A imagem de uma bandeja de pele de frango, vendida a R $2,99 o quilo em um supermercado, provocou indignação nas redes sociais na última semana. Consumidores atribuíram o fato à política econômica do país, que estaria provocando a miséria da população e favorecendo a prática. Mas vender pele de frango é ilegal?
O diretor executivo do Procon-SP, Guilherme Farid, afirma que a venda não fere o código do consumidor, desde que seguidas as regras sanitárias. Mas diz que, como o produto sempre foi considerado um descarte, ele deveria ser doado e não vendido.
“Sob a perspectiva do direito do consumidor, a empresa tem liberdade para vender o que quiser dentro da sua categoria. Então, em tese, pode vender só a pele de frango”, afirma.
Para isso, segundo ele, o estabelecimento precisa levar alguns fatores em consideração. “Primeiro é preciso observar se a pele, daquele modo que está sendo vendida, atende aos requisitos sanitários, se tem um tratamento adequado, o manejo, armazenagem, temperatura correta para evitar riscos à saúde, mas isso cabe à vigilância sanitária avaliar se as regras estão sendo cumpridas”.
Embora a prática não seja ilegal, casos como esse acendem o debate de que não é apenas a lei que deve ser observada, mas também a situação degradante do consumo de alguns produtos, que antes tinha como destino o lixo ou até a doação, afirma o diretor do Procon.
Nas redes sociais, a foto levantou debate e gerou indignação. Uma pessoa escreveu que era “inacreditável”, outra afirmou que “o fundo do poço já é real”. Outra ironizou, dizendo que “o Brasil está decolando”.
Nas imagens compartilhadas nas redes, é possível ver o adesivo da empresa Kajoly Alimentos. Procurada, ela informou que nunca comercializou pele de frango, e que a etiqueta da marca foi utilizada erroneamente na manipulação do produto do supermercado Faé, de Vila Velha (ES). Ainda segundo a Kajoly, a venda de pele postada nas redes sociais foi feita pelo supermercado, e não pela agroindústria. A empresa produtora da carne de frango advertiu o supermercado sobre a situação, e o produto já foi retirado das gôndolas.
Com informações de UOL