trabalho de monitoramento, resgate e proteção de animais marinhos. O projeto possui uma base em Areia Branca e outra em Natal.

Caso encontre animais marinhos vivos ou mortos, entre em contato pelos números:

Areia Branca (84) 98843-4621

Natal (84) 99943-0058

Corpo de Bombeiros do RN resgata tamanduá-mirim em Parnamirim

FOTO: DIVULGAÇÃO

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Norte (CBMRN) resgatou na noite dessa quarta-feira (20) um tamanduá-mirim que estava em uma residência no bairro de Nova Esperança, na cidade de Parnamirim, Região Metropolitana de Natal.

A corporação foi acionada pelo dono da residência por volta das 21h, que ligou no 193 e solicitou o resgate. Saudável e sem ferimentos, o animal foi levado pelo CBMRN e solto em área de mata às margens do Rio Pitimbu, em Parnamirim.

O tamanduá-mirim costuma ser um animal solitário, com hábito predominantemente noturno. Essa espécie pode ser encontrada em diversas regiões do Brasil e tem uma grande variação no padrão de coloração.

De janeiro até a metade de maio de 2020, o Corpo de Bombeiros Militar do RN realizou 278 resgates. Por isso a recomendação da corporação para a população é que ao se deparar com animais silvestres nas ruas ou em ambientes atípicos acione imediatamente os bombeiros através do 193.

SEM JACARÉ: Bombeiros resgatam filhote de tartaruga-marinha que ‘passeava’ em via trafegável na praia de Búzios

FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK

Nessa sexta-feira, militares do Corpo de Bombeiros foram acionados pela população para resgatar um jacaré da espécie Papo Amarelo, encontrado passeando nos arredores da lagoa de captação da avenida Jaguarari, em Candelária, na zona Sul de Natal.

Neste sábado, outro resgate. Desta vez, de um inofensivo filhote de tartaruga-marinha ‘dando uma voltinha’ em via trafegável na praia de Búzios, no litoral Sul potiguar. Foram os próprios guarda-vidas quem avistaram o animal, que foi imediatamente devolvido ao seu habitat natural.

Jacaré de quase 2 metros é encontrado perto de lagoa de captação em Candelária

FOTO: DIVULGAÇÃO

Um jacaré de aproximadamente um metro e 70 centímetros foi encontrado nesta sexta-feira (15) na calçada da lagoa de captação da Avenida Jaguarari, em Candelária, Zona Sul de Natal.

O bicho foi capturado pela Companhia Independente de Polícia Ambiental (Cipam) da PM e, à tarde, devolvido à natureza, em ambiente seguro.

O jacaré da espécie papo amarelo pesa 35 quilos. O animal foi avistado por pessoas que transitavam pela avenida de manhã cedo. Os policiais da Cipam acreditam que ele saiu da lagoa durante as chuvas da madrugada.

G1RN

Parque no Vale das Cascatas é cancelado pelo Idema por falta de recursos financeiros

FOTO: RAFAEL NICÁCIO

O projeto do Parque Urbano no Vale das Cascatas, mais conhecido com Bosque dos Pinheiros, foi cancelado pelo Instituto de Defesa do Meio Ambiente em Natal (Idema), responsável pelo espaço localizado na zona Sul de Natal, por falta de recursos financeiros para execução da obra estimada em R$ 10 milhões.

Segundo o Idema, o plano plurianual do órgão não definiu orçamento para o projeto, pois teve queda na arrecadação e a parceria com as secretarias de Turismo (SETURN) e de Infraestrutura (SIN) do estado não foi viabilizada.

O projeto inicial arquitetava quatro quadras de areia para prática de esportes como vôlei, futevôlei, futebol e handebol, além de espaço para piquenique, pistas de skate e patins, academia pública e pista de cooper, e foi desenvolvido pela arquiteta e ex-aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Érica Mendes, durante o seu trabalho de conclusão de curso em 2014.

O recuo no projeto foi adotado pela gestão atual do Idema, iniciada em janeiro de 2019, que considerou possíveis variáveis da obras, como verba extra e contratações adicionais.

A área de 30 mil metros quadrado chegou a ser cercada com tapumes em junho de 2017, mas após alguns dias a obra foi parada, porque a empresa vencedora do processo licitatório sofreu questionamento em ação judicial da empresa segunda colocada. Diante do cenário, o Idema pediu distrato à empresa licitada e foi acatada.

A empresa que ficou em primeiro lugar tinha dado prazo de 10 meses para conclusão do serviço no local, que fica próximo a área verde do Parque das Dunas, na Via Costeira.

A expectativa do instituto é desenvolver um esboço que caiba no orçamento da instituição, mas não há previsão para execução de projeto no espaço, que foi cedido pela Companhia de de Processamento de Dados do Rio Grande do Norte (Datanorte) em 2017.

Devido à quarentena, tartaruga-gigante volta a aparecer em praias ‘desertas’

FOTO: ILUSTRAÇÃO/GETTY

Para evitar a propagação da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, governos colocaram sob quarentena bilhões de pessoas e proibiram o acesso aos pontos turísticos, como praias, reservas naturais e parques. A ausência humana nesses locais trouxe benefício para uma das espécies em extinção: a tartaruga-gigante, a maior exemplar entre as espécies marinhas. Pesquisadores notaram que mais ninhos desses animais surgiram em praias da Flórida, nos Estados Unidos, e da Tailândia, do outro lado do mundo.

Autoridades ambientais da Tailândia descobriram nas praias agora desertas 11 novos ninhos de tartaruga-gigante. O número é o maior em 20 anos, disse Kongkiat Kittiwatanawong, diretor do Centro Phuket de Biologia Marinha, à agência Reuters. “Esse é um sinal muito bom para nós porque várias regiões de desova foram destruídas por humanos”. “Se compararmos com o ano passado, nós não tivemos esse tanto de ninhos porque as tartarugas sofrem com o risco de serem mortas por equipamentos de pesca e pela presença humana nas praias”.

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