
O Tesouro Nacional continuará de olho na saúde financeira dos Correios após a estatal firmar um financiamento de R$ 12 bilhões com um grupo de cinco instituições bancárias. A declaração foi feita nesta segunda-feira (29) pelo secretário Rogério Ceron, que destacou a importância da operação para a estabilidade da empresa nos próximos 24 meses. O acordo conta com a garantia da União, assegurando que o governo federal assumirá as parcelas caso a estatal não consiga honrar os compromissos.
Durante a apresentação do balanço fiscal de novembro, Ceron ressaltou que o suporte do governo foi decisivo para baratear o crédito. Segundo o secretário, a chancela do Tesouro permitiu obter taxas mais baixas, resultando em uma redução de aproximadamente R$ 5 bilhões em despesas com juros ao longo da transação.
“É algo que vamos acompanhando de perto. A primeira etapa foi feita. Foi uma operação muito bem sucedida, agora é acompanhar bem próximo para garantir que eles façam esse processo de reestruturação”
O projeto de recuperação dos Correios é ambicioso e estima uma necessidade total de R$ 20 bilhões para consolidar o reequilíbrio das contas. Com o contrato de R$ 12 bilhões já formalizado, a empresa ainda precisa viabilizar outros R$ 8 bilhões. O planejamento prevê que a definição sobre como esse montante remanescente será obtido ocorrerá apenas em 2026.
Caso a opção seja pelo aporte governamental, os recursos devem ser transferidos para a estatal até o ano de 2027. O objetivo central é dar fôlego ao fluxo de caixa da empresa enquanto o processo de saneamento administrativo e operacional é executado sob a supervisão da equipe econômica.
A utilização da garantia federal é uma ferramenta estratégica que reduz o risco de crédito percebido pelos bancos privados. Ao transferir a responsabilidade final para a União, as condições de pagamento tornam-se consideravelmente mais favoráveis do que as encontradas por empresas em crise no mercado comum.
Contudo, essa modalidade vincula diretamente o desempenho da estatal ao balanço fiscal do governo, o que justifica o monitoramento intensivo prometido por Ceron para evitar que a dívida acabe sobrecarregando o orçamento público nos próximos anos.
Diário do Poder

