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Trump incomoda Lula ao dizer estar mal com o que houve com Bolsonaro

FOTO: RICARDO STUCKERT

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi elogiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e causou desconforto do presidente Lula (PT), durante o encontro deste domingo (26) entre o chefe do governo norte-americano e o líder do governo de esquerda do Brasil, na Malásia. Questionado pela imprensa, Trump disse se sentir “muito mal” com o que houve com o rival de Lula e seu aliado, que cumpre prisão domiciliar e foi condenado por crimes de “trama golpista” no Brasil.

“Eu sempre gostei dele [Bolsonaro], eu sempre gostei dele… Eu me sinto muito mal sobre o que ocorreu com ele. Eu sempre pensei que ele era um cara direito, mas ele tem passado por várias coisas”, respondeu Trump, sobre a situação de seu aliado no Brasil, já classificada por ele de “perseguição política e judicial”, razão central de sua decisão de impor um tarifaço de 50% contra produtos brasileiros.

Durante a resposta do norte-americano sobre Bolsonaro, Lula gesticulou negativamente para a imprensa, e expôs seu incômodo com a declaração, sugerido a Trump e a repórteres que deixassem para concluir a entrevista após a reunião. E Trump respondeu rispidamente, diante da insistência do questionamento de uma repórter, sobre a possibilidade de a situação de Bolsonaro entrar na mesa de negociação: “Não é da sua conta”, disse o norte-americano.

A reação de desconforto de Lula foi destacada pelo filho do ex-presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que elogiou o que chamou de “laço de empatia” entre Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro, ao afirmar que o norte-americano se coloca no lugar de seu pai e porque teria a capacidade de imaginar que, quando sair da Presidência dos EUA, o petista e sua equipe apoiarão a lawfare (perseguição judicial) que pode sofrer.

Empatia e Magnitsky

Eduardo Bolsonaro ainda questionou o fato de o debate sobre a situação do ex-presidente ter sido negado como parte da conversa de Lula com Trump, de acordo com o que disseram o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, ao final do encontro.

Os auxiliares de Lula que participaram do encontro disseram que Jair Bolsonaro não foi citado na reunião. Mas Márcio Rosa disse que o petista não deixou de considerar injusta a aplicação de sanções a autoridades brasileiras, a exemplo da Lei Magnitsky imposta por Trump ao ministro Alexandre de Moraes, por este ter sido relator da ação penal em que o ex-presidente foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro.

“O presidente Lula utilizou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky em relação a algumas autoridades como do Supremo Tribunal Federal, quão injusta é essa medida em relação a esses ministros. Porque respeitou-se o devido processo legal e não há nenhuma perseguição de natureza política ou jurídica”, resumiu Márcio Rosa.

Diário do Poder

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