O senador Plínio Valério (PSDB-AM) apresentou um pedido de criação de CPI para tentar investigar a liberação de recursos públicos para as organizações não governamentais (ONGs) e as organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) que atuam na Amazônia e já foram apontadas pelo presidente Jair Bolsonaro como uma das causas do avanço dos desmatamentos na região. No pedido, apoiado por 30 senadores, Plínio alega que o número de denúncias sobre a existência de “ONGs de fachada” vem crescendo no país. O senador também defende a investigação das causas do aumento das queimadas e dos impactos da paralisação do Fundo Amazônia.
“A minha sugestão é que comecemos pelas ONGs. Vamos apurar os pecados do governo, mas principalmente queremos saber para onde vai esse dinheiro que as ONGs em nome da Amazônia ganham e ninguém sabe para onde vai. A CPI tem essa finalidade mesmo de investigar as ONGs e o Fundo Amazônia. E nós vamos chegar a alguma coisa para dar satisfação à população brasileira, principalmente a gente da Amazônia, que está cansada de ser usada por essas ONGs, que em nome da Amazônia e dos indígenas ribeirinhos arrecadam rios de dinheiro”, argumentou o senador Plínio Valério.
No pedido, o senador argumenta ainda que, diante da comoção mundial causada pelas queimadas na Amazônia, é preciso investigar “as reais dimensões desses graves fatos, assim como a responsabilidade por eles precisam ser investigadas de forma independente”. Ele acrescenta que “há denúncias de extrema seriedade, como a articulação de fazendeiros, posseiros, grileiros, invasores e madeireiros para uma ação coordenada destinada a multiplicar os focos de queimadas”. O senador diz ainda que há “crescentes dúvidas sobre o real papel desempenhado pelas organizações não-governamentais e pelas chamadas organizações da sociedade civil de interesse público, que vinham recebendo crescentes volumes de recursos públicos, assim como de recursos vindos de fora do país”.
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