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Vazamento de óleo ocorreu a pelo menos 600 km da costa nordestina

A ESTIMATIVA FOI FEITA POR PESQUISADORES DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (UFRJ). FOTO: FELIPE BRASIL

O vazamento de óleo que atingiu todo o litoral do Nordeste do País pode ter ocorrido em uma região entre 600 km e 700 km da costa, na altura dos Estados de Sergipe e Alagoas.

A estimativa foi feita por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que trabalharam com uma tecnologia conhecida como modelagem inversa, que parte dos pontos de chegada das manchas nas praias e faz o caminho para trás, estimando o ponto de origem desse óleo.

O estudo foi encomendado pela Marinha à Coppe/UFRJ. Até esta quarta-feira, 178 localidades haviam sido atingidas pelas manchas, de acordo com o Ibama.

O cálculo usou como ponto de partida o mapa atualizado diariamente pelo órgão ambiental que mostra os dias e locais em que as manchas estão chegando às praias do Nordeste. Considerando as condições oceânicas, como correntes marinha, temperatura da superfície da água e os ventos, os pesquisadores desenharam o caminho para trás.

Ao cruzar todas essas trajetórias, eles chegaram a uma região onde provavelmente o vazamento ocorreu. A análise permite estimar também o dia em que houve o acidente: por volta de 14 de junho.

O engenheiro Luiz Landau, que coordena o Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da Coppe, explica que trata-se de uma estimativa, mas que busca reproduzir do modo mais fiel possível as condições do evento. “Não sabemos, por exemplo, exatamente a que horas as manchas chegaram à costa, mas mesmo dentro dessas limitações, testamos vários cenários e chegamos a uma região provável da origem desse óleo”, disse Landau ao jornal O Estado de S. Paulo.

O trabalho não indica exatamente um ponto específico do vazamento, mas uma região provável – um retângulo cujo lado maior tem cerca de 100 km de comprimento. “A gente considerou como se as pequenas manchas estivessem se movendo para trás até se juntarem nessa região no meio do Oceano Atlântico. Com mais investigação, podemos chegar a um raio menor, mas para dar uma resposta rápida nesse momento de crise, é o que conseguimos mostrar”, complementou o oceanógrafo Luiz Paulo Assad, colaborador do laboratório e professor do Departamento de Meteorologia da UFRJ.

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