
No município de Curuçá, localizado no estado do Pará, pertencente à mesorregião do Marajó, uma tradição cultural inusitada desperta a atenção de moradores, internautas e visitantes de todo o país.
O “enterro com cachaça” representa uma das manifestações mais singulares da cultura paraense, onde luto e festa se misturam em um ritual único que desafia convenções sociais tradicionais. Segundo os locais, já é habitual “beber o morto” durante o cortejo fúnebre, para celebrar os anos vividos pelo falecido e reunir conhecidos em sua homenagem.
Curuçá, carinhosamente conhecida como “Terra do Folclore”, possui uma rica herança cultural que se manifesta por meio de diversas tradições. Essa miscigenação cultural explica, em parte, a naturalidade com que os curuçaenses abraçam tradições que misturam elementos aparentemente contraditórios como velórios e celebrações.
Em localidades como São João do Abade, distrito de Curuçá, existe o cortejo fúnebre conhecido como “Frete”, que consiste em um enterro descontraído, repleto de músicas agitadas e animação.
Esta prática cultural representa muito mais do que uma simples cerimônia fúnebre – ela simboliza a forma única como o povo paraense enxerga a morte e a despedida.
A tradição quebra paradigmas ao transformar um momento tradicionalmente marcado pela tristeza em uma celebração da vida da pessoa que partiu. Durante o cortejo, familiares e amigos tomam cachaça, dançam e cantam, criando uma atmosfera de festa que homenageia o falecido de maneira alegre e descontraída.
Esta tradição já ganhou repercussão nacional nas redes sociais, mas ainda surpreende os desavisados, que esperam de um velório um clima mais sério e triste, com notas de saudade.
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