Um novo teste desenvolvido por pesquisadores da USP consegue identificar a infecção pelo vírus da zika com precisão sem precedentes, o que deve facilitar o trabalho de médicos e autoridades de saúde pública que ainda tentam entender os riscos trazidos pela doença.
“Até hoje, o maior problema para chegar a esse tipo de teste era a grande semelhança entre as proteínas do vírus da zika e as da dengue. Era muito difícil separar um do outro”, explica o virologista Edison Luiz Durigon, pesquisador do ICB-USP (Instituto de Ciências Biomédicas da universidade) e um dos responsáveis pelo trabalho.
Para contornar o problema, a equipe conseguiu identificar um pedaço de uma das moléculas virais, a chamada NS1 (sigla de “proteína não estrutural 1”), que é suficientemente diferente de um vírus para o outro. Graças à escolha desse alvo, o teste tem tanto especificidade quanto sensibilidade de 92%. A especificidade de testes anteriores era de 75%.
Isso significa que o novo exame raramente produz falsos positivos (ou seja, não identifica a presença de outro vírus como sendo o da zika) e falsos negativos (isto é, não “deixa passar” o vírus da zika como se fosse outro causador de doenças).
FOLHAPRESS