A farmacêutica Pfizer anunciou, nesta quarta-feira, 18, que a sua vacina contra a Covid-19 produzida em parceria com a BioNTech é 95% eficaz. Este já é o estudo finalizado após a terceira fase de testes, apesar de ainda não ter sido revisado por pares ou publicado em uma revista científica. Na última semana, estudos preliminares divulgados na semana passada mostravam, pelo menos, 90% de eficácia. O novo resultado é baseado em 170 casos de Covid-19 confirmados entre os mais de 43 mil voluntários. Desse total, 162 infectados tinham tomado placebo — e não o imunizante. De todos os contágios, 10 foram mais agressivos — e só um dos voluntários tinha tomado a vacina.
Em idosos com mais de 65 anos, a taxa de proteção foi maior que 94%. De acordo com a empresa, o resultado foi similar nos voluntários independente da faixa etária, raça ou etnia. Também não teriam sido notados efeitos colaterais relevantes — apenas leves e moderados, que desapareceram rapidamente. Isso indica que o imunizante vai poder ser usado no mundo todo. O efeito mais grave, que atingiu 3,7% dos voluntários, foi a fadiga. Entretanto, os adultos mais velhos tiveram menos eventos adversos — quando existiam, eram mais brandos.
Agora, as farmacêuticas pretendem pedir ao FDA (equivalente à Anvisa nos Estados Unidos), nos próximos dias, uma autorização para uso emergencial da vacina. Os profissionais de saúde devem ser priorizados nesta primeira fase e implementação em grande escala ainda deve levar meses. A Pfizer e a BioNTech também disseram que planejam pedir autorização para outras agências reguladoras em todo o mundo. A Pfizer espera produzir até 50 milhões de doses da vacina em 2020. Para o ano que vem, são esperados 1,3 bilhões de doses. Esse imunizante vai custar, para os americanos, cerca de US$ 40 por pessoa imunizada — considerando as duas doses. O maior desafio, porém, está na logística de distribuição: a vacina precisa ficar armazenada, na maior parte do tempo, em -70º C.
O governo brasileiro tenta, agora, negociar a compra de algumas doses. Na última terça-feira, 17, o Ministério da Saúde disse que a compra “deve ocorrer à medida em que os ensaios clínicos apontarem a total eficácia e segurança dos insumos e o registro na Anvisa for realizado”. A previsão do governo é que, entre janeiro e março, a primeira remessa de vacinas esteja disponível e contemple inicialmente os grupos de risco. A farmacêutica trabalha com três faixas: um valor mais alto para países desenvolvidos; um intermediário, onde se encaixa o Brasil; e um mais baixo para países mais pobres.
Jovem Pan