Em coletiva de imprensa realizada na tarde desse domingo (20), a Marinha informou que ainda não é possível determinar por quanto tempo as ocorrências de óleo no litoral nordestino irão persistir. Até o momento, já foram coletadas aproximadamente 525 toneladas de petróleo. O óleo cru já atingiu cerca de 2.250 quilômetros de extensão da costa desde setembro.
De acordo com o Comandante de Operações Navais, Almirante Leonardo Puntel, o óleo não foi originado no Brasil, nem extraído nas nossas plataformas. Há uma possibilidade de tervindo do Oceano Atlântico, porém o local exato ainda não foi identificado.
Instituições estrangeiras, como a Organização Marítima Internacional, Guarda Costeira dos EUA e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica do Departamento de Comércio dos EUA trabalham em conjunto a órgãos federais, estaduais e universidades para analisar amostras do material e dar continuidade as investigações.
Manchas aparecem nas praias de Suape, Cupe e Paiva. “Não temos a previsão do fim disso que está acontecendo. Estamos trabalhando junto ao Ibama, a Defesa Civil e vários órgãos parceiros”, comentou o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti. No que diz respeito as ações futuras, Bertotti comentou que a ideia é conseguir colocar barreiras em todas as portas e estuários. Atualmente, a demanda está restrita ao Litoral Sul.
De acordo com o Ibama, as barreiras colocadas para conter o avanço do óleo não têm demonstrado efetividade. Por isso, tem buscado uma tecnologia mais aprimorada para esses casos, já que o petróleo é denso e navega abaixo da superfície, dificultando a detenção da mancha por radares. Sobre a previsão, o órgão informa que a presença de corais e arrecifes dificultam o trabalho, uma vez que o óleo ‘gruda’, se fragmenta e volta à costa quando a maré enche.
A Defesa Civil alertou a população sobre o risco de contaminação do óleo. Segundo o órgão, será disponibilizado EPIs necessários, como luvas em PVC e botas, para os voluntários que estão em mutirões de limpeza. Todo o material coletado está sendo levado para o descarte no Centro de Tratamento de Resíduos, em Igarassu.
Plano nacional
Neste domingo, em resposta a ação ajuizada pelo MPF, foi deferida a liminar que obriga a União a acionar o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional. Em caso de descumprimento, será aplicada uma multa diária de R$ 1 milhão. As informações foram dadas pelo secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti.
Diante disso, o secretário falou sobre a dificuldade e os gastos do governo estadual. ‘Penso que o plano nacional pudesse ser mais articulado. Muitos equipamentos estão demorando para chegar e, até o momento, não houve nenhum repasse federal’, ressaltou.
Diário de Pernambuco