O ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi multado em R$ 2 mil pelo governo do Distrito Federal após aparecer, sem máscara, em manifestação neste domingo (14) na Esplanada dos Ministérios.
O uso da proteção em locais públicos é obrigatório na capital federal durante a pandemia da Covid-19, conforme manda decreto local. Segundo o auto de infração, assinado nesta segunda, o ministro foi visto às 10h30 de domingo, sem a máscara, quando participava de ato com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Além de Weintraub, a maioria dos manifestantes estava sem o acessório, mostram vídeos publicados nas redes sociais. Contrariando recomendações de autoridades de saúde, o ministro ainda aglomerou-se com os participantes.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), tem se oposto a manifestações de apoio a Bolsonaro e que pregam o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal em Brasília. Ele decretou o fechamento da Esplanada dos Ministérios durante todo o domingo, devido a “ameaças declaradas por alguns dos manifestantes” que poderiam colocar em risco o patrimônio e a saúde pública.
Pouco antes da decisão de fechar o local, na noite de sábado, manifestantes bolsonaristas autodenominados “300 do Brasil” simularam um bombardeio ao Supremo com fogos de artifício.
O uso de máscara é obrigatório no Distrito Federal desde o fim de abril. Bolsonaro já descumpriu a regra durante manifestações em apoio a seu governo, como no dia 24 de maio, quando cumprimentou apoiadores em frente ao Palácio do Planalto. Ele, no entanto, não chegou a ser multado.
Trechos das conversas entre Weintraub e os manifestantes no ato de domingo foram divulgados nas redes sociais. Em um deles, o ministro diz “eu já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos”. O restante da fala é encoberto por aplausos dos manifestantes, que gritam “Weintraub tem razão”.
A fala faz referência a uma declaração do ministro na reunião ministerial do dia 22 de abril de que colocaria na cadeia os ministros da corte, a quem classificou como “vagabundos”. Ele responde a um processo por causa dessa afirmação. Desde então, seus apoiadores nas redes sociais defendem o ministro nas redes socais, com a hashtag “Weintraub tem razão”.
Estadão