Em meio à guerra na Ucrânia e à crise humanitária resultante do crescente número de refugiados — que chegou a 2,6 milhões neste sábado, ou 2% do total global —, há outro aspecto que preocupa nesse conflito armado: a situação daqueles que não conseguem escapar, sobretudo os mais velhos, que se tornam alvos fáceis de abusos, abandono e negligência governamental.
Segundo relatório da Human Rights Watch divulgado em fevereiro, idosos correm alto risco em zonas de guerra, incluindo execuções, estupros, tortura e sequestros. Além dos abusos documentados, o relatório também denuncia as barreiras para obtenção de ajuda humanitária durante conflitos, o que evidencia a falta de preparo de governos e de organizações para lidar com situações do tipo.
Em muitos casos, a vulnerabilidade dos mais velhos é resultado de doenças e da mobilidade limitada, uma vez que não podem se deslocar com facilidade para regiões mais seguras. Em outras situações, há aqueles que resistem à ideia de deixarem suas casas e decidem permanecer nas zonas de conflito. Outros são simplesmente abandonados pelas famílias, muitas vezes pelo fato de não conseguirem acompanhá-las.
O Globo