Hoje será um 31 de dezembro diferente. Pela primeira vez em quase 100 anos, as ruas de São Paulo não serão palco de uma das mais tradicionais e importantes corridas de rua do mundo, a São Silvestre. O motivo é óbvio: a pandemia do novo coronavírus, que impede aglomerações. Se tudo der certo, a prova será disputada em julho do ano que vem, em pleno Carnaval.
O mais famoso evento de pedestrianismo do país sofre do mesmo mal de todas as outras: o completo congelamento do mercado de corridas de rua. Quando a pandemia foi declarada, em março, e começou a quarentena, organizadores relutaram em suspender provas e continuaram vendendo inscrições. Tanto que a Maratona Internacional de São Paulo foi a última a ser cancelada entre todas as maratonas internacionais do mundo previstas para o primeiro semestre.
Em julho, quando a curva de casos já diminuía, grandes organizadores de provas de rua vislumbraram a possibilidade de que no fim do ano o mercado pudesse voltar a funcionar. E a São Silvestre passou a ser apontada como a grande vitrine. Se ela pudesse ser realizada em dezembro, mesmo com medidas de segurança e com menos participantes [ou só com a elite], seria o recado para a sociedade de que as corridas de rua são viáveis mesmo na pandemia. A Federação Paulista de Atletismo (FPA) defendia essa ideia. Mas existia um risco mercadológico. Há três ou quatro meses, ninguém poderia dizer com certeza que chegaríamos ao fim do ano com autorização sanitária para uma corrida.
UOL